Falseamentos no debate sobre a taxa de juros no Brasil, por Diogo Costa

Por Diogo Costa

DEBATE MISERÁVEL SOBRE A TAXA DE JUROS – Analisar os fatos e os dados como eles são é um pré-requisito para quem pretende falar ou escrever sobre um tema específico.

Atualmente se vê inúmeras pessoas falando que o Brasil tem a “maior taxa de juros do mundo”, e que a taxa real de juros (taxa real é a taxa nominal menos a inflação) também é a “maior do mundo”.

Em primeiro lugar, o Brasil não tem a maior taxa de juros do mundo. Basta dar um pulinho na Argentina e na Venezuela para constatar que isso é ampla e absolutamente falso.

Em segundo lugar, o Brasil também não tem a maior taxa real de juros do mundo.

Aliás, nos quesitos taxa nominal e taxa real de juros, é preciso desmistificar alguns outros pontos.

A taxa nominal de juros do Brasil é hoje de 14,25% ao ano. Nos dois ajustes macroeconômicos anteriores, feitos em 1999 e em 2003, a taxa de juros era maior do que é hoje. Vejamos:

-Taxa de juros em agosto de 2015: 14,25%;
-Taxa de juros em agosto de 2003: 24,5%;
-Taxa de juros em agosto de 1999: 19,5%.

No quesito taxa real de juros, cumpre relembrar algo que é tão simples e óbvio que talvez seja por isso que as pessoas não se dão conta. Vejamos:

-Taxa real de juros em agosto de 2015: 4,8%;
-Taxa real de juros em janeiro de 2011: 4,8%;
-Taxa real de juros em janeiro de 2007: 10,1%;
-Taxa real de juros em janeiro de 2003: 12,4%;
-Taxa real de juros em janeiro de 1999: 27,3%.

Ou seja, a atual taxa real de juros é rigorosamente a mesma que existia em janeiro de 2011, quando Lula passou a faixa presidencial para a presidenta Dilma Rousseff.

Além disso, é nítida e cristalina a queda gradual na taxa real de juros do Brasil nos últimos 16 anos.

É preciso destacar que entre o segundo semestre de 2012 e o primeiro semestre de 2013 o Brasil administrado por Dilma praticou a menor taxa nominal (7,25%) e a menor taxa real (1,4%) de juros de toda a sua história.

Isso não garantiu o crescimento econômico do país por uma razão bem simplória: a taxa de juros é apenas um dos vários elementos que impulsionam ou reprimem a economia de um país.

Visto de forma descontextualizada a taxa de juros não quer dizer absolutamente nada. Isolado o indicador se transforma em mero número solto no ar.

Notem que os EUA tem uma taxa de juros de 0,25% ao ano, de forma ininterrupta desde dezembro de 2008. O Japão está com uma taxa de juros de 0,1% ao ano e a Zona do Euro tem taxas ainda menores, de apenas 0,05% ao ano.

Segundo o pensamento mágico dos “juristas” brasileiros, os EUA, o Japão e a Zona do Euro deveriam estar crescendo vigorosamente, não é verdade?

Se o problema é única e exclusivamente a taxa de juros, nominal ou real, os países que tem juros próximos de 0% deveriam crescer mais do que a China!

No entanto, não é assim que tem acontecido. E não tem acontecido porque, como foi dito antes, a variável taxa de juros é apenas uma entre tantas outras.

E deve ser analisada em conjunto com as demais variáveis.

Querer analisar a economia brasileira ou qualquer outra sem levar em conta aspectos fiscais, monetários, creditícios, salariais e cambiais, entre outros, de forma conjunta, é pura perda de tempo e ilusionismo retórico.

O maior problema do Brasil não é a política monetária, mas sim a restrição fiscal oriunda do exaurimento da política econômica anticíclica, verificado cabalmente no ano passado (déficit fiscal em plena vigência da política econômica anticíclica, déficit este que não tínhamos desde o ano de 1997).

Esse exaurimento, combinado com a queda brutal no valor das commodities é que está impactando sobremaneira o Brasil (e todos os emergentes).

Outro fator de restrição econômica importante era o câmbio, que vinha se desvalorizando desde janeiro de 2011, ainda que de forma insuficiente. A maior desvalorização neste ano, no médio prazo, é positiva.

Os benéficos efeitos da desvalorização cambial ajudarão a reforçar a posição industrial do país e a geração de empregos. Os efeitos virão com mais força a partir do ano que vem.

Superada a restrição fiscal, a inflação acima da meta e o câmbio, as perspectivas de médio prazo são boas para o Brasil.

A inflação voltará para a meta já a partir do ano que vem. O câmbio está solucionado e tomara que o real se desvalorize ainda mais.

A grande questão não equacionada a contento é a fiscal. Solucionando essa restrição a política monetária poderá ser bastante relaxada.

Redação

44 Comentários

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    1. Não acho

      Estará resolvido quando vossa senhoria abrilhantar o debate com ideias e contrapontos bem fundamentados ao invés de fazer comentários simplórios com apenas cinco vocábulos.

      1. Houve comentários bem detalhados sem resposta

        Prezado Diogo,

        Seu post é obviamente válido, não só porque o debate é relevante, mas porque não trouxe nenhuma inverdade. Também não é inverdade que o quadro não foi razoavelmente completo, faltando, em particular, posicionar-se quanto a uma questão crucial: Juros nominais próximos de 5% fazem algum sentido hoje? Esta pergunta já foi feita por outros comentaristas, com argumentos variados e bem eloquentes (o que só atesta a importância da discussão que abriu aqui).

      2. Oi Diogo, o texto é bem legal

        Oi Diogo, o texto é bem legal mesmo, bastante informativo. Só deixo como sugestão que você não ligue tanto para as críticas, sobretudo de pessoas que não puderam apreciar o artigo. Além de você se estressar, acho que ainda cria uma barreira que dificulta a postagem de novos comentários

         

        Abraço

  1. Prezado,
     
    a taxa de juros

    Prezado,

     

    a taxa de juros dos paises desenvolvidos esta no limite inferior: nao se pode baixar os juros abaixo dr zero, senao compensa às pessoas manter dinheiro em papel moeda, ninguem investe em juros nominais positivos.

