“LINHA DE FRENTE”: A resistência que segura os protestos no Chile

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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GGN acompanhou os jovens da "primera línea", disposta a arriscar suas vidas e integrar os números de feridos, torturados, presos, violados e cegos pela polícia chilena

Foto: Patricia Faermann

Jornal GGN – Em 27 dias consecutivos de resistência no Chile, as manifestações fazem também aumentar a cada dia os números de vítimas da repressão policial no país. Os protestos com crianças e idosos na concentração ao redor da Plaza Itália, que passou a ser chamada pelos chilenos de Praça da Dignidade, escondem a poucos metros dali os duros confrontos a que enfrenta, sem cessar, um cordão de manifestantes que diariamente ousam segurar o avanço das forças policiais.

O GGN acompanhou os jovens da “primera línea”, como são chamados a resistência da “linha de frente”, disposta a arriscar suas vidas e integrar os números de feridos, torturados, presos, violados e cegos pela polícia chilena.

Protesto 12 de novembro – Foto: Patricia Faermann/GGN

Os últimos dados registram pelo menos 23 mortos (não atualizados desde o dia 23 de outubro), 2.009 pessoas feridas por balas de fogo, borracha e metralhadoras, 197 pessoas que perderam parcial ou totalmente a visão, 5.629 presos, 192 ações judiciais apresentadas por tortura, 48 por tortura com violação sexual, 5 mortes com responsabilidade dos policiais confirmada e 6 por homicídio frustrado.

As cifras dos danos oculares, provocadas pelos disparos de balas, balas de borracha e gás lacrimogêneo apontados pelas forças armadas diretamente nos rostos dos manifestantes, vêm chamando a atenção: não há precedentes nem na história, nem a nível mundial. O Chile lidera esse “ranking” de pessoas que perderam a visão pela polícia em protestos.

 

 

 


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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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