A operação da Petrobras em Rio Grande

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Petrobras realiza operação inédita em plataforma no Polo Naval de Rio Grande (RS)

A Petrobras concluiu, neste sábado (07/07), o deck mating da plataforma semissubmersível P-55, no Polo Naval do Rio Grande (RS). A operação consiste no acoplamento entre o deckbox da plataforma, parte superior, com o casco, parte inferior, também chamada de lower hull. O deck mating foi realizado por meio do içamento do deckbox, técnica inédita no Brasil, e que pode ser considerado o maior realizado em todo mundo até hoje, devido ao peso da estrutura e a altura a que foi erguida.

Para o içamento do deckbox, que pesa cerca de 17 mil toneladas, foi montado um sistema com 12 torres, ligadas a 24 macacos hidráulicos, cada um com capacidade de erguer até 900 toneladas, para elevar o equipamento até a altura de 47,2 metros em relação ao fundo do dique seco do estaleiro. Para erguer a estrutura foram utilizados 24 conjuntos de 54 cabos de aço cada. Cada cabo possui 18 milímetros de diâmetro e 60 metros de comprimento, totalizando cerca de 77 quilômetros.

Nos próximos meses serão realizadas a instalação dos módulos e a integração dos sistemas. Com a conclusão desta etapa, a P-55 será transportada para o campo de Roncador, na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, para início de operação em setembro de 2013. Em pleno funcionamento, a P-55 terá capacidade de produzir até 180 mil barris de petróleo e seis milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, esteve no Polo Naval do Rio Grande durante o deck mating, acompanhada dos diretores da companhia. “Essa operação é motivo de orgulho para o povo gaúcho e para todos os brasileiros. Qualquer um ficaria encantado com a magnitude dessa obra, a primeira plataforma do Polo Naval do Rio Grande e a maior semisubmerssível construída no País”, afirmou.

Graça também destacou o ineditismo da operação e o potencial do polo naval. “É a primeira vez que um deck mating – integração de módulos e casco – é feito desta maneira. O deckbox, que pesa 17 mil toneladas, foi elevado a mais de 40 metros e colocado sobre o casco. Usualmente, o que se faz é abaixar o casco. A P-55 e os oito FPSOs replicantes, a serem construídos aqui, serão obras de referência nacional e internacional.

Os FPSOs replicantes são uma nova geração de plataformas, concebidas segundo parâmetros de simplificação de projetos e padronização de equipamentos. A produção, em série, de cascos idênticos permitirá maior rapidez no processo de construção, ganho de escala e a consequente otimização de custos.

O projeto do casco da P-55 foi desenvolvido pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), fruto de vários anos de pesquisa e de desenvolvimentos de engenharia em parceria com universidades brasileiras, com tecnologia 100% nacional. É mais um marco para a indústria do petróleo no Brasil.

A operação

O deck mating teve início no dia 25/6, quando o deckbox foi elevado pela primeira vez até a altura de 20 centímetros para realização de testes e pesagem final. Em 27 de junho, o processo de içamento do deckbox prosseguiu e, no dia seguinte, atingiu o nível 15,4 metros de altura em relação ao fundo do dique. Em paralelo, foi realizado o rearranjo dos apoios do casco (picadeiros) e montagem das defensas dentro do dique, trabalho concluído em 30 de junho.

No mesmo dia foi iniciado o processo de alagamento do dique, com a abertura das válvulas dos dutos de captação. Cerca de 642 milhões de litros de água foram necessários para encher o dique até uma profundidade de 13,8 metros. Concluído o alagamento, a porta batel foi retirada (2/7) para a manobra de entrada do casco da P-55 no dique, e em seguida reinstalada para vedação do dique. O esvaziamento do dique, ao nível 7,2 metros, aconteceu no dia seguinte.

Nos dias 5 e 6 de julho, o deckbox foi erguido até a altura máxima, de 47,2 metros, e o casco foi alinhado. Em 07/07 o casco assumiu sua posição final, embaixo do deckbox, e a estrutura suspensa foi assentada sobre ele, concluindo assim a operação de deck mating da P-55. A próxima etapa será o esvaziamento do dique até que o casco, já acoplado ao deckbox, fique totalmente apoiado nos picadeiros (grandes blocos de concreto) no fundo da estrutura.

Luis Nassif

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