     

    Estes paises nao crescem apesar disto pq na atual conjuntura eles necessitariam de juros nominais negativos parq estimular os investimentos. se pudessem eles fariam isto.

    no mundo todo, a primeira arma contra a recessao eh a politica monetaria; eh mais eficiente do q a politica fiscal.

    na falta de possibilidade de utilizar juros nominais negativos, os bc dos paises ricos tentam gerar inflacao. mesmo imprimindo dolares a rodo, os eua nao conseguiram.

    a solucao para o brasil eh mais facil: nos temos a tao perseguida inflacao q os ricos nao tem. portanto basta reduzir os juros. 

    Eh lamentavel q nao o facamos

    1. juros e o resto

      Droubi,

      O Diogo tem um ponto importante, de fato os juros estão num patamar historicamente baixo. Confesso que nunca tinha feito essa conta. 

      Ocorre que não estão em um patamar baixo no contexto internacional. Por exemplo, usando a velha regra da paridade descoberta, como as taxas de juros reais nos EUA e Europa estão negativas, nosso juro real não poderia estar acima de 3% (risco país na faixa de 300 pontos). Outro exemplo de que os juros são altos é que Argentina e Venezuela, como todos sabem, possuem taxas de inflação muito mais altas que as nossas, além de uma posição em divisas infinitamente mais grave. 

      Ocorre que nossa taxa de juros não foi estabelecida em um patamar pró-crescimento, mas sim em um patamar anti-inflação. 

      Há cinco meses atrás, não discordaria que a inflação era o principal problema – sobretudo se o BC realmente fosse começar a deixar o câmbio voltar ao patamar de onde nunca deveria ter saído. Mas com o PIB caindo 2,6% ano contra ano, essa perspectiva muda. E muda mais com a dívida bruta crescendo a galope. 

      Creio que hoje antes de uma divergência teórica entre os economistas, há uma divergência entre fins, ou ao menso entre prioridades. 

      Não temos todas informações que os ministros do CMN nacional – e a Presidente, é de supor – têm, mas diria que em princípio a inflação deixou claramente de ser a prioridade. Em particular, se o modelo do BC aponta que esse patamar atual é compatível com uma inflação de 4,5% ano que vem, parece-me óbvio que o ponto está em reduzir imediatamente a SELIC. O efeito seria acelerar a convergência do câmbio – que agora já se encontra muito próximo de um patamar adequado – manerar a recessão, e descomprimir a dívida pública.

      Isso aconteceria tanto porque a arrecadação cairia menos ou subiria e também porque a conta de juros, inclusive com swaps, seria contida. 

      Contudo, infelizmente, não vejo boa comunicação que desse conta de uma tal guinada nessas alturas. Também acho que demitir o Tombini poderia piorar ainda mais as coisas, dado o ambiente político.

      A estratégia de tacar o f*-se para a inflação (com a desvalorização do câmbio, ela rapidamente buscaria os 20%), e tentar voltar a crescer via política monetária é uma possibilidade. Considero arriscada. E considero que sem ativismo fiscal, dado o estado da confiança, não funcionaria. 

       

       

       

       

  2. Bom dia.
    A pergunta que eu

    Bom dia.

    A pergunta que eu gostaria de ver respondida é porque temos que pagar quase 5% de juros reais, quando o Chile, por exemplo, paga 2%. Os 3% de diferença  representam quase R$ 60 bilhões ao ano. Outra questão que deveria ser divulgada é sobre a remuneração dos depósitos compulsórios pela taxa Selic. Dinheiro captado a custo zero. Deve ser por isso que, apesar da crise, os bancos vão muito bem.

  3. Inacreditável

    Consumo o blog há alguns anos diariamente, entretanto nunca manifestei minhas opiniões por conveniência, mas este post é tão surrealista, que merece menção dos citadinos que ainda acreditam que empreender é mais lucrativo que aplicar seus excedentes em aplicações conservadoras. O serviço da dívida sequer foi analisado, falta um pouco de acuidade.

    1. Muito mais do que inacreditável

      Diz a ilustre Luiza toddy que o post é “surrealista”. E diz que não há nenhuma análise do serviço da dívida. Vamos decifrar ou tentar decifrar o motivo da contrariedade da comentarista:

       

      1) Porque o post é “surrealista”? 

       

      Há alguma informação falsa no texto? Se há, que se aponte qual é. Há algum dado estatístico que não esteja de acordo com o que apontam os órgãos oficiais? Se há que se aponte qual é. 

       

      O que é “surrealista” na visão da reclamante em questão? Ela não gostou dos dados estatísticos? Porque ela não rebateu absoluta e rigorosamente nenhum dos dados mencionados no texto? É porque não consegue fazê-lo ou porque prefere atacar a outrem sem dizer qual é o motivo do ataque? 

       

      Ao invés de apontar o que o texto tem de “surrealista”, a ilustre comentarista prefere o caminho fácil da manipulação e da fuga da realidade. Qual seja, não contradiz rigorosamente nenhum dos dados ou das afirmações contidas na explanação, e se limita, de forma obtusa e vexaminosa, a falar num “surrealismo” qualquer sem dizer o que isso significa. 

       

      2) Não há nenhuma consideração sobre o serviço da dívida porque o objetivo do texto não foi fazer considerações sobre o serviço da dívida. Mais simples do que esta explicação é impossível. A ilustre reclamante poderia abrilhantar o debate neste excelente blog e trazer dados estatísticos sobre o serviço da dívida.

       

      Desta forma o debate ficaria qualificado, com teses, antíteses e sínteses. Ao invés disso, a ilustre moça prefere reclamar e atacar! Pois que traga os dados para o debate pois a crítica pela crítica, ainda mais da forma desqualificada como foi feita, não acrescenta em absolutamente nada. 

    1. Mas que notável argumentação!

      O texto trás dados estatísticos sobre taxa de juros real e nominal, e estabelece comparações com o passado recente do Brasil, e o ilustre cidadão aí de cima responde com um “Todo Titanic precisa do seu pianista”!

       

      Mas que notável argumentação! Será que este cidadão tem graduação, pós graduação, mestrado, doutorado e pós doutorado? Sim, porque para fazer um comentário tão profundo e complexo devem ser necessários vários anos de estudo… 

       

      Algum consideração sobre câmbio, sobre política anticíclica, sobre taxa de juros real ou nominal, sobre o Crash de 15 de setembro de 2008, sobre superávit ou déficit primário, sobre renda, emprego, inflação ou qualquer outro aspecto mencionado no texto? Não, absolutamente nada! 

