Sinto contestar, mas estas atrizes estão mais para carpideiras do que para viúvas.
Esclarecendo: carpideiras são aquelas mulheres contratadas para chorar sobre velório alheio, sem vínculo sentimental ou pessoal com o defunto. O pagamento pode ser feito em dinheiro ou em benesses. São as alienadas do evento.
Pois bem, não quero com essa comparação desmerecer o trabalho importante de carpideira. Velório sem choro vira festa.
No entanto, se era para se fazer isso que as globais tentaram fazer que se contratassem as verdadeiras profissionais de enterro. O trabalho e o impacto desejados sairiam muito melhor do que esta tentativa patética de mostrar indignação.
Bem, isto é que dar casar com um marido opressor como a rede Globo de Televisão, e dele depender economicamente.
Não que essas aí foram obrigadas a pousar. Fizeram pelo puro prazer de satisfazer as vontades de seu amo, por mínimas que fossem, tipo mulher de malandro de outrora.
Joaquim Barbosa e sua trupe já sabiam de antemão a posição de Celso de Mello em relação aos embargos infringentes. Então, numa última tentativa de reverter o desfecho colocaram o ministro na berlinda. Atirando-o no meio da sanha vingativa-preconceituosa-fascista da mídia. Talvez, calcularam, a pressão da opinião “publicada” surtisse efeito. E tome Jornal Nacional, Jornal das Dez, Band, SBT, Veja, Folha e Estado batendo sincronicamente na tecla da impunidade. Arnaldo Jabor desfilando sua google-intelectualidade num artigo chegou ao cúmulo de ressuscitar velhos jargões da época da guerra fria. Bolchevique.
O STF tem de ser imune à pressão para ser imparcial, por isso os ministros não são eleitos e são vitalícios em seus cargos. Essa independência garante o bom julgamento. Descaradamente e infelizmente Gilmar e Marco Aurélio envolveram o “povo” para justificar seus votos. Um desserviço para a democracia.
Mas continuemos. Evidentemente que todos têm direito à opinião. A favor ou contra é um direito. Seja artista ou não. Agora, há uma grande diferença em se usar a imagem pública para influenciar corações e mentes ou para promover a discussão entorno de um caso.
O que fizeram foi uma simples campanha publicitária comercial, e nada além disso. E sabemos, a propaganda é feita para vender um produto acabado. Não para se debater sobre ele, por isso todo reclame é considerado alienante. No entanto, estamos tratando de um assunto extremamente importante. Deveria ser levado muito a sério.
A campanha não deu certo. Não tiveram uma boa leitura da conjuntura. E o resultado está aí: expuseram-se ao ridículo.
A foto soa a falsidade, a amadorismo, não transparece sentimento. O olhar “Wiliam Bonner” chega a ser patético.
Elas, antes de pousarem, deveriam pedir conselhos para Regina Duarte, com seu “tenho medo” referindo-se ao Lula. Claudia Raia, com “o homem mais lindo Brasil? Fernando Collor de Mello” e Marilia Pera com o seu “Collor de Mello prometeu ajudar as criancinhas”. Seria muito prudente. Maquiavel que o diga.
Finalizando. Fica um aviso para os futuros enterros: não contratem as carpideiras globais, pois apesar de serem alienadas e profissionais, como podem perceber, não choram. Assim não dá. O féretro vai acabar virando um desfile de escola de samba. E tome caipirinha.
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