A segunda morte de João

O problema dos grandes crimes que chamam a atenção da opinião pública é a exploração rasteira que se sucede a eles. Cria-se um movimento catártico que vende jornal , mas não aponta saídas; expõe as vísceras, mas não as causas; mostra o problema e não discute a solução.

Nessa cegueira ampla que o show exige, acaba toda a catarse confluindo para soluções simplistas e/ou falsas, como a questão da maioridade penal, um pequeno detalhe dentro de uma engrenagem muito mais ampla e letal.

A família é envolvida por esse show indecente, na vã esperança de que o sacrifício do filho não será em vão. Será sim. O único resultado palpável será aumentar a venda de jornais e a audiência das televisões. E permitir ao veículo se aproximar, se mostrar solidário a todos os telespectadores e leitores, vítimas potenciais do crime, ajudando a estimular sentimentos baixos de vingança, não a reflexão.

Tem-se um quadro amplo de criminalidade, com várias etapas entre a iniciação e a profissionalização do criminoso. Começa pelo ambiente em que a pessoa vive e na falta de oportunidades de uma vida dentro da economia formal.

O ambiente é o entorno, com a facilidade com que crianças são abordadas por traficantes e criminosos em geral. Passa por esse blefe inventado por especialistas como André Urani de que houve melhora na renda familiar depois que as mães tiveram que sair de casa para complementar a renda insuficiente do pai, sem computar os efeitos dessa ausência sobre a estrutura familiar. Some-se a falta de valores, típico de uma sociedade fragmentada, sem projeto de nação, sem projeto de solidariedade, onde até spams abjetos – como o tal “Elite Privilegiada”, falsamente atribuída a mim – têm ampla aceitação junto a setores basbaques da opinião pública.

O entorno se completa com as condições das escolas. E aí é falta de gestão em todo seu espectro. É um quadro dantesco, mais ainda no Rio de Janeiro, nas favelas dominadas pelas milícias e pelo tráfico. Some-se a internacionalização do tráfico e do crime e se terá o mapa do inferno.

O entorno é isso. Já o futuro é cinza, e aí o motivo é falta de crescimento na veia.

Por outro lado, a falta de gestão e a politização da máquina pública levaram a uma corrupção desenfreada que pega parte das forças policiais em todo país. Pelas informações, de forma muito mais ampla no Rio de Janeiro. O crime se profissionaliza e tem um exército de mão de obra reserva quase infinito.

Aí essas campanhas abjetas simplificam tudo. O cidadão, encurralado por todo esse quadro complexo e, aparentemente, insolúvel, finalmente “identifica” o inimigo, aqueles ladrões de carro, que passam a ter cara, identidade e cor. Trocam toda a reflexão necessária sobre como enfrentar esse quadro dantesco, pelos sentimentos que vêm das partes baixas, das entranhas embrutecidas pelo show diário de violência que se vê nas ruas e nas TVs.

E, aí, é apenas aguardar a próxima tragédia para o menino João poder descansar em paz, enquanto o show continua.

No meio desse insensatez, a faixa solitária esticada no Maracanã é um respingo de bom senso: “De olho por olho, a cidade ficará cega”.

Luis Nassif

167 Comentários

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  1. Pegando carona no comentário
    Pegando carona no comentário da Valéria abaixo, o que dificulta colocar a teoria em prática ? Com certeza a má vontade política existente em nosso país.
    Na teoria, precisamos de educação de boa qualidade e de fácil acesso a ela por todos, na teoria, precisamos de uma melhor distribuição de renda, na teoria
    precisamos que o POVO principalmente o povo faça a sua parte, faça valer seus direitos e cobrem, daqueles que foram eleitos, o cumprimento de tudo o que se
    diz na teoria, ou que se prometeu na campanha. Infelizmente nossos políticos se elegem visando o bem próprio, todos nós sabemos disso, porém depende de nós brasileiros sairmos do nosso atual
    estado de inércia e cobrarmos a classe política que trabalhem, que criem condições favoráveis para que jovem pobre favelado da Rocinha tenha os mesmo direitos
    do jovem rico morador da barra da Tijuca.

    Diminuição da pena, acredito eu, não resolver, se os 3 anos os quais o adolecente tem para ficar preso fossem cumpridos realmente, talvez eles já fossem o suficiente,
    se dentro desse tempo o adolescente infrator tivesse um bom acompanhamento psicológico, acesso a oficinas de trabalho e pudesse perceber que ao sair dali ele terá uma
    real oportunidade de emprego, talvez os 3 anos fossem suficientes. Como podemos dizer que eles não são, afinal não vemos a promessa da recuperação socio-educativa
    se confirmar nos atuais moldes de carceragem de adolescentes. O que há hoje não é recuperação é apenas prisão.

  2. Os responsáveis pelos crimes
    Os responsáveis pelos crimes praticados por menores são em primeira instância os pais, pois tais crimes são conseqüência direta da falha deles na missão mais nobre de qualquer pessoa que é a de educar os filhos (as outras instâncias são professores, profissionais de ensino, programadores de televisão, escritores de livros infantis, legisladores etc., isto considerando-se apenas o plano das pessoas).

    As leis, como se sabe, racionalizam desejos muitas vezes espúrios da parcela dominante da sociedade, no caso, a classe média culta. Para esta praga, filhos são um embaraço a projetos pessoais profissionais, amorosos etc. Para legalmente se desembaraçarem das responsabilidades pela educação dos descendentes, fixam mundo afora, “por decreto”, a responsabilidade penal dos filhos a partir dos sete (sete!) anos de idade – como ocorre em diversos países. No Brasil, os pais querem também transferir a responsabilidade deles para os filhos. Melhor seria, contudo, penalizar criminalmente os pais nos casos em que os filhos seriam enquadrados: reforçar-se-ia assim nos pais a consciência de que têm deveres para com a educação dos filhos e, também, para com a sociedade. Se os pais começarem a ser presos pelos crimes executados pelos filhos, a criminalidade juvenil, de pobres e ricos, diminuirá substancialmente, pois os pais começarão a se preocupar realmente com a educação dos filhos.

    A declaração do pai do menor acusado do assassinato do menino no Rio de Janeiro na qual se exime de culpa e transfere-a exclusivamente ao filho é bastante ilustrativa.

    Omissão paterna na educação dos filhos, violência doméstica contra menores, fome, escolas de péssima qualidade, pedofilia, venda de meninas pelas mães, prostituição infantil, abandono de crianças, trabalho infantil, violência contra crianças em reformatórios etc. etc., a lista dos crimes hediondos contra menores é enorme. Qual pessoa conseguiria ser bem-formada em tais circunstancias? Então, quem são os criminosos? Parece mais os pais, isto é, nós todos. Mas nós, os criminosos, queremos que sejam eles, os menores, as crianças, pois enquadrando-os tão cedo quanto possível no Código Penal, vamos nos sentir sem culpa pela nossa irresponsabilidade na busca egoística de nossos projetos e prazeres. E queremos que seja assim, mesmo com a atual legislação que permite o encarceramento de menores na FUNABEM, considerada mais degradante do que os presídios brasileiros, os piores do mundo. Pobres dos jovens: com pais como estes, estão mesmo fornicados.

  3. Olá Nassif… Seus
    Olá Nassif… Seus comentários dispensam qualquer observação! Seu modo de expressar os problemas da saciedade é delicado, mas muito profundo. Ao mesmo tempo em que soa com leveza nos remete a reflexões profundas. Parabéns pelo post. Sua analogia quanto a maioridade penal e seus problemas além da “intenção vingativa” provocada pela mídia foi muito interessante. Hoje o povo é influenciado a pensar assim como a mídia dita. Com o caso do garoto não foi diferente. O sensacionalismo causa revolta no povo. Precisamos trazer devolta o Jornalismo puro, com informação séria, ao invés de apologia à movimentos justiceiros o vingativos. O povo é induzido pela mídia do show, assim como você comentou aqui…
    Um grande abraço.
    Marcos – BliGdoWeNdt

  4. Luis.
    Tudo o que vc. citou
    Luis.
    Tudo o que vc. citou como causa desta tragédia também faz parte do show. Estas são as explicações lúcidas, racionais e politicamente corretas, que todo mundo já está cansado de ouvir, e que em determinado momento será colocada na pauta.
    A questão é que a pobreza não é justificativa para o crime. Associar pobreza e criminalidade torna todo cidadão de baixa renda em um potencial psicopata. Nem todo pobre é criminoso nem todo criminoso é pobre.
    O Brasil nunca vai mudar. Porque faz parte da nossa natureza colocar panos quentes e dar um jeitinho. O carnaval já está chegando e daqui à pouco ninguém vai lembrar mais do João. Ser’á um João Ninguém.

  5. Sr. Nassif, parabéns pela sua
    Sr. Nassif, parabéns pela sua abordagem.

    Ontem à noite conversava sobre isso com a minha esposa. A mídia , tende a transformar o fato em evento, em show para a audiência. Comove a nação mas não propõe a reflexão. A busca de uma solução, como sempre, é umpurrada para debaixo do tapete.

  6. Uai Nassif, blogar e navegar
    Uai Nassif, blogar e navegar na internet em quartos e escritórios confortáveis é uma coisa, outra muito diferente é traduzir tudo o que é discutido aqui, e tudo é muito, mas pelo menos o mínimo do mínimo em prática. O mundo lá fora tá pegando fogo véio e o povo tá cumenu vrido!
    Acordem blogueiros e interneteiros do Brasil varonil, o trem tá feio e é bem por aqui.
    Voltemos nossos olhos embevecidos pela tecnologia de ponta ao mestre Paulo Freire: Faça com que sua fala se aproxime cada vez mais da sua prática.