       

      Apenas uma sentença, cuja complexidade é notável: “Todo Titanic precisa do seu pianista”.

       

      Quando eu crescer quero adquirir a capacidade argumentativa e intelectual deste magnífico analista… 

  4. Deveria existir um controle de veracidade

    Não olvido das possíveis controvérsias sobre a possibilidade de se atestar a veracidade científica das teorias econômicas, mas certos fatos são primários, e o descasamento deles deveria negativar o articulista da possibilidade de postar na capa do blog, poupando-nos tempo de ler certas coisas.

    Quanto aos juros reais, depende de comparar com IGPM ou IPC-A. No primeiro caso os juros reais chegam a 7,4% no momento da elevação da Selic pelo BC.

    Queria saber o que é “restrição fiscal” na visão do autor. Sei que, por exemplo, vencimentos de R$ 127,000.00 para o Presidente do TJMG (Revista Época, ou basta olhar o site do Tribunal), “inflacionando” todo o sistema (todos os outros membros de carreiras jurídicas de todas as esferas de Governo começam a reclamar: “se ele ganha tanto, por que eu só ganho R$ 80,000.00?”), apertam o Tesouro.

    Será que o aumento de até 71% para a Justiça Federal, que a “malvada da Dilma” barrou, tem alguma relação com a “restrição fiscal”?

    Volvendo à política monetária, Acer Viana (acima) tocou num ponto que chave: remuneração do depósito compulsório pela Selic. Aquele Senador do PSDB (me foge o nome) que apontou um custo de aprox. R$ 100 bi nessa brincadeira estava delirando?

    Imagino que um Presidente da República ou Ministro da Economia que mexer num “esquema” desses corre o risco até de “deixar a vida para entrar para a história”…

     

     

  5. Dia 24 de agosto li editorial

    Dia 24 de agosto li editorial em que o New York Times afirma que os líderes europeus estão errados em não estimular suas economias aumentando o gasto público. Eles não estão fazendo porque estão numa desorientada tentativa de reduzir seus déficits orçamentários… Aqui nossa imprensa diz que temos que diminuir o déficit.

    “The euro currency union, which is made up of 19 countries, is doing a little bit better, but not much. The eurozone grew at 0.3 percent in the second quarter, down from 0.4 percent growth in the first three months of the year. While growth picked up in Spain and a few other countries, other economies like France and Italy slowed. European leaders should be trying to stimulate their economies with public spending, but they are not doing that in a misguided attempt to reduce their budget deficits.”

     

     

    http://www.nytimes.com/2015/08/25/opinion/china-japan-and-europe-are-flashing-economic-warning-signs.html?action=click&pgtype=Homepage&module=opinion-c-col-left-region&region=opinion-c-col-left-region&WT.nav=opinion-c-col-left-region&_r=0

    1. “Um garoto esperto da cadeira

      “Um garoto esperto da cadeira de Introdução à Economia poderia esclarecer isso com um comentário na ponta da língua: deixaram de investir porque não tem demanda; não tem demanda porque o investimento caiu; e o investimento caiu porque o único investidor que pode investir sem se preocupar com a demanda é o Estado, e os investimentos e gastos do Estado, em vez de aumentarem, foram cortados em função do arrocho de Joaquim Levy. O investimento público, eis a questão, é a chave da queda e da retomada.”

       

      https://jornalggn.com.br/noticia/uma-tecnica-nazista-para-explicar-a-queda-de-19-do-pib-no-trimestre-por-jcarlos-de-assis

      1. Faltou dizer que o aumento

        Faltou dizer que o aumento dos juros apenas transfere recurso do contribuinte, que produz(ia), consome(ia) e paga(va) impostos, dinheiro que acaba indo para o setor financeiro via divida pública (o sanguessuga que não ajuda em nada a economia real). Mais de 40% do PIB vai pra pagamento de juros da dívida pública, que aumenta junto com os juros. Juros altos são caminho para o suicidio econômico e fracasso da economia produtiva em qualquer tempo, ainda mais quando há uma crise desse tamanho no mundo.  

  6. Grande verdade meu caro Diogo
    Está mais do que claro que a atual crise é fiscal, tendo como causa a política de desoneração. Eela foi agravada pelas medidas adotadas pelo Levy. Não é àtao que a oposição é fortemente contra o retorno da CPMF, pois esta ajudaria em muito a solução da crise fiscal. A crise fiscal afeta tanto o governo federal como os estados e prefeituras. Uma proposta de CPMF com um valor maior, 0,49% por exemplo, ficando o governo federal com 0,20%, os Estados com 0,20% e os municípios com 0,9%, seria do agrado de todos os governadores. Esta poderia ter uma duração de dois anos, Após o que diminuiria ano a ano, até ficar residual com funçao de controle da arrecadação.

    1. Pois é,

      Eu estava me armando com argumentos pra brigar pela CPMF e o governo recuou.

      Recuou pq o povo reclamou, capitaneado por empresários, mídia e políticos da estirpe do Renan e do temer (eu temo).

      O governo mediu suas forças e constatou que não tem mais força alguma.

      Daí que eu sugiro ao Blog a redação coletiva de uma Carta Testamento, porque nada de bom pro povo será apoiado pelos que detém o poder efetivamente. Tudo doravante será pra aumentar o arrocho, preservar privilégios, manter o status.

      É hora de pensarmos até que ponto vale a pena lutar por Dilma (tô segurando um fiapo) ou mudarmos o rumo da prosa. A saída que vejo passa por novas eleições…

      1. Absoluta e rigorosamente nada a ver

        A CPMF foi derrubada em dezembro de 2007, em que pese a popularidade imensa e a força descomunal que Lula adquiriu logo após a sua reeleição no ano anteriror. 

         

        Se nem Lula no auge da sua força conseguiu manter a CPMF, porque cargas d’água Dilma Rousseff conseguiria fazer isso agora?

         

        No mais, Dilma irá cumprir integralmente o seu mandato constitucional e irá passar a faixa presidencial, no dia 1º de janeiro de 2019, para o vencedor do pleito de 2018.

         

        Qualquer solução fora disso é pura e simplesmente um golpe de estado. Quem não aguenta a pressão que procure ajuda, mas que saiba também que a presidenta legal e legítima aguenta muito mais pressão que uns e outros barbados.

