EMEI Gabriel Prestes entende a cidade como extensão da escola

 “A nossa responsabilidade é devolver a cidade para as crianças”, diz coordenadora.

Por Ana Luiza Basílio do, Centro de Referências em Educação Integral

Localizada em uma das principais vias urbanas da cidade de São Paulo, a Rua da Consolação, a escola tem como benefício um entorno “efervescente de possibilidades”, principalmente quando se pensa a conexão com os demais equipamentos territoriais para ampliar as possibilidades educativas das crianças, como a Biblioteca Mário de AndradeBiblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, Praça Roosevelt, Parque Augusta, Sesc Consolação, Cemitério Consolação e outros espaços.

Por outro lado, essa localização também reforça a luta da escola pelo direito à cidade, como explica Naíme. “Estamos no palco das manifestações que, até 2013, eram desejáveis por serem uma festa da cidadania. De lá para cá, no entanto, elas se tornaram hostis e violentas, nem parece que circulam crianças por aqui”, condena a especialista. Ela conta que, ideologicamente, a escola adotou o termo “territórios das infâncias” que tem o objetivo de tornar visível aos outros essa etapa da vida. “Saímos pras ruas com cantos, gritos de guerra. A ideia é que nos vejam”, reforça.

Uma diretiva política

Longe de ser uma ação isolada, a presença das crianças no território faz parte do projeto político pedagógico da instituição chamado “Percursos das Infâncias da EMEI Gabriel Prestes, Diálogos no Território e o Olhar da Criança sob a Cidade Educadora”. Embora tenha chegado à escola em 2009 como professora, Naíme conta que essa organização começou já em 2004, sob a gestão de Arlete Persoli.

Naquele momento já se tinha proposto alterações no plano político pedagógico da instituição, pensadas ainda à revelia do corpo docente. ”Na época, ela pensou as salas ambientes para as crianças – brinquedoteca, de matemática, linguagens e artes. Com o tempo, os professores puderam observar e pontuar [junto à própria Arlete] que ainda assim estavam fragmentando o conhecimento aos alunos”, relembra Naíme. Esse repensar das práticas acabou tomando mais corpo na gestão seguinte, com a atual diretora Mônica Galib, já que em 2009 Arlete deixou a instituição para coordenar o Centro de Convivência Educativa e Cultural de Heliópolis.

criancas_gabriel_prestes

A partir de um esforço coletivo foi proposto um redesenho das práticas pedagógicas. Os gestores entendem que o principal mote é o brincar e a valorização das culturas e saberes infantis. Essa diretiva caminha ao lado do desejo da escola de colocar as culturas infantis na cidade e de, ao mesmo tempo, abrir-se para o arranjo territorial.

Clique aqui e conheça essa experiência na integra.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador