Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Catirina, cadê teus anelão?

Ontem, ao assistir Dercy de Verdade, vi a famosíssima dupla Jararaca e Ratinho interpretando a toada nordestina CATIRINA, na Casa de Caboclo. Interessante é que a toada foi gravada somente por Jararaca em 1930, com arranjo de João Pernambuco. Ao procurar a letra, somente encontrei com Jackson do Pandeiro, porém muito diferente da Catirina original. Dei-me ao trabalho de transcrevê-la e a divido com todos. Espero que gostem!

A estrada em que tu mora

Todo dia passo nela.

Somente para te ver

Sentadinha na Janela.

Catirina cadê teu anelão?

Alfinete de ouro, correntão… (2x)

 

Sou soldado sentei praça

No batalhão do amor.

Inda não jurei bandeira,

Já me chamam desertor.

 

Catirina cadê teu anelão?

Alfinete de ouro, correntão… (2x)

 

Juramento tinha feito

Não pretendo mais quebrar.

Enquanto Deus me der vida

Outra eu não hei de amar.

 

Catirina cadê teu anelão?

Alfinete de ouro, correntão… (2x)

 

A mulher que quer negar,

Quer ofender o seu amor,

Ajunta dedo com dedo,

Jura por Nosso Senhor.

 

Catirina cadê teu anelão?

Alfinete de ouro, correntão… (2x)

 

Se tu fosse um pé de pau,

Eu queria ser cipó.

Vivia sempre enroscado

No teu corpo e dava um nó.

 

Catirina cadê teu anelão?

Alfinete de ouro, correntão… (2x)

 

Se os oio fosse alfinete,

Tu seria alfinetada.

Tu vivia furadinha,

Que nem renda na almofada.

 

Catirina cadê teu anelão?

Alfinete de ouro, correntão… (2x)

 

Um laço de fita verde

Com três dedo de largura.

Nas ancas de uma mulata,

Mata qualquer criatura.

 

Catirina cadê teu anelão?

Alfinete de ouro, correntão… (2x

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

30 Comentários

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  1. Catirina, esse nome me

    Catirina, esse nome me lembrou do Papete, maranhense porreta. Têm músicos-compositores regionais riquíssimos e Papete é um deles, pena que poucos conhecem essas preciosidades. Enquanto isso, uma tal de valesca popozuda tem sucesso na mídia. Acho que é mais ou menos como a mídia trata os políticos: o tal do eduardo cunha, podre de corrupto, e´o deus da hora da mídia, como já foi demóstenes, arruda. Dá-lhe páginas amarelas com os crápulas que, para mídia, são o supra sumo da ética, da eficiência.kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

  2. Mió poesia

     

           Se tu fosse um pé de pau,

           Eu queria ser cipó.

           Vivia sempre enroscado

           No teu corpo e dava um nó

    matapau

    A mió caçoada

    Parceirinho Maior, por ondei, nas montanhas que circundam a região, encontrei uma curiosa formação vegetal e aguardei alguns anos para fazer um filmete, quando retornei ao local armado com a minha câmera.

    O senhor João Carlos, dono da fazenda, muito gentil e cordialmente, fez questão de me acompanhar ao outro lado da estrada por onde a vastidão do seu terreno se estende.

    Atravessamos a porteira e percorremos um pequeno trecho, até passarmos por um pinguela improvisada sobre um serpenteante ‘corguinho’, que corria ligeiro naquela parte da bela fazenda, que estava implantando um projeto de cultivo de buxas para a exportação.

    Antes de aproximarmos das duas árvores, o senhor João desfez a minha crença, que persistia desde o início da minha descoberta, sobre a origem daquela formação sui generis.

    Imaginei que o grandiso o palmito Indaiá (Attalea dubia) havia nascido sobre a parte superior do caule da frondosa árvore, que crescia em simbiose com ele, cujo corte é, ferozmente, proibido pelas leis ambientais, assim como são protegidas as espinhosas palmeiras Brejaúva, que estão sob o risco de extinção.

    O palmito Brejaúva (Astrocaryum aculeatissimum)

    Na verdade ocorreu o inverso na natureza: a Gameleira-branca, uma variedade de Ficus, germinou na parte superior e cresceu abraçada ao pé de palmito Indaiá.

    Após a germinação da semente, a gameleira lançou as suas raizes ao solo, a partir do alto da copa do Indaiá.