         

        A saída passa por manter a democracia e a soberania do voto popular.

         

        Os frangotes que tem medo de conjunturas adversas deveriam se espelhar em momentos adversos do Brasil na história, que não foram poucos, para saber que a situação atual do Brasil é ruim mas não é o fim do mundo. 

        1. Então por quê puseram esse bode na sala?

          Se nem o Lula, no auge da popularidade dele, conseguiu manter a CPMF, quem foi o gênio, no atual governo, que inventou de colocar esse tema de volta? Eu entendo que quando um governo cogita a criação de um tributo, ou mesmo a recriação, o tema passou por algum filtro pra evitar o vexame da volta atrás 3 dias depois da apresentação da proposta.

          Quando me referi a eleições, é claro que foi mais uma espécie de desabafo, ainda seguro o fiapo, leia de novo antes de ficar nervoso, Diogo. Seria uma resposta da Dilma ao PiG do tipo: tá ruim comigo, então peguem aí, cambada de fdp…

          Estamos vendo o exemplo da Grécia, a não ser que eu tenha entendido tudo errado, lá de nada adiantou o forte apoio popular ao primeiro ministro. A banca ganhou. Espero um pouco mais pra ver o que acontece com as novas eleições.

          Eu tentei dizer, com meu comentário, que a bagunça política no Brasil chegou a um ponto que não dá mais pra aguentar, tudo que o governo faz tem um MAS, corta ministérios MAS não economiza, pede desculpas MAS não foi sincera, transpõe o São Francisco MAS não faz chover, PSDB votando contra o fator previdenciário, Cunha na presidência da Câmara mesmo sendo processado, inimputabilidade de políticos da oposição, especialmente os tucanos, etc…

          Diogo, pra finalizar, eu queria ver vc no MInistério da Dilma. Vc demonstra verdadeira paixão pelo Brasil e pelas políticas petistas, paixão essa que não vejo em NENHUM ministro do atual governo.

          Abraços,

          1. Acho que vc deveria pensar…

            Caro Homero,

               O governo necessitava apresentar o deficit  no orçamento, para isso apresentou o aumento de impostos(CPMF).

               Então todos sabiam que não tem chance de prosperar a CPMF, assim como outras medidas não aceitas pelo congresso, mas agora o gtoverno vai apresentar a outra conta o  “Defecit Orçamentario”

  7. Seleciona-se a vontade uma

    Seleciona-se a vontade uma serie de dados e pode-se montar qualquer tese. A presente tese não se sustenta porque em 1999 a taxa basica de juros nos EUA, que é parametro mundial, estava em 5.5% ao ano, enquanto hoje está em 0,25%,

    a tese não faz referencia ao parametro mundial de taxa de juros.  As causas das crises economicas nunca são isoladas, um só fator não causa sozinho uma crise, esta é a soma de varios vetores que se acumulam. A crise atual não é só fiscal, é um somatorio de desequilibrios, de energia por causa de seca e de erros de manejo da politica de preços ,

    do tabelamento de preços de combustiveis que gerou crise no setor sucro-alcooleiro, de atraso nos projetos de infra estrutura onde se gastou muito e sem os projetos prontos só há o gasto sem retorno, do endividamento do Tesouro em 500 bilhões de Reais para entregar ao BNDES e este financiou os “campeõs nacionais” que investiram no exterior, erros e mega erros de politicas diversas, não foi só a desoneração das folhas, foi isso e N coisas mais, são dez anos de más politicas economicas que desembocam ao mesmo tempo num caldeirão de erros acumulados e de dificil solução.

    Para completar o Plano Levy é mediocre, não tem porta de saida da crise, fixa-se em manter o grau de investimento como fim e não como meio, reflete a visão de “”economistas de mercado”” que não é a mesma de “economistas de País””.

  8. Repetição

    Primeiro tivemos um texto falando sobre inchaço da maquina publica, dizendo que era uma noticia falsa e que servia para enganar as pessoas.

    Agora aparece um texto dizendo que a taxa de juros não é tão alta assim como dizem, que infelizmente o autor compara apenas dois paises, que todos sabem que estão em pior situação financeira que o Brasil.

    E para fechar com chave de ouro so falta aparecer mais um dizendo que a carga tributaria brasileira é justa e condiscente com a situação brasileira,

    1. Muito bom. São cada vez mais

      Muito bom. São cada vez mais patéticos os argumentos para defender o governo Dilma. Já passou da hora de trocar o disco.

    2. avalanche

      fabio GM,

      A carga tributária brasileira é semelhante à de inúmeros países, em comparação com alguns deles até bem menor. Só desconheço o que possa ser carga tributária justa.

      A carga tributária, medida em % do PIB, não pode ficar abaixo de determinado patamar ( pouco abaixo dos 30% segundo alguns) , uma vez que a C.F. de 1988 criou inúmeras vinculações que impedem a desejada queda. É igual ao que ocorre com a concessão de aumento dos salários de juizes do Judiciário, que provoca uma avalanche de aumentos para milhares de funcionários, aposentados, pensionistas, etc…

      Tem gente que entende esta reação em cadeia como perfeita.  

      Quanto à taxa real de juros, o brazuca típico não pode compreender o referido conceito, pois se já  é analfabeto em matemática elementar, imagine em matemática financeira.

      1. A sua resposta foi

        A sua resposta foi direcionada para um comentarista que certamente não sabe da existência do “sonegômetro”, mas deve acompanhar diariamente o “impostômetro”.

    3. Não falta não, Fábio. É um

      Não falta não, Fábio. É um fato bem conhecido que a carga tributária do Brasil é baixa levando em consideração as obrigações do Estado estabelecidas pela constituição. Então temos 3 verdades que você não pode questionar, se for honesto:

      1. A máquina pública no Brasil, considerando o seu tamanho e complexidade, não é inchada. Pelo contrário, precisa crescer. Precisamos de mais médicos, professores, engenheiros, economistas, administradores etc trabalhando pra o governo.

      2. A taxa de juros reais nunca foi tão baixa no Brasil com está sendo no governo Dilma, inclusive agora em época de crise.

      3. A carga tributária no Brasil ainda precisa crescer muito até se tornar igual à dos países que implementam as políticas de bem estar social semelhantes às que estão estabelecidas na constituição de 88.

      É isso. Simples assim. Fato.

