A atividade política católica e evangélica

Por H. C. Paes

Comentário no post “O perfil da bancada religiosa no Congresso

Porque não há padres, nem monges, nem freiras no Congresso. A Igreja Católica proíbe atividade política eleitoral entre seus ministros. Casos como o de Fernando Lugo sempre passam pelo abandono da batina e do ministério.

Não estou defendendo a Igreja Católica. Por trás das cortinas, as atividades da CNBB são tão políticas quanto as de qualquer outra agremiação. E perniciosas, não raro. Como é verdade que as igrejas evangélicas são responsáveis por iniciativas humanitárias que nada ficam a dever à Pastoral da Terra e às Comunidades Eclesiais de Base.

Não é disso que se trata. O problema é que os ministros seculares evangélicos caíram de cabeça na atividade político-partidária e, portanto, podem ser identificados como um grupo de interesses. Já o catolicismo pode até ter fiéis no congresso, mas esses são indivíduos particulares, e não clérigos. Tanto Paulo Paim quanto Demóstenes Torres são católicos, e nada mais diferente entre eles. E nenhum responde à disciplina da Igreja Católica, de modo que esta não pode ser responsabilizada por aquilo que eles fizerem. Afinal, uma diferença entre o catolicismo e as demais religiões cristãs é que nele existe a figura do “não-praticante”, um fenômeno muito menos comum nas correntes evangélicas, que normalmente pressionam pela adesão militantes dos fiéis.

Por outro lado, entendo que, exatamente por não serem hierarquizadas, várias das congregações evangélicas também não têm o poder de disciplinar seus parlamentares. Só que pega muito mal para a reputação das lideranças evangélicas serem confrontadas com estatísticas tão tristes como estas. Melhor seria se fizessem como a Igreja Católica e ficassem longe da atividade político-partidária, deixando-a para os leigos fiéis de suas congregações.

Luis Nassif

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