Seção de comentários de portais tornou-se inócua, por Augusto Diniz

Seção de comentários dos grandes portais de notícias chegou ao esgotamento. Não é de hoje que o principal instrumento de interação entre veículos e leitores vem apresentando incapacidade de produzir o efeito pretendido –  de estabelecer debate minimamente profícuo sobre o tema tratado.

Com a proliferação de desestabilizadores de discussão (ou rompedores de etiqueta, trolls, robôs de spam etc.), o local de expressão de opinião de leitores chegou a níveis alarmantes de inocuidade.

Embora se diga que a forma mais eficiente de combater o problema é ignorá-lo, não tem o menor sentido expressar opinião sobre uma reportagem ou um artigo em um portal de notícias, cuja seção é ocupada 90% por comentários incivilizados feitos parte por anônimos.

Mesmo com termos e condições impostos pelos veículos, necessidade de login e boa vontade de moderadores, o problema chegou ao limite.

Acontecimentos recentes envolvendo questões sociais, raciais e religiosas extremadas, colocados pela mídia no centro do debate, comprovam aqui e no mundo a falência da seção.

No Brasil, os reflexos da disputa eleitoral continuam, com sandices disparadas por tudo quanto é lado. Inflada por colunistas propagadores da divisão social, a seção de comentários chegou à exaustão do destempero.

Nos Estados Unidos, o  homicídio de Michael Brown, um jovem negro, provocado por um policial, fez com que um dos principais jornais online do Estado onde aconteceu o fato (e vinha sendo palco de fortes manifestações), The St. Louis Post-Dispatch, fechasse por dois meses comentários de leitores por conta de opiniões “vis e racistas” na seção.

Já na Europa, o ataque terrorista à redação do jornal francês Charlie Hebdo acendeu debates calorosos na seção de comentários da imprensa. A informação é a de que mediadores de portais de notícias europeus trabalharam duro para separar ofensas de ponderações nos textos publicados em torno do tema.

A diminuição de espaço para comentários em textos de grandes portais anda a largos passos. A Reuters anunciou ano passado o fim da seção de comentários  em suas matérias, mas manteve para artigos de opinião. E estimulou os leitores a se expressarem nas redes sociais sobre reportagens veiculadas pela agência. Mas há exemplos anteriores da medida em outros veículos pelo mundo afora.

No Brasil, alguns grandes portais de notícias tratam há algum tempo com parcimônia a seção de comentários. O curioso é que, em alguns portais ligados aos grandes grupos de comunicação, as restrições têm objetivo menor de bloquear comentários indelicados dos assuntos tratados e maior de proteger a linha editorial adotada.

Comentários sobre os temas abordados na grande imprensa estão indo agora para o ringue das mídias sociais. O nível baixou muito no meio.

A diferença é que nas redes sociais o próprio internauta pode controlar a entrada dos assuntos e comentários. O problema é que ele só publica o que lhe interessa. E o debate continua prejudicado.

Redação

40 Comentários

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  1. É vero.

    “As restrições têm objetivo menor de bloquear comentários indelicados dos assuntos tratados e maior de proteger a linha editorial adotada”.

    No Blog do Ricardo Noblat a moderadora me bloqueou por “crime de opinião”: eu discordava da linha das notícias e me posicionava. Enquanto isso há comentaristas “profissionais” contumazes que ofendem a tudo e a todos sem ser incomodados pela moderação. Mas estao em acordo com a linha editorial de lá…

    1. Mas logo no Noblat? Ele foi o

      Mas logo no Noblat? Ele foi o blogueiro que publicou as maiores baixarias contra o Tofolli. Mas isso quando este “era petista”. Envolvia negócio de “chupar isso e aquilo”. 

      Agora não, já que o Tofolli virou amiguinho do Gilmar, virou a casaca. Voce pode colocar no seu comentário que “o excelentíssimo supremo ministro Tofoflli comete alguns erros de avaliação à luz da ciência jurídica ao basear seu voto contrário a matéria de interesse do governo” que será bloqueado. Mas se botar que o “Levandoumdowsky é um @#$%¨&*”, pode ter seu comentário elevado o post.

