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Minha Formação Política – Capítulo I – A Base de Tudo

Para inaugurar o blog vou contar a história de como surgiu, cresceu e amadureceu meu interesse pela polítca!

Minha primeira lembrança de discussão política data início dos anos 80, ainda no regime militar. Em uma de suas aulas, no Colégio Batista Mineiro, minha professora de Geografia da 6a. série defendeu as eleições diretas. Rachel (por onde será que anda?), uma das alunas, expôs o argumento da ditatura que diretas no Brasil poderiam levar à vitória de alguém não-qualificado, alguém como Lula. Não me recordo se eu, à época, já sabia quem era ele, só me lembro da reação firme da professora ao responder: “Não vejo nenhum problema. Vi suas entrevistas e pareceu-me uma pessoa com pontos de vista bem lúcidos e equilibrados.” Não tenho mais nenhuma outra recordação deste episódio, nem mesmo o motivo pelo qual minha memória o fixou.

Já um pouco mais tarde, em 1984, acabei torcendo por Paulo Maluf na disputa entre Deus e o Demônio. Influencido por meu pai, e pela cultura tecnocrata que a ditadura conseguiu impor em alguns segmentos, tomei o partido do paulista e sua auto-proclamada competência técnica. Éramos pai e filho, contra mãe e filha. Confesso que também não me recordo do motivo da simpatia delas pelo Tancredo. Provavelmente por ser mineiro e também como rejeição pela antipatia pessoal exalada por Maluf.

Na Cultura Inglesa, também em 1984, lembro-me do olhar horrorizado de minha professora Litany ao saber que eu e José Maria, outro aluno também cultural e intelectualmente bastante preparado, nos alinhávamos com Maluf.

Em 1986 iniciei o Bacharelado em Ciência da Computação, à época o vestibular mais disputado da UFMG, o que me propiciou o convívio com alguns dos alunos mais inteligentes e preparados do estado de Minas Gerais. A grande discussão política era o recém-eleito governo Newton Cardoso, talvez o político mineiro mais criticado pós-64. Independente do mérito das críticas e denúncias contra ele, lembro-me de ouvir que elas só estavam sendo realizadas por ter o governador proibido o transporte de jornais em ônibus de transporte interrurbano, medida que teria atingido em cheio o Estado de Minas. Mesmo ainda hoje não sabendo se se tratou de um fato verídico, passei a dar mais atenção às motivações da imprensa ao fazer suas denúnicas.

Se minha graduação iniciou-se sob o governo Newton Cardoso, seu último ano (1989) foi marcado pela primeira eleição presidencial em quase 30 anos. Todos os grupos políticos brasileiros representados com candidaturas próprias: a oligarquia nordestina (Collor), a esquerda intelectual e operária (Lula), a antiga esquerda populista (Brizola), a esquerda classe média urbana (Covas), a direita de classe média (Afif), a direita tradicional (Aureliano Chaves), o representante do tradicional pacto das elites brasileiras (Ulysses Guimarães), além de outros candidatos menores. A democracia brasileira renascia com uma encorajadora perspectiva de pluralismo e a Folha de São Paulo era sua grande ágora.

A partir daí  a política ficou um pouco de lado na minha vida. Sem o idealismo do estudante universitário e com o otimismo de um profissional em ascensão, acompanhei da poltrona da minha sala os governos Collor, Itamar, FHC 1,  FHC 2 e o início de Lula 1.

O Mensalão viria para chacoalhar este coreto. Mas isso é assunto para o capítulo II desta história.

Redação

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