Documentário: Os Incrédulos (Completo) – Dawkins e Krauss

do blog de Antonio Ateu

Lawrence Krauss: “Um país com uma população desinformada, é uma ameaça à democracia.”

https://www.youtube.com/watch?v=QTvJORbVyDw

The_Unbelievers_Poster

The Unbelievers é um documentário que segue os famosos cientistas Richard Dawkins e Lawrence Krauss em várias palestras públicas, de modo a promover a racionalidade e a salientar a importância que a ciência tem no mundo moderno.

O documentário inclui entrevistas com alguns famosos: Stephen Hawking, Ayaan Hirsi Ali, Sam Harris, David Silverman, Ricky Gervais, Woody Allen, Cameron Diaz, Sarah Silverman, Bill Pullman, Bill Maher, Stephen Colbert, Tim Minchin, Eddie Izzard, Penn Jillette, James Randi, James Morrison, Michael Shermer, Ian McEwan, entre vários outros.

É um documentário chato, que me parece de publicidade aos dois cientistas. Porque digo isto?
Porque duvido que alguém tenha sido “convertido” por este documentário. Ele é visto por quem já gosta de ciência e de racionalidade. É “pregar aos já convertidos pela ciência”.

É verdade que o documentário não tem qualquer debate com substância.
Também é verdade que o documentário tem somente 75 minutos. Mas infelizmente, o documentário contém muitas imagens e música de fundo desnecessárias. Se tirassem essas cenas, se tirassem as apresentações deles nas palestras, se tirassem as imagens deles a viajar pelas ruas, se tirassem as manifestações, se tirassem várias outras cenas desnecessárias, se calhar dava para incluir um debate mais substantivo.

Por outro lado, pareceu-me um documentário com menor preocupação em defender a ciência e o pensamento científico, e com um maior pendor em atacar o pensamento religioso… promovendo o ateísmo.
Eu até percebo isto, dado o clima social nos EUA. No entanto, estava à espera de um documentário de defesa da ciência e não foi isso que vi.

Gostei quando eles discutem um com o outro. Infelizmente, foi só sobre as crenças religiosas dos políticos (e médicos) e se são relevantes ou não para a vida pública.

Gostei quando Krauss afirma que o Multiverso serve o propósito de um deus criador do universo. Ou seja, eu interpretei como a especulação do multiverso ser basicamente uma religião, em que se acredita sem evidências.

Algumas citações que me parecem relevantes do documentário:

Ricky Gervais: “Crenças pessoais não mudam os factos. Mas numa pessoa racional, os factos mudam as crenças.”

Ricky Gervais: “Todas as pessoas têm o direito de acreditarem no que quiserem. Assim como eu tenho o direito de pensar que uma certa crença é totalmente ridícula.”

Ricky Gervais: “Eu fico espantado quando alguém me diz que toda a gente tem direito à sua opinião e pode dizer o que quiser… e a seguir me diz que eu devo me calar ao promover o ateísmo.”

Ricky Gervais: “Se deus me deu um cérebro para pensar por mim próprio e se me deu livre arbítrio para eu poder fazer as minhas próprias escolhas, então porque me envia para o inferno por utilizar as ferramentas que ele me deu?”

Ricky Gervais: “Os primeiros cristãos eram chamados de ateus pelos Romanos, porque não acreditavam nos vários deuses. E na verdade, é essa a definição de ateísmo: uma pessoa acreditar em menos um deus que outra pessoa.”

Ian McEwan: “As pessoas realmente não acreditam na vida após a morte. Já fui a vários funerais e as pessoas estão sempre a chorar compulsivamente. Eles sabem que perderam aquela pessoa e que nunca mais a vão encontrar.”

Cameron Diaz: “Eu adoro ciência, porque ela dá-te poder, o poder do conhecimento. Ela permite que não fiques parado nas tuas ideias mas que vás evoluindo no conhecimento do mundo à tua volta.”

Cameron Diaz: “Enquanto a religião diz sempre a mesma coisa há séculos, a ciência aprende e evolui. A religião é limitada em relação à ciência que é mais abrangente. A religião começa há 6.000 anos, enquanto a história que a ciência nos conta começa há 4,6 mil milhões de anos. A ciência dá-nos muito mais informação. E isso assusta as pessoas.”

Cameron Diaz: “Os mitos são como drogas. As pessoas preferem tomar a droga chamada mito, que os faz sentir aconchegados, acomodados, em paz com tudo e dormentes, do que olhar para a realidade de um universo gigantesco. Mas um Universo gigantesco é muito cool, é fantástico e faz-te sentir vivo.”

Stephen Hawking: “Numa democracia, como podem as pessoas decidir sobre assuntos científicos se não entendem a ciência?”

Lawrence Krauss: “Um país com uma população desinformada, é uma ameaça à democracia.”

 

 

Redação

51 Comentários

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  1. Importante

    Acho importante divulgar esses vídeos.

    Nestes tempos em que as trevas se  alastram.

     

    Onde geólogos criacionistas estão dizendo que bactérias não evoluem para resistir a antibióticos

    http://www.criacionismo.com.br/2014/09/bacterias-evoluem-para-resistir.html

     

    e o Brasil vai ser sede do Congresso Brasileiro de design inteligente(???)

    http://www.criacionismo.com.br/2014/09/1-congresso-brasileiro-de-design.html

     

  2. A única maneira de ser ateu é através do cristianismo

    http://www.openculture.com/2013/11/slavoj-zizek-on-atheism.html

     

    In His Latest Film, Slavoj Žižek Claims “The Only Way to Be an Atheist is Through Christianity”

    For some time now, Slavoj Žižek has been showing up as an author and editor of theology texts alongside orthodox thinkers whose ideas he thoroughly naturalizes and reads through his Marxist lens. Take, for example, an essay titled, after the Catholic G.K. Chesterton, “The ‘Thrilling Romance of Orthodoxy’” in the 2005 volume, partly edited by Žižek, Theology and the Political: The New Debate. In Chesterton’s defense of Christian orthodoxy, Žižek sees “the elementary matrix of the Hegelian dialectical process.” While “the pseudo-revolutionary critics of religion” eventually sacrifice their very freedom for “the atheist radical universe, deprived of religious reference… the gray universe of egalitarian terror and tyranny,” the same paradox holds for the fundamentalists. Those “fanatical defenders of religion started with ferociously attacking the contemporary secular culture and ended up forsaking religion itself (losing any meaningful religious experience).”

    For Žižek, a middle way between these two extremes emerges, but it is not Chesterton’s way. Through his method of teasing paradox and allegory from the cultural artifacts produced by Western religious and secular ideologies—supplementing dry Marxist analysis with the juicy voyeurism of psychoanalysis—Žižek finds that Christianity subverts the very theology its interpreters espouse. He draws a conclusion that is very Chestertonian in its ironical reversal: “The only way to be an atheist is through Christianity.” This is the argument Žižek makes in his latest film, The Pervert’s Guide to Ideology. In the clip above, over footage from Scorsese’s The Last Temptation of Christ, Žižek claims:

    Christianity is much more atheist than the usual atheism, which can claim there is no God and so on, but nonetheless it retains a certain trust into the Big Other. This Big Other can be called natural necessity, evolution, or whatever. We humans are nonetheless reduced to a position within the harmonious whole of evolution, whatever, but the difficult thing to accept is again that there is no Big Other, no point of reference which guarantees meaning.

    The charge that Christianity is a kind of atheism is not new, of course. It was levied against the early members of the sect by Romans, who also used the word as a term of abuse for Jews and others who did not believe their pagan pantheon. But Žižek means something entirely different. Rather than using atheism as a term of abuse or making a deliberate attempt to shock or inflame, Žižek attempts to show how Christianity differs from Judaism in its rejection of “the big other God” who hides his true desires and intentions, causing immense anxiety among his followers (illustrated, says Žižek, by the book of Job). This is then resolved by Christianity in an act of love, a “resolution of radical anxiety.”

