Railídia, cantora paraense, lança primeiro CD, por Augusto Diniz

Railídia

por Augusto Diniz

Conhecida nas rodas de São Paulo, onde canta no grupo Inimigos do Batente, Railídia lança seu primeiro CD solo. “Cangalha” percorre os ritmos da região Norte, onde ela nasceu e se criou, e deságua no samba urbano, gênero que ela se firmou como cantora já morando na capital paulista.

São 14 músicas. “Mourão que não cai”, a primeira, é uma composição do versátil Douglas Germano, que remonta as influências de Railídia. Douglas é ainda autor do samba “Quarta-feira de cinzas” (canta com ela a música no CD) e parceiro da cantora na faixa-título “Cangalha”, uma lembrança de que música também é manifesto por dias melhores.

Depois seguem “Risca, faísca, oiá” (Lincoln Antonio e Antonio Risério), “Ô Linda – Doutrinas de Tambor de Mina do Maranhão” e “Boi urrou” (as duas últimas folclóricas), três sínteses da música tradicional dos rincões que Railídia conhece bem – ela é de Almeirim, um daqueles municípios do tamanho territorial de um País, no Pará, de batuques, cantorias e festas à beira-rio, no Baixo Amazonas.

Railídia regravou “A louca”, o belo samba de Aldir Blanc e Maurício Tapajós. Em “Covardia”, ela canta ao lado de um dos autores da música, Fernando Szegeri (com Danilo Medeiros), que foi quem descobriu Railídia nas ruas do Pará e a trouxe para São Paulo. Trata-se de um “samba mais lento”, como define o autor.

A cantora se entrega ao cancioneiro paraense com “Mal de amor” (Val Milhomem e Joãozinho Gomes) – nesta ela canta com o brilhante Nilson Chaves – e “Flor negra” (Nilson Chaves e Joãozinho Gomes).

Na linha do samba vem ainda “Segura o trem” (Lincoln Antonio e Walter Garcia) e “O amanhã nos dirá” (Derny Tiago) num duo com o próprio autor da música. “Solidão de pierrô” é uma marchinha de carnaval feita por Railídia com a filha Iara.

“Sandália de prata”, dos partideiros David Corrêa e Bebeto di São João, encerra o disco. A música tem 12 minutos de gravação e clima de roda, de terreiro de samba e bamba.

A produção de “Cangalha” é de André Magalhães, um dos raros na sua área em reunir com maestria e na medida certa ritmos tradicionais diversos da música brasileira em gravações. O time base de músicos do CD é composto por Paulo Godoy (violão), Helinho Guadalupe (cavaquinho), Felipe Siles (sanfona e piano), Koka Pereira (percussão) e Ed Encarnação (bateria e percussão).

De 2004 a 2008 Railídia chegou a integrar o grupo Bando Afromacarrônico, idealizado pelo músico Kiko Dinucci, que hoje forma a badalada banda Metá Metá.

O CD “Cangalha” de Railídia será lançado no próximo dia 30 de janeiro, no Ó do Borogodó, em São Paulo (SP). Mais informações aqui.

Ouça a faixa-título do CD aqui.

Redação

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