Fora Temer: O PT na encruzilhada da crise política

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Enviado por Antonio Ateu

da BBC Brasil

‘Não estamos num processo de pedido de desculpas’, diz presidente do PT

Felipe Souza – Da BBC Brasil em São Paulo

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse em entrevista à BBC Brasil que o partido da presidente afastada Dilma Rousseff não está “num processo de pedido de desculpas, mas de autocrítica”. Ele afirmou que, apesar de menores, as recentes manifestações pró-Dilma têm conteúdo político “muito mais elevado que a multidão que os coxinhas botaram na (avenida) Paulista”.

Segundo Falcão, a presidente está tranquila após o afastamento e não pensa em renúncia. O partido, segundo ele, não vai se refundar ou mudar de nome, como fez o PFL (hoje DEM), mas que a presidente deve fazer “uma reforma política ampla” e adotar medidas de combate ao desemprego.

Leia os principais trechos da entrevista:

BBC Brasil: Dilma teve 54 milhões de votos. As manifestações contra o afastamento dela não estão um pouco contidas?

Rui Falcão: Você não vai ter 54 milhões de pessoas nas ruas. Vemos um número menor que nas semanas anteriores, mas é natural. As pessoas trabalham, têm sua vida. Ninguém vive em mobilização permanente.

Qualitativamente, as manifestações têm conteúdo político muito mais elevado que a multidão que os coxinhas botaram na (avenida) Paulista, onde cada um falava uma coisa. Um queria a volta dos militares, outro queria saúde. Agora, você tem um clamor pela volta da democracia, uma unidade em torno disso. Isso vai aglutinar num crescente.

Essa manifestação ainda não chegou às fábricas, mas o desemprego e as medidas que estão sendo anunciadas pelo governo vão levar essa questão para lá, e você vai ter atos com maior repercussão.

A agressividade dos coxinhas diminuiu sensivelmente. Primeiro, ficaram envergonhados no dia 17 (quando a Câmara votou pela admisssão do processo de impeachment). Depois, ficaram envergonhados quando ficou claro que o impeachment estava associado a Eduardo Cunha, sobretudo quando ele foi afastado pelo Supremo. E vão ficar mais envergonhados quando essas primeiras medidas começarem a se concretizar.

Vão começar a reclamar, sobretudo aqueles que não são ricos e têm o que perder, os assalariados. Vão refletir: “Opa! Estamos numa fria. É bom que a mulher volte porque agora está pior.”

BBC Brasil: O que o PT precisa para se reaproximar dos movimentos sociais?

Falcão: As manifestações vão continuar e boa parte delas são espontâneas. Ninguém convocou pela televisão como fizeram os coxinhas ir para a Paulista. Ninguém falou para a equipe do filme ‘Aquarius‘ se manifestar (com cartazes contra o afastamento) em Cannes.

Agora, nós estamos grudados, juntos com os movimentos sociais. Se é possível dizer que houve uma coisa positiva nesse processo de golpe é que houve uma forte aglutinação das forças de esquerda com os movimentos de rua.

BBC Brasil: Kim Kataguiri, do MBL, disse que vai para as ruas contra a nomeação de ministros investigados pela Lava Jato.

Falcão: Não sei se ele tem ordem para fazer esse tipo de coisa, se ele tem alçada. Acho que ensinaram ele a fazer outras coisas. Mas se ele quiser protestar contra o fim das aposentadorias e bloqueio do Minha Casa Minha Vida, certamente vai aparecer junto conosco lá.

kim, kataguiriImage copyrightBBC BRASIL
Image captionLíder do MBL, Kim Kataguiri, promete fazer manifestações contra decisão do governo Temer de nomear investigados na Lava Jato

O que o PT vai fazer pela volta de Dilma?

