As composições de Marques Porto com Ary Barroso e Luiz Peixoto

Marques Porto, Ary Barroso e Luiz Peixoto

Marques Porto, além de ótimo revistógrafo, deu contribuições importantes para a Música Popular Brasileira. O Teatro de Revista sempre foi uma vitrine para os artistas da época. Entre outros, destacamos, como intérpretes, Francisco Alves, Vicente Celestino, Silvio Caldas, Zaíra Cavalcanti, Almirante, Carmen Miranda, Aracy Cortes.

 

Como compositores, Ary Barroso, Henrique Vogeler, Donga, Serafim Rada, Pixinguinha, Augusto Vasseur, Hekel Tavares, Júlio Cristóbal, Lamartine Babo, Chiquinha Gonzaga, Assis Pacheco, Pedro de Sá Pereira, Luiz Peixoto, J. B. da Silva (Sinhô).

Todos eles, sem exceção, nos palcos das revistas, em discos ou eventuais composições tiveram suas carreiras e vidas entrelaçadas com Marques Porto: cantaram suas músicas, compuseram para suas revistas ou musicaram suas letras.

Ary Barroso

O pontapé inicial da trajetória artista mineiro Ary Barroso foi como pianeiro em salas de espera dos cinemas cariocas. Autor da consagrada “Aquarela de Brasil”, um clássico da nossa Música Popular Brasileira e gravada pela primeira vez (1939), por Francisco Alves com Radamés Gnattali e sua Orquestra. Sua discografia é imensa em quantidade (mais de trezentas músicas) e qualidade.

 

Luiz Peixoto

Podemos afirmar que Luiz Peixoto é um artista multifacetado. Atuou como caricaturista, poeta, revistógrafo, letrista, compositor.

O Teatro de Revista foi um campo fértil para o talento de Luiz Peixoto. Nele, colocou a alma no palco, atuando como autor, cenógrafo, compositor, diretor, figurinista, diretor artístico, mas, sobretudo como um homem voltado para a essência das coisas brasileiras, especialmente a música.

 

Neste post vamos destacar as parcerias musicais de Marques Porto, Ary Barroso e Luiz Peixoto. Elas totalizam oito composições das quais duas foram gravadas, mas infelizmente, os fonogramas, até hoje, não foram encontrados. São elas:

– “Chiquinha” (Marques Porto/Ary Barroso/Luiz Peixoto) # Palitos com Orquestra Copacabana. Disco Odeon (10706-A) / Matriz (3921). Lançamento novembro de 1930.

– “Dona Catarina” (Marques Porto/Ary Barroso/Luiz Peixoto) # Palitos com Orquestra Copacabana. Disco Odeon (10706-B) / Matriz (3922). Lançamento em novembro de 1930.

 

Vamos conferir as outras seis composições em fecundas parcerias entre Marques Porto, Ary Barroso e Luiz Peixoto.

 

Samba de São Benedito (*)” (Marques Porto/Ary Barroso/Luiz Peixoto) # Aracy Cortes com Orquestra Pan American. Disco Odeon (10553-A) / Matriz (3277). Lançamento em janeiro de 1930.

(*) Samba que também possui o título “Já sortei meu cachorronho”.

 

 

Juramento” (Marques Porto/Ary Barroso/Luiz Peixoto) # Aracy Cortes com Orquestra Pan American. Disco Odeon (10533-B) / Matriz (3276). Lançamento em janeiro de 1930.

 

 

Dona Alice (*)” (Marques Porto/Ary Barroso/Luiz Peixoto) # Palitos com Orquestra Pan American. Disco Odeon (10649-B) / Matriz (3649). Lançamento em agosto de 1930.

(*) Esta marcha fez parte da revista musical “Pau-Brasil, de Marques Porto e Luiz Peixoto, e estreou em 4 de abril de 1930, no Teatro Recreio.

 

 

O nego no samba (*)” (Marques Porto/Ary Barroso/Luiz Peixoto) # Carmen Miranda e Orquestra Victor. Disco Victor (33285-B). Gravação (14/12/129) / Lançamento em maio de 1930.