  7. Infelizmente, toda a semana
    Infelizmente, toda a semana (somente no Brasil) temos uma excelente oportunidade para ficar indignados/revoltados, com crimes terríveis, políticos corruptos, entre outros. No mundo então…
    Particularmente, já cansei de pensar o que está errado e achar o lugar em que devo colocar a culpa para ficar mais confortável. Ao contrário, nos últimos anos, acredito que a mudança deve começar em mim, em cada um. Apesar das várias estrelas do mar na areia, para muitas a gente pode fazer diferença (incrivelmente, acredito nisso). Ainda, deixo belos trechos de uma música do João Alexandre, que retrata a intenção, a qual acredito que deveríamos ter:

    “Muito mais do que ver é preciso viver
    Muito mais do que ouvir é preciso sentir
    (…)
    Muito mais que viver é preciso se dar
    Muito mais que sentir é preciso lutar
    Repartir o pão, estender a mão
    (…)
    Muito mais que fugir, bem pior é negar,
    Muito mais que não ver, bem pior se omitir (…)”

  8. Nassif,
    Quando você fala em
    Nassif,
    Quando você fala em “de forma muito mais ampla no Rio de Janeiro” está repetindo um bordão que só serve para afastar psicologicamente o perigo que nos ronda.
    Todo mundo que fala de crime em São Paulo cita o Rio de Janeiro. Na última vez que li estatísticas de crime, o Rio de Janeiro estava um pouco à frente de São Paulo e atrás de Vitória do Espírito Santo. Dizem que Vitória melhorou; não sei.
    Pelas informações que tenho, algumas regiões do Rodoanel de São Paulo já são dominadas pelo tráfico de drogas como as favelas de São Paulo. E na zona sul de São Paulo, os perueiros de lotação pagam diariamente uma taxa de proteção para o PCC. Todo mundo sabe disso há vários anos, mas o governo estadual parece que nunca ouviu falar do assunto. É a mesma ineficácia do governo do Rio de Janeiro.
    Então quando o PCC consegue parar a cidade, todos ficam espantados. Espantado fico eu quando eles queimam ônibus, mas preservam as peruas de lotação, que são sua fonte de renda (alguém soube de alguma delas queimada?)

    Com relação ao crime no Rio de Janeiro é bom notar que começou com a ineficácia do primeiro governo Brizolla, mas que se consolidou com a campanha eleitoral de Wellington Moreira Franco a governador. Vários deputados e candidatos a cargos públicos fizeram nesta época campanhas nas favelas com a proteção dos traficantes. Pouco foi noticiado na imprensa pois o objetivo era vencer o candidato do Brizolla (Darcy Ribeiro) a qualquer custo.Tal pacto só poderia resultar no que temos hoje.

    Em resumo, em vez de pensar em mudar a legislação, precisamos é pressionar os governos estaduais para atuar como deveriam.

  9. Valéria,

    Na teoria todo
    Valéria,

    Na teoria todo mundo sabe. Na prática?

    Na prática, constrói-se um plano honesto e realista – não perfeito, mas honesto e realista – baseado no que for considerado mais adequado para o momento, tentando abranger ao menos os aspectos chave do problema.

    Estabelecem-se objetivos factíveis a curto, médio e longo prazo.

    Implementa-se.

    Acompanha-se a implementação, sempre com atenção aos ajustes necessários. Se for o caso, muda-se a estratégia, os objetivos, as ações.

    O importante é escapar da falsa dicotomia “se não é Perfeito é Inútil” e da idéia paralisante “não adianta fazer A se não temos B”.

    O que não pode acontecer é continuar tudo como está, usando-se a justificativa do “difícil” e “nada vai adiantar”.

  10. A Globo é, com certeza, a
    A Globo é, com certeza, a rêde de televisão mais sensacionalista deste país. A entrevista com a família do menino assassinado feita pela apresentadora Fátima Bernardes, foi de um mau gosto sem tamanho. Ninguém tem o direito de expor o sofrimento de qualquer ser humano a milhões de pessoas, principalmente,quando trata-se de um pai e uma mãe , cujo filho, foi brutalmente assassinado.

  11. Não sou nenhum especialista,
    Não sou nenhum especialista, porém, não posso me conformar com o imobilismo que a identificação das grandes causas nos coloca. È certo, precisamos da volta do desenvolvimento robusto; precisamos de um sistema educacional decente; precisamos de inclusão e distribuição de renda, etc. Mas hoje velamos um João e amanhã velaremos outro, e mais outro…
    Algum passos, quase consensuais, não são tomados por um comodismo que extrapola todas as medidas. Exemplos:
    – Por um acaso da vida, conheço e convivo com vários policiais. Fazendo uma simples constatação: Entre os oficiais de alta patente – alguns; entre os de baixa patente – vários; com os sub-oficias e sargentos – quase todos; cabos e soldados – raras exceções. Refiro-me a atividade paralela ou o “bico”. Vão do cabo que também dirige um táxi nas horas vagas, ao capitão que “assessora” alguma empresa de segurança. Vai do soldado que faz vigilância para o pequeno comerciante, a outros que fazem o mesmo para algum bicheiro… Essa situação, de algo proibido que é praticado e tolerado por todos, é porta para outras situações onde o legal e o ilegal se misturam. Não é hora de se regulamentar o bico, já que aparentemente é impossível aboli-lo?
    – Não conheço ninguém minimamente sério que defenda a atual separação das polícias civil e militar. A unificação contraria interesses das duas corporações e, principalmente, a mais mesquinha disputa de poder. Vamos deixar essa questão sem enfrenta-la até quando?
    – Um policial torturador e envolvido com suspeita de outros desvios funcionais é flagrado em um crime. É criada uma lei para impedir que ele vá de imediato para a cadeia. Vem a democracia e essa excrescência fica eternizada permitindo que o réu primário, mesmo condenado em primeira instância, permaneça livre. A lei Fleury é uma das grande responsáveis pela sensação de impunidade.
    – A propósito, para que serve a primeira instância do judiciário? Apenas como fase anterior à segunda?
    – Qual a razão para a progressão automática de regime cumprida 1/6 da pena? Por quê a reclusão máxima de 30 anos? Todo menor infrador está reeducado ao final de três anos? Essas e uma série de outras pequenas questões vieram escritas nas tábuas que Moisés trouxe do alto monte e, logo, não podemos altera? Nem ao menos questionar seu sucesso?

  12. Quem quiser saber o efeito da
    Quem quiser saber o efeito da redução da maioridade penal, basta vir a São Paulo. Sim, porque as unidades da Febem são verdadeiros presídios que não recuperam ninguém. Vê-se logo, na teoria e na prática, que a solução não é essa.

  13. Nassif,
    É lamentável que não
    Nassif,
    É lamentável que não haja tantos jornalistas dispostos a refletir sobre a cobertura que a imprensa brasileira faz dos assuntos ligados à violência. Na sexta-feira, me espantei com as duas primeiras chamadas do Jornal Nacional, que eram mais ou menos assim: “preso mais um dos reponsáveis pelo crime que chocou o país”; “a morte de João Hélio faz todo o Brasil voltar a discutir a questão da maioridade penal”. Esta pretensão da imprensa de se constituir em opinião pública tem levado o país (para usar a expressão global) a perder o foco dos aspectos realmente importantes no enfrentamento do problema. Quer dizer que o Brasil inteiro acha que o problema é a maioridade penal? Só porque a Globo quer. A imprensa brasileira leva em conta uma série de critérios para nomear a violência que deve incomodar: a estética, a dramaticidade e a proximidade cultural são os principais. Estes fatores devem ser combinados no processo de seleção das noticias. Nunca vi os casos chocantes de violência contra crianças das favelas brasileiras merecerem destaque no Jornal Nacional. São crimes “esteticamente desagradáveis”, porque falam de uma realidade que está distante do mundo que a TV procura criar para os “brasileiros normais”.
    Hoje, ouço uma nota na CBN: “Governadores do Sudeste apresentam pacote para a Segurança Pública. Os dois ítens principais são o aumento das punições para adolescentes infratores e a diminuição da idade penal”.
    Ora bolas, será que alguém de bom senso imagina que isso vai resolver o problema? será que alguém imagina que se, não houvesse um adolescente no meio daquele bando que matou covardemente o garoto no Rio, o crime teria deixado de ser cometido? Será que o sistema penitenciário que deixa bandidos comandarem ataques de dentro das cadeias vai salvar a sociedade das “crianças e adolescentes desviados”?
    O problema da violência deve ser encarado nas suas verdadeiras causas. Mas, para a imprensa, o importante é que o show continue. Assim, os jornalista podem pensar que têm mesmo a capacidade de ditar a agenda nacional

  14. O corpo do menino João Hélio
    O corpo do menino João Hélio Fernandes continua sendo arrastado Brasil afora.

    Ele nem havia nascido e a personagem Itamar Franco, encarnada por Reinaldo, acompanhado de Flash, seu jabuti de estimação, já perguntava quando via um microfone a sua frente no programa de TV do Casseta & Planeta: é pro Fantástico?”.

    E essa sociedade que está aí somos nós. A gente só colhe o que planta.

  15. Nem sempre “interessa”
    Nem sempre “interessa” utilizar a desgraça visando audiencia; vejamos: queda do avião da gol, buraco do metrô. Por que?

  16. Nassif, parabéns pela lucidez
    Nassif, parabéns pela lucidez detse post. Ainda não havia encontrado algo que fugisse da histeria que tomou conta do país nesta triste e repugnante tragédia do menino João. Tomarei a liberdade de reproduzir este texto em meu blog, oviamente com a devida referência ao autor, linkando para cá. Abraços, JD

  17. Prezado Nassif,
    Essa ladainha
    Prezado Nassif,
    Essa ladainha de aplicar metodologia científica para explicar o aumento da criminalidade versus a tal probreza não funciona para explicar o aumento assustador da crueldade com que crimes de origens banais são cometidos.
    Há países mais pobres do que o Brasil e nem por isso há tanta crueldade e violência como está acontecendo no Brasil.
    Roubar para comer é uma coisa. Degolar a vítima é outra coisa.
    Para cada exemplo de “pobre” que pratica um ato desses há outro de gente de classe média ou alta que praticou algo equivalente.
    Aqueles assassinos que incendiaram o carro com as vítimas dentro, em Guarulhos, tinham oficina mecânica. Tinham trabalho.
    Esses rapazes que desmembraram e degolaram o garoto no Rio não eram tão pobres.
    Conheço pessoas muito pobres que são honestas e incapazes de matar uma mosca. Há milhões delas por esse Brasil. Qual a vantagem então de ser honesto e comedido se aquela minoria assassina é sempre justificada por estudos explicativos e paralizantes. Onde está o mérito de ser “do bem” ?
    O cara que metralhou a esmo dentro do cinema no Shopping Morumbi é um jovem oriundo de classe média alta, estudante de medicina. Tem dinheiro e cultura.
    Tá bom, neste caso é ruim da cabeça, certo?
    Meu caro Nassif, indignação acontece no ato.
    Caso contrário é muita dose de Prozac. O que vc está tomando?

    []s

    Ataliba Massranduba

  18. Acabo de ler mais uma
    Acabo de ler mais uma espantosa notícia sobre a guerra entre mlícias e traficantes no Rio. A reportagem diz que os favelados apoiam as milícias, formadas por policiais, ex-policiais, bombeiros, bandidos arrependidos, etc. A fonte de renda das milícias é a taxa de proteção e o monopólio de certos serviços (venda de gás engarrafado, TV a cabo pirata).
    As minhas conclusôes são:
    – o aparato e treinamento das polícias é suficiente para acabar com as zonas dominadas pelo tráfico no Rio, embora possam ocorrer muitas baixas em combate;
    – o tráfico de drogas não é tão lucrativo quanto noticiam, senão as milícias já o estariam explorando e os chefes do varejo não viveriam nas casas pobres das favelas (para o padrão classe média);
    – a polícia encontra facilmente os criminosos, quando estes são inimigos das milícias ou ocorre um crime de grande repercussão (como o do menino João);
    – a polícia é rápida em atender ocorrências, principalmente quando seus irmãos das milícias são atacados;
    – as autoridades estaduais do Rio não comandam as polícias.

  19. Nassif,
    Como sempre as suas
    Nassif,
    Como sempre as suas ponderações são muito equilibradas.
    Desde o primeiro governo civil foram feitos esforços de diagnóstico e definição de diretrizes. Depois veio a Constituição que, para garantir direitos, escreveu linha por linha, de maneira talmúdica, os novos direitos constitucionais. Mas sabemos que na prática tudo isso não vem funcionando, até porque a sociedade não é homogênea. E suas representações têm perdido consistência. Fragmentado-se até.
    Vivemos uma crise de representatividade e uma crise ideológica. Diz-se que isso é efeito do pós-modernismo ou o pós-modernismo é o efeito disso.
    Esse crime hediondo poderia ter sido evitado sim, se o que se pensou e se pôs em prática durante esses últimos vinte anos não tivesse sido interrompido por motivos políticos mesquinhos.
    É preciso voltar desde o começo e construir tudo novamente. Diagnóstico, diretrizes, direitos e reforma política que, possivelmente não serão diferentes daqueles de 1988. Agora, diante do emergencial e do urgente, cabe pensar na concessão de benefício de renda mínima aos mais pobres, como é o caso do Bolsa Família. Como os jovens não são atingidos de maneira ampla por benefícios e programas, é urgente uma política da juventude que os incentive a permanecer mais tempo na escola, uma escola de qualidade para que se preparem para o mundo do trabalho e do conhecimento. Os meios não são difíceis quando se tem um projeto de Nação.
    Quanto à questão de uma maior dose de segurança como solução, de redução de maioridade penal, sugiro que assistam o filme Babel, em que a morte, a perseguição dos “bandidos” tem todo um aparato policial bem treinado, treinado para perseguir, deportar e matar, enquanto a vida não recebe o mesmo tratamento, não há equipamentos, não há assistência médica, não há solidariedade, tendo que contar com aqueles poucos que, diante da chance e da decisão de salvar uma vida, se tornam os heróis da sociedade pós-moderna. Sociedade que é marcada pela hegemonia da prática genocida dos países mais fortes e policiais contra países mais fracos e que têm práticas sociais diferentes.

  20. PREZADO NASSIF,

    É NOTÓRIO
    PREZADO NASSIF,

    É NOTÓRIO QUE A MAIORIA DOS PROBLEMAS GERADOS PELA VIOLÊNCIA SERIAM MINIMIZADOS COM A EDUCAÇÃO. UM SER HUMANO QUE CRESCE EM MEIO A TANTAS TRAGÉDIAS E ASSISTINDO TANTAS BARBÁRIES E NÃO VÊ NENHUMA PROVIDÊNCIA POR PARTE DOS RESPONSÁVEIS PELO COMANDO DA NAÇÃO, PASSA A ACEITAR TUDO ISTO COMO SE FOSSE NORMAL E SE CONFORMA A VIVER NESTE MEIO.
    A PARTIR DO MOMENTO EM QUE EDUCAMOS AS PESSOAS E MOSTRAMOS OS VALORES MORAIS E OS CONCEITOS DE HUMANIDADE, PERCEBEMOS UMA GRANDE MUDANÇA.
    MESMO DENTRO DOS LARES RICOS, SE NÃO HOUVER ESTABELECIMENTO DE LIMITES E DE UM PADRÃO MORAL, ACONTECE A DETERIORIZAÇÃO DO SER HUMANO. É PRECISO IMPOR LIMITES E DAR EXEMPLOS.
    AGORA EU PERGUNTO:
    COMO É QUE UM PODER INFESTADO DE MAUS EXEMPLOS, CORRUPÇÃO, FALTA DE UNIÃO, HARMONIA, ETC., IRÁ CONSEGUIR MORALIZAR ???
    VÊ-SE MUITOS DISCURSOS E POUCAS AÇÕES. INFELIZMENTE, ENQUANTO NÃO VIRARMOS ESTE DISCO, IREMOS ASSISTIR A MORTE DE MUITOS INOCENTES.
    AGORA SE APROXIMA O CARNAVAL E A MÍDIA ESTARÁ COMO SEMPRE, VOLTADA PARA A GRANDE FESTA.
    LOGO APÓS, VIRÁ O SALDO DAS TRAGÉDIAS. ELAS GARANTEM CADA VEZ MAIS O ENRIQUECIMENTO DOS PODEROSOS DA COMUNICAÇÃO.
    PRECISAMOS DE REPRESENTANTES QUE REALMENTE SE OCUPEM COM OS PROBLEMAS DESTE PAÍS.
    É POR ISTO QUE NÃO INVESTEM NA EDUCAÇÃO, PORQUE O CIDADÃO INFORMADO EXIGE MUDANÇAS. ENQUANTO FORMOS MINORIA, TEREMOS QUE CONVIVER COM O ESPETÁCULO DO CIRCO, A EXEMPLO DO IMPÉRIO ROMANO.
    NAQUELA ÉPOCA NÃO PODIA FALTAR NEM CIRCO E NEM O PÃO.
    NO BRASIL NÃO PODE FALTAR BOLSA-FAMÍLIA, ETC, ETC, ETC….
    UM ABRAÇO
    DILERMANDO./12.02.2007

  21. Tem dias que este blog se
    Tem dias que este blog se passa!
    CLAP! CLAP! CLAP!
    (pena estes comentários não serem sonoros).
    São palavras para emoldurar. Ganhei meu dia entrando na Internet.
    É a força das palavras que vai vencer a barbárie.
    Obrigado Nassif.

  22. Eu acredito que você esteja
    Eu acredito que você esteja certo Nassif, achei desnecessária aquela entrevista no Fantástico, exploraram a tragédia dessa família apenas para obter audiência. Sobre as causas da violência, para as quais estão tentando encontrar uma solução simplista, são muito mais complexas do que dizem os sensacionalsitas de plantão. Tem uma música do Racionais MC´s que termina dessa forma: “Eu sou apenas mais um rapaz latino americano, apoiado por mais de 50 mil manos, efeito colateral do que o seu sistema fez, racionais capítulo quatro versículo 3”. É preciso pensar na causa desse efeito colateral, e no que o o nosso “sistema” está fazendo. Infelizmente não será a morte desse garoto que trará essa reflexão.

  23. Nassif,
    em outro forum da
    Nassif,
    em outro forum da rede havia alguém que queria saber se a impunidade estimulava a violência. Esta é a reflexão (ou a falta dela) da qual você fala. Eu respondi naquele forum que não creio que a impunidade seja o moto do crime ou o que torna este tipo de crime (o que aconteceu com o meniono) cada vez mais corriqueiro, mas, sim, uma grande mudança nas mentalidades, caracterizada, principalmente, por uma grande crise de valores. Observe-se, por exemplo, a atitude da mãe do menino: ela sabia que ele estava no banco de trás do carro, indefeso e preso ao cinto de segurança; no entanto, uma vez ameaçada com o revolver ela deixou de lutar pelo filho e o condenou à morte. É claro que, se ela tivesse insistido em tirar o filho, poderia ter morrido também. Eu, particularmente, preferia estar morta a ter que chorar a morte do meu filho desta maneira.

  24. Parabéns, Nassif e parabéns
    Parabéns, Nassif e parabéns Ramalho. Seu comentário expresa o que muitos de nós no mais íntimo sabe. Para aliviar a nossa culpa pela incompetência em educar e vigiar, o nosso fracasso em transmitir os valores corretos, a nossa omissão em certificar-se de como estão os nossos filhos; fica muito mais fácil propor algo que dependa do “outro”: da polícia, do governo, da escola, do emprego. Enfim, negamos qualquer responsabilidade por termos chegado a esse estado de coisas.