    And yet, says Žižek, this act—the crucifixion—does not reinstate the metaphysical certainties of ethical monotheism or populist paganism. “The death of Christ,” says Žižek, “is not any kind of redemption… it’s simply the disintegration of the God which guarantees the meaning of our lives.” It’s a provocative, if not particularly original, argument that many post-Nietzschean theologians have arrived at by other means. Žižek’s reading of Christianity in The Pervert’s Guide to Ideology—alongside his copious writing and lecturing on the subject—constitutes a challenge not only to traditional theistic orthodoxies but also to secular humanism, with its quasi-religious faith in progress and empirical science. Of course, his critique of the vulgar certainties of orthodoxy should also apply to orthodox Marxism, something Žižek’s critics are always quick to point out. Whether or not he’s sufficiently critical of his communist vision of reality, or has anything coherent to say at all, is a point I leave you to debate.

    via Biblioklept

     

  3. Eu sou um cético radical,

    Eu sou um cético radical, este video foi feito por deistas enrustidos.

    Eu SEI que tudo que acontece no universo é obra do caos.

    Eu SEI que o ser humano só pode contar com ele mesmo, e SEI com certeza que o salvação da humanidade é o socialismo,  o estado deve reprimir e controlar os instintos iracionais do ser humano que se manifesta especialmente na cobiça da posse, a propriedade privada. 

     

     

  4. Tambem nao gostei

    O documentario nao e’ um documento cientifico, e’ apenas promocao pessoal na maior parte do tempo. As discussoes deixam uma vontade de ver mais, mas dentro do filme mesmo sao apenas frases soltas.

    As participacoes dos outros sao melhores, mas ainda assim nao salvam o filme. O ponto alto e’ Ricky Gervais, mas se voce quer ve-lo em acao, basta por no google “Ricky Gervais atheism” e voce vai encontrar material muito melhor.

    Um documentario mais interessante e’ o “Religulous” do Bill Maher. Se alguem achar um link, vale a pena postar aqui.

  5. “entrevistas com alguns

    “entrevistas com alguns famosos: Stephen Hawking, Ayaan Hirsi Ali, Sam Harris, David Silverman, Ricky Gervais, Woody Allen, Cameron Diaz, Sarah Silverman, Bill Pullman, Bill Maher, Stephen Colbert, Tim Minchin, Eddie Izzard, Penn Jillette, James Randi, James Morrison, Michael Shermer, Ian McEwan, entre vários outros”:

    Eh, fabuloso, mas infelizmente tem Dorkins.

    E James Randi ainda por cima…  Eu simplesmente NAO TOLERO oportunistas.  Sou espirita da cabeca aos pes e NAO TOLERO OPORTUNISTAS.

  6. Ridículo do ridículo

    “Todas as pessoas têm o direito de acreditarem no que quiserem. Assim como eu tenho o direito de pensar que uma certa crença é totalmente ridícula.” (Ricky Gervais)

    Gervais não crê em Deus porque acha que a visão dos crentes é ridícula, mas o douto cientista não tem sabedoria para compreender que o fato do crente ter uma interpretação errônea do Criador não quer dizer que Este não exista.

    Ridículo é achar que se conhece tudo quando todos sabemos o quão limitados somos.

    Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa.

    1. E o problem d perig d obscurantismo p/ a democracia, o q vc diz?

      Isso é que é importante no contexto atual, nao é mesmo? Quando temos uma candidata à presidência que é criacionista, e que já defendeu (tenho um vídeo dela dizendo isso) que “as duas teorias” deveriam ser ensinadas nas escolas… Sem falar na ingerência de posiçoes religiosas em questoes de saúde pública, como a do aborto (que é uma das maiores causas de morte de mulheres no Brasil) e em outras questoes sociais, como as que dizem respeito à populaçao LGBT. 

    2. Sobre ridiculos

      Bispo, acho que voce interpretou errado.

      Gervais nao disse que a crenca em deus e’ ridicula. A questao que se coloca no filme e em varios forums hoje em dia e’ que se pode criticar gosto, futebol, politica e qualquer outra coisa, menos religiao. Se eu acho voce um idiota, eu posso dizer, mas se eu acho que certa crenca e’ idiota, eu devo ficar calado, porque “e’ ofensivo, etc”.

      Esta ideia e’ ridicula por si so’. Voce tem o direito de acreditar no que quiser e eu tenho o direito de, se for o caso, achar que sua crenca e’ ridicula. Religioes nao estao, nem podem estar acima de critica.

      Leia de novo o quote e vera que ele nao fala que a crenca em Deus e’ ridicula, mas que tem o direito de achar certa crenca ridicula.

      E e’ assim mesmo que tem que ser.

      Alias, crencas comecam a ser ridiculas no momento em que elas comecam a brigar com fatos. Sinceramente, acreditar em alguma versao de deus nao e’ ridiculo, mas acreditar que deus criou um primeiro casal ha 6,000 anos e’. Totalmente. Ridiculo.

      Isso nao quer dizer que todos os cristao acreditam nisso literalmente, a maioria das faccoes cristas tem bom senso e aceita que isso e’ uma especie de alegoria, uma “parabola”. Mas existe uma parcela que acredita piamente e nao apenas prefere ignorar os fatos ja mais que comprovados como voluntariamente procura deturpar estes mesmos fatos para dar a (falsa) impressao que eles nao esta tao comprovados assim… Alem de ridiculo, colocar crenca acima de fato e’ perigosissimo.

      1. Caro Luis

        Vamos sintetizar o imbróglio: Gervais não concebe Deus, portanto, a crença numa força criadora lhe soa ridícula, aliás, da mesma forma como soa ridícula a teoria de que possa existir efeito sem que haja causa, para nós outros.

        Precisamos compreender que em matéria de conhecimento somos todos ridículos, pois, nenhum de nós tem a verdadeira ciência dos fatos que propiciam a existência do Universo.

        Na verdade, todos nós temos partes da Verdade, ninguém tem a Verdade na íntegra e só por isso já se candidata ao ridículo quem julga a teoria de seu interlocutor como ridícula.

        Grande abraço, Luis. 

        1. Vamos la

          E’ uma suposicao sua que Gervais considere a crenca em deus ridicula. Nao esta escrito no texto, nem se infere da citacao feita. O que ele diz e’ que tem o direito de achar ridicula qualquer crenca, mas ele nao diz quais crencas acha ridicula.

          Evidentemente, ninguem sabe a verdade inteira. Mas so as religioes e’ que afirmam sabe-la. A ciencia se corrige o tempo todo, as religioes continuam afirmando que lendas escritas em livros da idade do bronze sao a verdade definitiva. Nem toda pessoa que deseja crer acredita nisso, mas a crenca de que um livro de 4000 anos pode saber mais sobre a origem do universo e da vida que o conhecimento cientifico acumulado nestes 4000 anos… bem, se nao fosse ofensivo, eu bem que poderia dizer que e’ uma crenca ridicula.

          Por fim, eu nem deveria falar, e correndo o risco de parecer ofensivo novamente, mas e’ exatamente o tipo de argumento (o tal do efeito sem causa) que voce usa para defender a ideia de Deus que e’ criticado. Funciona assim:

          – Eu acredito em Deus porque todo efeito tem causa.

          – Mas entao, qual e’ a causa de Deus?

          – Deus nao tem causa, ele e’ a causa primordial.

          – Entao nem tudo tem causa, certo?

          – Tudo tem causa, menos Deus.

          – Voce aceita efeito sem causa,certo?

