O silêncio da mídia sobre as manifestações em frente da Glob

 

Como a grande maioria não sabe, houve manifestações em frente à Rede Globo de Televisão.

Os participantes pediam maior pluralidade na mídia. Exigiam o fim da manipulação escabrosa  das informações.  E gritavam contra a sonegação fiscal perpetrada pela rainha da lisura.

E por que a maioria não sabe? Porque a Globo não noticiou. E por que não noticiou? A platinada achou irrelevante. Ou, talvez, este episódio  não interesse a ninguém. Ou, devido à insignificância do evento não virou matéria jornalística. As explicações são várias. Inclusive pode ser a seguinte: “onde já se viu, colocar no ar um protesto que fere diretamente a imagem de nossa organização?”. Seria menos hipócrita esta argumentação, mas…

Bem, o silêncio (da Globo) diz mais que mil palavras. Para aqueles que acreditam que ser contra está mídia hegemônica é ser favorável à censura.  É podar a liberdade de expressão. Coisa de comunistas, de petistas  e outros comedores de criancinhas mais; eis aí um bom exemplo da conduta ardilosa deste meio de comunicação. Fatos desfavoráveis a suas intenções são colocadas de lado.

E o que é pior, nenhum outro meio de comunicação, impresso ou falado, com abrangência nacional reportou o fato.

A rede Record  citou o evento apenas para conectá-lo com o crime de sonegação fiscal. Cobravam o DARF da empresa, segundo o Jornal da Record. Não meus senhores e senhoras, os manifestantes não eram tão simplórios assim, o comprovante do pagamento do imposto era o de menos. O protesto já estava marcado há tempos. Antes da descoberta da maracutaia Global. Cobravam, isso sim, democracia midiática. Clamavam por uma nova e justa regulamentação da mídia. Pelo fim do monopólio informativo.

E por que pior? Porque significa que os canais de comunicação se fecharam num clubinho. As pautas dos noticiários estão sendo discutidas em conjunto. Um lança, outro cruza e um terceiro cabeceia. Aí é só correr para o abraço. E as pessoas tratadas como bestas. Repetindo a ladainha dos ignóbeis.

Com o proceder inescrupuloso desses senhores feudais, a população fica sem  acesso a informações pluralistas. As reportagens sempre estarão contaminadas por visão única.

A presidenta disse: “Prefiro o barulho de uma imprensa livre, ao silêncio de uma ditadura”.

A imprensa hegemônica não faz barulho, ela canta harmonicamente: a favor de um golpe, contra o governo progressista que aí está. E silencia quando lhe interessa, tal qual uma ditadura.

Não existe país meio democrático. Ou é, ou não é. Se uma das estruturas é antidemocrática, com viés fascista, ela tem que ser enquadrada. Regulamentada. Ou não? Uma laranja podre não contamina todo cesto?

Então, o que a Dilma está esperando para bater de frente contra o abuso da mídia? Ela corroer as conquistas sociais e colocar seus cupinchas no poder novamente? As ruas estão lhe dando o poder para tomar atitude.

A imprensa brasileira impôs seu querer na maioria das vezes. Derrubou o imperador. Implantou a república. Derrubou a república velha. Pôs Getúlio. Tirou Getúlio (Vargas se matou por não aguentar a pressão dos jornais da época). Deu golpe de 64. Derrubou as Diretas-já. Fez o Collor. Derrubou o Collor.  

Só conheço uma derrota fragorosa: a de Dilma sobre o José Serra,  em 2010. Por isso estão tão raivosos. Não se acostumaram a perder. Ou ter sua vontade contrariada.

Todos governantes anteriores cometeram o mesmo erro que agora se comete novamente. Não regulamentaram a mídia. Não é censura. Mas dar voz a correntes com ideias diferentes, não é mesmo?

A democracia brasileira avança, mas está titubeante. Ela tem que aprender a andar sozinha. Amadurecer.  Senão…

“Silêncio!… eu disse, silêncio!”, gritou Gabriel Garcia Lorca diante do pelotão de fuzilamento. E Morreu.

Redação

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