     

    A foto acima mostra as raizes de um tipo de Ficus (mata-pau) abraçadas ao tronco de outra árvore. A foto é espetacular por mostrar, inclusive, um cacho de bananas ouro(?) pendente na região da copa.

    Imagens ilustrativas da Internet

  3. Rabbitamente talpidiano

     

    “O que mais te surpreende na Humanidade?”, perguntaram ao Mestre.

    Крот (Talpidae)

    Крот (Talpidae)

    Крот (Talpidae)

    White Tail Rabbit Running .

    “Os homens… porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde… porque pensam ansiosamente no futuro e, por isso, esquecem-se do presente, de tal forma, que acabam por não viver nem o presente, nem o futuro… porque vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido!”, foi a resposta do Mestre.

  4. .

     

    Mangue Deprê

     

                      Encolhido na beira do mar

                      Como um gato numa sacola

                      Aperreado Gato do Ceará

                      Quando nenhuma fã o consola

                      Arrudeia-se para afogar 

     

                                

                                                                                                      Gato Luciano

     

      1. Oásis do Blog

         

        Catirino Mestre
        Cadê teus anelão?

         

        Conta uma popular lenda do Oriente, que um jovem chegou à beira de um oásis junto a um povoado e, aproximando-se do velho “Oásis do Blog”, perguntou-lhe:

        – Que tipo de pessoa vive nesse lugar ?

        – Que tipo de pessoa vivia no lugar de onde você vem? – perguntou o velho Lobo do Mar.

        – Oh, um grupo de egoístas e malvados… estou satisfeito de haver saído de lá.

        – A mesma coisa você haverá de encontrar por aqui – replicou o Mestre.

        No mesmo dia, outro jovem se acercou do oásis para beber água e vendo o ancião perguntou-lhe:

        – Que tipo de pessoa vive por aqui?

        Don Luc respondeu com a mesma pergunta:

        – Que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem?

        O rapaz respondeu:

        – Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las.

        – O mesmo encontrará por aqui – respondeu o o Mestre Hortencio.

        Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao nobre Tenor:

        – Como é possível dar respostas tão diferentes à mesma pergunta?

        Ao que o meu Comandante respondeu:

        – Cada um carrega no seu coração o meio e os sentimentos que vive. Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui, porque, na verdade, a nossa atitude mental é a única coisa na nossa vida sobre a qual podemos manter controle absoluto.

    1. A CIDADE

      Konstantínos Kaváfis

      Tradução do poeta Jorge de Sena

      Dizes: “Eu vou para outras terras, eu vou para outro mar.
      Hão de existir outras cidades melhores do que esta.
      De todo o esforço feito – estava escrito – nada resta
      e sepultado qual um morto eu tenho o coração.
      Até quando vai minha alma ficar nesta inacção?
      Onde quer que eu olhe, para onde quer que eu volte a vista,
      a negra ruína de minha vida é o que se avista,
      eu que anos a fio cuidei de a estragar e dissipar.”

      Não acharás novas terras, tampouco novo mar.
      A cidade há de seguir-te. As ruas por onde andares
      serão as mesmas. Os mesmos os bairros, os andares
      das casas onde irão encanecer os teus cabelos.
      A esta cidade sempre chegarás. Os teus anhelos
      são vãos, de para outra encontrar um barco ou um caminho.
      A vida, pois, que dissipaste aqui, neste cantinho
      do mundo, no mundo inteiro é que a foste dissipar.

      [video:http://youtu.be/eTsxfu30qaI width:600 height:450]

      Jorge de Sena pertence, sem dúvida, à estirpe daqueles grandes poetas do século XX, que, sendo criadores de obras poéticas de referência obrigatória a quem se debruçar hoje sobre a história e a evolução da lírica ocidental, foram, igualmente, críticos e teóricos de indiscutível importância, teorizando, muitas vezes, sobre o seu próprio fazer artístico, ou, em sentido inverso, construindo obras de criação a partir das próprias teorias, ou ainda, unindo teoria e criação numa mesma concepção criadora.

      Do seu trabalho de tradutor merece ainda especial registro a tradução que fez, para a nossa língua, da poesia do grego Constantino Cavafy reunida em volume intitulado Constantino Cavafy, 90 e Mais Quatro Poemas (Porto: Inova, s.d.).