  9. É Verdade: Quem está próximo à árvore não consegue ver o bosque

    A taxa SELIC aponta uma “tolerável” (para quem sempre suportou bem mais) taxa real de cerca de 5% ao ano, ao nível que está hoje… só que não; O mercado dos “comuns”, o que produz, o do seu Zé da padaria, não tem acesso a essa taxa. O consumidor também não.

    O que de fato a SELIC faz na economia, em terra de “gato escaldado”, é disparar a corrida pelos preços do capital a níveis estorsivos, a ponto de que se tolerem, às claras, juros no cartão de crédito de até 300%, ou 291% reais ao ano.

    Isto, de fato, não aconteceu “nunca antes na história deste país”! 

    E estamos só começando…

  10. Diogo Tombini Levy

    Aumentar juros com a demanda já em declínio serve apenas para cevar os rentistas! Nada como alguns bilhões a mais para a zelitekonomika aumentar o seu patrimônio. Bota bilhões nisto!

    O Brasil de 2013 para cá vive em estagflação e o governo não sabe como resolver isto, mas uns pixulecos para os MAVs e podemos ler coisas como:

    “Visto de forma descontextualizada a taxa de juros não quer dizer absolutamente nada. Isolado o indicador se transforma em mero número solto no ar.” … Como se a cada 1% de aumento na taxa Selic não custasse uns R$ 20 bilhões anuais. Não tinha noção da cotação do ar…

    “O maior problema do Brasil não é a política monetária, mas sim a restrição fiscal oriunda do exaurimento da política econômica anticíclica,” … Esqueceu-se de dizer que a restrição fiscal iniciou-se apenas após o tombo do crescimento, forçada pela queda na receita. O efeito como causa…

    “Esse exaurimento, combinado com a queda brutal no valor das commodities é que está impactando sobremaneira o Brasil (e todos os emergentes).” … Impactaria fortemente o Brasil se estivéssemos no período de estrangulamento cambial, com insuficiência de dólares para fechar as contas externas. Minério de ferro e outros minerais pouco representam em termos absolutos na nossa economia, para o petróleo é indiferente devido à grande importação de derivados. No caso das commodities agrícolas a própria desvalorização do Real mantém os preços no mercado interno em linha com os anos anteriores. Em um ano o tombo da nossa moeda é superior a 50%, a curto prazo serve apenas para inibir importações… para reativar a indústria, como o próprio agit-prop da Dilma disse: é apenas um dos vários elementos…

    “Os benéficos efeitos da desvalorização cambial ajudarão a reforçar a posição industrial do país e a geração de empregos. Os efeitos virão com mais força a partir do ano que vem.” … Isto se no mercado interno ainda existir pessoas com renda ou se a demanda externa aumentar.

    “Superada a restrição fiscal, a inflação acima da meta e o câmbio, as perspectivas de médio prazo são boas para o Brasil.”… Se ele ressucitar terá uma vida longa.

  11. Acredito que as críticas ao

    Acredito que as críticas ao texto do sempre lúcido Diogo Costa não sobrelevaram dois aspectos importantes:

    1) O fulcro não é a defesa do inegável nível alto das taxa de juros, mas a sua instrumentalização para o debate político(ou politiqueiro). Para isso, resgata dados e faz as devidas ponderações, mesmo que resvale para o truísmo quando afirma que a política monetária é apenas uma das variáveis a serem sopesadas para o exame aguçado da crise por qual passamos.  

    2) Na hierarquia dos fatores determinantes para essa crise decerto que a questão fiscal é a mais problemática porque politicamente mais sensível. À exceção dos nichos especializados e interessados, qual o impacto do aumento na 0,75% na taxa básica de juros? Resposta : zero! Confronte tal situação com um aumento de impostos ou redução das despesas e/ou investimentos públicos. O mundo vem abaixo. 

    Bem, mas para ser mais completa a análise do articulista deveria ter “perdido” um tempinho com os efeitos deletérios de uma taxa de juros absurdamente alta, desproporcional, para uma conjuntura de retração econômica. À vista temos simplesmente um possível recessão.

    Ah, mas a missão e preocupação maior da autoridade monetária é com a inflação, ou seja, com a preservação do poder de compra da moeda! Sim, correto. Mas aí cabe indagar: que tipo de inflação temos no momento? De demanda? Pergunta retórica, portanto ociosa, porque sabemos a resposta. 

    A inflação já chegou onde tinha que chegar influenciada basicamente pelo aumento brutal nos ditos preços administrados. O viés é de refluxo nos preços. Por que, então se manter um política monetária contracionista se as outras variáveis(câmbio e fiscal) pedem o contrário? Ao tempo em que se cortam despesas, inclusive na área social e educacional(universidades estão com seríssimos problemas até de custeio) a conta de juros segue lépida e fagueira. 

    Isso tem nome: enxugar gelo. 

    1. Matéria e comentários

      Matéria e comentários esclarecedores. Mas vamos chegar até a leitura de todos os comentários, para verificar os “argumentos” do pessoal que rebolla para meter o pau no governo com comentários idiotas.

  12. Pagamos o mico, mesmo, Lula…

    Globo, FIE P (*) e PMDB afundam a CPMF !​
    Aparentemente, o Governo (sic) desistiu da CPMF, aquele santo imposto de que o Clinton e o Fernando Henrique gostam tanto.

    Dizem no PiG que o vazamento da informação (esse Governo (sic) vaza mais que a Vara do Moro) mobilizou os adversários da CPMF e ela não vai ser incluída na proposta do Orçamento para 2016.

    Os adversários são os suspeitos de sempre – os filhos do Roberto Marinho, que sempre boicotou o Imposto sobre Grandes Fortunas e Herança – o PMDB do (vice) Presidente Temer e os empresários.

    Quá, quá, quá !

    O Governo descobriu que os empresários seriam contra um imposto que ia atrás do Caixa Dois dos empresários !

    Governinho arguto, esse !

    Esse recuo meteórico da CPMF lembra aquele da Constituinte Exclusiva das manifestações de 2013, e que foi sepultada em três dias.

    E a reforma política que os adeptos da doença infantil do transportismo reivindicavam virou angu do Gomes – quer dizer, angu do Cunha.

    Nos dois casos – de vazamentos que levam o suicídio – aparecem, como sempre, as impressões digitais do General Assis Oliva (ver no ABC do C Af).