  25. SEM HIPOCRISIA
    Todas as
    SEM HIPOCRISIA
    Todas as pessoas vivas, conscientes, orientadas no tempo e no espaço, lembram-se de quando tinham 16 anos. Lembramos do que fizemos, lembramos do que pensávamos, lembramos do que falávamos. Lembramos que nessa idade o medo era palavra riscada do nosso dicionário, como perigo e atenção. Éramos imortais aos 16 anos. Nada de ruim iria nos acontecer, mesmo diante de situações que hoje reconhecemos que eram alto risco. Quem não se lembra das brincadeiras, das traquinagens, das molecagens e até das maldades que cometíamos com 16 anos? Não tínhamos juízo, não tínhamos vivencia, não tínhamos experiência, conhecimento, discernimento, bom senso. Hoje, quando pensamos no que fizemos, ficamos mal impressionados com nós mesmos. Muitas vezes nos perguntamos como tivemos coragem para tal. Porque hoje temos juízo, experiência, conhecimento, discernimento e, principalmente, bom senso. Estou escrevendo isso porque não concordo com a mudança da maioridade penal de 18 para 16 anos: ”
    Jussara Seixas

    O resto do texto está no blog por1novobrasil.blogspot.com

  26. Nassif, me desculpe mas eu
    Nassif, me desculpe mas eu trabalho junto a menores pobres e a IMENSA MAIORIA deles é educada de forma correta, por pais conscientes.

    Atribuir o comportamento desses MONSTROS à “falência da sociedade” é a desculpa utilizada por aqueles que não querem ver o problema solucionado.

    Proponho que se faça uma pesquisa exclusivamente com os moradores das áreas carentes, para ver se eles não são os primeiros a concordar com penas mais severas para os criminosos.

    Infelizmente, a verdadeira opinião do povo é mascarada por essa verdadeira “elite privilegiada” que defende “direitos humanos” para esses monstros.

  27. Vivemos numa sociedade do
    Vivemos numa sociedade do espetáculo e a morte do menino é mais uma cena do show de horrores que país participa há anos. A violência social/urbana não começou ontem. Só que a cada dia é nos apresentada com um maior requinte de crueldade. As saídas apontadas por setores “conservadores” da sociedade, já se mostraram ineficientes.
    Pena de morte: todos os dias matam-se centenas e a violência não diminui.
    Diminuição da maioridade penal: é outro ponto controverso.
    Li em algum lugar, alguém propondo até uma espécie de eugenia. Leia-se: os casais seriam “estudados” antes de receber a autorização para a concepção de um filho.
    Nassif, não é ir longe demais? Será que as pessoas não entendem que longe da política, da sociologia e da economia não há salvação?

  28. Nassif,

    concordo plenamente
    Nassif,

    concordo plenamente com você. Esse leque de ações simplistas tem o único objetivo de jogar para a platéia. Não é possível resolver um problema tão crônico e arraigado, resultante de décadas de descaso, apenas com o recrudescimento da pena. Dentro do estágio civilizatório em que nos encontramos, certas propostas demagógicas nos estarrecem. O que inibe o crime não é o rigor da pena, mas a certeza da punição. Razão pela qual ainda existe crime, mesmo nos países onde a pena de morte é aplicada.

    E se o crime tivesse sido praticado apenas por adultos, qual seria a solução? Não existem palavras para descrever a dor pela qual passou a família. Mas essa onda de caça às bruxas somente irá gerar mais outros monstros.

    Vivemos no paradoxo de um país rico que não distribui sua renda. Que estabelece direitos mas não os assegura. Que propaga uma realidade de consumo sem oferecer condições para que esse consumo possa ser exercido.

    Essa situação de vingança, seja pública ou privada, irá apenas manter em movimento a engrenagem da violência, que se retroalimenta pela sua própria força inercial.

    Enfim, temos de reconhecer que as cercas eletrificadas e as casamatas já não são suficientes. A solução é muito mais complexa, demorada e mais cara do que nos propõe as mentes desavisadas ou mal-intencionadas. Não será uma solução de governos, mas uma decisão de Estado (com E maiúsculo). Que não seja condicionada pela urgência das eleições ou simplesmente pautada pelos fatos.

    Um abraço,

  29. Fizeram 1 minuto de silencia
    Fizeram 1 minuto de silencia antes do jgo. no Maracanã e o Prefeito já deu o nome da vítima a uma praça e os hospitais do mun. não tem respirador que custa cr$550,00. Haja carnificina de factóide.

  30. Vou transformar este texto em
    Vou transformar este texto em spam. Acho que você não vai reclamar….

    Até agora não foi feita a reconstituição do que aconteceu, mas com o clima gerado pela imprensa haverá muitas “testemunhas oculares” que darão testemunhos sobre o incidente prejudicando a apuração dos fatos reais. Quero dizer, vários mitõmanos já elaboraram suas fantasias e tentarão fazer com que seu depoimento conste nos autos, assim como o espírito do menino já “baixou” em vários Centros Espíritas.

    Penso que a primeira solução, a de curto prazo, é ter uma polícia atuante e honesta. As outras só tem efeito de médio e longo prazo.
    Porém há uma tendência da nossa sociedade a gostar do policial desonesto, daquele que dá um jeitinho para evitar a multa que o Estado cobra de quem infringe suas regras (Já fui olhado como otário e sociopata por não ter aceitado ofertas de corrupção ou até por não ter tentado corromper policiais militares). Por outro lado, está difícil cumprir até certas regras; quem pára em sinal vermelho de noite pode acabar como a família do menino João.

    Aos que negam a eficácia da economia na criminalidade, lembro que foi noticiada uma queda de 30% nos índices de crimes no ano de 1986. Foi neste ano que o Plano Cruzado causou uma geração abrupta (mas momentânea) de empregos. Já faz 20 anos.
    Também é bom avaliar a queda da criminalidade com o crescimento da economia e geração de empregos nos EUA nos últimos anos, o que também gerou investimentos substanciais nas forças policiais. Esta queda ocorreu em todo os EUA, mesmo naqueles que não tinham políticas policiais de tolerãncia zero.

  31. Não é possível contar com a
    Não é possível contar com a imprensa Nassif, essa é a única conclusão a que cheguei até agora. A morte de João Hélio está sendo vendida em todas as esquinas, nas TV´s, etc. Levanta-se novamente a falsa questão da maioridade penal, como você comentou. E volto a dizer: mortes como essas acontecem todos os dias nas periferias das grandes cidades, e não apenas nesses lugares. Só que umas vidas valem mais que as outras.

  32. Nassif, concordo com seu
    Nassif, concordo com seu repúdio ao show que se faz com tragédias como essa, é uma desumanidade com a dor dos envolvidos. Como pai aquilo me revolta, me choca. Mas sempre sigo o mesmo ritual e nos dias seguintes me recolho, me fecho em minha insignificante tristeza solidária, nada mais. Para fugir do circo de horrores que se segue a tragédias como esta, recuso-me a ler, ver ou ouvir matérias sobre o assunto e evito discutir com as pessoas, cuja curiosidade mórbida, aliás, me estarrece.
    Concordo com você que as soluções de momento são muito mais para atender ao sentimento de vingança geral, compreensílvel, mas altamente explorado por um mídia sem limites. Ainda assim, sou favorável a redução da maioridade penal e do endurecimento das penas, mas não apenas para esses crimes, mas em geral, sobretudo os de corrupção e do colarinho. Porém, nada disso resolve sem policia saneada e justiça mais eficiente, perspectiva na vida, boa educação, etc.
    Concordo com você sobre as facilidades para a conversão ao crime que o entorno em que esses jovens vivem possibilita, mas acho que a coisa é bem maior que isso. O entorno é muito maior do que o bairro.
    Veja, assim como todos somos bombardeados por esse show de horror, também somos bombardeados por exemplos horrorosos como aqueles deputados despudoradamente sendo absolvidos pelo Congresso, corruptos rindo na frente de uma nação inteira sabendo que nada lhes acontecerá. Cria-se um clima geral de impunidade, de descrédito nas instituições, de descrença no próprio país. Um pai atento sabe que esse cliché de que se deve impor limites ao filho é de efeito mínimo perto de um bom exemplo, isso sim é a essência da educação. E convenhamos, os exemplos que invadem diariamente as casas dessa meninada são outro show de horror.

    Um abraço.

    PS: já que falamos em filhos, belíssima crônica de ontem sobre suas menininhas, assunto de nosso jantar em casa ontem.

  33. Li o blog do Reinaldo e a
    Li o blog do Reinaldo e a Veja hoje.Na Veja ele faz uma parodia de péssimo gosto com a música de Chico,Meu Guri .Hoje só falta dizer que LULA comandava a gangue que assassinou o garoto.Utilizar-se de uma tragedia para fazer proselitismo politicoé terrivel.Desumano.Desprezivel.

  34. Deve ser atualizado nos
    Deve ser atualizado nos próximos minutos o “blog” acima, com dois posts “humildemente” breves e interessantes, sobre os temas da geografia das cidades brasileiras, o relacionamento centro-periferia, é um, e o outro apresenta sugestões para o desenvolvimento e resgate social de comunidades carentes. O Nassif já recebeu cópia desses textos por e-mail, e os encaminho como sugestões para o “Projeto Brasil”.

  35. Nassif
    Só acredito em
    Nassif
    Só acredito em mobilização popular, semelhante às Diretas Já, para colocar a segurança na ordem do dia: no Congresso, nos executivos e no judiciário. Já que os partidos não fazem, clamo que entidades apartidárias como a ABI, CNBB, OAB, UNE, etc, encamparem uma campanha desta envergadura.
    O que houve com a gestão da segurança pública nos últimos 30 anos é negligência mesmo. E envolve governos federal, estaduais, municipais, além do judiciário, e do legislativo cujos deputados (principalmente estaduais) indicam para nomeação comandantes de batalhões da PM e delegados de polícia, muitas vezes tolerantes ao crime das bases eleitorais. O que eu espero é uma verdadeira declaração de guerra ao crime. Lula talvez seja o menor dos culpados (segurança pública é mais com governadores), mas também não está sendo a liderança que se espera neste quesito. Da mesma forma que houve obsessão para acabar com a inflação, precisa haver para acabar com essa violência generalizada.

  36. Nassif,

    quando achamos que
    Nassif,

    quando achamos que chegamos ao fundo do poço percebemos, perplexos, que o fundo do poço insiste em descer cada vez mais.

    O país se conformou com a situação. Ele já se acomodou. A corrupção virou uma fatalidade.

    Eu já lhe disse, isso em 2005, que a tendência do país é só piorar.

    Vamos então comemorar pois o hoje é bem melhor que o amanhã.