          – Nao, tudo tem causa, nao tenho duvida disso. E a causa de tudo e’ Deus. E Deus nao tem causa.

          – Mas entao Deus teria que ter causa. Ou entao, nem tudo tem causa e portanto poderia haver outras coisas sem causa.

          – Vamos parar de discutir. Entender Deus e’ muito complicado para a mente humana…

          Percebe como o raciocinio se destroi sozinho? Mas por mais que seja evidente que o argumento da causa primordial e’ insustentavel e, no fundo, falacioso, quem deseja crer continua usando indistintamente. Colocar uma ideia pre-concebida (e pior, concebida ha 4000 anos) acima da sua propria razao e do conhecimento acumulado e’ o que Gervais chama de ridiculo.

          So para esclarecer: a propria “teoria do efeito sem causa” e’ invencao de quem deseja crer. Tudo que a ciencia faz e’ procurar entender os fenomenos e isso depende de explicar as causas tambem. So que as causas nao sao aquelas que quem deseja crer gostaria.

          (A proposito, Gervais nao e’ cientista, e’ ator. Nao que isso importe muito, mas ajuda a colocar o comentario no contexto mais correto)

    3. citação

      O sei que nada sei

      Citação estranha para alguém que defende haver verdades absolutas e que devemos acreditar em coisas sem provas.

       

      Isso é típico de criacionistas. Usam o fato de que a ciência erra, o que é normal,  para tentar empurrar essas bobagens criacionistas para as crianças nas escolas.  

       

       

      1. Edson, na boa, eu me

        Edson, na boa, eu me considero cientista, mas por favor, nao achemos que temos o Rei na barriga. Acho que o Bispo da Gama estah parcialmente certo, somos limitados e o endeusamento da ciencia cega tanto quanto a religiao.

        1. Na boa Francy

          Você também não está de todo errado e o adendo fica por conta do Bispo que não é da Gama, mas da Dama.

          Complementando o que eu disse para o nosso amigo Marcon:

          O espiritismo é evolucionista, mas mesmo quem estuda a doutrina dos espíritos precisa ser criterioso para não sair por aí dizendo bobagens.

          Espiritismo é Filosofia, Ciência e Religião e foi codificado por Alan Kardec através de muitos espíritos, não por Chico Xavier, através de um ou dois espíritos, como muitos acreditam. Emmanuelismo, ramatismo, espiritualismo e outros, não são espiritismo.

          Para conhecer o verdadeiro espiritismo é necessário ter a mente aberta para não se deixar obstar por seu maior cisma, o roustanguismo, que normalmente leva o estudante à descrença na doutrina, da mesma forma que o pesquisador do Universo se transforma num ateu ou descrente assim que toma conhecimento das peripécias do deus bíblico.

          Grande abraço, Francys.

      2. Caro Marcon

        Provavelmente você nem tenha idéia do que é isso, mas nem todo ciente em um Criador é criacionista. Espiritas, por exemplo, são evolucionistas e até muito mais que os darwinistas porque estendem a evolução para além do corpo físico.

        Sua visão limitada existe em decorrencia de você achar que sabe muito, quando na verdade, em termos de conhecimento do Universo, não aprendeu nem a engatinhar ainda.

        Grande abraço.

        1. Mais evolucionista?

          Como assim, mais evolucionista? Um estudioso da evolucao elabora a teoria baseada em evidencias encontradas no registro fossil, na genetica, nas camadas geologicas, na quimica organica, para determinar a sequencia de eventos que gerou o mundo que conhecemos. Os principios de descendencia com modificacao e selecao natural nao sao ideias que Darwin teve num momento de meditacao em seu quarto, sao ideias fruto de anos de expedicoes e observacoes detalhadas. E depois, foram expostas a decadas de escrutinio e comparacao com as fontes que eu citei acima. Se elas sao consideradas validas ate hoje, nao e’ porque tenham uma fonte divina e sim porque continuam ate hoje a serem capazes de explicar a formacao da diversidade biologica neste planeta e concordam plenamente com TODAS as observacoes feitas ate o momento.

          O que eu quero dizer e’ que ciencia nao se baseia numa ideia aleatoria, “codificada” por psicografia e sem suporte evidencial. Assim, apenas “acreditar” que espiritos evoluem de formas primitivas para formas “superiores” nao e’ cientifico e portanto nao e’ “mais evolucionista”. Veja que nao estou discutindo se sua crenca e’ correta ou nao – apenas nao tem nenhuma relacao com a Teoria da Evolucao para poder dizer se e’ mais ou menos evolucionista.

           

          1. Parâmetros

            Caro Luis…

            A ciência se divide em várias partes o que significa dizer que a opinião de um cientista astrofísico sobre a ciência espírita é tão relevante quanto um paleontólogo discorrer sobre física quântica.

            Toda ciência tem sua peculiaridade no que tange aos seus padrões de discernimento.

            Paro por aqui porque meu tempo é pequeno, mas vou colocar um vídeo sobre o espiritismo que talvez possa interessar a quem quer aumentar suas fontes de conhecimento.

            abração.

          2. Isso e’ tergiversar

            Primeiro, a gente pode ate querer mudar o significado das palavras e usar a mesma palavra para identificar coisas diferentes. Mas simplesmente usar a mesma palavra nao torna as coisas iguais. Dizer “ciencia espirita” usa um significado particular da palavra ciencia. No sentido mais usual, no qual Astrofisica e’ ciencia, Paleontologia e’ ciencia, Fisica Quantica e’ ciencia, espiritismo nao e’ ciencia.

            Segundo, as separacoes entre as ciencias sao relativamente arbitrarias. Elas tem apenas o sentido de facilitar a coordenar a aquisicao de conhecimento, tornando ora mais eficiente, ora mais profundo o tipo de analise. Mas todas as “ciencias” na acepcao usual do termo compartilham de uma serie de criterios para validar as conclusoes que sao baseadas em empirismo, logica, consistencia, adequacao da teoria ao fato (e nao o contrario), etc.

            Dizer que cada uma tem peculiaridades quanto aos “padroes de discernimento” e’ confundir tecnicas especificas com principios gerais. Os principios gerais sao sempre os mesmos.

            Sua ideia de que uma pessoa especializada em uma ciencia nao pode ter suficiente conhecimento para dar uma opiniao em outra me parece apenas uma tentativa de se esconder atras do “veu da autoridade”, que e’ algo totalmente anti-cientifico. Ciencia nao tem autoridade, tem especialistas. Especialistas provavelmente terao mais conhecimentos sobre um determinado assunto, mas isso nao impede que outros possam entender e participar da discussao.

            So aqueles que realmente nao entendem ciencia e’ que buscam esconder-se atras da ideia da autoridade. Neste caso, e’ melhor esquecer a ciencia e dar a autoridade ao papa ou ao mula’, porque pouca diferenca havera.

             

          3. Desculpe discordar, Luis

            Mas Espiritismo é tão ciência quanto Astrofísica, Paleontologia ou Física Quântica.

            É exatamente disso que falo quando digo que está faltando conhecimento para uma discussão mais ampla do tema.

            Se você puder, ouça o vídeo que coloquei nesse post, não precisa ver basta ouvir para se ter, ao menos, um ângulo a mais de visão.

            Por ultimo vou parafraseá-lo para que você tenha uma idéia do quanto está sendo radical.

            Só aqueles que realmente não entendem que a ciência é multipla é que buscam esconder-se atrás da idéia da autoridade. Neste caso, e’ melhor esquecer as Leis que regem o Universo e dar a autoridade a Dawkins ou Krauss, porque pouca diferença haverá.

            Abração. 

