FMI diz que dívida da Grécia é insustentável e que país precisa de mais 50 bi de euros até 2018
Redação | São Paulo – 02/07/2015 – 13h23
Atualizada às 14h26
O FMI (Fundo Monetário Internacional) declarou nesta quinta-feira (02/07) que a Grécia necessita de ao menos € 50 bilhões em um novo financiamento por mais três anos para conseguir fechar as contas. Desse montante, pelo menos € 36 deveriam vir da União Europeia (UE). Segundo a instituição, a atual situação da dívida é insustentável e é preciso aliviar os seus pagamentos.
Em relatório, o FMI diz que, mesmo com concessões financeiras até 2018, a dívida permanecerá muito alta por décadas e extremamente vulnerável a choques. “Dada a dinâmica frágil das dívidas, concessões futuras são necessárias para trazer de volta a sustentabilidade da dívida”, diz o documento, consultado pelo jornal britânico The Guardian.
EFE
Situação de impasse com credores provocou corrida a caixas eletrônicos em Atenas nos últimos dias
Para o órgão, um dos problemas que torna a dívida insustentável é a substituição gradual dos empréstimos baratos da zona do euro com empréstimos caros dos mercados.
De acordo com o FMI, a situação financeira do país deteriorou-se nos últimos tempos porque Atenas tem sido lenta em realizar reformas econômicas. Para o órgão, credores europeus devem oferecer descontos em taxas de juros e um período maior para o pagamento da dívida.
Essa análise foi realizada antes de o governo grego entrar em default técnico ao não pagar a parcela da dívida de € 1,6 bilhão para com a instituição na última segunda-feira (29/06).
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Ela também é anterior à decisão do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, de decretar o controle de capitais, com o fechamento temporário de bancos e a restrição de saques em caixas eletrônicos. Acredita-se que o panorama financeiro seja ainda pior agora.
No domingo (05/07), a população grega vai às urnas decidir se concorda ou não com as propostas de credores para um acordo que implique a prorrogação do resgate financeiro e, consequentemente, a instauração de reformas econômicas de maior austeridade.
Para líderes europeus, esse referendo não faz sentido, uma vez que a oferta concedida pela troika (Banco Central Europeu, Conselho Europeu e FMI) já expirou nesta semana após o calote. Para o presidente do Eurogrupo, essa consulta popular poderá levar o debate muito mais no âmbito da permanência ou não de Atenas na zona do euro.
EFE
Premiê grego, Alexis Tsipras insiste em certos ajustes para fechar acordo com Eurogrupo
Entenda o caso
Horas após dar calote no FMI, a Grécia pediu na quarta-feira (01/07) “mudanças graduais” às condições impostas pelo Eurogrupo. Negociado há meses, esse acordo busca um consenso pela prorrogação do resgate financeiro por parte das instituições financeiras europeias, em troca da aceitação do governo grego por reformas estruturais e corte orçamentário.
No fim de semana, o governo anunciou a restrição de capitais, limitando a retirada de dinheiro a € 60, bem como ordenando o fechamento de bancos e dos mercados até o dia 7 de julho. A decisão gerou uma corrida a caixas eletrônicos, além de manifestações pró e contra o governo em Atenas.
Nos últimos meses, o governo grego tentou negociar com os credores a possibilidade de um novo empréstimo no valor de 7,2 bilhões de euros, em troca de reformas orçamentárias. Uma das principais exigências do Eurogrupo é o corte no setor previdenciário, algo a que os ministros do Syriza radicalmente se opõem.
Pesquisa aponta que 54% dos gregos votarão pelo ‘não’ a acordo com credores em referendo
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Redação | São Paulo – 01/07/2015 – 11h21
Ao menos 54% dos gregos responderão “não” à pergunta “Você aceita as medidas propostas pelas Instituições Europeias?”, indicou uma pesquisa publicada no jornal grego Efimerida ton Syntakton e citada pela Reuters nesta quarta-feira (01/07).
EFE
Grafite perto de Parlamento: ‘oxi’ significa ‘não’ em grego
Na última sexta-feira (26/06), o governo grego anunciou a criação de um referendo para decidir os rumos das negociações com credores europeus, agendada para este domingo (05/07).
Realizada entre 28 e 30 de junho, a enquete também revelou que 33% da população helena diria “sim” a um pacote de resgate financeiro formulado pela troika (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu).
Embora a maioria dos gregos diga que pretende votar pelo “não”, essa vantagem diminuiu significativamente após o governo anunciar, na noite de domingo (28/06), a restrição de capitais,limitando a retirada de dinheiro a € 60 euros, bem como ordenando o fechamento de bancos e dos mercados até o dia 7 de julho.
EFE
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De acordo com a pesquisa, o apoio ao “não” é mais forte entre os eleitores do partido governista de esquerda Syriza (77%), da legenda de extrema-direita Aurora Dourada (80%) e dos comunistas do KKE (57%). A maioria dos desempregados também endossa essa preferência (62%).
Já o “sim” é mais forte entre os eleitores de centro-direita Nova Democracia (65%), o centrista pró-europeu To Potami (68%) e o centro-esquerdista Pasok (65%).
Hoje, o vice-presidente da Comissão Europeia (CE) para o Euro, Valdis Dombrovskis, afirmou que a questão que será feita no referendo “não é realmente válida” já que “reflete uma pergunta sobre um programa que expirou”.
Na noite de terça-feira (30), a Grécia entrou oficialmente em default técnico por não transferir para o FMI (Fundo Monetário Internacional) o valor da parcela de € 1,6 bilhão, tornando-se o primeiro país de economia considerada “desenvolvida” a dar calote nos últimos 71 anos.
Ontem, ao menos 22.000 pessoas foram à praça Syntagma, em Atenas, para se manifestarem a favor do “sim”. Neste local, na segunda (29), outra manifestação reuniu milhares pedindo voto no “não”. Na ocasião, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras disse que renunciará ao cargo, caso o “sim” vença, renunciará um dia após o referendo.
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