      1. kkkk…isso mesmo…essa é a

        kkkk…isso mesmo…essa é a prática lá. Não leio há tempos, mas na época havia alguns comentaristas que passavam o dia inteiro ofendendo, sem nenhuma represália…um tal “a bem da verdade” e um outro que não me lembro…falar mal do psdb ou questionar a frase do dia do blogueiro é block na certa.

  2. O interesse desses portais
    O interesse desses portais nacionais em suas seções de comentários é unicamente comprovar a audiência e permanência por mais minutos de internautas em suas páginas. Isso significa mais dinheiro.
    Como no Brasil esses grupos de comunicação são todos pré-falimentares a permanência desses esgotos será um flagelo que deverá permanecer por muito tempo..
    A moderação só existe se o internauta fori contra a linha editorial do portal. É a tal “liberdade de expressão” que nossa mídia tantio preza: A dela..
    Quanto ao conteúdo, uma arquibancada de futebol em uma partida decisiva é bem mais civilizada.
    Só para masoquistas.

  3. Dequalquer forma, a sociedade

    Dequalquer forma, a sociedade precisa se reencontrar.

    Um dia isso vai acontecer ou vira a barbarie.

    Uma sociedade que se individualiza  a velocidade da luz, provocada pela própria mídia a interesse de certos grupos de exploração do consumo, só poderia dar nisso.

    Ma há esperança. 

    Como na política, “as pessoas de bem” ou do bem, precisam entrar na discussão, precisam participar, criticar, emitir suas opiniões. Do contrário o meio será povoado pelos radicais dos dois lados e não terá fim até que uma das pertes seja derotada violentamente, que não tenha mais forças para reagir.

  4. Basta vermos hoje o que é a

    Basta vermos hoje o que é a seção de comentários do UOL, por exemplo.

    Nas redes sociais, este fenômeno se repete. Existem algumas páginas de cunho político, como “Política no Face II”, “Falando Verdades”, entre outras, que são diariamente inundadas por trolls que têm, como características comuns, ódio ao “Foro de SP”, ódio ao “bolivarianismo no Brasil”, ódio ao PT, répetições do que diz a mídia até o “professor” Olavo Carvalho.

    São grupos diminutos, é verdade. Mas incomodam. Creio que o maior objetivo deles é que simplesmente toda e qualquer livre ponderação ou debate seja abolida.

    PS: Quando vejo alguma pessoa compartilhando link da Veja em rede social (a da moda agora é vídeo de uma “jornalista loira”) ou de uma Rachel Sheherazade, eu sinto é vergonha alheia.

  5. A área de comentários dos

    A área de comentários dos blogs, de todos, de LN e do RA, é 90% lixo puro.  E dos 10% que se aproveita, metade também é lixo. 

    A área de comentários é o reino dos especialistas em tudo, da antropologia a física quântica passando pela genética.

    Não a toa alguns grandes portais estão fechando o Comment. Quase impossível moderar tanta bobagens…

     

    1. Caríssimo Free Walker, fui eu

      Caríssimo Free Walker, fui eu que lhe dei cinco estrelas amarelas. Pela coragem como voce expõe sua auto-crítica. Mas exagerou, voce, o Calvin e o Rebolla não são 90% do blog do Nassif.

    2. Discordo dessa tua

      Discordo dessa tua “estatística”(chute) com relação aos comentaristas deste portal. Com raras exceções, são pessoas de boa cultura e civilizadas. Nada a ver com lixo. Teu comentário, nesse sentido, é autocontraditório. 

      Dar uma opinião não é querer ser especialista. Hoje, dada as facilidades instrumentais, a começar pela internet, temos como formar um senso, mesmo que superficial, sobre a maioria dos temas. 

      1. Exato JB.
        Agora tu fosse

        Exato JB.

        Agora tu fosse perfeito JB, dicordasse de minha idéia sem me agredir…

        Assim deve ser feito, de um ou do outro lado. 