          4. Nao precisa se desculpar…

            Como eu disse, voce pode dar a palavra ciencia o significado que quiser, mas isso nao muda a realidade. Ciencia, no sentido usual, e’ um metodo que implica em racionalidade, empirismo, adequacao da teoria ao fato, logica, consistencia. E’ provavelmente possivel testar hipoteses relacionadas a existencia de espiritos com base cientifica. E isso ja feito e o resultado foi nulo.

            No mais, voce agora postar um video para explicar algo que voce nao consegue explicar por voce mesmo nao ajuda muito. Se eu tiver tempo, ate vou escutar, mas voce vai estar disposto a debater de verdade, ou apenas vai ficar repetindo que “falta conhecimento para uma discussao mais ampla”?

             

          5. Feito!

            Eu topo o desafio, Luis.

            Assista ou ouça o vídeo, mas antes deixe-me te explicar algumas coisas.

            No princípio do vídeo você vai achar o palestrante meio presunçoso, mas te recomendo continuar assistindo, até porque, no campo da ciência o que não falta é pseudo-sábio transbordando soberba.

            Sergio Aleixo inicia a palestra generalizando as ciências e os cientistas, mas do meio para o final fala da cisma existente dentro do próprio Espiritismo, o roustanguismo.

            Kardec se valeu puramente da racionalidade, da lógica, do empirismo, para codificar o Espiritismo, isto, é claro, não poderia estar num vídeo de apenas 33 min., contudo, creio ser um início para entabularmos a discussão que se seguirá, se você assim o desejar.

            Abração.  

        2. ???????

          “Sua visão limitada existe em decorrencia de você achar que sabe muito, quando na verdade, em termos de conhecimento do Universo, não aprendeu nem a engatinhar ainda.”

           

          E agora sou EU que “ME ACHO”?

          vc solta uma bobagem dessas, dizendo que OS OUTROS não sabem nada, e acha que está sendo o que, humilde?

           

          Cada om que aparece por  aqui…..

          1. Meça as palavras para não dizer besteiras, Marcon

            Eu não disse que você não sabe, disse que nós não sabemos.

            Mas se você se julga tão sábio, então, que seja. 

            Rendo homenagens à sua educação e cultura científicas. Meus parabéns. 

             

          2. Não vai fugir não!

            “Eu não disse que você não sabe, disse que nós não sabemos.”

            Ha, disse sim!

            VOCÊ escreveu que eu, “em termos de conhecimento do Universo, não aprendeu nem a engatinhar ainda.”

            Se fosse “nós não sabemos” deveria ter escrito que “em termos de conhecimento do Universo, não aprendemos nem a engatinhar ainda.”

            Quem se julga superior aqui é você.

          3. É verdade Marcon

            Eu disse mesmo o que você está dizendo, peço desculpas por haver me expressado mal, dando vazão a que me achasse alguém arrogante.

            Gostaria de poder ter mais tempo de debater com pessoas de seu nível intelectual, assim como do Luis e do Francy, mas meu tempo realmente é exíguo e por culpa do Lula e da Dilma que me encheram de trabalho.

            Um grande abraço, Marcon, e se puder me perdôe a intromissão em vosso espaço.

    1. A vaidade de Dawkins nao prova que o ateísmo seja imbecil

      Pessoalmente acho a cruzada ateísta de Dawkins contra-producente. Mas o que está em jogo neste tópico nao é ateísmo ou nao ateísmo. O que é grave no criacionismo, e no fundamentalismo religioso em geral, nao é a fundamentaçao religiosa em si mesma, mas o obscurantismo, a ignorância, o desprezo pelo conhecimento científico. E as tentativas dos fundamentalistas de interferir em questoes da sociedade, forçando todos, e nao só os ateus, a agir de acordo com os princípios religiosos deles. Esse é o tema do tópico, o perigo que isso representa para a democracia. 

       

        1. Tava recém operada, Francy, e c/ acesso difícil a computador

          Mas estou voltando gradativamente. Já estou em casa, de novo com meu computador, e bem melhor. Obrigada. 

  7. Estado Laico

    O Religioso não poderia ser político, não é ético, Igreja é isenta de impostos, não há controle fiscal de doações recebidas, ai teremos um ENORME caixa dois, sim a corrupção caminhará junto… EU NÃO VOTO EM RELIGIOSO, Padre, Pastor, Evangélico etc……

  8. show de bola

    Toda criança deveria ter o direito de ter uma iniciação cientifica e cética do mundo antes de cair nas garras de uma religião. Nas palavras de Richard Dawkins : ” Pelo direito de ridicularizar e desprezar as religiões”. Por  um mundo menos idiota.

     

    1. ” Pelo direito de

      ” Pelo direito de ridicularizar e desprezar as religiões”.

       

      Vc realmente acredita que ridicularizando algo eh o caminho a ser seguido?

      1. Vc assistiu o video ?

        Os argumentos de Dawkins são impecáveis. Tudo neste mundo  é discutível, tudo é ridicularizável, incluindo a ciência. Entretanto a coisa mais ridicula da civilização, a religião, não pode nem ser discutida. Haja hipocrisia.

  9. o caminho mais rápido pra se tornar ateu

    há uma dito (uma chacota talvez mais conhecida entre ex-alunos) de que estudar em escola de jesuítas é o caminho mais rápido pra se tornar ateu.

    Por outro lado, uma curiosidade: pelo menos no colégio jesuíta onde estudei, o padre-diretor contava piada que o mais jovem e ousado professor de química jamais contaria.

    1. Também fui aluno de um

      Também fui aluno de um colégio jesuíta!

      O mais interessante é que a ordem jesuíta tem por objetivo formar exatamente os mais crítiocos e informados defensores da fé. O problema é que quanto mais eles ensinam mais os alunos perdem a fé.

    1. Aqui..ela foi bem arrogante

      Aqui..ela foi bem arrogante hein? Serah realmente que ela nao eh idiota? Eu tbm nao acredito em religiao etc, mas nao precisa usar isso para passar-se de “cult”.

      1. Idiotices

        Ateus sao imorais.

        Ateus nao tem motivo para fazer o bem, sao essencialmente egoistas

        Ateus tem odio de Deus

        Ateus sao na verdade seguidores do Diabo, tentando afastar as pessoas do seu Criador

        ….

        ….

        A gente tem que aguentar tudo isso e quando chama um idiota de idiota, isso e’ que e’ escandaloso, nao toda forma de preconceito gerada pelo “santos” contra quem prefere usar a razao?

  10. Só nos resta evoluir

    O que vemos é a impossibilidade de ser totalmenre ateu ou crente. Os catecismos em geral são

    muito ruins e em algum ponto acabam em se apoiar nos dogmas. Ora dogma não se discute, então

    devemos obrigatoriamente acreditar em alguma autoridade que via de regra tambem não apresenta

    credenciais de evolução ou santidade? O que sobra é a vontade de aprender, evoluir, errar o menos

    possível. Em resumo ,estou com o Ivan de union, lembrando que estamos confinados  entre a animalidade

    e a agelitude e só nos resta continuar evoluindo.

    1. espiritismo é a mais ridícula das crenças

      Bem, já que o termo ridículo foi liberado neste post , deixe-me tratar da mais ridicula das crenças : o espiritismo.

      Certa vez um espirita famoso foi questionado acerca de quantas “almas” haviam no universo. O espirita respondeu : “infinitas”. 

      Bem , respondeu o questionador, então não pode haver a reencarnação já que sempre haverá uma alma nova para tomar um corpo e a alma antiga nunca retornará.

      Isto causou uma revolução entre os espiritas que passaram a calcular (sic) quantas almas existem no universo. E, pasmem, chegaram a um numero finito de almas existentes no universo. Não me recordo bem , mas algo em torno de 14 bilhões de almas. Conclusão : ao tentar oferecer ares “cientificos” à sua crença, os espiritas recaem em situações em que perdem totalmente o senso de ridículo.