(*) Este samba foi apresentado pela primeira audição pela atriz Luísa Fonseca dentro da revista musical “Banco do Brasil”, de Marques Porto e Luiz Peixoto, que estreou em 1º de novembro de 1929, no teatro Recreio.

 

Gira (*)” (Marques Porto/Ary Barroso) # Carmen Miranda/Sílvio Caldas. Disco Victor (33445-A) / Mariz (65160). Gravação (9/6/1931) / Lançamento (julho de 1931).

(*) O samba em questão fez parte da revista “Brasil do amor”, de Marques Porto e Ary Barroso, estreada no Teatro Recreio em 14 de maio de 1931. A interpretação, no espetáculo, coube a Sílvio Caldas em dueto com Dulce Almeida.

Sem querer… (*)” (Marques Porto/Ary Barroso/Luiz Peixoto) # Zaira Cavalcanti com Orquestra Guanabara. Disco Parlophon (13255-B) / Matriz (131015 T-16). Lançamento em janeiro de 1931.

(*) Samba que fez parte da revista musical “Vai dar o que falar”, de Marques Porto e Luiz Peixoto, que estreou no Teatro João Caetano, na cidade do Rio de Janeiro, em 12 de setembro de 1930.

 

 

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Post dedicado às parceiras/amigas Cafu e Helô Lima e, em especial, ao também parceiro e amigo Henrique Marques Porto (sobrinho de Marques Porto).

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Fontes:

– Aracy Cortes – Linda Flor- de Roberto Ruiz. – Rio de Janeiro, FUNARTE / INM / Divisão de Música Popular, 1984.

– Ary Barroso – Brasil Brasileiro / 20 CDs / 316 gravações / 1928/2006, do pesquisador e estudioso da MPB – Omar Jubran. Ano de produção: 2014.

– Dicionário Cravo Albin da MPB / Verbetes: Ary Barroso e Luiz Peixoto.

– Luiz Peixoto pelo buraco da fechadura – de Lysias Enio, Luis Fernando Vieira. – Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 200.

– Marques Porto – O “Ás”da Revista – de Cafu, Helô Lima e Laura Macedo. Página do Teatro de Revista no Portal Luis Nassif.

– Montagem áudios SoundCloud: Laura Macedo.

– Site YouTube / Canais: “luciano hortencio” / “BlackRoundRec” / “Canal de amigovelho1000”.

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Laura Macedo

4 Comentários

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  1. Ô, Laura, que bonitezas ! O som desse chiado fonográfico

    é muito pitoresco- como diria meu pai.

    Muito bom !

    “Juramento” e “Sem querer ” me encantaram.

    1. Viva os chiados!

      Odonir,

      Também sou apreciadora dos chiados rsrsrs.

      O trio Marques Porto, Ary Barroso e Luiz Peixoto arrasaram no Teatro de Revista com suas músicas e “revistas”.

      Individualmente cada um deles foi grande nas artes de compor sozinhos e/ou em parcerias.

      Maques Porto, Luiz Peixoto e Henrique Vogeler compuseram “Linda flor” (“Ai, ioiô”) considerada o primeiro samba canção a fazer sucesso, que deixo pra você curtir na voz de Aracy Cortes.

      Beijos.

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=XtT0ZjCFEw0%5D

       

       

  2. Bonitezas

    A Odonir usou um termo preciso: Bonitezas.

    Foi uma satisfação conhecer canções do notável Marques Porto (com Ary e Peixoto), que atuava em vários fronts. Como tenho a mania de curtir cada um dos vídeos de uma só ‘fornada’, deixei para a manhã de hoje essa saborosa missão. E agi numa boa. 

    Uma constatação: as mulheres povoaram fortemente o universo musical de Marques Porto. Bom gosto é isso.

    Beijos.

    1. Mais Marques Porto

      Gregório,

      Adorei seu comentário. Mais Marques Porto pra você.

      “Tava assim de português” (Marques Porto/Chiquinha Gonzaga) # Carlos Careqa (voz)/ Gabriela Machado (flauta) / Bel Latorre (clarinete). [Paródia de Marques Porto sobre a canção “Casa de Caboclo”].

      Beijos

       

       

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