         

  6. O blog de Nassif é um exemplo

    O blog de Nassif é um exemplo claro de como o que está dito no artigo ocorre.

    Para quem é antigo por aqui nota a diferença de comentários mais profundos e debates mais civilizados em tempos idos.

    O caminho para minorar tais situações é se definir com clareza a ideologia que o veículo abraça.

    Em outras palavras, definir a sua linha editorial.

    O estilo morde-e- assopra ativa a defecção, estimula a animosidade e faz com que comentaristas que propõem o debate sem partidarismos abandonem o blog, como tem corrido e já apontado por outros colegas em posts diversos.

    1. Assis, vc é exemplo claro do

      Assis, vc é exemplo claro do que está acontecendo, mesmo sem se utilizar de baixarias, vc faz um defesa “alucinante”, através de artigos completamente fora da realidade, do governo de plantão. Se por soldo pago ou não, não sei..

       

    2. Discordo do exposto nos  dois

      Discordo do exposto nos  dois últimos parágrafos, Assis Ribeiro. 

      Por que a necessidade de definir uma Linha Editorial? Ainda faz sentido arguir isso nesses tempos? O que é mais importante: a clareza ideológica ou a ética no trato da informação? A não manipulação no dito factual. É aí que reside o perigo. 

      Ademais, num mundo complexo, multifacetado como o atual, é impossível, e mesmo indesejável, o unilateralismo, a higidez ideológica absoluta; enfim, o monismo em qualquer das instâncias humanas.

      Quando tu criticas o estilo morde-e-assopra deste Portal, a meu ver uma referência a alternância entre matérias favoráveis ou desfavoráveis ao atual esquema de Poder, a meu ver incorres numa contradição dado que isso por si é uma – vá lá que existia isso – linha editorial, a “cara” do Portal.

      Não vejo como nem porque esse estilo possa estimular defecções ou animosidades. Estas, mantidas no nível da civilidade, é saudável. Tenho todo o respeito com a quem por qualquer motivo abandone este  espaço. Afinal, é um exercício de um direito. Só discordo quanto aos motivos. 

       

       

  7. A imprensa tradicional

    A imprensa tradicional rasgou a fantasia. Quem ataca o tempo todo o poder constituído é a Veja, o Estadão, a Época, a Folha, e até mesmo a Isto é. Termos como Petralhas, bolivariano são “normais” na mídia impressa. Então por que os comentários seriam mais comedidos NOS SITES…e como vento que venta lá venta cá as respostas tem sido dadas no mesmo nível.

  8. Seção de comentários.

    Meus amigos,

    O papel em branco aceita tudo. Sinto até um pouco de ingenuidade dos colegas em querer nível acadêmico em espaços abertos a todos.  O Brasil não é outra coisa. À cada vez maior falta de bons livros, atrela-se a falta de bons leitores. Infelizmente, de modo geral, o brasileiro lê pouco e mal. Sabemos o que é método? Talvez não.

    O que é triste e nos faz mal é que a escola está acabando. Investimentos menores. Didática alienígena. Ministros ridículos. Tudo que nos cerca é conseqüência.

    Gilberto Amado, agudamente analista, dizia: “todos pensam que o esporte do brasileiro é o futebol. Enganam-se! É a conversa.”  Ora, se ninguém mais me escuta… escrevo!

    “Zero de conduite” foi um excelente filme francês. 500 mil com zero na redação é o nosso filme.   

  9. E o que dizer de um “grande”
    E o que dizer de um “grande” jornalista (ênfase ironica no grande) que xingou a progenitora de Dalai Lama com uma expressao bem comum, por ter assumido ser marxista…

  10. Corretíssimo Augusto, o nível

    Corretíssimo Augusto, o nível de incivilidades angustia, deprime qualquer ser humano.Observamos os extremismos, falta de ponderação e equilíbrio no diálogo. Muitas vezes pensamos que é um ringue, com “socos” de um lado e do outro. Denigrir imagens de pessoas, usar palavras de baixo calão é o que mais existe. O nível educacional e cultural baixíssimos dá margem a  ódios exacerbados, descontrole emocial. Devem ter pesquisas mostrando que a causa disto seja fruto da própria mídia que vem ao longo dos anos desqualificando qualquer debate mais sério. O bom jornalismo está em crise. Ótimo artigo, parabéns.

