Pequena Fábula, de Franz Kafka

por Jota A. Botelho

“Ah”, disse o rato, “o mundo torna-se a cada dia mais estreito. A princípio era tão vasto que me dava medo, eu continuava correndo e me sentia feliz com o fato de que finalmente via à distância, à direita e à esquerda, as paredes, mas essas longas paredes convergem tão depressa uma para a outra que já estou no último quarto e lá no canto fica a ratoeira para a qual eu corro”. – “Você só precisa mudar de direção”, disse o gato, e devorou-o. (*)

Conclusão:
Nessa República não existe mais esperança para nós. Chegamos ao fundo do poço. Tudo foi nivelado ao juízo de piso. O nosso sustento está preso numa ratoeira, ou seremos devorados pela mão grande – as mãos de gatos. Temos que mudar de rumo já! Chega desse joguinho de gatos e ratos. Afinal, somos homens ou ratos?

https://www.youtube.com/watch?v=Dijg_8USjHw align:center

(*) Tradução de Modesto Carone, Lição de Kafka, Cia da Letras.
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Jota Botelho

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