Falcão: Tornar nítido que houve um golpe é importante para ela voltar. Nós gostaríamos que ela apresentasse para a população que a volta dela seria de outra maneira. Ou seja, com propostas de mudanças na política econômica e de uma reforma política ampla porque, com esse Congresso que está aí, fica muito difícil qualquer presidente governar.

É importante que as mudanças feitas pelo PT sejam sempre relembradas. Saímos do mapa da fome, ocorreu a ascensão social de 40 milhões de pessoas e a mortalidade infantil caiu de forma monumental.

Estamos num processo não de pedido de desculpas, como nos cobram, nem de autocomiseração. Estamos num processo de balanço e autocrítica do que nós deixamos de fazer e por quê nós deixamos de fazer. O que propiciou, depois de quatro eleições sucessivas, que nós tenhamos chegado a um ponto em que nossos adversários puderam dar um golpe.

Aprovamos um roteiro de discussão sobre erros e acertos e, simultaneamente às eleições deste ano, vamos fazer debates com o tema: desafios e perspectivas estratégicas do PT. Nos atiramos excessivamente ao Parlamento nas eleições. Isso esvaziou as decisões de instâncias do partido.

BBC Brasil: O que a Dilma deve fazer caso retorne ao governo?

Falcão: Do ponto de vista da economia, é preciso acenar com as políticas que gerem empregos, combatam o desemprego, uma política tributária progressiva para que possa dar conta dessas necessidades do orçamento.

E também algo que diz respeito à democracia, que é o fim dos oligopólios da mídia. A Constituição, ao mesmo tempo que garante a liberdade de expressão e informação, proíbe a formação de monopólios e oligopólios. E essa proibição nunca avançou porque a lei comum não define o que é oligopólio e monopólio. E nós temos uns cinco ou seis pelo menos.

E temos uma violação da Constituição que é os políticos serem detentores de redes de rádio e televisão, quando são eles mesmos que dão autorização para o seu funcionamento. Eles são beneficiários de si próprio.

Queremos que os senadores se manifestem e que não se comprima o processo de julgamento dela (Dilma) com a ideia de que tem que se terminar tudo antes da Olimpíada. Tem o calendário definido e não pode haver cerceamento. A Olimpíada vai ser um momento importante para que o mundo saiba o que está acontecendo aqui.

BBC Brasil: O PT poderia ter sido mais ousado em quais aspectos?

Falcão: Uma política de comportamento, as políticas libertárias que a juventude, as mulheres debatem em vários países. Como a imprensa não trata desses temas e há uma onda conservadora contra eles, para que você tenha voto, você recua no debate deles. Quando, na verdade, a eleição para nós deveria ser um meio e não um fim.

O Lula perdeu as eleições de 1989, mas ganhou politicamente. Nós não fomos ao colégio eleitoral e ficamos isolados naquele momento. Mas, no passo seguinte, nós crescemos muito. Ficou nítido que tínhamos princípios e identidade.

Combatemos a política das empresas financiarem partidos. Mas, como era lei, seguimos a regra do jogo e isso nos igualou aos demais e abriu um flanco para que, numa ação seletiva de autoridades do judiciário e Polícia Federal, nos incriminassem. A população tem um sentimento anticorrupção. Em nome desse sentimento justo, você tem a Operação Lava Jato que opera politicamente e seletivamente para dizer que o PT é um partido corrupto e isso nos abala.

Você só vai conseguir militância voluntária e aproximação eleitoral de quem está na rua ao nosso lado, embora não seja do PT, se você tiver algo para dizer na política e se você estiver sintonizado com as preocupações das pessoas que não estão ligadas à política. Fernanda Montenegro protestou contra o fim do Ministério da Cultura e não era do PT, mas tem a cultura como valor fundamental do desenvolvimento humano. Temos de estar sintonizados com essas pautas.

BBC Brasil: Por que o PT não fez as reformas políticas que deseja nesses 13 anos de governo?