    Como é que é mesmo? Feliz ano velho!

  37. De olho por olho a cidade já
    De olho por olho a cidade já está praticamente cega. E nós, que ainda conseguimos enxergar um pouquinho mas vivemos dentro dela, vez ou outra tiramos a tapadeira dos olhos e caminhamos tentando evitar a paranóia cotidiana. Os buracos deixados pela ruína da educação pública e pela corrupção provocaram um estrago de proporções inimagináveis há alguns anos . Agora o inferno está logo ali, mas o fogo arde e as brasas se espalham por todo o Rio de Janeiro. Que os anjos embalem com delicadeza o passeio eterno do menino João.

  38. ao meu ver quando uma mãe sai
    ao meu ver quando uma mãe sai pra trabalhar pra ajudar o marido ou muitas vezes pra ela mesmo sustentar os filhos muitos ficam jogados sendo presas facil como mulas de traficantes,e ai aprende na escola do crime aquilo q talvez faltou dentro de uma familia desestruturada,pais alcolicos brigas etc.falta ocupação para estes adoleçentes enquanto os país trabalham ,pq os ricos colocam os filhos em escolinhas ou contatam babás pq podem pagar mais e o filho do pobre como fica?não adianta no calor da emoção achar isto ou aquilo,tem q se ter atitudes,primeiro fazer cumprir as penas de crimes cometidos pelos de colarinhos brancos pra não passar a impresão de impunidade,agora numa coisa discordo do SR:uma pessoa de 16 anos sabe que não se pode matar,até meu filho de 10anos sabe,quanto mais ainda com requintes de crueldades como o caso do menino,e até mesmos daquilo monstro chamado champinha que matou o casal de namorados,na qual ficou dia apos dia estrupando a moça numa violençia mental que imagino ninguem gostaria de passar,quanto mais sendo um filho nosso,ele so não esta solto por pressão familiar da vitima,alem dq tanto champinha como este outro menor na morte do garoto já praticavam crimes à muito tempo não foi o primeiro cometido,sou a favor da diminuição sim pra crimes barbaros como estes,colocar este jovens pra trabalhar e estudar nas cadeias,oq não dá é vermos nossos filhos sendo mortos cada vez mais com requintes de crueldades.

  39. A questão da diminuição da
    A questão da diminuição da idade da maioridade penal é uma simplificação sim, mas não podemos deixar de discutir mudanças inteligentes, como fez o Janio de Freitas na coluna de ontem.

    Apenas ações duras (de natureza penal, processual etc.) contra os criminosos não resolvem – mas acho perigoso para nós, que fazemos parte de um difuso arco de forças que defende a racionalidade, o respeito aos direitos humanos e aos devidos ritos legais, rejeitarmos liminarmente essa bandeira.

    Se pensarmos e agirmos assim, ela continuará à mão dos aventureiros de plantão – e sinceramente, dada a freqüência com que ouço amigos, conhecidos e desconhecidos de todos as extrações sociais se referirem ao termo “direitos humanos” com a conotação de um palavrão, fico surpreso por não ter aparecido ainda um aventureiro mais inteligente que os Fleurys e outros.

  40. Nassif, se não me engano essa
    Nassif, se não me engano essa frase do Maracanã é uma adaptação de outra de Gandhi: “Olho por olho e o mundo acabará cego”. Acho que é por aí, estamos precisando de mais Gandhis e menos Saulos de Castro. Parabéns pelo artigo, como sempre destoante da histeria generalizada.

  41. Uma coisa é certa: a
    Uma coisa é certa: a sociedade esta se desintegrando. Familias sendo queimadas vivas, onibus sendo incendiados com os passageiros dentro, crianças arrastadas por quilometros pelas ruas são fatos que exigem uma resposta da sociedade inteira. É obrigação de todos fazer todos os tipos de pressão para que esse quadro mude. Por enquanto ainda ha uma chance para que ele melhore. Se nos acostumarmos com pessoas sendo queimadas vivas e crianças arrastadas, o futuro não sera “cinza”, mas negro. Evidentemente que punir criminalmente menores não trara a solução, mas criar a certeza de que todos os criminosos passarão a ser punidos, certamente ajudara muito. Se decidirmos que os menores não tem condição de responder por seus atos, devemos igualmente tirar-lhes o direito do voto. As duas coisas são incompativeis. Talvez não haja mesmo solução, como acredita o senhor Nassif. Talvez a morte do menino tenha sido mesmo em vão. Talvez não tenha valido a pena aquela mãe dilacerada ter ido a televisão. Talvez o grito de milhares de pessoas no campo de futebol não mude nada, mas eu prefiro um povo gritando para tentar que o seu futuro não seja “cinza”, do que assim aceita-lo emudecido. Parabens a todos que estão dizendo CHEGA.

  42. A solução todo mundo está
    A solução todo mundo está careca de saber: é escola em tempo integral, com professores preparados e capacitados, com alimentação decente, incentivo ao esporte e artes e com muita disciplina e segurança (se não vira baderna e ponto de venda de drogas).
    Enquanto escrevo, lembro do Brizola e do Darcy Ribeiro. Decerto que o ex-governador tem uma parcela de culpa pelo Rio ter chegado a este ponto; mas quando o assunto é educação, em 1983, ele já construía CIEP.

  43. Poie é, Nassif. Mas também
    Poie é, Nassif. Mas também não pode uma pessoa com menos de 18 anos fazer uma coisa dessas e não ser punida com rigor. Eu também sou humanista, mas não idiota.

  44. Uma medida bem interessante é
    Uma medida bem interessante é pôr todas as crianças na escola (menores de 16 anos) em período integral. É caro? Bem caro. Mas eu tenho um desafio para você, Nassif: o que fazer com os responsáveis pela morte do garoto no Rio – admitida a hipótese de que eles sabiam o que o menino estava dependurado: “recuperá-los” para a sociedade? Trancá-los na prisão indefinidamente? O que fazer com reincidentes de crimes hediondos? Com chefes de crime organizado, mandantes de assassinato, o que fazer? Pô-los na “escola”? Nesse ponto, não importa avaliar agora a parcela de culpa da sociedade. O estrago já foi feito e num futuro distante esse problema inexistirá. Mas e agora?

  45. Nassif,
    Realmente você
    Nassif,
    Realmente você abordou muito bem diversas faces do problema. Precisamos melhorar em muitos aspectos para pelo menos reduzir o problema da violência: educação, valores, crescimento econômico.
    Todavia, acho que temos uma legislação penal semelhante a de países europeus com a criminalidade de países em guerra civil. Acredito que precisamos de penas mais duras, logicamente não apenas para os ladrões de carro, mas principalmente para os mensaleiros, sanguessugas, políticos corruptos e empresários sonegadores. A nossa sociedade é condescendente com a criminalidade, é só vermos as penas aplicadas nos Estados Unidos.
    Não acredito que os assassinos do menino João sejam vítimas da sociedade, pois pelo menos 95% das pessoas que vivem nas mesmas condições do que eles são honestas e trabalhadoras. Eles são brutais assassinos e precisam ser tratados como tal.

  46. Parabéns, Luís , pela sempre
    Parabéns, Luís , pela sempre comedida análise, porém sou obrigado a concordar em parte com sua observação. No Brasil criou-se o mito de que todo ato abjeto que ocorre é por causa da exclusão e da falta de oportunidade e ninguém toca na opção pelo crime que muitoa gente vem tomando. Diante de uma sociedade em que grassa a impunidade optar pelo banditismo é natural. Ninguém mais rouba por que passa fome ou por que vive uma vida misarável, visto que esses bandidos são todos fortes e malhados. A questão está na índole mesmo. Está certo que a nossa formação social propicia isso, mas a predisposição das pessoas também é relevante. Crime é crime. Não existe crime mais ou menos grave (como tentam imputar nas leis de trânsito). É complicado tratar sobre a ótica da lei quem não tem respeito por ela, quem vive fora dela.

  47. Eu sempre questionei esta
    Eu sempre questionei esta *emancipação femininar*, não no mérito .
    Que emancipação é esta que a mãe sai para trabalhar e deixa os filhos aos cuidados de uma avó ou de estranhos?Não tendo uma boa escola pública em regime integral onde matricular os mesmos.
    .A figura do provedor masculino declinou, não devido a duvidosa *emancipação feminina*e, sim ao achatamento dos salários durante décadas..
    A familia caiu no engôdo do Mercado [capitalismo liberal] e delegou a tarefa de educar seu filhos ao Estado ; que não quer e não tem condições ] e a terceiros. A noite a reunião familiar, a conversa entre pais e filhos, é trocado pelo jantar em frente da televisão assistindo novelas.

  48. Nassif, você deixa pouca
    Nassif, você deixa pouca margem para algum comentário. Seu texto é completo. Lembro, no entanto, que há aproximados vinte anos, com muito mais força do que hoje, algumas pessoas alertavam para onde a concentração de renda iria levar. No mesmo período, a ela, acresceram-se o pouco crescimento econômico e o enorme crescimento do tráfico de drogas, absorvendo grandes parcelas de jovens marginalizados, sobretudo, no Rio de Janeiro. Enfim, nada que não tivesse sido anunciado. Agora, o jornalismo da Globo põe D. Fátima Bernardes para contracenar com a infelicidade de uma família num espetáculo totalmente equivocado. Abraço.

  49. Nassif, voltam a mídia os
    Nassif, voltam a mídia os defensores da pena de morte, do dente por dente olho po olho, e etc.
    Vamos discutir sim educação, e a inclusão social através desta(educação). Faço um trabalho em um bairro pobre ( não gosto da expressão favela)na minha cidade, e vejo como as(os) jovens que alcançaram um nivel educaional um pouco melhor conseguem quebrar esse elo da corrente, ter e dar uma melhor condiçõa de vida aos seus. A gravidez em jovens de 11 anos, a marginalizaçao, isto sim são temas que devemos discutir, pois estão intrinsicamente ligados a exclusão social. Mas este temas não vendem jornal.