    Assis Oliva, zé da Justiça e Berzoini bernardizado, que deu para defender os pleitos da Globo e das telefônicas, com esse trio

    A sorte da Dilma é que a oposição é o que é: a soma de Aecím com Tarja Preta, sob a batuta do Farol de Alexandria.

    Soma de obsolescência com irrelevância.

    Por isso, o Lula vai voltar em 2018, ou quem ele apoiar !

    Em tempo: coitado do Lula, pagou o mico de defender a CPMF da Dilma. Ele menosprezou o efeito corrosivo dos vazamentos palacianos…

    (*) FIE P ? Veja no ABC do C Af. É o pessoal do “bahani”…

    Paulo Henrique Amorim

  13. Sem novidade.

    Apenas um petista praticando seu esporte favorito: a comparação com os tucanos.

    Os caras não têm projetos divergentes, são partidos gêmeos, aliás, não têm projeto algum, a economia é conduzida por default na rota monetarista e neoliberal. Ainda ontem, um petista daqui do pedaço, num rasgo de de sincera autocrítica, reconhecia que  “PT e PSDB dividem o poder há duas décadas utilizando-se dos mesmos métodos”. Não tenho como não concordar com a frase, é muito precisa na caracterização, mas acho que o rol das aplicações que apresentou da “metodologia”, alguns feitos dos tucanos, é deprimente e injusto para comparação com muitos amigos petistas, que salvam o partido dessa generalização de tais “metodologias” naturalizadas por alguns.

    O esporte das polianas petistas, a comparação panglossiana funciona assim: “Tá vendo aquele monte de psdebosta ali? Nós somos mais cheirosos”.

    Tamos fu… e mal pagos. Vejamos os cenários tenebrosos que temos no horizonte:

    1) O golpe é aplicado. Pé de pato mangalô treisveis, vade retro! Vou pegar nas ferramentas, sair de berro avisando que “Não vai ter golpe”! Os golpistas virão sem projeto, a não ser, por default, a aplicação da política monetarista, que é a mesma da banca e do PIG insuflador do golpe.

    2) O golpe é abortado. Ficamos na mesmice da mediocridade de “subir juros e cortar despesas”, ou seja, seguindo ao pé da letra os conselhos dos sardemberg e da leitoa da vida e do PIG, para aplicar a política monetarista da banca.

    3) Chegamos em 2018: consagração do pt, pra tocar, por default, a política monetarista.

    4) Chegamos em 2018: o psdb é vencedor, pra tocar, por default, a política monetarista.

    5) Surge uma assombração em 2018, uma vassoura janista collorida, pra caçar bruxas, fantasmas e marajás, não exatamente nessa ordem. Caraio, putaqueuspa, vai começar tudo de novo… com a aplicação, por default, da política da banca e da decadente midia corporativa, vulgo  PIG, patrocinador contumaz de iniciativas golpistas e candidaturas aventureiras.

    O que desanima e deprime, faz a gente ficar péssimo e pessimista, é que, qualquer que seja o cenário acima, são enormes as possibilidades do ministro da fazenda ser o… Levy. Nenhum dos principais atores políticos está falando nada diferente das platitudes monetaristas, se falar fica sem patro$$ínio para os projetos pessoais de poder, ninguém apresenta projeto para a sociedade. Já tem até petista por aí assimilando o chicago boy de plantão, como a grande esperança de redenção nacional.

      1. Vem cá, esse seu apelido.

        Você exagerou na dose e agora só funciona, com algumas falhas, o tico e o teco que lhe restou; foi assim que lhe apelidaram, não é mesmo? Se alguém não se mostra como petista fanático, burro e cego, daquelas polianas que acham o bundão ministro justiça o máximo, então, pra você vira um demotucano.

        O mundo fica repartido entre petistas e demotucanos; o Joaquim Levy está num governo em tese comandado por uma neo-petista (antes era brizolista, com passagem pelo foquismo nos anos 60, mas é meio complicado explicar isso pro seu tico e teco em desarmonia), logo o Levy é um petista de carteirinha, ativista velho de guerra dos movimentos sociais, piqueteiro de greves, etc, acima de todas as críticas, e a política monetarista na linha dos Chicago Boys, a mesma aplicada por Pinochet, torna-se de esquerda, porque é o PT quem a está aplicando.

        Foram o Levy, os Chicago Boys e o Pinochet que vieram para a esquerda, não foi o PT que foi pra direita. Sei.

  14. Acho que a questão principal

    Acho que a questão principal nem é se, no contexto histórico, já tivemos ou não taxas SELIC maiores ou menores do que agora.

    O que importa é: esse aumento da taxa de juros foi efetivo para a redução da inflação (a razão, segundo o Copom, para o aumento)? Com a inflação se mantendo nos níveis mais altos dos últimos anos, e com a demanda em queda vertiginosa, acho que não é defícil concluir que não.

    Esse é o ponto. Não importa se já tivemos juros mais altos no passado. O importante é que estamos usando uma ferramenta que, além de penalizar o país, contribuir para a estagnação e aumentar o déficit público, ainda por cima não é efetiva naquilo que ela se propõe a resolver.

  15. Artigo sem noção

    Vai me desculpar mas  artigo é completamente sem noção. Comparar a situação economica de hoje com a de 2010, quando Lula passou a faixa presidencial para Dilma e a taxa de juros era a mesma.

    Para começar na época não tinhamos uma Lava Jato, que deprime a economia em 1 ou 2% do PIB.

    As commodities não estavam em baixa tão profunda quanto hoje. Na era Lula ele podia se dar ao luxo de manter juros altos por que as commodities estiveram em alta na maior parte do Governo Lula e as exportações eram gigantescas, comparadas a hoje.

    Não havia em 2010 ajuste fiscal como hoje.

    Na era Lula, tinhamos o Lula negociando, viajando pelo mundo para impulsionar exportações, contratos, etc. Nem queira comparar com a Dilma.

    O pagamento de juros, além de inibir a economia, representam centenas de bilhões do tesouro jogados no lixo. Vão para o mercado especulativo, e não produzem um centavo aqui. Nem precisaria de ajuste fiscal se abaixassem os juros. No fundo o ajuste fiscal deu em nada, e os juros altos também, pois a inflação continua subindo, pois é inflação de preços causados pelo governo ao aumentar tarifas.