Falcão: Algumas delas exigem correlação na Câmara do Deputados. Com esse sistema eleitoral, aqueles que te ajudam na campanha eleitoral, com tempo de TV, te impedem de fazer reformas porque não temos maioria no Parlamento.

Por isso, é vital fazer uma reforma política.

Por exemplo, era necessário que houvesse não só a consolidação do fim do financiamento empresarial de campanha, mas também uma limitação do número de partidos políticos, que houvesse votação por listas, ainda que você possa fazer parte da bancada eleita por listas e parte que fizesse eleição nominal também para os eleitores. Porque tal como existe hoje, a vitória eleitoral não é seguida pelo triunfo no Parlamento.

Dilma teve 54% dos votos e o seu programa (PT) teve 12% de votos. Então, era preciso que houvesse um casamento do programa com a sua base de sustentação. Sem isso, os governos ficam prisioneiros daquilo que é chamado presidencialismo de coalizão.

BBC Brasil: Como o senhor avalia o PMDB ter sido o principal responsável pelo afastamento da presidente?

Falcão: Teria que perguntar para eles por que houve essa traição. Por que alguém que é eleito na mesma chapa da presidente, concordando com aquele programa, poucos meses depois começa a conspirar, apresenta um programa alternativo, chamado de Ponte para o Futuro, que eu chamo de Túnel para o Passado?

Como ele (Michel Temer), trabalhando num palácio ao lado dela, conspira para retirá-la? Ele, em termos de ética pública, como presidente usurpador do PMDB?

Leia também: Pressão sobre STF e outras possíveis consequências das gravações envolvendo Jucá

PT, Ruy, FalcãoImage copyrightDIVULGAÇÃO PT
Image captionPresidente nacional do PT, Rui Falcão

BBC Brasil: O PT errou ao fazer parcerias com o PMDB?

Falcão: Essa polêmica nós estamos esclarecendo agora no processo eleitoral. Nós vamos fazer aliança com aqueles que se disponham a construir programas comuns que beneficiem a população das cidades. Vamos preferir fazer isso com o que nós chamamos de partidos de programa democrático popular, o PCdoB e o PDT.

Nossa restrição, e aí entra muita gente do PMDB e outros partidos, é não apoiar candidatos que votaram pelo impeachment da presidenta e daqueles que publicamente se manifestaram a favor do impeachment. Faremos alianças com o PCdoB, PDT, PP e PMDB com pessoas nessa condição.

Teríamos de ter tido condições de, mantida a aliança com o PMDB e outros partidos, ajudar a fazer um campo mais à esquerda que não nos deixe prisioneiros de um parceiro principal.

BBC Brasil: Deixaram o jogo correr?

Falcão: Talvez uma política mais cautelosa nossa ou mais ousada em alguns aspectos pudesse ter impedido que o PSB tomasse o rumo que tomou (de ter deixado a coalizão governista em 2013). Não que não houvesse essa tentativa. O presidente Lula tentou convencer o Eduardo Campos (que chegou a se lançar candidato à Presidência contra Dilma) a não sair do nosso bloco porque ele poderia ter uma perspectiva de futuro na sucessão da Dilma.

eduardo, camposImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionEduardo Campos, que morreu em acidente aéreo durante sua campanha à presidência em 2014

Para se viabilizar eleitoralmente, não querendo esperar esse tempo, ele ampliou a composição de seu partido para se viabilizar eleitoralmente e agora o PSB tem outras características que não tinha antes, a tal ponto que o Roberto Amaral, um dos fundadores do PSB, caiu fora.

Sabendo que você não tem maioria no Parlamento e fica muito dependente de determinados compromissos, era importante que a gente tivesse tido mais cuidado, mais politização com quem está fora do parlamento, com os lutadores sociais. Que as eleições fossem um momento na vida do partido e não o fim.

Nós ficamos mais parecidos com a máquina eleitoral do que um partido de transformação social.

BBC Brasil: O PT estuda se refundar e mudar de nome como fez o PFL, agora DEM?

