Jornalista da Folha descobre que MBL dissemina mentiras

Postei este comentário a seguir há algum tempo atrás e ele se mantém atual:

“O MBL tem atualmente oito integrantes em São Paulo (“cerca de 500 pelo Brasil”). A sede fica em um escritório na avenida Brigadeiro Luís Antônio, região central da cidade. O local é dividido com uma produtora de vídeo e de publicidade. Foi criado em novembro de 2014, no mesmo dia de uma manifestação contra o governo Dilma Rousseff ocorrida na avenida Paulista”.

A reportagem já apontava, desde o começo,  que o troço foi criado dentro de uma agência de publicidade. Só não informou qual. É caso para investigar.

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2015-03-12/roqueiro-e-ativista-n…

Leiam isto aqui:

DCM: Você diz que MBL, Vem Pra Rua e afins não são movimentos sociais? O que são então? 
 

Schwery: Eles são profissionais da comunicação. Eles estudam as massas e tal. Rogério Chequer é um profissional da comunicação. Quando ia a eventos ele orientava até na hora de tirar fotos. A Carla Zambelli é amiga do Augusto Nunes. A cúpula do PSDB é toda ligada ao Reinaldo Azevedo. Eles foram se infiltrando e forjando ser algo espontâneo. Mas nós nunca reconhecemos nenhum desses grupos como liderança. A gente criticava o Lula por não ter estudo e daí vem o Kim Kataguiri? Me poupe.

Fonte: https://jornalggn.com.br/noticia/ex-ativista-do-psdb-denuncia-aecio-e-caiado-de-financiar-impeachment

d’O Cafezinho: Jornalista da Folha descobre que MBL dissemina mentiras

O premiado jornalista Gilberto Dimenstein descobriu que umas das fontes mais prolixas de notícias falsas, na internet brasileira, é o MBL, o “movimento social” patrocinado pelo PSDB.

Bom saber.

Faltou talvez Dimenstein admitir que o exemplo foi dado pela grande imprensa, como Folha, onde ele mesmo trabalha, que publicou certa feita uma ficha falsa de Dilma Rousseff. Pega na mentira, a Folha saiu-se com um clássico da pós-verdade (e acho que, na época, ainda nem se usava muito esse termo): “a autenticidade [do documento]  não pode ser assegurada, bem como não pode ser descartada”.

Estou dando apenas um exemplo: a tradição de pós-verdade da mídia corporativa, hoje, é uma rotina diária.

Naturalmente, a mídia é muito mais competente, em produção de mentiras, do que o MBL e sites como o “Jornalivre”.

Outra coisa interessante: Dimenstein também parece ter esquecido que a Folha, onde ele trabalha, passou todo o período de construção do golpe tratando o MBL como um movimento social muito importante. O jornalista não quis ligar os pontos: que o mesmo MBL, tão importante para dar ao impeachment um colorido de “movimento de rua”, sempre abusou da mentira para confundir o debate público.

O Fernando Holiday, que Dimenstein descobriu agora ser um mentiroso contumaz, inaugurou diversas ações genuinamente fascistas na Câmara de Vereadores de São Paulo, como invadir reuniões alheias, apenas para provocar, tentando obter alguns segundos de vídeo que lhe permitisse produzir um simulacro de realidade. (simulacro de realidade é também conhecido popularmente como “mentira”).

Ao final do texto, o jornalista ainda comete uma pequena – quase inocente – sabujice, mas que também é típica de nossos tempos de intolerância política: diz que essa “canalhice” acontece à esquerda e à direita. A observação me fez imaginar um jornalista, após descobrir que o monstro da Noruega que assassinou dezenas de jovens era próximo de organizações de extrema-direita, terminasse sua reportagem ressaltando que essa “canalhice acontece à direita e à esquerda”. 

No Comunique-se
Minha descoberta sobre notícias falsas – por Gilberto Dimenstein

Um dos temas mais importantes – talvez o mais importante – das mídias hoje é a disseminação de notícias falsas pelas redes sociais. Algumas das melhores cabeças do mundo estão buscando soluções. O que se tem de concreto é o seguinte: o jornalismo está em alta justamente por ter como missão (muitas vezes não consegue) buscar um mínimo de precisão.

Quero compartilhar aqui minha investigação – e certamente vai ajudar os mecanismos de combate à falsidade. Dirigentes do MBL (talvez por serem muito jovens e não saberem que eu, como repórter, ganhei os principais prêmios dentro e fora do Brasil por minhas reportagens investigativas) começaram a disseminar contra mim notícias obviamente mentirosas. Deixei correr para descobrir as pistas, sabendo que, por inexperiência, rastros seriam deixados.

Vi, então, que um dos disseminadores das mentiras é o líder do MBL, Fernando Holiday. Numa conversa telefônica (gravada), ele me revelou que o texto não era dele. Mas “concordava”. Perguntei-lhe, então, já que ele tinha tanta certeza, qual era sua fonte de informação. Revelou: Jornalivre.

Bastava ele dizer para mim: “peço desculpas, fui induzido a erro”. Tudo teria acabado aí. Não: com mais ferocidade, ele gravou um vídeo reafirmando todas as acusações. Achei estranho. Como estudante de Direito, ele deveria desconfiar de sua fragilidade numa ação de indenização por danos morais. Essa ferocidade aguçou minhas desconfianças.

Pode-se acusar Holiday de qualquer coisa. Menos de burro. Ele tem, no seu universo, uma trajetória de sucesso: venceu as barreiras criadas por ser pobre, negro e gay. Nesse ponto, admito, eu até o admiro. E, sinceramente, apesar de ele ter ideias muito diferente das minhas, também aprecio quem se dispõe a lançar debates contra a corrente – acho que esse tipo de provocação ajuda uma reflexão coletiva.

Por que ele insistiria em manter falsidades que daria para desmontar em 30 segundos? Ele escreveu, por exemplo, que eu tenho um “boteco” na Vila Madalena. Fiz um desafio nas redes sociais que chamou a atenção de centenas de milhares de pessoas: quem provar que eu tenho esse tal “boteco” pode ficar com o imóvel. Gerou então uma caça à comprovação.

Sabia que, ao fazer o desafio, rastros seriam deixados pelos responsáveis dessa engrenagem de fake news para provar que seria mesmo um “boteco”. Perfis falsos começaram a surgir usando o mesmo estilo de escrita de pessoas que eu já conhecia.

Comecei a investigar o Jornalivre que, recentemente, saiu numa lista de sites falsos. O site não é registrado no Brasil. Até aí, ok. Não tem expediente. Nem contato. Fui mais longe e colhi fortes indícios de que a fonte original é um publicitário de uma grande agência de publicidade brasileira, banido desta página por ser um hater. Descobri comunicação, via redes sociais, entre esse publicitário e dirigentes do MBL. Quando tiver as provas materiais, darei o nome. Vocês vão ficar surpresos em saber que alguém assim ocupa um cargo tão importante numa agência tão importante.

Como um site que não tem expediente – ou seja, um responsável – pode ser fonte confiável? Ainda mais para um homem público? Assim se vê a trilha. Monta-se um site falso, impossível de responsabilizar alguém – e uma rede dissemina.

Aviso: essa canalhice digital ocorre à esquerda e à direita.

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Gilberto Dimenstein. Jornalista, escritor e empreendedor. Ao longo de sua carreira, foi contemplado com diversas premiações nacionais e internacionais, incluindo troféus no Prêmio Comunique-se. Na imprensa, colaborou com a Folha de S. Paulo por 28 anos, integrou o time de colunistas da CBN e idealizou o site Catraca Livre.

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Redação

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