  5. Bumba meu boi!

    Falando em curumim, amanhã é o dia dele !!! E sabado, a festa ja esta armada na Zèbre de Belleville: circo, musica, dança e maquiagem para as crianças. So vai faltar você Lulu! (Bom, JNS, ele vai gostar mais da Zèbre à noite, quando torna-se cabaré para adultos 😉

    [video:http://youtu.be/07UTOrhONH0%5D

      1. Lulu Jararaca

        Auto-retrato;  Hans Makart  

        Arte do pintor austríaco Hans Makart, 1840-1884

        Cadê o vídeo com as impagáveis cenas do Sarau Alternativo de fim de ano do blog?

        O sentimento geral, após a morte precoce, era de que uma era acabou junto com Makart, e, de fato, ao longo de décadas, as suas figuras passaram a ser ridicularizadas. No entanto, ele continuou exercendo uma significativa influência sobre os jovens pintores.

        1. Descartes Gadelha – pintor e escultor cearense!

          Além de músico, compositor, percussionista e muitíssimas coisas mais.

          Tive a honra de cantar com Descartes no Canto do Aboio e Coral Universitário. Bote fé no baixo profundo. Também participei da Escola de Samba Ispaia Brasa, da qual ele era um dos cabeças… Dá uma procurada nesse artista, amigo véi!

           

           

           

           

           

    1. Le Zèbre

       

      Onde tenha Cabaré

      É prá lá que eu vou, uai!

      Vamos levar o Curumim prá descobrir, sem perda de tempo, a escalada rumo ao Paraiso – tem outro?

      Ao festejar no Le Zèbre, o moleque sinaliza que tem bom gosto e percorre o caminho do bem.

      Tá indo muito bem pro meu gosto…

      Palmas pro Curumim.

      Mais palmas!

      1. RINOD

         

        Mostrei as imagens do Le Zèbre pro Jejê e ele perguntou:

        – Esta zebra é de verdade?

        – Aaah… tá me gozando? Você acha que alguém iria pendurar uma zebra, de verdade, no teto de uma boate?

        – Eu acho… tem doido prá tudo!

        Tô digitando e o Maluquinho, ao meu lado, me sacaneando:

        – Tio, eu sou o mais famoso deste pedaço…

        – Eu só comento sobre você Malinha.

        – Segura o gato, que este gato me mordeu…

        – Vou matar essa porra deste gato!

        – Tio, no Brasil tem boate?

        – Claro!

        – Tem boate em Minas Gerais?

        – Em BH tem…

        – Vamos lá?

        O filho-da-mãe continuou lendo o que eu estava digitando e veio me abraçar morrendo de rir.

        – Tio, será que já entrou alguma zebra naquela boate?

        – Há há há, você digitou errado: olhaí “RINOD”… há há há.

      2. Jejêzèbre

         

        No carro, sentado no banco da frente, ao meu lado, o zebrado Jejê.

        – Vamos, hoje, na festa do Curumim? Será em uma boate em Paris: vai ter bala, balão, pipoca, sorvete e, mais tarde, mulher pelada dançando no palco.

        – É muito longe? Demora? Tem que ir de avião?

        – Vamos de avião e o voo deve demorar umas quinze horas.

        – Vou não!

        – Me decepcionou Cara… ficou com medo das gatinhas dançando de biquíni?

        – Não gosto de avião e nem de sair do Brasil.

        – Então vamos de navio.

        – Piorou, vai demorar mais.

        – Vamos de carro.

        – Se você conseguir atravessar o oceano…

        – Fiquei decepcionado: você ficou com medo das gatas.

        – Não gosto de sair do Brasil e nem de Minas Gerais.

        – Se a festa fosse aqui em Minas, em uma boate de BH, você toparia ir?

        – Claro!

        – Prá tomar muito sorvete, né?

        – Não… eu ficar até de madrugada!

        1. Meninos maluquinhos!

          A festa foi uma matinê, das 14 às 18 h.  Pô Jejê, à noite é so para maiores 😉 E que historia é essa de não querer sair de Minas e do Brasil ?! Sei que Minas não tem fim, mas ainda assim, tem que viajar, muito, sempre; através dos livros, da poesia, da musica, dos filmes, da pintura; na imaginação, na contemplação das coisas e da naturreza. Mas viajar muito e abrir o espirito (a cuca!) ao outros e à vida.

