Jornal GGN – O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) manteve a sequência de ajustes dos juros, e aumentou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 9% ao ano. A decisão foi unânime e sem viés. Segundo comunicado divulgado pelo Banco Central, “o comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”.
Com o aumento dos juros, a caderneta de poupança voltou a ter a remuneração antiga. Pelas regras divulgadas pelo Banco Central em 2012, caso a taxa básica de juros fique acima de 8,50% ao ano, fica mantido o rendimento de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais Taxa Referencial (TR). Se a taxa ficar abaixo ou igual a 8,50%, o rendimento é de 70% da Selic mais a TR.
A decisão de se ajustar os juros foi votada pelos seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
Para o economista-chefe do banco Santander, Maurício Molan, o fato de não ter tido novidade na decisão é uma boa notícia. “O fato de não ter ocorrido nada de diferente é positivo. Com os mercados voláteis, não era o caso de o Copom vir a fazer alguma mudança”. Molan destaca o pronunciamento realizado pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, no dia 19 de agosto, quando a cotação do dólar chegou a bater a marca de R$ 2,40, e o mercado começou a embutir uma probabilidade de mudança no ciclo de alta de juros, aumentando suas apostas de 0,50% para 0,75% de ajuste.
Na ocasião, o representante da autoridade monetária destacou o prêmio excessivo registrado no mercado de juros, e o mercado entendeu que a estratégia de ajuste adotada pelo BC não sofreria mudanças. “Aquela foi uma sinalização importante que foi confirmada, com o comunicado totalmente inalterado”. Molan ressaltou que cabe ao Copom evitar “ao máximo” o repasse da variação cambial para a inflação e, ao sinalizar que a estratégia se manteria, passou-se a entender que o ciclo de alta dos juros seria mantido por reunião. “A magnitude talvez afete a intensidade do ciclo no que se refere ao tamanho, e não aos passos. Essa foi a maior mensagem do Copom e da nota”.
Quanto a duração do ciclo de alta dos juros, o economista-chefe do Santander acredita que a autoridade monetária deve realizar mais um ajuste de 0,50%, e que deve ser a último ajuste uma vez que o quadro econômico já começa a mostrar sinais mais consistentes de desaceleração. “A gente vê motivos para o desaquecimento: a demanda, que vinha mostrando sinais de desaceleração, vai enfraquecer naturalmente no terceiro e quarto trimestres, apesar da conjuntura externa mais favorável para o crescimento”.
Molan também cita a confiança empresarial e dos consumidores em níveis abaixo da média, além do impacto que o câmbio vai ter sobre a atividade. “A depreciação cambial é ruim para o crescimento porque afeta a confiança e os preços dos importados, e muitos deles importantes para o investimento. Em um primeiro momento, o câmbio atua com sinal negativo sobre a confiança e importados, mas deve ser favorável em um segundo momento por tornar o setor mais competitivo
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