Falcão: Não. Não nos compare com o PFL. O PFL mudou de nome porque estava desaparecendo e continua pequenininho. Nosso problema não é mudar de nome. A campanha que é feita contra nós é feita por causa do Lula, das nossas políticas de inclusão.

Então, mudar de nome não resolveria nada porque nós continuaríamos identificados e seria uma capitulação. Se nós continuarmos combatendo o preconceito contra o Bolsa Família, a xenofobia, o racismo, nós teremos apoiadores e gente da elite falando contra.

BBC Brasil: Como está Dilma nessas últimas semanas?

Falcão: Está indignada com o golpe que sofreu, com a injustiça da qual foi vítima e está com muita disposição para reverter.

dilma, rousseffImage copyrightUESLEI MARCELINO/ REUTERS

BBC Brasil: Ela não pensou em renúncia, deixar o partido?

Falcão: De maneira nenhuma. Tanto que a tese de antecipação de eleições acabou não se viabilizando porque ela viu nesse gesto uma renúncia indireta. Se ela chama eleição para outubro, ela está encurtando o mandato dela em mais de dois anos. E ela disse que vai resistir até o fim.

Leia também: Suposto pacto com STF para barrar Lava Jato é ‘delírio de imaginação’ de Jucá, diz Ayres Britto

BBC Brasil: O prefeito Fernando Haddad pode ser candidato à Presidência em 2018?

Falcão: Não trabalhamos com nomes neste momento, mas com propostas para o país. Em qualquer hipótese, a melhor alternativa que nos apresenta é a candidatura do Lula. Por isso há esse empenho para tentar barrarem (Lula). Com todo esse bombardeio que ele tem recebido, continua em pé nas pesquisas.

Haddad, prefeitoImage copyrightDIVULGAÇÃO/ PREFEITURA DE SÃO PAULO
Image captionPrefeito de São Paulo, Fernando Haddad

Antes de pensar em plano B, nós continuamos a trabalhar com o plano A.

Evidente que fora o Lula há outras alternativas. O Fernando pode ser uma delas, o (Aloizio) Mercadante, o Jaques Wagner (ex-ministros de Dilma). Nosso problema não é falta de gente. É que nós temos uma pessoa como o Lula que te leva a não pensar em mais ninguém porque ele tem cabedal, tem prospecto, oratória, carisma, liderança.

BBC Brasil: Caso ocorra o impeachment, o PT vai pedir novas eleições?

Falcão: Nós nos opusemos à ideia de novas eleições porque significava, na prática, se partisse dela (Dilma), que era uma renúncia implícita. E era uma proposta nitidamente inconstitucional. É preciso que a conjuntura se manifeste para você ver qual a melhor alternativa. Você teria numa hipótese dessa, um mandato tampão. Qual a duração?

Há proposta de convocação de um plebiscito para saber se a população quer antecipar a eleição, outra para uma Constituinte exclusiva para debater a reforma política e as eleições. Tem um leque de opções.

BBC Brasil: No seu ponto de vista, qual é a melhor?

Falcão: Isso geralmente brota da sociedade. Se você avançar em uma dessas propostas você causa divisão dentro das forças (movimentos sociais) que estão lutando unificadamente pela democracia.

É melhor trabalhar juntos com a expectativa de volta da Dilma e restabelecimento do jogo democrático.

Redação

15 Comentários

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  1. Por favor saia

    Falcão, amelhor coisa que você pode fazer pelo PT é se retirar do comando. Não antes de desmontar esta direção partidaria que não larga o osso mas ja esta roendo as mãos.

    Só sobrou no partido lideres fracos. Ao longo desses anos, para centralizar o poder do partido neste nucleo duro, o pt perdeu todos seus lideres mais combativos. Só ficou os pelegos acovardados pelas praticas politicas mais comuns no pais.

    Nos de esse presente Rui, presentei as esquerdas com a abertura do partido, não ha mais a se perder.