          Nos acabamos na Zébre ontem :::))))

           

  6. Je ré! (rais)

    O trocadilho franco-brasileiro do Lulu ! Essa não esqueço cedo…Mas por falar em floclore, Catirina, esta na hora de contar mais um pouco das historias brasileiras ao curumim. Esse registro é bem-vindo, ainda mais com a letra. Valeu, Dom Luc.

    1. Ao Nonato Amorim!

      Essa versão de Teca Calazans e Heraldo do Monte traz a mesma letra interpretada por Jackson do Pandeiro. O estribilho é o mesmo, porém o resto totalmente diferente da interpretada por Jararaca! Por isso transcrevi a letra da gravação de 1930!

       

      Abração do luciano

       

      Catirina cadê teu anelão?
      Alfinete de ouro, correntão… (2x)

      Catirina usava um trancelim
      Uma saia rendada com babado
      Punha oriza cheirosa no cabelo
      E chamava atenção do povoado
      E nas feira, nas festa onde chegava
      Todo povo a ela perguntava

      Catirina cadê teu anelão?
      Alfinete de ouro, correntão… (2x)

      Catirina era fia lá da Serra
      E nasceu por detrás do chapadão
      Onde ela chegava endoidava
      Os caboco vaqueiro do Sertão
      E cantando, dançando, onde ela estava
      Todo povo a ela perguntava:

      Catirina cadê teu anelão?
      Alfinete de ouro, correntão… (2x)

      Catirina batia no zabumba
      E tocava viola e ganzá
      Ela era o prazer, a alegria
      No recanto, na vila, no arraiá
      Já velhinha por onde ela passava
      Todo povo a ela perguntava:

      Catirina cadê teu anelão?
      Alfinete de ouro, correntão… (2x)

       

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=FRWMWvsYYvQ%5D

  7. Meu último desejo

    Prezado Luciano Hortêncio

    Sempre que ouço “Meu último desejo”, me fica uma dúvida quanto ao trecho a seguir:

    “(…)

    Nunca mais quero seu beijo,

    Mas meu último desejo, você não pode negar.

    (…)”

    Por uma questão de coerência, o correto não seria

    “(…)

    Nunca mais terei seu beijo,

    Mas meu último desejo, você não pode negar.

    (…)”?

    Pergunto porque já li que canta-se de forma errada, também em “meu último desejo”, a frase “Que meu lar é um botequim”, quando se deveria cantar “Que meu lar é O botequim”.

    Será que v. poderia consultar seus arquivos e me sanar a dúvida?

    1. Caro Seturo!

      Infelizmente não tenho dados para dirimir sua dúvida, porém não vejo nada de errado com a a letra por você aludida. O fato de se usar o presente em lugar do futuro ou do condicional é muito usado no Brasil sem que isso afete o sentido da frase. Além disso, há o que se convencionou chamar liceença poética. Dentro disso tudo pode passar, até algumas questiúnculas gramaticais mais brabas.

      Em relação à segunda observação, discordo de quem acha que o correto seria “o botequim”. Noel, ao compor Último Desejo” para sua amada Cecy, o fez, mais do que nunca, tirando a melodia e poesia da alma. Chamar seu lar de “o botequim” seria forte demais e essa não era a idéia dele, pelo menos no meu entender…

      Aí vai algumas considerações sobre Último Desejo, extraídas do site

      http://www.paixaoeromance.com/30decada/ultimo_desejo/h_ultimo_desejo.htm

       

      Abraço do luciano

       

      Último desejo (1937)
       