  50. Agora, a imprensa está cada
    Agora, a imprensa está cada vez mais parecida com aquele fotógrafo que chega na cena do crime e dá uma “ajeitada” no cadáver para que a cena fique mais escabrosa.

  51. O DIA (ver terra
    O DIA (ver terra online)
    Governadores se unem para reduzir maioridade.

    Esta semana, os governadores Sérgio Cabral (PMDB-Rio), José Serra (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG) e Paulo Hartung (PMDB-ES) vão ao Congresso levar proposta de modificação da legislação penal. Cabral, que lidera o grupo, já tinha defendido na semana passada a possibilidade de os Estados reduzirem a maioridade penal, após a morte do menino João Hélio Fernandes, 6 anos, arrastado por bandidos do lado de fora do carro roubado da família. Um dos suspeitos presos confessou o crime e tem 16 anos.
    Já a Câmara dos Deputados prevê para esta semana votação de sete projetos com mudanças no Código Penal que tornam mais rígidas as penas para crime hediondo. O criminalista Paulo Ramalho acha que pena severa não adianta: “Não resolve com os adultos, não vai resolver com os menores”.

    Na quinta-feira, o presidente da Associação Brasileira de Magistrados da Infância e da Juventude e titular da 2ª Vara, juiz Guaracy Vianna, entrega anteprojeto à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que sugere aumentar de três para cinco anos o tempo máximo de reclusão para menores em regime fechado: “Três anos têm sido pouco para recuperar os jovens de 17″.

    Cinco mil menores estão soltos
    Estimativa da 2ª Vara da Infância e da Juventude do Rio mostra que o envolvimento de menores de 18 anos em crimes está longe de terminar. Cerca de cinco mil jovens infratores, acusados principalmente de roubo, tráfico de drogas e furto, com mandados de buscas expedidos pela Justiça, estão soltos nas ruas da cidade.”

    PELO QUE SE LÊ E VÊ; NOSSOS GOVERNANTES E RESPONSÁVEIS NÃO SABEM DOS OBJETIVOS PARA OS QUAIS ASSUMIRAM COM SUAS OBRIGAÇÕES.
    NOSSA CARÊNCIA É DE POLÍTICAS PÚBLICAS E SOCIAIS; LEIS INEFICIENTES E DESCUMPRIDAS, JÁ TEMOS DEMAIS.

  52. Boa, Nassif. Só discordo que
    Boa, Nassif. Só discordo que o futuro seja cinza. É negro. Os crimes se avolumam e, por conseqüência, vão surgindo extravagâncias, fora inclusive da “lógica” do próprio crime.

    Já estávamos vivendo com saudades dos bons tempos em que éramos assaltados e o ladrão só levava o dinheiro. Agora chegamos à época em que é um alívio que a pessoa seja apenas morta.

  53. Nassif!

    Você mesmo deu
    Nassif!

    Você mesmo deu exemplo num post anterior que em 1 milhão de jovens, 50 mil viravam criminosos. Tem que punir estes com a lei. E os restantes dar condições para que progridam na vida.

    Uma vez lí um romance policial da Agatha Christie que se passava numa mansão que cuidava de jovens infratores, e um personagem questionava porque se gasta tanto com a socialização(professores, psicólogos, etc) desses deliquentes, enquanto um jovem de bem não tem as mesmas chances desses marginais.

    Eu penso dessa maneira:
    Cometeu um crime! Que fique preso com a obrigação de estudar na prisão enquanto cumpre pena.

    Não quer estudar na prisão! Que fique lá até cumprir a pena e ser solto.

    E todos os demais recursos sejam revertidos para os outros 950 mil jovens.

  54. Caro Nassif,
    alguns segmentos
    Caro Nassif,
    alguns segmentos jornalísticos têm dito que é a vez da sociedade fazer algo sobre a violência. vejamos:

    – qual o motivo de existência das favelas? onde estava o Governo quando era necessário asfaltar, colocar água e iluminação naqueles terrenos? quem deu autorizacao para os favelados? onde estavam os fiscais da prefeitura para impedir isto?

    – vc acha que se o morro nao fosse um labirinto de rato, os bandidos conseguiriam o controle fácil das ruas e da população?

    – a sociedade já faz sua parte: paga impostos absurdos, cria ONGs para tirar as criancas da rua.

    – e a exclusao social: veja o tipo de revista que o povo lê: viagens da alta sociedade para lugares exóticos (sem querer citar nomes, todo mundo sabe qual é a revista), fofocas sobre as novelas, vida alheia, etc.) . É assim que o governo e o empresariado contribuem para diminuir a “exclusão social” ? E os salários dos políticos? será o céu o limite?

    – e a lei? códigos e mais códigos que embelazam as estantes dos magistrados, mas na hora de passar a caneta…..

    um forte abraço,

  55. Nassif,

    Achei um completo
    Nassif,

    Achei um completo absurdo o que fizeram com a mãe e pai deste garoto na tv ontem. Quando, no meu circulo social, chamo a imprensa de urubus, todos apontam e me chamam de radical.

    Mas o pior de tudo é que ao ver aquela “entrevista” não derramei sequer uma lágrima. Se eu estivesse pessoalmente com um daqueles pais certamente derramaria várias. O que me fez refletir e perceber que em parte, a falta de mobilização da sociedade se deve à vulgarização da violência.

    É terrível ter contato com uma coisa dessas e simplesmente não saber o que, nem como fazer.

  56. Nassif, suas palavras
    Nassif, suas palavras expressam a pura realidade destes acontecimentos, tenho a mesma opinião.
    Esta frase da faixa resume, em sua simplicidade, a complexidade deste(s) acontecimento(s).

  57. Sem dúvida, o Brasil precisa
    Sem dúvida, o Brasil precisa crescer, precisa distribuir renda, precisa de educação de qualidade, precisa de coesão social, precisa, precisa, precisa… mas quando eu e muitos outros defendemos a revisão da maioridade penal, o fim de absurdos como a liberdade depois de se cumprir apenas 1/6 da pena, etc, parece que somos um bando de facínoras. Não somos. Não sou. Apenas acredito que todas as ações acima descritas têm que ser feitas concomitantemente. Mesmo que o Brasil passasse a crescer a índices chineses, com distribuição de renda e educação de qualidade, quantos anos ainda iremos terermos que conviver com essa banalização da morte? Infelizmente, há um exército de pessoas dispostas a matar pra roubar um pneu, HOJE, e eu não gostaria de ser mais uma vítima. Parece que esses assaltantes estavam com uma arma de brinquedo – e daí? Por acaso, por isso podem aterrorizar uma família, roubar o automóvel? Claro que foi um infeliz acaso o menino ter ficado preso ao cinto de segurança, mas quem rodou 7km arrastando um corpo não pode ser considerado um reles ´ladrão de galinha´, ou seja, aquele que ´não faz mal pra ninguém´… Para casos assim, para quem é contra a pena de morte, como eu, acredito que só há um caminho – afastar o indivíduo da sociedade pelo maior tempo possível, para que fique claro a ele que esse tipo de comportamento não é tolerado. Em uma prisão, sem tortura, digna, mas prisão, e por um longo tempo. O cálculo deve ser ´se eu matar alguém, vou jogar minha vida fora também, não vale a pena matar´. Isso tem que valer tanto pra garotos do RJ quanto pro Pimenta Neves.
    Resumindo, fico p. da vida quando se faz qualquer menção a mudar as leis penais e se diz: essa mudança isolada não resolve – claro que não resolve! Mas é necessária também.

  58. Nassif,

    o processo de
    Nassif,

    o processo de transformar tragédias como essa em puro espetáculo jornalístico é um ato imoral de uma sociedade esgarçada, sem sentido de solidariedade e Nação (Muito bem colocado por você), vítima de uma obsessão mórbida pela catástrofe e da desobrigação de discussão sérias de nossos problemas. Em tragédias desse tipo, MAIS UMA VEZ,s e discute o efeito de nossas misérias, nunca as causas. Existe uma ferramenta em gestão de qualidade chamada “Espinha de Peixe” ou Processo Nishikawa, onde os problemas de cada área relacionada formam a chamada “causa-raíz”. No caso da violência brasielira, os problemas que formam este ambiente são bem conhecidos: Justiça ineficiente e morosa, educação sucateada, crescimento estagnado, elites irresponsáveis, etc…..
    Por isso me afastei, prudentemente, das televisões neste domingo…

    Abraços,

  59. Não há o que completar, disse
    Não há o que completar, disse tudo. Agora, pra partir pro fim dos discursos e inicio da pratica, que tal os processos serem mais rápidos e as PENAS serem efetivamente cumpridas, sem penduricalhos e artificialismos, pelo menos, só pra APARENTARMOS sérios e adultos hein? Que tal punirmos a mentira e o protelatório? Se 140 anos, então 140 anos, não preciso de pena de morta ou perpétua mas gostaria que os 140 anos fossem cumpridos tuuudinho, inclusive pros LALAUS e Georginas da vida, e por falar nisso, como andam os ASSASSINOS do indio Pataxó? Aqueles, nem os carros queriam né?

  60. Lamento muito o ocorrido e
    Lamento muito o ocorrido e concordo plenamente com o Nassif. Já não assisto noticias na televisão se o controle remoto não estiver a mão para mudar o canal quando se passa este tipo de noticia!

  61. saber; sabe, mas continuam
    saber; sabe, mas continuam apáticos, o melhor é encobrir o problema com algo do tipo “vamos reduzir a maioridade penal” ou “sim a pena de morte” entre outros e nunca chegando a uma solução plausivel.
    Como diria minha mãe não adianta aparar o mato pelo meio, pois, em poucos dias ele volta a cescer.

  62. Nassif, eu te amo, sabia?
    É
    Nassif, eu te amo, sabia?
    É enojante ver como se propaga reações emocionais inócuas, usando a abalada família deliberadamente para desviar a questão de seus aspectos essenciais. Coisa que Hitler, bolcheviques e outros autoritários souberam fazer à perfeição, não é mesmo? Lidar com o complexo de culpa da classe média. De hipocrisias em hipocrisias vão deteriorando cada vez mais o ambiente social. O resto é consequência. Será que não se dão conta?