  11. Isso já foi dito por aqui. Renovação, apesar das antiguidades.

    Já reproduzi artigo que era específico de sites. Já sugeri mil vezes um, algum tipo de regulamentação desta mídia (ver mídia, media, num bom dicionário). Poderia ser, por exemplo, embora trabalhoso e pouco prático, escolher e deixar uma amostragem de 5 opiniões semelhantes entre si, mais 5 opiniões divergentes, e mais 5 opiniões que não se enquadrarem em nenhum dos pontos de vista. Ou variações ou alternativas que o Blog ou participantes, visitantes, não cadastrados ou cadastrados sugerirem. Não concordo com antiguidade, pois é tal antiguidade que por vezes estimula, sem querer, vícios, inibe renovações, enche os posts recentes dando pitaco em tudo o que é assunto, vira uma Irmandade, um grupo fechado, e qualquer fechamento traz riscos à mesmice – não me excluo de defeitos meus.

    1. Regulamentação da mídia só pros outros… não é censura

      pra cá, esperneiam, dizem que é censura, que quem critica que faça seu blog, que isso, que aquilo. Há melhores não cadastrados e visitantes do que muitos antigos. Em mensagem privada, já recebi um puxão de orelha por ser um novato a já chegar cuspindo regras (não cito o nome, até pq creio que é pensamento da maioria da Irmandade). Ora, isso é querer preservar um estilo de panelinha, pra usar termo popular (e que a gente tá pensando: panelinha). O que se chamam textos profundos, por vezes são rasos, cheios de gráficos, números, citações, assinado por algum ou alguma doutora ou queridinho(a) do blog ou de parte do blog. 50, 100, 300 comentários são ou redundantes ou puxa-saquismos, “comentários” ilusórios, só números. Por isso, gente boa (ou que considero) nunca entrou pra participar, pelo contrário, aconselhou cair fora – mas sou masoquista. Escrevo apressado, não penso duas vezes, digo piadas que poucos curtem ou entendem e levam pro lado agressivo, provoco na minha intenção de bem provocar, mas lá vêm os apelidos intimidadores, etc etc (REPITO: às vezes incorro em bobagens e idiotices, me dou conta disso – nem sempre – e peço desculpa pública).

      1. AP470 Mensalão e Eleições GGN = Partido Único

        Até hoje, há beatos que defendem um partido como se não fosse composto de homens e mulheres de carne e osso. Têm chiliques. O “Porque Apóio Dilma” tinha uma no cravo e outra na ferradura e já apontava no estilo centralizador da Presidenta. Tal manifesto tinha contradições. Pois só louva-a-deus, uns 300 ou 400 comentários, leram sem senso crítico porque foi o dono do blog que escrevia. Quando outro artigo de não sei quem escreveu este ponto, a Irmandade baixou o pau. Portanto, número, e antigos nãoquerem dizer, por si, nada de nanda de nadinha. O ministério de economica de Dilma, ai de quem elogiasse ou reproduzisse entrevista com o brilhante Gianetti. Na época, o GGN Posts Recentes foi igualzinho a um Pravda. Tem outras amostras, só poucas porque leio poucos títulos e menos ainda comentários.

  12. Acorda Brasil!

    Acho que todos estão equivocados ,a começar pelo autor do texto. E  eu não. Eu estou certo. E nem tente me convencer de nada pois eu conheço  as verdades brasileiras. pois não perco meu jornal diário na TV e ainda leio muitos jornais e revistas. Vou apenas jogar um pouco de luz em suas  mentes embotadas na tentativa de retirá-los da caverna: 

    Por exemplo:

    O Brasil precisa de reduzir a maioridade penal. O ECA – “que eca! – deve ser revogado!

    Precisamos urgentemente  flexibilizar  as leis trabalhistas ou vamos perder mercado! Chega de carta del lavoro facista por aqui.