    Lula pegou os juros mais altos ainda e estava sinalizando queda. Os juros mesmo altos, quando caem, aquecem a economia muito mais do que juros baixos subindo. Agora subir juros em meio a uma recessão é contraproducente. Defender estes juros, é mais contraproducente ainda.

     

    “Comparar Dilma com a era de FHC é pior ainda. Na epoca de FHC o Brasil teve juros mais altos sim, mas o desemprego era descomunalmente mais alto também. Em torno de 12 a 15% e hoje não chega a 8%. Ou seja se quiser imitar alguém na questão de juros, imite um vencedor, e não o FHC.”

     

    A zona do Euro não está patinando por causa dos juros e sim por causa de ajuste fiscal. Portugal, e Grécia tem tido um ajuste fiscal tão severo que nem precisam de juros para estagnar a economia.

    EUA não está em recessão por causa dos juros, mas por causa da desregulamentação do mercado, o que gera insegurança sobre investimentos e falências, como aconteceu em 2008. A ganancia lá toma outra forma, a da desregulamentação e aqui toma a forma de juros em alta. Mas no fundo o resultado é parecido, recessão

    Por último, poderia-se dizer que o pior de tudo não são apenas os juros embora sejam horríveis, mas o país estar sem superhavit fiscal nenhum, ou seja gasta mais do que ganha. Gasta mais do que arrecada. Lula nunca fez isto, embora os juros fossem altos na era Lula, o superhavit também era alto; o Governo Lula conseguia pagar o superhavit, pois pegou uma situação favorável as exportações cm mercado mundial aquecido e commodities de exportação em alta, consequentemente a arrecadação d Governo era alta.

    Nada contra ajuste fiscal, nada contra taxa de juros altos, nada contra a Lava Jato. Mas a combinação de tudo isto junto de uma só vez é insuportável para a economia. E isto em época de mercado internacional desaquecido. Uma coisa de cada vez até seria suportável, embora não desejável. Qualquer economista competente entende isto.

    O autor do post é que confunde os fatos e não consegue entender o que acontece na economia, me desculpe a sinceridade.

    1. Déficit cognitivo em estágio avançado

      O comentário mais sem noção da história deste blog em todos os tempos merece alguns reparos. Vamos lá.

      1) Não há nenhuma comparação entre os governos de FHC, Lula e Dilma Rousseff. Não que não se possa fazer esse tipo de comparação, mas sim porque o objetivo do texto é desmistificar o debate sobre a taxa nominal e real de juros no Brasil atual e em seu passado recente. 

      A obviedade a respeito do valor das commodities é tão evidente que chega a ser ridículo falar sobre isso novamente. Mas é preciso fazê-lo. Qualquer ser humano com um mínimo de dois neurônios em estado razoável sabe que o valor das commodities caiu bruscamente a partir do último trimestre do ano passado. Não sei onde está a novidade. 

      Mais ainda, no texto está nítido e cristalino que as condições econômicas, ou melhor dizendo, as relações de troca na economia mundial se alteraram de forma profunda em 2014 e 2015, na virada do primeiro para o segundo mandato de Dilma. O exaurimento da política anticíclica que vigorou entre 2009 e 2014, e que sustentou a economia brasileira de forma correta neste período, é evidente. E é evidente porque as finanças públicas não tem mais condições de carregar a economia nas costas, como fez durante 06 anos consecutivos. 

      2) A segunda parte do “analista” é um festival de obviedades. Quais sejam: Lula teve melhores condições para implementar uma política anticíclica, entre 2009 e 2010, do que Dilma tem agora. A própria Dilma, entre 2011 e 2013, teve melhores condições para tanto do que tem agora. Mas isso é de uma obviedade interplanetária! 

      É evidente que em função do exaurimento das finanças públicas no ano passado, causado por vários dos fatores citados por mim e pelo nobre comentarista, as condições mudaram diametralmente. Justamente por isso que se tem a necessidade de recompor as finanças e de fazer uma desvalorização cambial ainda mais efetiva do que aquela que Dilma fez entre 2011 e 2014. 

      Dizer que os EUA estão sofrendo em função do ajuste fiscal é uma rotunda bobagem. O déficit fiscal de mais de 02 dígitos, que Obama herdou de Bush, hoje não passa de 03% do PIB. Ou seja, em paralelo com o juro próximo de 0% ao ano, Obama tratou de diminuir o colossal déficit fiscal herdado em 2009. 

      O mesmo vale para a Europa, basta comparar o déficit fiscal da mairia dos países do continente em 2009 com o déficit fiscal atual. Nenhum país do mundo sustenta déficits fiscais ad eternum. Sustenta para fazer política anticíclica e sustenta por um período determinado, até que as finanças públicas possam suportar essa política. 

      Dilma não interrompeu a política anticíclica porque quis. Se dependesse apenas dela, teríamos essa política, que ela própria criou em 2009, até o último ano do seu governo.

      Essa política teve que ser revertida porque mantida a tendência que se verificou entre 2013 e 2014, em termos de superávit/déficit fiscal, teríamos neste ano de 2015 um déficit fiscal de mais de 03% do PIB (isso para não falar do déficit nominal).

      1. Deficit tem causa

        Meu caro Diogo. Não discordo da sua posição sobre o deficit fiscal ser um dos maiores problemas do país.

        O que é sem sentido é desvincular o deficit fiscal com relação aos juros ds Selic. Pois cada ponto a mais da Selic serão dezenas de bilhões a mais de deficit por anos.

        Por um outro ponto de vista, um país s’resolve suas restrições fiscais e deficits fiscais se produzir muito e arrecadar muito também. Mas como o Brasil vai fazer isto se os juros inibem a produção? Me parece contraproducente.

        Países que se saem bem da crise, tem todos algo em comum, produzem. Alemanha, China tem amplos parques industriais,produzindo a todo vapor. Como imagina que o Brasil vá conseguir chegar sequer perto disto, subindo taxas de juros? É um desincentivo à industria nacional.

        “A inflação voltará para a meta já a partir do ano que vem.”

        Faz desde que o BC começou a aumentar os juros em 2013 que este mantra é entoado, ano que vem a inflação vai ceder. E nunca cede. É o como o burro correndo atrás da cenoura que está pendurada num barbante.