    Não haveria desculpas mais verdadeiras.

    1. Não passarão!!! Lula ou

      Não passarão!!! Lula ou Haddad 2018. Que partido teria melhores candidatos? O grande problema brasileiro é a qualidade dos membros das nossas câmaras. Como governar com essa cambada?  Nem Jesus Cristo, que provavelmente já teria sido crucificado várias vezes pela bancada evangélica.

  2. Para a estrela voltar a brilhar, o trabalho sera arduo

    Sera que o PT volta ao governo federal nos proximosa nos? Sou um tanto pessimista nesse caso, acho que a legenda foi atacada de forma tão virulenta pela imprensa, MPF e judiciario, que sem um trabalho de informação muito grande da população, o PT não volta ao Palacio do Planalto pela proxima década. Como o jogo não é limpo, os que ai estão, como Fernando Haddad, que tenham muito cuidado, especialmente com a postura ultra-ideologica do MP..

  3. O impeachment representou um

    O impeachment representou um duro golpe na trajetória de redemocratização do país iniciada em 1985 e ainda não concluída. Uma presidente, cheia de problemas de perfil administrativo, eleita por 54 milhões de votos, foi apeada do governo, fazendo emergir a superfície da política nacional indivíduos conservadores, religiosos e belicosos carregados de corrupção e polêmicas. Particularmente penso que este temeroso governo interino se tornará permanente, seja lá um desastre ou não.

    O peso da eleição de 2018, supondo que certas questões democráticas ainda continuem na ordem da nação, torna-se central. Se não existe governo de esquerda, é necessário construir um capaz de aderir ao máximo de agendas do campo da esquerda. Qual o macrocenário político para esse campo, entre agora e as eleições de 2018?  Os anos 14 anos de governismo desmontaram discursivamente o Partido dos Trabalhadores que acabou envolvido em corrupção e inércia estratégica do governo, ao seu final. Se por um lado o impeachment apeou o PT do governo, devolveu-lhe parte do discurso corroído. Contra o partido “organização criminosa” colada no imaginário da direita, aparece um partido combativo, surgido como oposição, posição ocupada em metade de sua vida (volta a ser classista, ao menos no discurso). Ainda mais quando o temeroso governo interino (e ilegítimo) toma, como primeiras medidas, recados políticos contra segmentos progressistas na estrutura governamental, a redução dos programas sociais e assim vai. Em geral, o PT envolve-se, majoritariamente, em composições com outros partidos classistas, como o PC do B e o PDT. Trata-se do polo A. Por outro lado, o impeachment deu vazão a novos partidos políticos e que também estão posicionados contra o Golpe. A defesa da democracia proporcionada por artistas, movimentos sociais, estudantes, mulheres acena para um crescimento de uma esquerda movimentista: PSOL, Rede, o Raiz, o Partido Pirata (os dois últimos em processo de legalização) (até mesmo o PC do B poderia fletar nesta frente). Da mesma maneira, a sede conservadora que tem sido demonstrado nesses dez dias de interinidade, atacam avanços simbólicos e normativo-legais (mesmo que pouco, ainda) de movimentos como os das mulheres, dos negros, os vinculados a orientação sexual, ambiental e às expressões das juventudes, pondo em risco liberdades individuais e coletivas. A grande questão, ao menos pra mim, é acatar a liderança de Marina Silva, a versão feminina de Aécio Neves. Trata-se do polo B.
    Num polo C temos partidos mais ligados a sindicatos: O PCO, PSTU, PCB. Os três pequenos da extremidade esquerda do espectro político brasileiro. Podemos dizer que existe certa possibilidade de um polo de centro direita e centro esquerda alternativo, capitalizado pelo PDT e PSB, quem sabe possa agregar o PV. É o polo D. Tal possibilidade enfraquece o polo A.
     O que esse cenário comum de lutas pode conformar como inovação nas eleições gerais de 2018 para o campo da esquerda? O ideal, porém irreconciliável, seria uma grande frente de esquerda classista e movimentista em torno do polo A, B e D. Não tenho ciência da possibilidade de adesão do polo C.  Assim, o que se esperar é de três a quatro frentes de centro-esquerda e esquerda, unificadas sob o discurso do desmonte da Constituição de 1988 – objetivo central da pauta liberal e conservadora tupiniquim – a disputar a hegemonia. 

