Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Alma de boêmio, quem não tem?

Por Luciano Hortencio

Tião Carreiro

 

A minha sorte foi tirana e a desdita

Me faz sofrer por amar quem não me quer

Isto acontece para um homem que acredita

Que existe amor no coração de uma mulher

 

Por mais que eu queira esquecer o meu passado

Meu sofrimento é viver pensando nela

E os amigos pra  me verem magoado

Quando me encontra vem me dar noticia dela

 

Só tenho as ruas e a bebida como herança

Essa mulher me deu esse maldito prêmio

E hoje dela só me resta uma lembrança

A torturar a minha alma de boêmio

 

Embriagado passo as noites pelas ruas

Ninguém tem pena deste meu triste viver

Olho pro céu pra contemplar a luz da lua

Que representa a sua imagem aparecer

 

Foi o desgosto que atirou-me nesta vida

Abandonado e renegado pelo mundo

Eu vivo sempre naufragado na bebida

Tornei-me apenas um boêmio vagabundo

 

Perdi amigos, perdi tudo que já tive

Em altas noites só o sereno me abraça

E esta mulher na mesma rua ainda vive

Bebe com outro a brindar minha desgraça

 

“Se hoje estás abandonado

 Tu mesmo és culpado

Pois não me soubeste amar

Tu caminhas sem guarida

E eu, triste, brindo tua despedida

Na mesa deste bar.”

 

“Segue, segue agarrada à tua taça

Zombando de minha desgraça

Que breve chegará o fim

Quando eu for pra eternidade

Tu lembrarás com saudade

E hás de chorar por mim.”

 

Foi o desgosto que atirou-me nesta vida

Abandonado e renegado pelo mundo

Eu vivo sempre naufragado na bebida

Tornei-me apenas um boêmio vagabundo

 

Perdi amigos, perdi tudo que já tive

Em altas noites só o sereno me abraça

E esta mulher na mesma rua ainda vive

Bebe com outro a brindar minha desgraça

 

Benedito Seviero.

 

José Orlando – ALMA DE BOÊMIO – Tião Carreiro e Benedito Seviero.
Disco Chantecler 78-0288-A. 
Julho de 1960.
Disco constante do Arquivo Nirez.
https://www.youtube.com/user/lucianoh…

 

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

22 Comentários

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  1. Mestre Tiao, mestre

    Mestre Tiao, mestre Tiao…….me lembro da epoca de guri pequeno la no interior eu e meu irmao qual um tinha a preferencia pelo radio, eu gostava de Leo Canhoto e Robertinho e meu irmao gostava de Tiao Carreiro e Pardinho…….eu e meu irmao faziamos “guerra de auditorio” pelas ondas do radio…

     

        1. lá detrás daquele morro

           a palmeira estremece
          palmas pra ela
            que ele merece

          – leminski

           o manacá enrubece
          quando o casal treteiro
           aparece

          – jns

          1. Parça

            Pouca vergonha:

            Cê viu como a branca flor do manacá ficou roxa de vergonha?

            Mas, mudando de pau pra cavaco, gostaria que você emprestasse o seu gogó de ouro para criamos uma dupla caipira.

            Apresento sugestões para batizarmos a dupla que, com certezá, fará uma “sucessão de sucessos que se sucedem sucessivamente sem cessar”.

            Pode ser:

            – Gafanhoto e Caranguejo

            – Anum Branco e Carrapato

            – Lobo do Mangue e Guruçá

            – João de Barro e Bem Ti Vi

            – Luan Sanfona e Ispaia Brasa

            Antes de acrescentar outros nomes retumbantes, curta a piada infame:

            :) #culturacaipira #culturabrasileira #caipira #roca #daroca #rural #interior #dointerior #humor #piada #prole #censo #filhos #relacionamento #veiaco #jornal

             

  2. Eu curti muita dor de corna

    Eu curti muita dor de corna ouvindo as músicas de Nelson gonçalves, semelhantes a de José Orlando. Tiveram épocas essas músicas, o tango brasileiro quando nos arredores do Brasil bombava os tango argentino. 

    Nunca desprezei essas que chamavam de breguice. Em compensação, não consigo engolir uma variedade de duplas ditas sertanejas. Todos os dias nasce mais uma, e, pra mim, é tudo muito igual e chata demais, com raras execeções. E tem também um tipo de forró no Nordeste que parece irritar os tímpanos. O fato é que eu sei, e já pude constatar, que são os próprios cantores que pagam para verem suas músicas sendo apresentadas. Aí, não sobra espaço pra mais nada.

     

  3. Luciano! Me dá a penúltima!

    Eu gosto quando alvorece
    porque parece que está anoitecendo
    e gosto quando anoitece que só vendo
    porque penso que alvorece
    e então parece que eu pude
    mais uma vez, outra noite,
    reviver a juventude.
    Todo boêmio é feliz
    porque quanto mais triste
    mais se ilude.
    Esse é o segredo de quem,
    como eu, vive na boemia:
    colocar no mesmo barco
    realidade e poesia.
    Rindo da própria agonia,
    vivendo em paz ou sem paz,
    pra mim tanto faz
    se é noite ou se é dia.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=oek1Fp0-kIM%5D

    Abraços boêmios!

  4. E no Amarelinho é que vou terminar…

    Anoiteceu
    Outra vez vou sair
    Andar por andar sem nada a esperar
    Sem ter pra onde ir
    Vou caminhar por aí a cantar
    Tentando acalmar as tristezas por onde eu passar

    A minha vida boêmia de bar em bar
    É o meu amor sem paz
    Por um amor vulgar
    Que me abandonou
    Chorando os meus ais
    Me deixando também por maldade
    Saudades demais

    E eu vou levando minha alma aflita
    À noite a cidade é tão bonita
    Do Lamas ao Capela, e da Mem de Sá
    Passo no Bar Luís
    E no Amarelinho é que eu vou terminar

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=RVNg5Ea6QwY%5D

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