      1. Pegadinha do Faustão

        O espírita famoso que ninguém sabe quem é respondeu de forma correta, dado que, claro, não é possível saber o número exato de almas(?) ou espíritos existentes no Universo, pois se nem a quantidade de mundos habitados conhecemos.

        Quanto à premissa do interlocutor, esta é bastante antiga e muito fácil de ser derrogada, até porque, o infinito pressupõe uma gama imensurável de espíritos que pela Lei de evolução podem encarnar (assumir um corpo físico) ou não, já que há mundos em que os espíritos não mais encarnam dado a sua elevada evolução.

        Por outro lado sou espírita a mais de 30 anos e nunca ouvi falar que o número de espíritos seria de 14 bilhões, pra mim isso soa como coisa inventada pelos detratores do espiritismo.

        Espiritismo é a obra codificada por Alan Kardec. Se não constar na codificação não é Espiritismo. 

        1. ciência x crença

          caro Bispo, assisti ao vídeo que vc sugeriu e pude perceber que a única variante é a de contestar os “detratores do espiritismo”.  Em nenhum momento o vídeo apresenta algum postulado espirita sequer. Fala vagamente em “fluídos espiritas” ,mas não apresenta uma definição. É claro, seria pedir demais alguma evidência . Vcs espiritas me passam a clara impressão de que não tem a menor idéia do que falam.

          Entretanto ,no vídeo, o palestrante se apropria indevidamente do conceito de ciência para usá-lo no espiritismo. Meu caro, a ciência tem métodos, definições e padrões bem estabelecidos justamente para evitar ser confundido com dogmas ou crenças. Vcs prestariam um enorme favor se assumissem que o espiritismo não passa de uma crença. Ganhariam o respeito de muita gente que não concorda mas respeita crenças. Enquanto levarem adiante este engodo de se compararem a uma ciência, fica dificil levar a sério. Quanto a pegadinha, acho bom se atualizar. É este o padrão dos livros espiritas ,incluindo Kardec, obras sem fundamento, sem tirocinio, sem noção.

          1. Só encontra quem procura

            Esse vídeo com uma pequena palestra de Sérgio Aleixo nem de longe pode sintetizar a obra de Alan Kardec. Eu apenas não quis cansá-los com algo mais denso.

            Mas se você tiver interesse em conhecer o espiritismo, recomendo-lhe o exame minucioso das obras básicas de Alan Kardec, que são:

            – O Que é o Espiritismo.

            – O Evangelho Segundo o Espiritismo.

            – O Livro dos Espíritos.

            – O Céu e o Inferno.

             – A Gênese.

            E os extracurriculares:

            – Obras Póstumas.

            – Revistas Espírita.

            Como você pode perceber, Marcelo Castro, seria impossível a qualquer palestrante falar sobre toda a codificação em apenas 33min.

            O Espiritismo não se encerra em si e nem tem a pretensão de ser a ultima palavra em termos de Verdade Universal, contudo, é recomendável que para não ser leviano ou fazer papel de ridículo é mister conhecer aquilo que nos propomos a criticar.

            Fiquem, todos vocês, mentes iluminadas, na paz. 

          2. seja bem vindo

            Caro Bispo, qualquer material além do proselitismo barato e do doutrinamento de terceira categoria apresentados até aqui, são muito bem vindos.

            No mais, vida longa e próspera para vc e os seus.

          3. Vida longa?

            Grato, Marcelo Castro, mas declino do mimo.

            Quem tem certeza da Vida eterna não se satisfaz com uma vida que caminha para a aniquilação total, ainda que seja longa, aliás, o fato da vida na Terra ser longa é apenas o prenúncio de maior agonia.

            Mas aceito de muito bom grado uma próspera vida, na medida de meu merecimento, claro.

            Um grande abraço ao amigo cientista. Que você tenha uma longa vida terrena; acho que irá precisar.

             

    2. Ciencia?

      Bispo,

      Confesso que não vejo grandes motivos para discutir este vídeo. O vídeo e’ apenas uma leitura de um capítulo do livro do Kardec, livro este que se afirma baseado em revelações de espíritos, sem qualquer evidencia. Só por ai, só por ter a base em algo que não se preocupa demonstrar, já fica explicitado seu caráter não-cientifico.

      Para entender isso melhor, porém, há um caminho meio longo, que implica questionar o significado da palavra ciência, os objetivos de ambos os campos, a qualidade do método e o apego a verdade factual. Você vai precisar de uns 40 minutos para ler, mas e’ justo, já que me fez gastar quase isso assistindo o vídeo… 🙂

      SOBRE O “DESAFIO”

      Sei que você usou a palavra “desafio” de maneira tranquila, simpática até. Mas, não vejo nenhum confronto a não ser de ideias, nem vejo que isto seja um desafio na acepção da palavra. Não espero “vencer”. E na verdade, nem acho que e’ um “debate”, palavra que eu havia usado. E’ mais um diálogo.

      TEMA

      Vamos também deixar claro que eu não quero discutir se o espiritismo está “certo” ou “errado”. Nem vou me aprofundar nas origens e consequências da doutrina espírita – a qual, desde logo, admito desconhecer sequer superficialmente. E não vamos fazer julgamentos ad hominem ou esconder atrás de uma aura de autoridade.

      Esse último ponto e’ muito importante, porque quando você diz que “falta conhecimento”, você esta implicitamente questionando a capacidade do interlocutor, sem na verdade dizer o que e’ esse algo. Se “falta conhecimento”, traga o conhecimento para a luz da discussão, mas não vamos ficar discutindo que os seus 30 anos de espiritismo ou os meus 30 anos de interesse em ciência por si só nos dão um conhecimento inacessível ao outro e indiscutível.

      Estamos analisando uma única pergunta, baseada na discussão que tivemos anteriormente: “O espiritismo e’ tão ciência quanto astrofísica, paleontologia, etc.?”

      Então, vamos lá.

      QUESTAO DE AUTORIDADE

      O vídeo, como disse, e’ apenas um esclarecimento quanto a um capítulo do livro dos espíritos, que versa sobre a habilidade dos cientistas de proferir julgamentos ou opiniões sobre o espiritismo. Seu argumento principal e’ que os cientistas não estariam capacitados a emitir tais julgamentos porque está fora de seu âmbito de conhecimento. O apresentador passa mais da metade do tempo reafirmando esta mesma tese – que existe um abismo entre o campo de estudo da ciência e o campo de estudo do espiritismo.

      Neste ponto, fica claro que tanto eu quanto o apresentador concordamos que espiritismo não e’ ciencia, embora por motivos bem diferentes. Ele inclusive critica os espiritas que querem igualar os dois tipos de “conhecimento” (bem entre aspas).

      A ciência usa o método cientifico, coisa que vou discorrer mais abaixo. O espiritismo usa premissas fixas, “codificadas” por Kardec há mais de 100 anos e que são uma “guia” pratica imutável. Qualquer coisa que não se encaixe nestas guias, o apresentador sugere que deva ser tratada com muita desconfiança. Isto e’ correto, tudo deveria ser tratado com desconfiança, mas o problema e’ que implicitamente ele está dizendo que aquilo que esteja DE ACORDO com a doutrina de Kardec e’ automaticamente confiável.

      Esse não e’ um ponto trivial. Se você perguntar a um espirita se tudo o que Kardec codificou deve ser tomado como verdade imutável, sou levado a crer que a resposta será não. E o próprio Kardec, tendo tido formação cientifica, e’ suficientemente inteligente para não afirmar isso. Entretanto, como se pode ver no vídeo, a mensagem subliminar e’ exatamente essa: a ciência e’ incapaz de opinar sobre espiritismo, nós somos capazes e codificamos aqui toda a base. Se algo vai contra isso, não e’ confiável e (implicitamente) se vai a favor, e’ confiável.