    Tradicionalmente, o polo A sempre conseguiu mobilizar em torno de 20% do eleitorado, no mínimo. Como se viu nas duas últimas eleições, uma possível frente composta pelo polo B poderia alcançar 20% dos eleitores. Quanto ao polo C, apesar de assistir algum crescimento, não acredito em algo superior a 3%. O polo D poderia atingir até 10% do eleitorado.
    Que dizer, é possível que metade do eleitorado nacional na eleição de 2018 se posicione em torno de alguma dessas frentes.

    Porém, inexiste no campo progressista um entendimento sobre uma agenda política que promova unidade. No Uruguai, por exemplo, a Frente Amplio, criada em 1971, é composta por partidos políticos comunistas, socialistas, socialdemocratas e centristas. Um documento converge essa pluralidade em unidade.  Uma linha que estará presente nos discursos nas eleições de 2018 junto a esses polos políticos será o rechaço ao golpe e ao ataque aos direitos. Mas, bastará? 
     Diversos cenários se desdobraram dessa situação: todos com sérias implicações na tão desejada consolidação de uma frente de centro-esquerda unida em torno de agendas progressistas conformadas na pluralidade, com agenda definida e comum a Frente de Esquerda. Como afirmei no inicio a eleição de 2018, tende a ser extremamente importante para a consolidação de novidades no campo político e partidário da esquerda.

     O ano de 2018 indica a possibilidade, ainda, de experimentarmos duas extremidades mais radicalizadas em destaque, como já vem ocorrendo mundo a fora. Nessa nova polarização, uma da direita outra da esquerda, os partidos como PMDB, PT, PSDB podem ser punidos pelos eleitores.

     

  4. é o pt na encruzlhada ao

    é o pt na encruzlhada ao encontro do diabo

    da grande midia golpista e do seu conluio infame…

    cross road blues, robert johnson

  5. Falácias

    Não  vão publicar mesmo devido à censura nesse site, mas o Sr Rui Falcão, entre outras falácias, diz que o PT quando governo não fez as reformas necessárias por culpa do congresso. Talvez seja a maior mentira do PT nos 13 anos de governo. Admitam: não fizeram porque não quiseram. Podiam, mas não queriam.

  6. O PT acabu

    Eu venho falando há anos junto com o PHA, mas todos falaram que era a lei da conspiração. Eu não cobro consultoria. Tem alguém no PT que pensa?

    Eu não cobro.

  7. Falcão é um líder

    Falcão é um líder equilibrado. O partido foi massacrado, e continua sendo.Foi estigmatizado como  sinônimo de desonestidade. Foi  ardilosamente construída uma imagem de marginalidade,que   envolve desde assassinato até assalto contumaz ao erário e corrupção institucionalizada. Enfim, uma legítima  organização criminosa. Orquestração comandada, pela mídia,Globo,liderando,Gilmar Mendes,provocando a saída  do chefe da Policia  Federal, que atrapalhava os planos que se seguiram, e todo o corolário de inesgotáveis e contínuas acusações,diuturnamente na imprensa,escrita,falada,televisada.

    Quem sobrevive  incólume  a isso? O  PT e Lula ,conseguiram  superar as piores prognósticos. Sobrevivem  como náufragos,isto é,  flutuando  entre destroços . O mais grave, é o  envolvimento do STF,na conspiração,seja influenciado,internamente por seus pares,por pressões externas ou simplesmente por insatisfação salarial, o que colocaria definitivamente a instituição entre o entulho dos mais sórdidos e fétidos  vazadouros.