        Eu não disse que os EUA sofrem devido ao ajuste fiscal, deve ter lido sem prestar atenção ao meu comentário. Disse que os EUa sofrem devido à desregulamentação de mercado. O que é verdade, após a revogação da lei glass-steagall se iniciou a crise de 2008. Esta era uma lei que impedia os bancos de fazerem o que quiserem com a economia e foi criada após a queda da bolsa em 1929. Sem esta lei quebras como a de 1929 poderão se repetir com frequencia.

        Quanto à Europa, deve haver um equivoco na sua afirmação. A Grécia, segundo me consta, tem um deficit impagável, muito maior do que seu PIB, por isto tem de se submeter ao FMI para não dar calotes. Por conincidência a Grécia não tem indústria relevante, para poder produzir e arrecadar, podendo pagar suas dividas com o FMI. 

        Concordo numa coisa, deixar o cambio desvalorizar é ótimo, mas não basta por si se não tivermos uma industria aqui para aproveitar esta desvalorização. E não teremos incentivo à industria com juros alto e Lava Jato simultaneamente.

        Em resumo, o que precisaria ser melhorado seria pelo menos parar de subir os juros, cortar os excessos da Lava Jato na quebra de empresas ( Como a Odebrecht), e acima de tudo ter um superhavit compativel com a divida publica, nem que seja necessário abaixar os juros para a conta caber no orçamento.

        Ajuste fiscal sem conseguir superhavit de nada serve. Esta é a armadilha que o governo se meteu, teve um ajuste que impactou negativamente a economia, e muito pouco conseguiu com isto.

        Acima de tudo ter uma tributação que não incida sobre a produção. Aquele imposto sobre heranças sugerido por Levy, desde que isente empresas, seria excelente para ajudar a por as contas do governo em dia,

        Seus comentários tem futuro Sr. Diogo, mas precisam de uma certa melhoria.

         

         

         

         

         

  16. A maneira arrogante e
    A maneira arrogante e petulante com que o Sr. Diogo responde aos questionamentos mostra que estamos diante de um “cabeça de planilha”

    1. Ataque gratuito de um reles desqualificado

      Sou e sempre fui um dos maiores defensores da política econômica anticíclica empreendida corretamente por Lula e por Dilma Rousseff entre 2009 e 2014.

       

      Perdi a conta de quantos textos foram feitos em defesa dessa política econômica que evitou que o Brasil se transformasse numa Grécia lá no final do governo Lula. 

       

      O que tenho feito agora, mas a burrice d’alguns pseudo comentaristas não permite compreender, é demonstrar quais foram as causas do exaurimento da política econômica anticíclica, já no ano passado. 

       

      Cabeça de planilha é alguém que consegue a oceanica proeza de ofender alguém sem dizer uma única palavra sequer sobre os tópicos explanados no texto em questão.

       

      É burrice? Não sei. É déficit cognitivo? Talvez. É ignorância pura e simples? Bem provável. Caro Luís, pare de passar vergonha e de me atacar pessoalmente. Discuta sobre o texto, se tiver condições para tanto.

  17. Um pais que legaliza um dos

    Um pais que legaliza um dos maiiores assaltos da face da terra, só produzirá escórias sociais

     

     

    =================

    COM CRISE OU SEM CRISE, BANCOS BRASILEIROS TÊM CADA VEZ MAIS LUCRO

     

    http://opiniaoenoticia.com.br/economia/com-crise-ou-sem-crise-bancos-brasileiros-tem-cada-vez-mais-lucro/#.Vc42ofuGy7E.facebook

     

    STF CONFIRMA LEGALIDADE DE MP QUE PREVÊ CAPITALIZAÇÃO DE JUROS

    http://veja.abril.com.br/noticia/economia/stf-confirma-legalidade-de-mp-que-definiu-juros-sobre-juros-no-mercado-financeiro

    NYT: JUROS NO BRASIL FARIAM AGIOTA AMERICANO SENTIR VERGONHA

    http://veja.abril.com.br/noticia/economia/nyt-juros-no-brasil-fariam-agiota-americano-sentir-vergonha

    NO CARTÃO, JUROS DE  QUASE 1000% AO ANO

    http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,no-cartao-juros-de-quase-1000-ao-ano,176932e

     

  18. A discussão sobre um fator de

    A discussão sobre um fator de politica economica não tem nenhum sentido se feito de forma isolada. Um fator é bom ou ruim em relação ao conjunto da politica economica e dos objetivos que essa politica quer atingir. Uma taxa basica não é alta ou baixa de per si, ela pode estar desalinhada relativamente aos demais fatores da politica ecomica. Seria como discutir o cambio isoladamente, o dolar está caro ou barato? Mas em relação a que fatores?

    Sem relativizar um fator com os demais o debate não chega a lugar nenhum. Os EUA ja tiveram uma taxa basica de 21%

    (em 1981) que podia parecer uma aberração mas fazia sentido  dentro dos objetivos que o então presidente do Fed  (Paul Volcker) queria atingir. Vista isoladamente essa taxa era uma loucura mas no conjunto da politica economica era logica.

     

    1. Assim como seus posts…

      André,

         Assim como seus posts falando dos absurdos da Lava-Jato, este post tem o unico interesse de trazer outro olhar sobre o terrorismo midiatico.

         Assim como seus posts trazem assuntos complexos, que se não forem “simplificados” não será possivel de entendimento pela maioria, este post não é para economistas.

       No meu entedimento o posts traz as perguntas:

      “Se em outros ajustes o juros subiram e não era final do mundo, como que agora é? Com os juros ao consumidos subindo de forma absurda?”  

      ” Onde estavam os empresarios quando Dilma baixou o juros e desonerou a folha? Onde estão agora?”

       

        

  19. Afora os dados mostrados

    Afora os dados mostrados comparando as taxas de juro real e nominal em diversos momentos, esse texto carece de fundamentação em todo o resto. Por que a política monetária não é um problema e a culpa é toda da política fiscal ? Quem é capaz de fazer uma afirmação tão peremptória assim e com base no quê ? O autor chega a reconhecer que existe um problema cambial, mas dá ele por solucionado (com base no que ?) no médio prazo por conta de um movimento especulativo de alta do dólar nos últimos meses e sequer consegue encontrar correlação entre política moentária e política cambial, como se a alta dos juros seja aqui ou fora do país não influenciasse a cotação da moeda. E ainda quer vir dizer que a poítica monetária não é um problema…

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