      E nem se venha dizer que a ciência também faz isso, porque não e’ verdade. Esse ponto vai ficar mais claro mais a frente, mas só para começar, em ciência não existem livros sagrados. Durante 400 anos, os físicos adotaram os princípios da mecânica newtoniana, mas não porque fossem sagrados, mas sim porque eles foram testados milhares de vezes e continuavam funcionando de acordo com a realidade observável. Mas quando observações mais precisas começaram a ser feitas e se mostraram incompatíveis com aqueles princípios, elas não foram jogadas para baixo do tapete, mas sim passaram a ser discutidas em todo o mundo. Levaram-se algumas décadas até que Albert Einstein por um lado e Max Planck por outro conseguissem explicar aquelas diferenças e proporem uma visão completamente diferente do Universo.

      Entendo que para você talvez seja difícil aceitar que a codificação de Kardec seja equiparada a um “livro sagrado” de verdades imutáveis. O livro não tem 4000 anos e não se auto afirma como verdade absoluta explicitamente. Mas esta e’ a proposta do vídeo e, independentemente das “palavras” do livro, na pratica e’ sugerido que o livro tem a verdade confiável e que o resto não e’ confiável.

      QUESTAO DE SEMANTICA

      O vídeo não discorre sobre o que seria a “ciência espirita”. O único que se pode depreender e’ que seria o estudo de certos fenômenos ditos “espirituais”. E também não explica qual o “método” para guiar este estudo – a menos que se considere a fé’ no livro do Kardec como método. Com isso, fica difícil apontar diferenças mais profundas entre o espiritismo e a ciência.

      Mas pelo menos uma confusão a gente pode tirar – a de que qualquer forma de estudo e de conhecimento e’ ciência. E’ uma ciência “diferente”, ou ciência “alternativa”. Ciência e’ o estudo das CAUSAS, PROCESSOS e INTERRELACOES entre os objetos de estudo.

      Vejamos: dizer “O SOL EXISTE” não e’ ciência. De fato, o sol existe, mas este fato isolado não significa nada. Para fazer ciência sobre o sol, eu tenho que estudar sua composição, sua relação com os demais astros, suas similaridades com outras estrelas, seus processos de geração de energia, sua gravidade, seus movimentos.

      Se preferir, podemos pensar em outras atividades do conhecimento humano que não são ciência. Jornalismo e’ ciência? Na verdade, um bom jornalista até utiliza princípios parecidos de apuração da realidade. Mas ele não está fazendo ciência, ele está apenas buscando descobrir e relatar certos fatos de interesse presumivelmente público.

      E esporte, e’ ciência? Ha várias especialidades de conhecimento envolvendo o esporte. O atleta precisa desenvolver certas habilidades e precisa conhecer as regras do jogo, as características do adversário, etc. O técnico pode não ter as habilidades, mas precisa saber como desenvolve-las em seus atletas e ainda como montar estratégias para vencer partidas e campeonatos. O comentarista esportivo precisa conhecer os atletas, suas histórias, os processos de evolução das carreiras, etc. Tudo isso e’ conhecimento e tem muito valor. Mas acho muito difícil alguém tentar afirmar que qualquer desses profissionais está fazendo ciência.

      O médico esportivo, esse sim, precisar saber ciência e transformar em aplicações praticas para os atletas. Fornecedores de equipamento precisam de cientistas dispostos a encontrar materiais mais resistentes ou mais flexíveis ou, em geral, mais adequados a pratica do esporte. Às vezes, eles precisam fazer ciência, as vezes aplicar ciência, mas e’ apenas uma parte pequena de todo o conhecimento necessário a pratica do esporte.

      Aqui, nesta pequena questão de semântica, a dúvida fica mais clara. Sem um estudo sistemático de causas, processos e inter-relações, o espiritismo e’ tão ciência quanto o jornalismo ou o esporte.

      QUESTAO DE METODO

      Além das questões acima, a ciência se distingue do espiritismo pelo seu apego ao método cientifico. Paleontologia e mecânica quântica, química e antropologia são muito diferentes entre si, mas comungam do mesmo apego a realidade factual, ao empirismo, a consistência logica.

      Veja bem, os temas tratados pela paleontologia e pela mecânica quântica, por exemplo, talvez não tenham como ser mais diferentes. Também são diferentes suas técnicas e a própria forma de aplicação do método cientifico. Um físico pode repetir um experimento quântico em laboratório milhares de vezes, apenas limitado pela capacidade do equipamento que possui. Um paleontólogo não pode repetir um experimento. Ele tem que se contentar com a pouca informação que sobrou da realidade passada que ele estuda. Não há como reproduzir o ambiente, os animais e plantas, a composição da atmosfera para fazer experimentação.

      Da mesma forma, um químico pode misturar os elementos que tenha a mão de milhares de formas diferentes até entender suas propriedades e inter-relações. Um antropólogo não pode separar um grupo humano num ambiente controlado e ficar fazendo experimentos para entende-los; ele tem que se contentar em analisar as relações humanas conforme elas ocorrem na realidade e tentar extrair daí a informação que precisa. Na verdade, mesmo dentro da paleontologia e da antropologia, existe uma certa possibilidade de experimentação, mas infinitamente menos relevante que nas ciências ditas exatas.

      Mas tanto uns quanto outros aplicam o mesmo método geral: levantar hipóteses baseadas nas observações já existentes, comparar com as previsões das teorias geralmente aceitas, estudar as contradições para avaliar a consistência logica e propor experimentos que reforçarão ou contrariarão a hipótese. A isso se chama de “falseabilidade”, ou seja a possibilidade teórica de provar que a hipótese e’ falsa. Uma hipótese que não e’ falseável está fora do âmbito da ciência, já que não e’ possível obter um grau de confiabilidade.

      Mas não e’ apenas isso. O método cientifico ainda pressupõe um sistemático tratamento dos dados observáveis ou experimentais para permitir uma ampla discussão das hipóteses levantadas. Tanto a paleontologia quanto as ciências físicas se baseiam em um grande número de observações e re-testam praticamente todas as suas hipóteses sempre que novos e melhores dados são disponibilizados. Os dois conceitos – falseabilidade e tratamento sistemático de dados – são a base do desenvolvimento do conhecimento.

      Foi assim que a física postulou a existência de átomos como unidades indivisíveis, e depois corrigiu para o modelo atômico como prótons, elétrons e nêutrons, para mais tarde descobrir as partículas quânticas ainda mais elementares. Ao mesmo tempo, os estudiosos da evolução inicialmente pensaram que o homem evoluiu dos neandertais e hoje, com muitos mais fosseis descobertos e datados, já se sabe que eram duas espécies diferentes e contemporâneas que evoluíram de um ancestral comum.

      Do ponto de vista da ciência, quando os antigos diziam que o sol girava em torno da terra, eles não estavam errados, eles tinham uma hipótese que condizia com os dados disponíveis a época. Mas quando novos dados foram sendo descobertos, essa hipótese já ficou menos provável, até que milênios mais tarde já se tinha dados suficientes para mostrar que era a terra que girava em torno do sol e não o contrário. E ainda levou algumas décadas para mostrar que essa translação tinha forma elíptica e não circular como se acreditava. E mais algumas décadas para alguém propor que existia uma lei física – gravidade – que comandava este movimento.

      A ciência, portanto, não apenas não se julga portadora da verdade absoluta, como ainda inclui a DUVIDA, na forma da falseabilidade de suas afirmações, como parte fundamental do processo de acumulação do conhecimento. Toda empreitada humana e’ falha e existe sempre a possibilidade de um cientista famoso conseguir manter de pé’ uma hipótese errada apenas fazendo uso de sua fama. Mas com o tempo, mesmo esses erros são extirpados, porque há um mecanismo dentro do próprio método cientifico para se autocorrigir.