  63. Caro Nassif,
    Por favor,
    Caro Nassif,
    Por favor, continue seu raciocínio, apontando as soluções, sugestões, pessoais.
    Gostei muito do seu modo de ver a Atualidade Brasileira.
    Concordo em numero, gênero e grau. Mas, quem sou eu para concordar…rs…né
    Moro em Londres, com certeza você deve conhecer, não é nenhum exemplo de paraíso na terra. Porém, estatisticamente, muito mais tolerável. Motivo: educação de qualidade para quem desejar. Distribuição de renda em função da força de trabalho, lei de oferta e procura. Um histórico de ações governamentais de exploração de outras Nações. Etc… etc…etc…
    Porém, relato uma visão e experiência pessoal:
    Tive duas propostas no Brasil, para continuidade na minha carreira em Logística, em empresas de marcas internacionais, como gerente de unidade, com um salário aprox. R$ 7.000 á 8.000 por mês + benefícios. Neguei. Se fiz certo ou errado. O tempo vai me dizer.
    Sei que o que pesou na minha consciência. Não foi o status e sim a segurança da minha família. É saber que na ATUALIDADE, a probabilidade do meu filho ser mais um João é de 1 em 1000 no Reino Unido. Para 1 em 100 no Brasil.
    Sabedoria familiar:
    “Prefiro uma casa na beira de um rio. Do que um Castelo construído sobre uma ponte”.

  64. Voce esta correto, a falta de
    Voce esta correto, a falta de gestão e a politização da máquina pública levaram a uma corrpução desenfreada.
    Na minha opinião não se pode culpar a classe média ou como dizem uns e outros a elite, porque paga impostos altíssimo para o estado gerenciar todas as questões sociais. Os governos tem dívidas altíssimas, porque fizeram demagogia com o funcionalismo público pagando aposentadorias irreais e foi o principal investidor em siderúrgicas, empresas de eletricidade que nunca deram lucro e as dívidas estão até hoje para serem pagas faltando dinheiro para o social.

  65. Nassif:
    O pior é que nessas
    Nassif:
    O pior é que nessas oras se reúnem os caixeiros viajantes das idéias fáceis, vendendo sempre as formas tradicionais de solução, diminuição da maioridade penal, prisão perpétua, pena de morte etc…
    A questão principal que é a falência total do Estado e da sociedade a que este modelo nos levou, pouco é discutida.
    Na Alemanha a pena média para um homicídio é de 12 anos e os índices são extremamente baixos. Aqui no Rio de cada 1000 homicídios apenas 13 vão a júri! O que adianta pena de morte, prisão perpétua etc.. se ninguém é preso? O pessoal do crime joga na enorme probabilidade do crime não dar em nada.
    Esta discussão é igual ao decreto do prefeito de Aparecida que proíbe as enchentes. Vamos primeiro fazer com que as leis sejam cumpridas e, depois sim , se for o caso, muda-las.
    Também não devemos esquecer que as mafias das empreiteiras, ônibus, saúde, etc, etc.. também matam!

  66. Concordo plenamente com o
    Concordo plenamente com o Nassif. A exploração rasteira da trajédia, feita para aumentar a audiência dos telejornais, é tão abjeta quanto a realidade social em que vivemos.

  67. Nassif, é isso aí.
    Nassif, é isso aí.

    Anteontem tive a satisfação de ver o Lula dizer em alto em bom som: “podemos diminuir a maioridade penal. MAS O PROBLEMA NÃO ESTARÁ RESOLVIDO COM ISSO” (utilizo as maiúsculas porque essa frase foi enfatizada no discurso).

    Apesar de ser apenas um discurso, não deixa de ser reconfortante ver um governante assumir essa postura. Mesmo sabendo que vai desagradar a muitos segmentos barulhentos da sociedade e da mídia.

  68. As questões levantadas após a
    As questões levantadas após a morte do garoto têm seu valor, não apenas como solução, mas sobretudo sobre viver em sociedade. Em país continental, tão plural culturalmente e economicamente, a palavra sociedade, que já seria um tanto abstrata, se torna ainda mais complexa, de dif´[icil definição, porém identificável. Uma das coisas é sobre o que se pode ou não fazer e, nos extremos, a sua punição. Para mim, não é possível uma pessoa que cometeu um assassinato doloso possa ter qualquer tipo de benefício ou privilégio, seja amparado no ECA, em bom comportamento ou qualquer q seja o argumento do advogado porque, de todos os crimes, é o único que não tem volta. Enquanto não provarem que existe vida após a morte, ressureição não é possível admitir que uma pessoa que mata outra deliberadamente tenha algum outro destino que não uma longa pena.

  69. pelo que entendí nas
    pelo que entendí nas entrelinhas você provavelmente acha que é tudo um problema social?

    como fazemos então? ao receber a facada pedimos desculpas pela crise?
    me perdoe se entendí errado, sou seu leitor habitual

  70. Nassif,

    Parabéns pelo texto,
    Nassif,

    Parabéns pelo texto, mais do que abrangente é ainda sensível… mesmo estando despido da emoção, quando nessa hora o maior sentimento é estar solidário, mas a profundidade do assunto é cada dia mais necessária. É preciso fazer com que as pessoas se submetam à razão que está em nosso antecedende, em nosso passado. Mais do que isso, é um passado que vem cabendo em nosso presente, um pasado que insiste em chegar para o futuro ao se repetir, sem nos darmos conta de que ele está intrínseco em nossas raízes.
    Eu fico curioso por uma coisa: Quando vc diz que, a começar pelo ambiente, se propicia ao crime o indivíduo jovem. Concordo, porém anos atrás e, ainda hoje, o sertão nordestino, ou mesmo as senzalas, eram ambientes desprovidos de tudo, porém importamos dessa condição coisas como o diálogo e o cafuné, primordiais para uma sobrevivencia saudável, mesmo com as adversidades. É incrível ver como o sertanejo se comunica e tem vontade de aprender as coisas, e a tradição negra nos ensinou também o carinho.
    Acho que a vida moderna trouxe à tona a indiferença, essa sim maior causadora da nossa desgraça. Malditos aqueles publicitários, que querem sempre dizer que vc pode ser melhor que o outro tendo isso ou aquilo. Invez de mostrar as particularidades, características técnicas, ou mesmo, digamos, vantagens, as propagandas nos remetem ao que a vida tem de melhor aludindo conforto, bem estar e segurança; classe e charme, confiança, auto-estima; beleza, sexo, diversão, alegria… INTELIGÊNCIA… e as vezes até mesmo nos remetem, claramente, a trensgredir o moral. Tudo isso se vc puder comprar um carro de 150 mil, se não… quem tem, tem, quem não tem… E para o pobre (nem sempre exatamente pobre), que vive dependente, é muito difícil separar essa linha entre a prática e o conceito. Para mim, assim como o que vc descreve sobre o sensacionalismo nos jornais e TVs, o modelo de publicidade atual é também grande difusor de ÓDIO, no meu caso como repugnação à esse valor invertido, mas da outra parte, impotência e frustração… HUMILHAÇÃO.
    Quando vc fala de escola Nassif, a primeira coisa que me vem na cabeça não são os alunos, mas os profissionais da educação. Não seria uma hora para encampar uma grande frente para a reciclagem, incentivo financeiro -claro, mas nem tanto; altos salários não significa estingüir corrupção no Congresso, na Justiça… -, mas principalmente o despertar da consciência? É preciso fazer uma companha massiva atravéz de mais conferências envolvendo união em torno de uma mesma causa, eu conheço diretor de escola que não deixa de assistir a nenhum SUPER-POP, acredite. Tem de haver uma estratégia, não é possível!

  71. Acho que a melhor coisa é
    Acho que a melhor coisa é esquecer o assunto, enterrar o João e a nossa cabeça no chão e fingir que tudo não passou de sensacionalismo da mídia. Quem dera que houvesse espaço na mídia para que o nosso sofrimento, dos que perderam familiares para a violência, pudesse ser exposto, para que ao menos não sentíssemos tanto o descaso dos que acham que essa é uma questão teórica, culpa do BC, do Bush, do FHC, da globalização. A gente não tem nada com isso!!!

  72. Não há o que reparar no
    Não há o que reparar no texto, que diz tudo.
    Diante de quadro tão grave, em que as propostas de solução devem ser pautadas por uma mistura bem dosada de ponderação, sensatez e eficácia, cabe ressaltar a manchete da Revista Veja: ” Não vamos fazer nada? ” . A pura incitação ao
    “olho por olho”!
    Como alguém ainda consegue ler essa revista??

  73. Lendo alguns desses
    Lendo alguns desses comentarios, estou começando a ficar com muita pena dos assassinos, ou alias, dos “simples ladrões de automoveis”. A culpa mesmo parece que foi da mãe da vitima que não teve a coragem de enfrentar o revolver, segundo um comentario, e tambem da TV Globo que deveria ter ficado calada, porque um assunto como esse não tem nada demais. Divulga-lo nada mais é do que sensacionalismo. Meu Deus, quanto absurdo em um fato só. Talvez haja tanta dificuldade em incriminar os assassinos, porque todos nos nos sentimos um pouco culpados por fazermos parte de uma sociedade tão cruel e injusta.