      Composição: Noel Rosa
       
      Interpretação: Quarteto em Cy
       
      Música composta em 1937, quando Noel já com tuberculose bastante avançada e sentindo que não viveria muito tempo, compôs em homenagem a Ceci, Juraci Correia de Moraes, bailarina de cabaré e grande paixão de Noel. Esta composição foi uma espécie de despedida de Noel em relação à sua amada Ceci. Foi sua penúltima composição cuja letra foi entregue a Ceci por um amigo comum pouco antes de falecimento de Noel. Noel de Medeiros Rosa nasceu em 11/12/1910, em Vila Isabel no Rio de Janeiro.  Sua mãe teve um parto difícil pois teve que ser tirado a forceps, chegando a ter seu maxilar quebrado, fato que prejudicou-o a vida toda, apesar de ter feito algumas cirurgias sem o resultado esperado. Noel foi alfabetizado pela mãe, Marta de Azevedo, que era professora. Aos 13 anos começou a tocar bandolim de ouvido e violão que aprendeu com o pai Manuel Medeiros Rosa. Apaixonado por música, conheceu o grande compositor Sinhô de quem se tornou admirador, fato que o influenciou mais ainda a gostar de música.  Em 1929, um grupo de amigos de Vila Isabel e alunos do Colégio Batista, Almirante, Braguinha, Alvinho e Henrique Brito formaram um grupo musical, o Flor do Tempo, que se apresentava em festinhas locais. Pouco depois, esse grupo foi reformulado mudando o nome para Bando dos Tangarás, com a inclusão de Noel Rosa. Daí em diante Noel dedicou-se com afinco e exclusivamente à música, compondo e gravando. Noel compunha tanto letras como músicas, sendo muito versátil e tendo enorme sensibilidade e competência para captar e colocar em versos  suas críticas à sociedade carioca da época. Os maiores sucessos de Noel foram:  “Feitio de Oração”, “Feitiço da Vila”, “Pra que mentir”, “Só pode ser você”, “Quantos beijos”, “Cem mil Réis”,  “Conversa de Botequim” estas com o músico paulista Vadico, “Pastorinhas” com Braguinha, “Último desejo”, “Até amanhã”, “Com que roupa ?”, “De babado”, “Fita amarela”, “Gago apaixonado”, “Palpite infeliz” e muitas outras. Noel conseguiu com fina ironia e muita sensibilidade retratar em versos e músicas as principais características populares do Rio de Janeiro do início do século passado. Segundo o crítico João Máximo “Noel pode não ter sido o melhor compositor da Época de Ouro da MPB (1930 – 1945) mas foi o mais importante. A transformação que Noel empreendeu diz respeito à lírica da canção popular. Antes, a letra coloquial, anedótica, debochada, satírica, confinava-se aos limites da canção caranavelesca. As letras “sérias” principalmente as de cunho romântico, perdiam-se em preciosismos, em imagens parnasianas, em exageros poéticos. Foi Noel Rosa quem demonstrou que tudo cabe numa canção “séria”, ainda que haja lugar também para a crítica e o humor irreverentes”. Noel largou o curso de medicina no terceiro ano para se dedicar à música.   Noel fazia tanto letras como músicas. Foi sem dúvida o compositor brasileiro mais fértil ao retratar a sociedade brasileira dos anos 20 e 30. Foi o primeiro compositor branco de classe média a “subir” o morro e compor juntamente com “as origens” do samba. Noel deixou cerca de 250 músicas e faleceu em 4/5/1937 com apenas 26 anos. 
      Dárcio Fragoso 
       
      Último desejo (1937)
       
      Composição: Noel Rosa
       
      Interpretação: Quarteto em Cy

       
       
      Nosso amor que eu não esqueço  E que teve o seu começo  Numa festa de São João  Morre hoje, sem foguete,  Sem retrato e sem bilhete,  Sem luar e sem violão.  Perto de você me calo,  Tudo penso e nada falo  Tenho medo de chorar  Nunca mais quero o teu beijo  Pois meu ultimo desejo  Você não pode negar…   Se alguma pessoa amiga  Pedir que você lhe diga  Se você me quer ou não  Diga, diga que você me adora  Que você lamenta e chora   A nossa separação  E às pessoas que eu detesto,  Diga sempre que eu não presto  Que meu lar é um botequim,  Que eu arruinei tua vida,  Que eu não mereço a comida  Que você pagou pra mim ! 
        Nunca mais quero o teu beijo  Pois meu ultimo desejo  Você não pode negar…     Música: Último Desejo
      Autoria: Noel Rosa
      Interpretação: Quarteto em Cy Pesquisas e História por Dárcio Fragoso
      Plano de fundo :Quarteto em Cy por Marilene  
      Imagens adquiridas em E-Groups de Trocas
      Projeto ,Formatação e Edição Final :Marilene Laurelli Cypriano 

  8. Vladimir Kush

     

    Catirino Mestre
    Cadê seu janelão aberto pro realismo do mundo em metamorfose?

    Vladimir Kush é um artista russo do movimento artístico e literário surrealista, que surgiu no século XX em Paris e tornou-se exponencialmente conhecido através do genialíssimo Salvador Dalí, ao mostrar os sonhos reais, além da lógica e da razão.

    VLADIMIR KUSH LOVE-MARIN

    VLADIMIR KUSH-237

    VLADIMIR KUSH-TREE

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