Fuga do senador Roger Pinto. A Bolívia merece mais respeito.

Brasil Bolívia

É o segundo episódio de demonstração de falta de respeito pela soberania da Bolívia em menos de um ano.

O primeiro foi a proibição do pouso da aeronave presidencial em solo europeu e a retenção de Evo Morales por treze horas no aeroporto de Viena, no caso Snowden.  E Agora essa fuga “hollywoodiana” do senador Roger Pinto do país, promovida pelo diplomata brasileiro Eduardo Sabóia.  Alegando questões humanitárias pela atitude tomada. Saúde abalada, depressivo. Se alimentando mal. Foram alguns dos argumentos.

Quem houve falar assim pode achar que o senador vivia em condições sub-humanas. Que lhe faltava itens básicos. Sem acesso a remédios ou a médicos.  E que até material de higiene pessoal  lhe era negado.

Convenhamos o sr. Roger Pinto não é propriamente pobre, no caso, se o Brasil falhasse, a família e seus correligionários poderiam enviar-lhes mantimentos diversos, como fazem com os presos comuns, certo?

Isto cheira mais a desculpa esfarrapada para esconder motivos mais grandiosos ou mais baixos. Pode ser uma simples afronta ao governo dos dois países, também.

Aliás, segundo Estado/MSN “Há seis meses, o governo da Bolívia havia feito proposta ao governo brasileiro de que senador boliviano fosse levado de carro até a fronteira com o Brasil e deixado lá, “sem que fosse de conhecimento” do governo local. O senador teria de percorrer 1600 km, durante 22 horas, de carro, até chegar à fronteira brasileira tornando a sua liberdade um fato consumado.

Ao tomar conhecimento desta proposta, a presidente Dilma disse que não concordava. Na época, a presidente Dilma reagiu avisando que, se acontecesse alguma coisa com o senador, neste longo trajeto, um acidente, ou qualquer coisa, o governo brasileiro seria responsável, já que era o Estado brasileiro o guardião da sua segurança e da sua vida. Dilma insistiu que a vida do senador não poderia ser colocada em risco”.

Então, esse diplomata desobedeceu a uma ordem dada diretamente pela presidente da república. Por que procedeu dessa forma?  Será que a justificativa dele tem cabimento? E se fosse o Edward Snowden o refugiado na embaixada brasileira, Sabóia faria o mesmo?

E se  tudo não passasse de uma armadilha e o senador fosse morto durante a viagem? Como foi feito com o embaixador Orlando Letelier nos EUA, de quem seria a culpa? Aí sim teríamos um grande imbróglio diplomático.

Sejamos claro, Eduardo fez o que fez, porque é o que é, e o país é a Bolívia. Caso contrário não tomaria tal atitude.

O mal está feito. Patriota já caiu. E agora precisa vir à tona as reais intenções de Eduardo. Tornar público.

E a Bolívia deve usar todas as armas diplomáticas para conseguir a extradição de Roger Pinto. A nação boliviana não pode ser vilipendiada a todo o momento. Lá, por mais que queiram, não é “Casa-de Maria-Joana”.

Que pelo menos os países da América do Sul demonstrem respeito pelo país. Afinal, não foi por postura política que Roger foi julgado.

Conforme o chanceler boliviano David Choquehuanca “El señor Pinto tiene en su contra procesos penales por delitos comunes de corrupción, no es un perseguido político, prueba de ellos es que la justicia ordinaria dictó una sentencia condenatoria en el caso Zofra Universidad, donde se habla de una daño económico de alrededor de 11 millones de bolivianos”. Não me atrevo a traduzir.

E, diferentemente do que disse Miriam Leitão no telejornal “Bom dia Brasil”, não é a Bolívia que faz constantes desaforos. Ela responde às insolências recebidas.  Esta foi mais uma. Concordam?

Redação

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