    Precisamos aprovar  o mais rápido o projeto das terceirizaçoes. E tem que ser o 4330 ou algo igual, isto é, mudar só o número do projeto: de 4330 para 4331.

    Precisamos acatar imediatamente as recomentações do pessoal pensante do brasil, que gera emprego e renda. Boa parte destes se encontra na CNI. Aliás, eles já elaboraram mais de 100 recomendações para o sólido e seguro crescimento do brasil. Vamos ouvir esse pessoal antes que seja tarde demais.

    Se o Senhor Levy não conseguir ajustar nossa economia então devemos chamar o Dr. Armínio Fraga. Se este também sucumbir então chamamos logo o George Soros para ser nosso ministro biônico da economia. Ou de ferro!  Nesse linha, devemos fechar a Unicamp e no lugar abrir um filial da escola de Chicago.

    Devemos privatizar logo nossa cadeias e colocar muita meritocracia para administrá-la. Bandido bom é bandido preso!

    Pena perpétua sim! Quero ver se teremos bandidos mirins por ai solto!

    Ah! Vamos acabar com essa bandidagem na Petrobrás. E só há um caminho para isso: Privatização! 

    Bom, como dito, apenas dei algumas pistas para retirá-los do sono profundo.

     

    Acorda Brasil!

     

     

     

     

     

  13. Gostaria de propor aqui uma

    Gostaria de propor aqui uma alteração no procedimento do blog.  Em vez da pena de morte representada pela exlusão de comentários, cada post teria a sua “lixeira”, um espaço próprio onde seriam depositados os comentários denunciados.

    A direção do blog credenciaria um determinado número de comentaristas cadastrados, levando em conta a qualidade de suas intervenções e tendo como norte sempre o grande diferencial do blog, ou seja, a sua  pluralidade. Esses comentaristas ficariam encarregados de apontar os comentários destinados à lixeira. Entretanto a decisão não seria individual. O comentário seria enviado para a lixeira somente depois de alcançar um determinado número de apontamentos negativos .   

    Dessa forma nós teríamos o espaço principal mais enxuto e higienizado e o espaço secundário, uma arena de vale-tudo frequentada apenas pelos apreciadores.

  14. Do New York Times funciona

    Os comentários do NYT funcioam bem. Sempre há em destaque comentários inteligentes e ponderados. Se você acha que seus leitores têm algo inteligente a dizer, então dá para se dedicar e fazer algo bem feito. 

  15. A propósito, ontem Cacá

    A propósito, ontem Cacá Diegues foi entrevistado no Roda Viva e foi nessa linha. Disse-se indignado contra os comentaristas, incluise do Face, que diz não o seguir mais. Até fez referência ao período da campanha, quando a fúria dos comentários foi muito pesada, etc. Só gostei de uma coisa: Augusto Nunes, e o representante da Época não conseguiram levar o entrevistado para aquele lugar comum. O Cineasta se saiu muito bem nas perguntas, e mostrou estar na Roda pra falar de seu livro autobiográfico, do Cienma Novo, dos parceiros, mas sem mostrar-se pessimista quanto ao Brasil de hoje, que diz ser democrático, incomparável àqueles tempos sombrios. 

    Dos blogues proressitas, que os acompanho, sou invocada com os comentários do Brasil 247, que não filtra nada. Lá a gente vê muita falta de educação, de respeito ao próximo, e um nível baixíssimo de cultura, sem contar que tem alguns que preenchem páginas com repetições de palavras em caixa alta. Não faltam palavras chulas nesses comentários, por isso decidi não lê-los mais. 

  16. o assis levantou um aspecto

    o assis levantou um aspecto muito importante.

    mas um dos aspectos de que mais gosto neste blog

    é o bom nível dos comentários dos que comentam aqui desde sempre,

    alguns com talento indiscutível, com uma visão ampla

    do mundo, com dicas de autores.

    são esses que mantêm a qualidade do blog.

    os fundamentalistas a gente passa direito,

    já sabe o que vem por antecipação.

