Um pedido ao eleitor paulistano

Pare, pense. Pense de novo que nunca é demais.
Se eu que não voto em São Paulo me vejo numa sinuca de bico, me solidarizo com você, pobre eleitor.Por um lado temos Russomano. O novo hit conservador e religioso (afinal, nem todo conservadorismo é religioso e vice-versa). Por outro José Serra, a continuação do atraso que transforma a maior potência do Brasil numa

 caricatura emblemática dos tempos modernos.

No meio disso tudo temos Haddad. Símbolo de um lulismo que ajudou criar o primeiro, o Russomano, a cidadania do consumidor, é Haddad também símbolo de um governo do PT que foi diferente do PSDB porém sendo o mesmo. Ou seja, se por um lado temos avanços concretos – que eu me puno ao reconhecer -, temos também estruturalmente uma situação tão precária, quiçá mais, que a anterior. O nosso sonho de libertação, que um dia o PT representou – ou tentou representar – parece mais longe do que nunca.

Como bom político, eu poderia apelar a Deus… Mas, se ele existe, duvido que exista mais. Nos abandonou. Nem ele aguentou nossa burrice maligna que surge de frente da urna de votação. Suicidou-se, pobre Deus. Porque se tivesse vivo, eu clamaria por uma ira revolucionária. Numa fração de segundos todos os candidatos seriam desintegrados. Haveria carnaval fora de época (e não estou falando daquela festa liberal de Salvador, falo da verdadeira festa do povo que só a revolução pode promover). E juntos, com essa prova do divino, construiríamos algo muito melhor.

Mas a verdade – se ela existir, pois a chance dela nos ter abandonado também é grande -, como não poderia ser diferente, vem das antenas de tv (o que existe fora da mídia?). Ibope informa (e quem perguntou?): Russomano, Serra e Haddad possuem 26% das intenções de voto (teríamos mesmo tais intenções ou foram os partidos que assim decidiram de acordo com as regras do jogo?).

Em bom português: estamos fodidos. E com cara de fodidos votaremos amanhã. O barulho da máquina pode ser traduzido no momento da confirmação do voto: “você se fodeu”. Fodido menos, fodido mais. Estará fodido e é essa a sua realidade.

A pergunta é: até quando você irá se contentar em se foder a cada 4 anos?

Redação

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