Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Nós era sete, fumu morrendo, só fiquemo eu!

por Luciano Hortencio

Trago hoje, com muito prazer, a polca NÓS ERA SETE, de Zé Gonzaga e Antonio Maria. O comentário do amigo Samuel Machado Filho, abaixo,  faz desnecessário maiores ou menores observações.

Polca gravada em 27 de março de 1952 e lançada em julho do mesmo ano, matriz 9268. O título é uma gozação com o fim do grupo Os Sete Gonzagas, então sucesso na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, PRG-3 (“o cacique do ar”), pertencente aos Diários Associados, que reunia os membros artistas da família: o pai, Januário, os irmãos Severino, Luiz, Zé e Aloísio, e as irmãs Socorro e Francisca (Chiquinha). O conjunto ficou reduzido a seis membros, por causa de uma excursão de Zé Gonzaga à França, comandada pelo jornalista Assis Chateaubriand, proprietário dos Associados, então o maior conglomerado de mídia do Brasil. Gonzagão esculachou o irmão Zé, mas este último, sem perder o bom humor, fez a melodia desta polca e incumbiu Antônio Maria (então conhecido do público por seus sambas-canções trágicos e soturnos) de escrever a letra, mostrando de maneira divertida e alegre as dificuldades do sertanejo, ao contrário das letras das músicas do irmão Luiz, bem mais carregadas, aludindo a uma família em que todos foram morrendo por doença e não de fome. “Nós era sete” foi um grande sucesso na época, e Zé Gonzaga continuaria se apresentando em Paris até o final de 1952. Samuel Machado Filho.

 

 

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5 Comentários

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  1. Excelente. Pouco conheço do

    Excelente. Pouco conheço do Zé. O Baile da tartaruga, Camarão é peixe bom e o clássico nordestino Viva o rei, dedicado ao irmão e mais duas ou três. Bom resgate, Luciano!

  2. Cheguei a ouvir algumas

    Cheguei a ouvir algumas músicas de é Gonzaga e Chiquinha, que nunca entendia, outrora, por que eles sumiram do mapa, se também tinha a veia de músicos.

    Adorei ver a foto com toda a família reunida, inclundo o famoso Januário.

  3. Evocação

    Nassif: como a vida é curiosa. Quando eu era criança meu vizinho ouvia adoidado essa música. E eu me encantava com a sanfona de 8 baixos, a zabumba e o triângulo sem prestar qualquer atenção ao porquê da letra. Essa lembrança trazida agora pelo som é uma evocação pitoresca que me leva, como dizia Rubem Braga, “para lentos bois e o murmúrio do riacho e o meu mais puro e sincero coração”. Obrigado Luciano pelo resgate artístico e, sobretudo, cultural, num momento e numa sociedade onde só se fala sobre ladrões…

  4. Genial!

    A letra é uma variante criativa e “biográfica” do tangolomango, o canto enumerativo, de que tratamos aqui há algum tempo.

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