  17. No meu entendimento,  nessa

    No meu entendimento,  nessa questão cabem, dentre outras,  as seguintes indagações: 1°) Quem surgiu primeiro: o ovo ou a galinha?  Ou seja, os comentários são rasteiros, mesquinhos, desprovidos de racionalidade e urbanidade, porque induzidos pelo clima de animosidade de alguns colunistas, analistas e blogueiros, ou, ao contrário, estes é que passaram a produzir um “jornalismo” que vai ao encontro dos anseios das bestas-feras que se agasalham, covardemente, no anonimato? 2º) Não se traveste de rendição, de uma postura anti-progresssista(ou regressiva, o que é a mesma coisa), a eventual supressão dos comentários dos leitores/internautas, retornando, assim, o viger do jornalismo de mão única, no qual ao receptor cabe apenas o papel de provedor? 

    Dúvidas não há que alguma coisa pode e deve ser feita. Causa embrulhos no estômago até para os mais insensíveis o que se lê nesses espaços destinados a leitores-comentadores. E esse despautério alcança um máximo nos portais da dita “grande” mídia. Será coincidência? 

    Pena que em pleno século XXI ainda estejamos a deplorar coisas tão rasas e óbvias como educação, civilidade, respeito ao próximo, serenidade, pluralidade, e outras afins. Os avanços incomensuráveis na tecnologia infelizmente não foram acompanhados pela dimensão ética e civilizatória. Como sempre, resta recorrer às interdições mais próprias para crianças ou incapazes e não para pessoas adultas e supostamente dotadas de bom senso. 

    Concluo, porém, retomando a indação que abriu este comentário: antes dos proprietários de portais e blogs, em especial da grande mídia, optarem por restringir ou mesmo elidir o espaço para comentários, não seria coerente reverem a qualidade do que oferecem ao público? Qualidade que abraça desde a ética no trato da informação e da análise e vai até as explícitas e extravagantes manifestações de parcialidades políticas-ideológicas-empresariais? 

    Decerto que a natureza humana sempre emerge em qualquer das circunstâncias; seja para o bem ou para o mal. Não obstante, é possível domá-la ou dribá-la pelo bom exemplo e pelas atitudes. 

  18. Comentários

    Leio todos os dias (por questões pessoais e também por questões de trabalho) jornais de vários países, incluidos dos Estados Unidos, França, Reino Unido, Brasil, Argentina, México, Colômbia, Venezuela, etc.

    E fico perplexo. Considerando-se apenas os grandes jornais, alguma coisa em torno de 90% dos comentários é lixo, é esgoto em estado puro, visceral. Uma coisa revoltante. Quando um país passa por um momento crítico (momento em que é preciso calma e é fundamental se informar direito), como a eleição no Brasil, a morte do juiz Nisman na Argentina, ou os atentados em Paris, o grau de irracionalidade, preconceito e simples fúria atinge níves inacreditáveis.

    Mas a pergunta é: o que fazer com isso? E com isto quero dizer: esses comentários apenas refletem uma parte da sociedade. Então o quê fazer com essa parte da sociedade, com essa parte que apenas consome informação que confirme o que acha que sabe como forma de consolidar os preconceitos? Na Argentina, o Verbitsky é chamado de crápula, assassino, corrupto, ladrão, sem vergonha, escória por apenas sugerir que as pessoas devem se ater aos fatos no caso da morte do Nisman, e evitar considerar uma especulação como um fato comprovável.

    É evidente que para os grandes jornais em choque frontal com o governo, trata-se de um ciclo vicioso (eu alimento a malta, que late mais forte, e pede mais, e então eu alimento ainda mais, e a malta late ainda mais, e…..). Mas o que me choca não é apenas o grau de intolerância na seção de comentários de grandes jornais o portais, mas a existência dessa intolerância na sociedade, no mundo real.

