Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Nhá Zefa e o Grupo Arquivo Confraria do Chiado

 

NHÁ ZEFA, apesar de ter feito bastante sucesso na década de 1930, sendo, embora nascida na capital do Estado de São Paulo, a “caipira” preferida de Cornélio Pires, não tinha sequer uma foto disponibilizada na internet.

Os confrades do Grupo Arquivo Confraria do Chiado, por vários dias comentaram  essa omissão, todos querendo conhecer NHÁ ZEFA também através de sua fotografia. Fomos atendidos pela escritora e pesquisadora Thais Matarazzo, que a disponibilizou, possibilitando, assim, edições de suas interpretações para o youtube. A foto acima foi editada por Ana Luiza Hortencio, minha querida filhota.

Anexarei dados sobre NHÁ ZEFA colhidos nos sites:

http://cifrantiga.wordpress.com/author/cifrantiga/page/431/

http://www.musicapopular.org/nha-zefa/

“Nhá Zefa (Maria Di Léo), cantora, era filha de italianos. Era considerada a caipira preferida de Cornélio Pires, embora não fosse exatamente uma caipira, pois nasceu na capital paulista. Fez bastante sucesso nos anos 1930.

No início dos anos 1930, atuou no programa de rádio “Cascatinha do Genaro”, apresentado por Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado, primeiramente na Rádio Cruzeiro e, posteriormente, na Rádio São Paulo. Em 1935, gravou com Laureano a moda de viola Itália e Abissínia, que falava de modo satírico da invasão italiana na Abissínia, e que seria posteriormente gravada por Alvarenga e Ranchinho.

Apresentou o programa “Saudades do sertão”, primeiramente na Rádio Bandeirantes e, posteriormente, na Rádio Bandeirantes. Em 1937, gravou com Raul Torres o desafio Desafio nº 1. No mesmo ano, gravou em dueto com o cantor Paraguaçu as batucadas Baiana dengosa, de motivo popular com arranjo de Paraguaçu, e Olá, seu Barnabé, de Paraguaçu.

Nos anos 1940, fez sucesso com a mazurca Me leva contigo. Em 1940, gravou com Capitão Furtado e Juca Matia a moda de viola Casá? Só anssim, de sua autoria e Capitão Barduíno. No mesmo ano, lançou a toada Nunca mais a gente esquece, de Tirso Pires e Laureano, e a moda de viola Num tenho medo de home, dela e Ariovaldo Pires, ambas em dueto com Nhô Pai. Ainda em 1940, gravou em dueto com Serrinha a moda de viola A coisa mió do mundo e a toada Coração dos meus penares, ambas de Serrinha.

Em 1941, gravou com Nhô Pai e Ariovaldo Pires o cateretê Agricultura hoje tem seu lugar. Durante a década de 1940 realizou diversas gravações em parceria com Nhô Pai, entre as quais as modas de viola Moda da fila, Viaje a Parmitá, dela e Sereno, o rasqueado Coisas do Paraguai, de Nhô Pai, a contradança Um pé de laranja doce, de Nhá Zefa e Irmãos Cachoeira, e o cateretê Caboclo lindo, de Nhá Zefa.

Em 1943, gravou o quadro musicado A voz da saudade, de Ariovaldo Pires e José Nicolini, com a participação da Embaixada de Nhá Zefa e Morais Neto no canto. Um de seus principais parceiros foi Ariovaldo Pires, com quem compôs as modas de viola Pobre cego, Outro drama da vida e Tenho visto, e a mazurca Me leva contigo, gravada em 1978 pela dupla Cambuí e Cambuzinho, e, posteriormente, pelo Duo Ciriema.”

