Janet Yellen, do Fed, indica novos aumentos na taxa de juros dos EUA em breve

As perspectivas do mercado foram confirmadas na noite da última quarta-feira (18). O Federal Reserve System (Fed), banco central norte americano, decidiu pela elevação das taxas de juros do país entre 0,5% e 0,75%.

Em discurso, a presidente do Fed, Janet Yellen, afirmou que esperar muito tempo para aumentar as taxas de juros do país poderia provocar uma surpresa desagradável no caminho. Segundo as próprias palavras da presidente, essa demora para movimentar-se em direção a uma taxa neutra, poderia influenciar a inflação ou resultar em instabilidade financeira.

O discurso de ontem, atrelado ao ajuste que ocorreu em dezembro de 2016, reforça a perspectiva de que o Fed pode continuar aumentando os juros no decorrer do ano. Ainda segundo Yellen, os dirigentes do órgão esperam aumentar os juros outras vezes para chegar perto da estimativa para taxa sustentável de 3% até 2019. Para a presidente, o aumento da taxa de juros faz sentido e dá confiança que a economia continue se recuperando.

Desde a crise de 2009, é a segunda vez que o Fed aumenta a taxa de juros de curto prazo. De acordo com dados também publicados ontem, a inflação norte-americana ultrapassou em dezembro os 2%. É a primeira vez que isso acontece em dois anos e meio.

Para Janet Yellen, os riscos da economia a curto prazo estão equilibrados, mas a atenção do Fed está voltada para o fraco crescimento global e para os preços das commodities na economia norte-americana.

Em seu discurso, a presidente do Fed também disse que vai acompanhar de perto as políticas econômicas da nova administração dos EUA, já que o novo presidente, Donald Trump, traz consigo promessas que, segundo ele, irão impulsionar o crescimento da economia. A ideia do órgão é observar os passos do novo líder para levá-las em conta nas próximas projeções e decisões sobre a taxa de juros.

Economia próxima às metas

Outros fatores que poderiam contribuir para que o Federal Reserve caminhe mais rápido com o aumento da taxa de juros são o estímulo fiscal e o baixo desemprego, que está girando em torno de 4,7%.

Janet ainda afirmou que a economia dos Estados Unidos está próxima das metas de emprego e inflação, mas que o Federal Reserves permanecerá atento, porque não há muito espaço para cortes.

“Nosso pé permanece no pedal em parte porque queremos ter certeza de que a expansão econômica vai permanecer forte o suficiente para resistir a um choque inesperado, já que não temos muito espaço para cortar as taxas de juros”, afirmou Yellen.

Por fim, a presidente do Fed disse que provavelmente não serão necessárias elevações dramáticas nas taxas de juros. Isso porque o crescimento da produtividade do país segue lento e impede a expansão econômica. De todo modo, ela reiterou que o tamanho dos próximos aumentos depende do desenvolvimento econômico.

Em discurso, na noite da última quinta-feira (19), a presidente do Federal Reserves afirmou que não vê grandes riscos de superaquecimento da economia dos EUA. Ela também disse não esperar por uma aceleração intensa no curto prazo.

As declarações de Yellen indicam a intenção de gradativamente dar continuidade ao aumento das taxa de juros nos próximos meses. No seu discurso, ela disse que a economia do país depende de forças de longo prazo que afetam diretamente a demanda e a oferta e que a composição das mudanças fiscais permanecem cercadas de incertezas.

Ademais, a dirigente demonstrou que tais mudanças podem afetar a expectativa econômica dos EUA. Contudo, existem outros fatores que estão sendo levados em consideração neste momento. Para ela, as baixas taxas de juros são um dos diversos fatores que influenciam a  valorização de ativos.  

Aqui no Brasil, especialistas indicam que a Bovespa, principal Bolsa de Valores do país, pode sofrer alguma pressão com a decisão de elevar as taxas de juros nos EUA. Isso pode ser sentido porque a alta nos juros acontecem ao mesmo tempo em que o Brasil vive uma fase de incertezas políticas, o que pode causar alguma volatilidade e pressão para câmbio e Bolsa.   

Redação

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