  19. fui generoso ao propor 5, 5 e 5 comentários selecionados

    Se vejo mérito no GGN, mais especificamente seção Posts Recentes, é de reunir algumas (algumas) notícias que se teria que ter saco pra ir a outros sites. Um outro méirto é manter , realimentar o baixo clero simpatizante de um partido (no qual voto quase sempre). Mas isso desagrada quem for perder espaços pra não aparecer com suas profundas opiniões ou troca de alôs entre amigos. Mesmo assim, é melhor do que desiludir essa franja de traços de esquerda por um mundo melhor. E minha sugestão: aumentar pra 5 estrelinhas negativas, eu receberia, ou nãoreceberia nenhuma, ambas as situações seriam elogios pra mim. Uso primeira pessoa, uso pouca netiqueta.

  20. A cecção de comentários da

    A cecção de comentários da interner* ,na sua esmagadora maioria, é censurada.

                  Então, que papo é esse , se se divulga o pensamento do blogueio?

                    Não estamos em tempos de imprensa livre?

                       Então, todos os comentários deveriam ser divulgados.

                     Com aqiuela tradicional tarja: ‘Os comentários,não necessariamente expressam a opinião do blogueiro”.

                                 MAS VCS CORTAM TUDO QUE NÃO INTERESSA NA MÃO GRANDE.

                                  E ainda reclama?

                                  Talvez, os bloqueiros queiram o ”amém” de tudo que escrevem.

                                      Mas aí não seria blog,

                                         Seria seita.

  21. Acho que o problema esta

    Acho que o problema esta ligado a identificação dos comentaristas, os famosos Trolls, se alguém se esconde pode falar o que quiser.

    Na verdade, seria o mesmo caso dos Black bloks nas maniisfestações de julho, quando eles entraram a manisfestação acabou, da mesma forma ocorre com os comentarios. 

  22. Indentidade real e intenção de contribuir para o debate

    Acredito que o encontrado nos comentários dos sítios e blogs não se deve aos motivos abaixo que geralmente lhes são atribuídos: insuficiência de ensino formal, falta de cultura, má educação, pouca vivência, incivilidade. 

    Muitos colunistas de jornais e revistas – com curso superior, cultura, educação, vivência e manifesta civilidade – escrevem textos que em nada perdem aos comentários depreciativos encontrados na Internet.  Considero que o conteúdo postado nos comentários se deve à conjugação do seguinte conjunto de fatores: • agressividade latente em todo indivíduo: não por acaso ela está quase sempre em filmes, é comum em desenhos animados e todo dia é comprovada em discussões, violência doméstica, brigas, homicídios e conflitos bélicos. • anonimato: é como ser invisível e poder ali ser quem realmente se é, sem dissimulação alguma, fazendo (dizendo) aquilo que sempre teve vontade. Acho que Cicrano, autor de um texto qualquer, é um “estúpido”. Não gosto dele, mas jamais diria isso se eu pudesse ser identificado. Estou anônimo? “Cicrano, você é um estúpido!” • impunidade advinda do anonimato: abre o ensejo de se cometer crimes, como o de racismo, difamação, falso testemunho e mentira, por exemplo, sem por essas coisas sofrer qualquer penalidade. • alinhamento ideológico e/ou político: só se enxerga o mundo por certa visão de mundo – a correta. Quem discordar deve ser esclarecido ou combatido. • sabe tudo: é o sabe tudo de nada que julga saber algo de tudo. • válvula de escape: típico do submisso no serviço que se vinga da sociedade crucificando Cristos na Internet. • zombeteiro: se diverte às custas dos outros por meio de críticas superficiais ou da confusão que consegue causar. • depreciador: desfaz dos outros para se sobressair.   Por isso acho difícil estabelecer diálogo via Internet, pois nunca se sabe qual a real intenção daquele que tece comentários. Além disso, perde-se muito na comunicação pela ausência de contato visual, por não ver gestos, expressões, por não ouvir a voz. Interpretações incorretas acabam sendo consequências disso.  A solução seria, por um lado, o velho não alimentar “trolls”, de outro, postar comentários com sua identidade real, com a verdadeira intenção de contribuir para o debate e escrevendo tal qual se estivesse conversando pessoalmente com o autor.

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