 

Discografia:

•  Desafio nº 1/Balão subiu (1937) Columbia 78

•  Baiana dengosa/Olá, seu Barnabé (1937) Columbia 78

•  Ocê não nasceu pra mim/Desafio nº 2 (1938) Columbia 78

•  Angústia/Canarinho dobrador (1940) Odeon 78

•  Casá? Só assim/Fiquei só agora (1940) Odeon 78

•  Namoro dos véio/A louca da capelinha (1940) Odeon 78

•  Vida de campero/Sabiá (1940) Odeon 78

•  Nunca mais a gente esquece/Num tenho medo de home (1940) Odeon 78

•  Desafio nº 3/Tudo passa (1940) Odeon 78

•  Desafio nº 4/Caboclinha marvada (1940) Odeon 78

•  A coisa mió do mundo/Coração dos meus penares (1940) Odeon 78

•  Agricultura hoje tem o seu lugar/Me leva contigo (1941) Odeon 78

•  Morena murtinhense/Pobre cego (1941) Odeon 78

•  Adeus, palavra malvada/Sonho do matuto (1941) Odeon 78

•  E levou meu coração/Desperta São João (1941) Odeon 78

•  Nóis corrê dos ano/Sempre a mesma história (1941) Odeon 78

•  Alegria do sertão/Anda, viola (1941) Odeon 78

•  Outro drama da vida/Desafio disparatado (1941) Odeon 78

•  Moda da fila/Forgazão (1941) Odeon 78

•  Tenho visto/Coisas do Paraguai (1941) Odeon 78

•  Viaje a Parmitá/Caboclinho jeitoso (1941) Odeon 78

•  O clarão do dia vem/Um pé de laranja doce (1942) Odeon 78

•  Baiano, é dia, é dia/Caboclo lindo (1942) Odeon 78

•  Despedida/Ave Maria no sertão (1942) Odeon 78

•  Amansando burro/Quando dois se amam (1942) Odeon 78

•  O pai da aviação/A voz da saudade (1943) Odeon 78

•  Meu carro encrencô/Romance de uma solteirona (1943) Odeon 78

 

Composições

A louca da capelinha (Nhá Zefa / Capitão Barduíno)

Ave, Maria no sertão (Nhá Zefa / Sereno)

Baiano, é dia, é dia (Nhá Zefa / Laureano/Irmãos Cachoeira)

Caboclo lindo

Canarinho dobrador (Nhá Zefa / Ferreira Moisés)

Cana-verde em desafio (Nhá Zefa / Laureano/Ariovaldo Pires)

Casá? Só assim (Nhá Zefa / Capitão Barduíno)

Desafio nº 3 (Nhá Zefa / Capitão Barduíno)

Fiquei só agora

Me leva contigo (Nhá Zefa / Ariovaldo Pires)

Me leva contigo

Moda da fila (Nhá Zefa / Sereno)

Num tenho medo de home (Nhá Zefa / Ariovaldo Pires)

Outro drama da vida (Nhá Zefa / Ariovaldo Pires)

Pobre cego (Nhá Zefa / Ariovaldo Pires)

Romance de uma solteirona (Nhá Zefa / Capitão Barduíno)

Tenho visto (Nhá Zefa / Ariovaldo Pires)

Um pé de laranja doce (Nhá Zefa / Irmãos Cachoeira)

Viaje a Parmitá (Nhá Zefa / Nhô Pai)

 

 

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

8 Comentários

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      1. Estamos de férias e ai, ja

        Estamos de férias e ai, ja viu, cadê o tempo do trabalho para ficar na internet !!!! 🙂 Ja vi por alto, vou ver com calma e ouvir os videos. 

  1. Vagalume

    Quem és tu, pobre vivente,

    Que vagas triste e sozinho,

    Que tens os raios da estrela,

    E as asas do passarinho?

    A noite é negra;  raivosos

    Os ventos correm do sul;

    Não temes que eles te apaguem

    A tua lanterna azul?

    Quando tu passas, o lago

    De estranhos fogos esplende,

    Dobra-se a clícia amorosa,

    E a fronte mimosa pende.

    As folhas brilham, lustrosas,

    Como espelhos de esmeralda;

    Fulge o iris nas torrentes

    Da serrania na fralda.

    O grilo salta das sarças;

    Piam aves nos palmares;

    Começa o baile dos silfos

    No seio dos nenufares.

    A tribo das mariposas,

    Das mariposas azuis,

    Segue teus giros no espaço,

    Mimosa gota de luz!

    São elas flores sem  haste;

    Tu és estrela sem céu;

    Procuram elas as chamas;

    Tu amas da sombra o véu!

    Quem és tu, pobre vivente,

    Que vagueias tão sozinho,

    Que tens os raios da estrela,

    E as asas do passarinho?

     

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