Dívida histórica, por Guilherme Scalzilli

por Guilherme Scalzilli

É importante manter e divulgar registros detalhados sobre o apoio de políticos, jornalistas, magistrados, empresários e até militantes de redes sociais ao golpe parlamentar contra Dilma Rousseff. Contribuir para essa memória equivale a manter a chama da resistência nos tempos sombrios que se anunciam.

Haverá muitas oportunidades para que a conta seja cobrada. Durante a escalada arbitrária dos justiceiros ideológicos, a consumação da impunidade dos corruptos não-petistas, a dilapidação do patrimônio público, o desmonte de programas sociais.

Sabemos que os mais cínicos tentarão forjar espanto e salvar suas reputações. Pois serão desmascarados. Ninguém pode fingir inocência diante da natureza e das consequências do impeachment, que estiveram muito claras desde o início.

Um lugar de honra na galeria de horrores será ocupado pelo Supremo Tribunal Federal. A corte desperdiçou todas as chances de barrar o avanço do golpe, evitando o circo midiático da Lava Jato e punindo os corruptos que elaboraram o impeachment.

Mais do que as outras instituições antidemocráticas do país, o STF desempenhou papel decisivo na farsa. Repetindo a vergonhosa atuação no golpe militar de 1964, deu verniz de legitimidade a um escândalo jurídico de porte mundial.

Talvez a próxima Comissão Nacional da Verdade não seja tão condescendente com os nobres ministros quanto foi no balanço que fez sobre a ditadura e suas anistias. Mas o acerto viria tarde, soterrado por manipulações oficiosas da mídia e amenizado pela ausência póstuma dos algozes.

A força dessa memória reside em seu resgate imediato, constrangedor, provocativo. Como admite o próprio golpista Michel Temer, o governo ilegítimo está preocupado com a narrativa em torno do impeachment. Já conhecemos o seu ponto fraco.

http://guilhermescalzilli.blogspot.com.br/2016/09/divida-historica.html

 

Redação

5 Comentários

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  1. Eu já tenho material para
    Eu já tenho material para montar meu álbum particular do golpismo.

    São milhares e milhares de fotos e print screens, tanto de whatsapp quanto de Facebook.

    Num futuro próximo tal álbum será esfregando na cara de amigos, familiares, colegas e conhecidos coxinhas, não farão como em 1992 quando os eleitores do Collor não admitiam ter votado nele.

    Serão eternamente desmoralizados.

  2. Eu já tenho material para
    Eu já tenho material para montar meu álbum particular do golpismo.

    São milhares e milhares de fotos e print screens, tanto de whatsapp quanto de Facebook.

    Num futuro próximo tal álbum será esfregando na cara de amigos, familiares, colegas e conhecidos coxinhas, não farão como em 1992 quando os eleitores do Collor não admitiam ter votado nele.

    Serão eternamente desmoralizados.

  3. Trevas
    Registre-se a obscura frase do porta voz da velha mídia e da Suprema Corte, Ayres Britto: “Brasil vive pausa democrática para freio de arrumação”.

  4. O Brasil ainda nem acertou as

    O Brasil ainda nem acertou as contas com a turma de 54/64 e já acumulou mais um acerto de contas com a turma de 2016. O primeiro que abrir a boca pra em “conciliação” e “republicanismo” vai levar porrada!

  5. A vergonha

    Não vai escapar ninguém,como stf, congresso, imprensa, empresariados tipo fiesp, partidos oportunistas quando historiadores serios começarem suas pesquisas.

    Só sobrarão alguns jornalistas, algumas personalidades e o povo humilde.

    A  vergonha cobrirá muitas cabeças que hoje passam como patriotas,

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