    Esse  golpe ,engendrado,com essa  complexidade, com  emaranhado de atores,dos mais prováveis aos mais imprevisíveis,não tem paralelo na história recente das nações ocidentais. Por tudo isso, ouso a dizer, que tudo é possível acontecer,seja nas próximas  vinte e quatro horas ou cento e oitenta dias. Vale dizer, continuar lutando sem esmorecimento,afinal, na luta,o fôlego é privilégio de quem tem razão.

     

  8. Frutos para o futuro
    O prefeito Haddad deve ser preparado para a eleição de 2022, seria prematuro antecipar e ele precisa de tempo para ser conhecido pelo povo e ter suas qualidades pessoais e políticas preservadas e amadurecidas na hostil biota política brasileira.
    Acho preocupante que o PT considere o Mercadante, com todo o respeito por sua história e dedicação ao partido e à causa progressista, pois considero que ele não tem algumas características imprescindíveis ao posto, e mostra mais desenvoltura na implementação de políticas e programas, portanto um bom ministro, do que como tomador de decisões. Não me parece o líder com habilidade administrativa e alta imunidade contra os arapuqueiros que rondam o poder (qualidades que a presidenta tem, apesar dos críticos míopes insistirem no contrário, o golpe não foi dado por erro político dela, mas como uma febre para expurgar parasitas alojados indevidamente em organismo são), credenciais de que a presidência nessa democracia fraturada precisa como ar que se respira.
    Importante que o partido tenha reconhecido que seu crescimento e burocratização precisam ser balanceados com, e direcionados para a irrigação contínua e nutritiva das pautas sociais substantivas e democráticas.

  9. Esse Falcão é um bundão,

    Esse Falcão é um bundão, velho como eu, sem força, sem disposição e sem poder de reação.

    O PT precisa de novos líderes, e lideres novos. Pessoas jovens que parte para briga para o confronto, do tipo bateu levou

    O que adiantou o PT contemporizar, ser republicano, acreditar no controle remoto, não combater com a mesmo moeda o PIG, oposição,judiciário…

    Agora está sifu !

    O PT não precisa de equilíbrio, até porque já tem demais.

    O PT precisa de atitude !

  10. Esperança e Reflexões

    O povo não tem memória mas tem estômago. A medida que a obra do reacionários começar a frutificar o povo perceberá a grande traição da elite brasileira, comparará a sua situação com a anterior, sentirá saudade do Bolsa Família, do pleno emprego, do minha casa minha vida, do mais médico, da aposentadoria, das leis trabalhistas. Para os jovens de até 30 anos ou um pouco mais, a era antes do PT é como antes de Cristo. Suas referências são de curto prazo. (É uma pena que o governo e sua orientação social tenha acabado na nomeação de Levy traindo o seu programa, o cavalo de tróia da direita.)

     

  11. Equilibrado

    Estamos ainda numa fase de transição, com enormes méritos nas ações passadas nestes 13 anos, mas, também, com alguns erros a serem corrigidos, rumo a um futuro incerto que, obviamente, deverá trazer ventos de mudança. O Falcão mostra-se equilibrado dentro deste momento, pois não é hora ainda de partir rumo a um futuro idílico, sem antes dar um bom combate aqui, neste exato momento da história. 

  12. Lula

    Mais experiente, mais sagaz, mais sábio, mais lúcido e mais consciente, esse é o Lula, o presidente que mudou a face do Brasil, que retornará nos braços do povo e do Partido dos Trabalhadores ao poder maior do País.

  13. O Partido do Trabalhadores já

    O Partido do Trabalhadores já deveriam ter entrado com uma ação no STF (e em outros, creio que SP/ não sei praonde ele arrecadava – se pra estado, ou para federal) para soltura do Vaccari. 

    Por que até agora não entraram?

     

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