Todos sabiam que Augusto Nardes rejeitaria as contas de Dilma. Ninguém contava com sua astúcia.

Augusto Nardes, relator do parecer sobre as contas da presidenta Dilma Rousseff, e seus pronunciamentos antecipando voto pela rejeição das mesmas.

Das inúmeras vezes que antecipou seu parecer destaco dois deles

Deu na Veja:

“O relator já manifestou a intenção de votar pela rejeição das contas de Dilma.”

No Valor Econômico:

“Obtido pelo Valor PRO (serviço de informações em tempo real do Valor), o parecer do relator, Augusto Nardes, afirma categoricamente: “As contas não estão em condições de serem aprovadas, recomendando-se sua rejeição ao Congresso Nacional”.

Está bem claro que o Nardes se manifestou sobre o caso das tais “pedaladas fiscais”, certo?

Agora o que diz artigo 39, inciso VII da Lei Orgânica da Magistratura Nacional:

Art. 39 – É vedado ao ministro do tribunal: (…) VII – manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério.

O artigo 39 está escrito em linguagem clara e precisa, um leigo consegue perfeitamente entender o que é vedado ao ministro, correto?

Então, por que “cargas d´água” o egrégio tribunal fez-se de cego, surdo e mudo, e por unanimidade manteve o relator no caso?

E se o caso não vem ao caso, conclui-se que o ministro se portou de forma político-partidária, ou se preferirem, ele apenas deu opinião sobre os laudos técnicos e agiu como cidadão comum e não como magistrado.

No entanto diz o inciso VI do mesmo artigo, é vedado:

VI- dedicar-se à atividade político-partidária

Augusto Nardes iniciou sua carreira política como vereador pelo Arena em Santo Ângelo, entre 1973 e 1977. Foi deputado estadual pelo PDS, entre 1986 e reeleito em 1990 já pelo Partido Progressista Renovador.

ARENA – Aliança Renovadora Nacional, partido de apoio à ditadura militar. PDS e PPR, partidos de direita.

Resta alguma dúvida a respeito da ojeriza que este senhor tem por pessoas ou partidos da esquerda? E que, por ter se feito durante a vigência do golpe militar, ele se alinha de corpo e alma aos golpistas atuais?

Este político travestido de ministro deveria ter sido afastado, mas não foi, sabe por quê?

Por enquanto ele é útil aos golpistas. Depois, como tantos, voltará a sua mediocridade, escondendo-se nas catacumbas do TCU.

Redação

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