      O espiritismo, por sua vez, carece de um e de outro. Quando o apresentador no vídeo declara que o cientista não consegue “ainda” entender o espiritismo, tentando dar a impressão de que isso se deve a alguma inferioridade do cientista, e’ porque ele mesmo não entendeu que o espiritismo tem sido incapaz de propor qualquer coisa que faça sentido logico, baseado na realidade observável e testável, falseável.

      Veja bem, eu não estou dizendo que não existem observações de fenômenos chamados espirituais. Eu nunca vi, mas não estou discutindo se as alegações de quem viu são verdadeiras ou não. O ponto e’ que apenas observar sem documentar com qualidade e sem propor hipóteses que possam ser falseáveis por futuros experimentos e observações, simplesmente não e’ ciência.

      QUESTAO DE COERENCIA

      O problema final que desejo abordar e’ que a ciência forma um todo coerente. A divisão entre as ciências e’ puramente arbitraria. O objetivo e’ facilitar a observação e construção de teorias, mas o que existe e’ um continuo de objetos de estudo e a fronteira entre o que uma ciência ou a outra devem focar e’ bastante indefinida. A paleontologia obtém e fornece conhecimentos para a biologia, que baseia seus processos em conhecimentos de química, que no fundo são processos físicos. Entre uma ponta e outra há uma grande diferença, mas apenas de ordem pratica. O conjunto de conhecimentos tem que manter coerência e consistência logica.

      Um paleontólogo não pode partir do pressuposto que a terra tem 6000 anos de idade. Ou 1 milhão de anos. Ou que o carbono radioativo usado para datar seus fosseis decai mais rapidamente que o determinado pelos físicos. Se isso ocorrer, ele tem que provar suas premissas e explicar porque existem milhares de observações contrarias a sua tese. Ele não pode simplesmente dizer: ah, mas essas observações são dos físicos, na paleontologia isso funciona de outra forma!

      Até a psicologia hoje aceita contribuições da neurociência, que no fundo e’ outra forma de estudo físico-químico. Todo o conhecimento forma um continuo coerente e as especializações são apenas visões parciais deste continuo, por motivos práticos.

      O interessante e’ que o vídeo e’ repete ad nauseaum que a realidade tratada pelo espiritismo e’ totalmente dissociada da realidade tratada pelas outras ciências. Não admite qualquer hipótese de continuidade, de intersecção. Como consequência, a tese do vídeo e’ de que existe um mundo espiritual que não pode ser estudado a partir do mundo material.

      Meu primeiro impulso e’ concordar com isso, porque apenas reforça a minha tese de que espiritismo não e’ ciência. Afinal, se existe uma divisão indissolúvel entre a realidade física e espiritual e, porque insistir em usar a mesma palavra, como para dizer que os estudos são equivalentes? Evidentemente não seriam.

      Mas se eu desse vazão a esse impulso, estaria sendo desonesto, porque esse argumento de que existe uma separação intransponível entre a realidade material e espiritual e’ uma grande baboseira, destinada apenas a blindar as hipóteses do espiritismo de qualquer crítica científica.

      Se fossem mundos realmente separados não existiria comunicação. Se existe comunicação, está e’ a janela de ligação entre dois mundos, que pode sim ser usada para testar as hipóteses. As estrelas estão a milhões e bilhões de anos-luz de distância e conseguimos estuda-las ainda assim, porque uma fração infinitamente pequena de sua luz chega até nós. O que impediria de estudar os espíritos pela influência que tem nos objetos e pessoas?

      A ideia de que o mundo espiritual e’ inacessível e’ contraria aos próprios princípios do espiritismo, que alega frequente interação entre os dois mundos. E se não e’ inacessível, a ideia que são campos incongruentes de estudo cai completamente por terra. Se for verdade que os espíritos conseguem mover objetos ou comandar um outro corpo vivo (e, curiosamente, não conseguem comandar um corpo morto), se isso for verdade, existe SIM a possibilidade de estudar as CAUSAS, PROCESSOS e INTERRELACOES envolvidas nestes fenômenos.

      E ainda que fosse difícil fazer este estudo e que as técnicas de experimentação tivessem obviamente que se adaptar, não existe razão para não se exigir de tal estudo o mesmo apego a consistência logica, abrangência de dados e falseabilidade que em qualquer outro campo. Livrar-se desses requisitos e do escrutínio serio de quem sabe como se faz ciência e’ o objetivo dessa alegação de “campos diferentes de estudo”. Se a antropologia e a física tem inter-relação e comungam de princípios semelhantes, porque uma suposta ciência espirita seria diferente?

      Entretanto, o fato e’ que o espiritismo apenas descreve os tais fenômenos espirituais (com baixa qualidade de documentação) e assim sendo não faz ciência. Para o espiritismo, apenas a existência do fenômeno e’ suficiente. E’ mais ou menos como se apenas dizer que o sol existe fosse ciência… Não, não e’. Apenas acreditar no espiritismo pode ser suficiente do ponto de vista moral ou espiritual, mas não o torna uma ciência.

      CONCLUSAO

      Acho que está mais que claro porque não se pode considerar qualquer coisa que se intitule estudo como sendo ciência. Ciência prescinde de autoridade, apesar de aceitar especialidades. Ciência se apega aos dados e observações da realidade para montar suas teses e não o contrário. Ciência busca entender causas, processos e inter-relações e não apenas descrever fenômenos. Ciência tem método e o método, apesar de imperfeito, e’ o que melhor conseguimos até hoje para permitir discernir hipóteses possíveis de hipóteses falsas. Ciência acredita na falseabilidade como forma de aferir confiabilidade de uma hipótese. E ciência reúne um todo coerente e não contraditório, independentemente das suas especializações.

      O espiritismo… bem o espiritismo não faz nada disso. E nem tem o objetivo de fazê-lo. Seus objetivos são relacionados a moralidade e comportamento, a relações humanas e sociais. E isso pode ter o seu valor intrínseco, independentemente de se suas hipóteses principais são reais ou não. Assim como o jornalismo e o esporte tem valor fundamental para o bem estar geral sem necessariamente serem ciência.

      O que leva a um ponto que eu preferi não abordar em detalhe, mas que e’ na verdade a raiz da discussão: porque o espiritismo se interessaria em ser reconhecido como uma ciência? Objetivos diferentes, campos de estudo diferentes, visões diferentes, métodos diferentes. Porque insistir em usar a mesma palavra?

      Nisso, só’ posso concordar com o apresentador do vídeo: porque e’ bonitinho.

      Porque dá uma aura de respeitabilidade. Se e’ ciência, e’ verdade. E’ serio. E’ real. Diminui a resistência. Já reparou que todo vendedor de óleo-de-cobra cita “dezenas de estudos” de universidades famosas que comprovaram a eficácia daquele placebo? E’ apenas da natureza humana querer se auto afirmar – e e’ um desejo tão mais forte quanto mais baseadas em “fé” sem evidencia nossas ideias são….

       

       

       

       

       

       

    1. E dai?

      Tem “cientista” que acredita em terra nova e criacionismo.

      E’ a velha busca da “otoridade”….

      Nao importa se ele e’ cientista ou nao, se e’ espirita ou nao. Nao importa se ele acredita nisso ou naquilo.

      O unico que importa e’ se ele tem alguma evidencia minimamente confiavel.

