…do chão da terra e das utopias…

…do chão da terra e das utopias…
(resposta ao post “Xadrez de como os músicos vieram salvar a utopia Brasil, por Luís Nassif”
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Seu Nassif, em primeiro lugar, obrigado! Não só por esse texto, tão simples quanto magnífico, mas por esse blog, esse espaço de JORNALISMO mas também de convívio, debates, troca de ideias…
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Estou “seguindo seu conselho”, enquanto digito essa resposta ao seu texto, ouço Elis, cantando “O bêbado e o equilibrista” do grande João Bosco, música que me comove até à medula…..
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É na voz linda dessa diva eterna que escuto os versos: “Mas sei / que um amor assim pungente / não há de ser inutilmente….. / A esperança dança….. ”
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A “boa mensagem”, a “boa ideia” tem que ter um pouco dos dois, não, seu Nassif? Um tanto do chão da terra, de concretude, de viabilidade – que leve séculos, não importa…. – e um tanto de utopia, essa coisa linda que nos serve de farol para o existir.
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Perfeito, quem em sua utopia, o despertar da nação comece com a música, nossa arte por excelência, festa e consolo do nosso povo há séculos, às vezes, única celebração a que se permitem nossos pobres, desde o samba, o rap, o funk nas favelas, ao Maracatu e outros ritmos e danças do Nordeste e todas as nossas ricas manifestações culturais nessa área, prova da riqueza espiritual do nosso povo….
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Impossível não ler seu texto, seu Nassif, sem a gente se lembrar de outro grande sonhador, que bem que tentou realizar uma obra linda de transformação do nosso país: Darci Ribeiro. É só para te lembrar e a nós todos, que talvez não vejamos em nossa geração alguns desses sonhos, como a punição justa e merecida dos procuradores e juízes torpes, perversos, que usaram as instituições de um modo perverso, torpe e até sádico, torturando e destruindo vidas com o seu poder absoluto. Talvez não vejamos o fim da Globo, talvez sim, não sei…..
Mas segue sendo importante, humana, legítima, a famosa frase de Darci, já ao fim de sua vida linda, em que afirma ter “fracassado em tudo o que tentou….”, mas que “odiaria ter estado ao lado dos que o venceram….”
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Não desprezemos todos os frutos da boa luta, da luta justa…. Se o alvo é a RECONSTRUÇÃO DE UM PAÍS, ou quem sabe, não seria “A CONSTRUÇÃO” mesmo? – alguns alvos serão alcançados, outros não, se farão caminho a longo prazo para as gerações de nossos filhos e netos.
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Mas temos a OBRIGAÇÃO, com nós mesmos e com eles, de deixar uma base sólida e confiável plantada nesse chão de nossa pátria…..
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Por isso seu texto é um primor, seu Nassif…. Porque fala do “chão”, mas fala também da “utopia”, traz os tijolos para o que se pode construir logo, a curto prazo, e traz os “faróis” para o resto do caminho….
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Eu só espero que velhos ou novos líderes, não importa, sejam capazes de MOBILIZAR a parte sã da sociedade, a parte não enferma, não fanática, para que nos ergamos, TOMEMOS AS RUAS num movimento semelhante ao “diretas já”, para que essa camarilha que tomou o país de assalto passe a ter a sensação de que “há algo novo no ar….”
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Se temos articulistas capazes de nos trazer o chão e o farol das utopias, precisamos agora que se apresentem os líderes capazes de nos erguer em luta por esses objetivos.
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Por ora, obrigado, muito! Um abraço.
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Eduardo Ramos

Redação

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