      (PS: nao vi o video, mas nao vou ver. Estou cansado depois de tanto analisar o outro video que voce mandou. A partir de agora, so discuto aquilo que voce possa argumentar por si mesmo…) 😉

      1. Caro Amigo Luis

        Tomei a liberdade de chamá-lo de amigo porque você entre tantos é realmente alguém que se destaca. Na verdade eu gostaria muito de tê-lo como amigo, meu sexto sentido me diz que eu teria muito a ganhar com essa amizade. Quanto a você crer que o ganho pode ser recíproco, não sei, seus sentidos podem nem chegar a seis. rsrs

        Brincadeirinha… Acredito que todos temos um sexto sentido, quiçá não tenhamos até muito mais que isso, né?

        É perceptível, Luis, que as pessoas que participam desse foro de discussão ficam melindradas quando dizemos que lhes falta conhecimento, mas veja, é você mesmo que admite desconhecer sequer superficialmente o Espiritismo, então, como discorrer sobre algo que não se tem a mínima idéia do que seja?

        Você explicou as peculiaridades comprobatórias das variadas vertentes científicas, denotando ao menos um básico conhecimento sobre o tema, contudo sobre a codificação Kardeciana foi vago e impreciso e justamente porque não possui dados para melhor definição, assim, sinto-me impelido a municiá-lo destes.

        O QUE É O ESPIRITISMO?

        O Espiritismo é a doutrina revelada pelos Espíritos Superiores, através de médiuns, e organizada (codificada), no século XIX por Hippolyte Léon Denizard Rivail, um educador francês, conhecido por Allan Kardec.

        O Espiritismo é, ao mesmo tempo, filosofia, ciência e religião.

        Filosofia, porque dá uma interpretação da vida, respondendo questões como “de onde eu vim”, “o que faço no mundo”, “para onde irei depois da morte”. Toda doutrina que dá uma interpretação da vida, uma concepção própria do mundo, é uma filosofia.

        Ciência, porque estuda, à luz da razão e dentro de critérios científicos, os fenômenos mediúnicos, isto é, fenômenos provocados pelos espíritos e que não passam de fatos naturais. Todos os fenômenos, mesmo os mais estranhos, têm explicação científica. Não existe o sobrenatural no Espiritismo.

        Religião, porque tem por objetivo a transformação moral do homem, revivendo os ensinamentos de Jesus Cristo, na sua verdadeira expressão de simplicidade, pureza e amor. Uma religião simples sem sacerdotes, cerimoniais e nem sacramentos de espécie alguma. Sem rituais, culto a imagens, velas, vestes especiais, nem manifestações exteriores.

        O que, ora, nos interessa é a ciência, então debrucemo-nos sobre o assunto.

        Primeiro é necessário compreender que o termo ciência é muito amplo e, portanto, multifacetado. Não existe uma ciência que englobe tudo, e por isso são necessárias subdivisões. Seja a ciência experimental ou prática seu objetivo será sempre o de embasar o conhecimento humano do Universo.

        Nesse ponto damos uma pausa. Se você julga que o Universo é composto apenas pela matéria, então, tenha um bom domingo e até a próxima, mas se você é daqueles que acham que existe muito mais entre o Céu e a Terra do que possa supor nossa vã filosofia, sigamos em frente.

        O INICIO DO ESPIRITISMO

        No século dezenove, Hippolyte Léon Denizard Rivail, um discípulo de Pestalozzi e membro de diversas sociedades acadêmicas teve sua atenção chamada por fenômenos que ocorriam em todo o planeta sendo o das irmãs Fox nos EUA um dos mais conhecidos. Mesas que giravam e se comunicavam através de batidas eram recorrentes, no entanto, ainda assim Léon Denizard teria sido enfático: “Eu crerei quando vir e quando conseguirem provar-me que uma mesa dispõe de cérebro e nervos, e que pode se tornar sonâmbula; até que isso se dê, dêem-me a permissão de não enxergar nisso mais que um conto para dormir em pé”.

        Como se pode nitidamente perceber Hippolyte Léon Denizard Rivail não é o que podemos conceber como um crédulo e até por isso deve-se dar, ao menos, um pouco mais de crédito ou atenção às suas assertivas.

        Nota importante: doravante passarei a me referir a Hippolyte Léon Denizard Rivail apenas como Alan Kardec e o motivo da mudança no nome explicarei mais à frente.

        DO MÉTODO PARA ASSEGURAR A VERACIDADE DAS COMUNICAÇÕES

        O método adotado por Kardec na investigação e comprovação do fato mediúnico é o experimental, aplicado às ciências positivas, fundamentado na observação, comparação, análise sistemática e conclusão.

        A estrutura lógica do Espiritismo é de natureza indutiva, pois é a partir das observações dos fatos positivos que ele chega à realidade extrafísica. No entanto, o processo dedutivo está também consagrado na Doutrina Espírita.

        Dois importantes critérios científicos foram adotados por Kardec, na tarefa de reunir informações para e elaboração da Doutrina Espírita: a generalidade (universalidade) e a concordância dos ensinos dos Espíritos. Exemplo: uma comunicação (informação) para ser considerada confiável tinha que ser transmitida por vários espíritos através de vários médiuns e isto por todo o Planeta, não apenas na França. Na obra “A Gênese”, Kardec informa que o número de centros espíritas consultados era em torno de mil. 

        Esse método é conhecido pela sigla CUEE – Controle Universal dos Ensinos Espíritas.

        O Espiritismo aplicando métodos dedutivos e indutivos embasam seus fundamentos, pois, pela combinação destes métodos, a ciência estabelece uma união entre a teoria e a prática.

        Apesar de tomar todo esse cuidado para não errar ou errar o menos possível Alan Kardec é categórico:

        “Se houver contradição entre ciência e Espiritismo fique com a ciência”.

        Na verdade o Mestre Lionês é cônscio de suas limitações e da dos espíritos que lhe deram comunicações e por isso faz esse adendo, muito apropriado por sinal, ainda mais quando sabemos que uma de suas maiores recomendações era a de que seria preferível rejeitar mil verdades a aceitar uma só mentira, posto que, a verdade, pela força da realidade universal, acabaria sempre por se impor, ao passo que a mentira, assim que descoberta, poderia ser devastadora para a doutrina.

        Esse vídeo com a entrevista do Doutor Brian Weiss que você já disse que não vai assistir é no mínimo interessante quando não completamente revelador de um dos maiores enunciados espíritas, a reencarnação. Se para bom entendedor um pingo é letra a TVP (Terapia de Vidas Passadas), anunciada por Weiss, é prova cabal da existencia do espírito.

        Eu sempre digo que não é possível existir Deus se não existir a reencarnação, pois, somente esta explica as nossas diferenças desde o nascimento do corpo físico até seu desenlace. Como sou limitadíssimo para explicar meu Criador tentei demonstrá-lo através de um de seus efeitos.

        Se não pode existir Deus sem reencarnação, a partir do momento em que comprovamos a reencarnação, podemos ter uma idéia, ainda que rudimentar, da natureza Divina. A reencarnação grita: DEUS É, NO MÍNIMO, JUSTO E BOM. Justo porque nos concede a medida exata do que merecemos e bom porque a justiça é nossa garantia maior de que apenas nós somos os responsáveis pelo que nos acontece. 

        Por enquanto é isso que tenho a dizer, na verdade só para discorrer sobre a metodologia empregada por Kardec eu teria que especificar muito mais, mas isto pode nem ser necessário, pois, afinal a gente só crê mesmo naquilo pelo qual vivemos.

        Nota importante: Assim que Hippolyte Léon Denizard Rivail, passou a se comunicar com os espíritos ficou sabendo que numa vida passada tinha sido um drúida de nome Alan Kardec, daí então passou a fazer uso desse nome, inclusive, para diferenciar suas publicações espíritas das não espíritas, que continuaram com seu nome anterior.

        Meu email é [email protected] e se você quiser continuar a conversa estarei sempre a disposição, aqui ou no meu email.

        Um grande abraço, Luis. Tenha um bom fim de semana. 

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