  74. Sei que não seria a solução
    Sei que não seria a solução para tudo – aliás, isso existe? Mas creio ser o momento de um debate mais sério e aprofundado sobre a descriminalização das drogas. A discussão sobre permissão ou não do porte de armas, feita no passado recente, para dar um exemplo, desconsiderou a reflexão sobre a permissão do uso de drogas – aliás, uma arma quase letal sobre os traficantes, que são a origem da violência crônica atual. É verdade que descriminalizar as drogas, liberar o seu consumo até, traria problemas. Mas os ‘benefícios’ seriam maiores. Na verdade, a situação ficou tão séria que não há mais, infelizmente, soluções sem danos. O que gostaria de lembrar é que, pelo menos, seria proveitoso colocar no centro da mesa de debates esse assunto inexplicavelmente ainda tratado como tabu, a droga descriminalizada. Copiamos os EUA até nisso, e copiamos mal, para variar: combater a droga via repressão já deu provas em todo o mundo de sua ineficácia. Mas, aqui, os moralistas de plantão tentam barrar até o debate sobre o assunto…

  75. Existem crimes e crimes, uma
    Existem crimes e crimes, uma coisa é um crime de tráfico de drogas onde o jovem é atraido pela ilusão de “mudar de vida”, outra é assassinato a sangue frio. O crime cometido por esses assassinos merece sim um punição severa, inclusive para esse menor de idade. Ele em nada se diferencia daquele assassino que comandou a barbarie com aquele casal de namorados em SP. Existem sim pessoas que são vítimas das péssimas condições socias, mas há pessoas de indole perversa que mercerem sim ser trancafiados na cadeia para livrar a sociedade do convivio com esses predadores. Para crimes como estupro, assassinato e sequestro, esses “menores de idade” devem ser julgados e sentenciados como adultos!!!

  76. Perfeito. Por isso, você,
    Perfeito. Por isso, você, Caro Nassif, você não cabe como comentarista de uma grande emissora. Consciência e responsabilidade. Parabéns!

  77. Prezado Luiz
    Prezado Luiz Nassif,

    Aproveito este infeliz evento da morte de uma criança para abordar um assunto que, faz tempo, tenho meditado.
    Na época da guerra fria muito se falava no materialismo marxista/lenilista/comunista/etc como sendo a perdição da humanidade e a negação dos valores cristãos.
    Acho que, felizmente, não o vivemos no Brasil. Entretanto estamos vivendo no Brasil um materialismo, o qual não posso comparar com o anteriormente mencionado, mas que é extramamente daninho, criminoso, etc, que é o MATERIALISMO CAPITALISTA.
    A nossa sociedade (sempre falando de modo genérico) está podre e fedendo. Os exemplos são muitos a começar pelos citados em seu texto.
    Poderia acrescentar mais alguns mas que estão sintetizados na valorização, pela sociedade, do “ter” em detrimento do “ser” .
    Naturalmente a midia, engajada na cruzada capitalista e neoliberal, não toca no assunto pois seria a negação de todo o seu discurso ideológico apoiado na negação da ética e dos valores do humanismo.
    Gostaria que este tema fosse discutido em seu blog.
    Atenciosamente,
    Carlos Eduardo

  78. Na loteria do nascimento a
    Na loteria do nascimento a criança pode nascer num barraco, ou num palácio. Não há culpas nem méritos. Questão de sorte.

    Toda criança quando nasce é um anjo. Sabe quem corta suas asas? As mesmas pessoas que depois reclamam da falta de segurança. Pessoas que tiveram sorte ao nascer. E mais nada.

    Será que elas são tão alienadas ou cínicas que acreditam que as crianças que nascem em barracos têm as mesmas oportunidades que as outras? Queriam o que? Que elas se formassem em direito, medicina, engenharia?

    A solução que oferecem, agora que essas crianças cresceram, é matá-las ou prendê-las. Culpá-las por tráfico, como se os chefões verdadeiros morassem em favela. É claro que existem pessoas que nascem com um índole ruím, mas isso acontece em todas as classes, principalmente nas ricas.

    Numa sociedade mais inteligente, menos egoista, todos os anjos poderiam ser salvos e todos nós viveríamos mais felizes. Sonho? Pode ser, mas é melhor do que o pesadelo que vivemos. Nossos filhos e netos vão colher o que daqui uns quinze anos?

  79. è assim mesmo, vendem jornal
    è assim mesmo, vendem jornal por uma semana.
    Semana que vem não vale mais o assunto , é carnaval.
    E nós, ficamos com a policia corrupta de sempre, que toma dinheiro do traficantes.

  80. Situações extremas induzem a
    Situações extremas induzem a soluções extremas geralmente inóquas. Quantos crimes como esse não houveram, com a mesma indignação sem nenhum resultado prático? A população se revolta mas não cobra soluções do longo prazo. O que leva ao crime não é a pobreza ou incultura, é a falta de oportunidades e a certeza da impunidade. Leis não faltam, o que falta é sua aplicação. Quando o estado não se impõe vira a lei da selva, onde o respeito ao próximo vira zero. Pena de morte já existe no Brasil onde policiais sem formação necessária e muitas vezes corruptos atiram antes de perguntar. Quantos Joãos (sic) hão de morrer antes de os homens do governo entenderem que pior que o assassino é o sistema que o cria. A solução só virá através de uma série de medidas, como uma justiça mais rápida, uma polícia efetiva, leis mais ágeis, prisões que funcionem como tal e não escolas do crime, mais e melhores escolas, mais justicça social, mais oportunidades longe do crime, melhores condições de vida, um estado que tenha respeito do cidadão. Qualquer solução menor que essa não passa de remendos numa camisa podre.

  81. Fora a catarse sobre o tema,
    Fora a catarse sobre o tema, o que você viu de resto? Nada, Antonio, nada. A catarse não está ajudando sequer na reflexão sobre o tema.

  82. Para ilustrar o que você
    Para ilustrar o que você disse , eu gostaria de dar um testemunho. Eu moro em Jacarepaguá, bairro do Rio, ´há poucos quilômetros da Cidade de Deus, Aquela, do filme. Uns dos lugares mais miseráveis e violentos do Rio. Andando uns cinco minutos você chega à Barra da Tijuca, o bairro mais rico do Rio, dos condomínios luxuosos e carros blindados caríssimos, e onde moram a maioria dos artistas e políticos.
    A miséria e o luxo , lado a lado.

    Alguém acha, em sã consciência que essa gigantesca diferença social , poderá ficar impune ?
    Pois é, eu acho que não.

  83. Jornalista Nassif,

    Parabéns.
    Jornalista Nassif,

    Parabéns. Há muito tempo eu não lia um comentário tão lúcido vindo de um jornalista do primeiro time como é o seu caso.
    Enquanto existir jornalista como você sempre restará uma esperança para nós brasileiros.
    Muitos parabéns mesmo.

  84. Nassif,

    seu comentário é
    Nassif,

    seu comentário é perfeito, como sempre. Parece até que combinamos. Tenho dito exatamente o mesmo. Mas o que me preocupa de verdade são alguns comentários de leitores. Seu texto é tão claro, mas parece que você escreveu em sânscrito.

    Já virou rotina, Nassif, mas não posso deixar de cumprimentá-lo novamente pela lucidez.

    Um abraço pra você.

  85. SOMENTE UMA PERGUNTA PARA OS
    SOMENTE UMA PERGUNTA PARA OS MAIS CAPAZES INTELECTUALMENTE DO QUE EU.
    COM QUE TIPO DE DINHEIRO É PAGO UM , OU VÁRIOS ADVOGADOS DE CRIMINOSOS QUE DERRAMAM O SANGUE E SUBTRAEM OS BENS MATERIAIS E FAMILIARES DE SUAS VÍTIMAS?
    NÃO DEVERIA PARA CERTOS CRIMES O DIREITO DE APENAS UM ADVOGADO DO ESTADO, SUPERVISIONADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO? OU MELHOR FICAR COMO ESTÁ, TUDO TRANSFORMADO NUM GRANDE NEGÓCIO? SINTO QUE AOS POUCOS CERTAS OPINIÕES ESTÃO FICANDO CONTRA PRATICAMENTE TODA A SOCIEDADE DE BEM. VALE LEMBRAR O PLEBISCITO DAS ARMAS, MESMO COM PROPAGANDA CONTRA ACABOU GANHANDO O OPOSTO. QUANDO ACORDARÃO PARA A VOZ ROUCA DAS RUAS?

  86. Sociedade hipócrita!
    Sociedade hipócrita! Sociedade que escolhe por quem chorar. Por que choram por João Hélio e não choram pelos indiozinhos que morrem de desnutrição no MS? A vida de João Hélio vale mais? Vale mais do que a vida das crianças faveladas, miseráveis, que morrem sem atendimento médico, que morrem chacinadas? E as que morrem de fome? Por que a morte de João Hélio foi mais brutal? Por que ele sentiu dor? Mas fome também dói… e dói toda hora, dias a fio. Nunca vi ninguém fazer vigília por pobre, por preto, por favelado, por índio! Ninguém fica de luto, abraça a Lagoa ou faz qualquer uma dessas papagaiadas pelos que não fazem parte da classe média. Quanta hipocrisia! Eu hoje tô de luto. Não por João Hélio, mas por essa sociedade que definha em seus valores mesquinhos.

  87. Caro Nassif

    Gostaria que os
    Caro Nassif

    Gostaria que os defensores da redução da maioridade penal me respondessem às seguintes perguntas:

    Porque Pimenta Neves, assasino confesse e preso em flagrante, está solto? Ele é menor de idade?
    E os assasinos do índio Galdino? Lembram? Aquele que foi queimado por jovens da nossa querida classe média, cuja morte foi tratada pelo judiciário como “lesão corporal”. Também não são menores e continuam soltos.
    E os estudantes de medicina da USP que assasinaram um calouro durante o trote?
    E os filhos de um ex ministro do FHC, que atropelaram e mataram um pedreiro e tiveram suas penas transformadas em cestas básicas?
    Quem matou os moradores de rua do centro de São Paulo? Ninguém sabe, ninguém viu.

    Em nosso país a impunidade não tem nada a ver com a idade. Tem a ver com a renda do réu. É rico? Escapa, coitado, foi apenas um deslize. É pobre? é bandido, tem que morrer, é irrecuperável.

    O que esse pessoal que defende a redução da maioridade penal quer, de verdade, não é justiça. Eles querem concretizar de uma vez a segregação que marca a nossa sociedade. Querem criar campos de concentração de onde os jovens apenas saiam quando tiverem idade suficiente para varrer o seu chão, dirigir o seu carro, lavar o seu banheiro….

    E nessas horas, até o Faustão vira referência para um “debate” dessa importância. Entre uma “pegadinha” e uma “video cassetada”, lá está o caso do menino João. Uma vergonha.

  88. Associação do crime na
    Associação do crime na juventude com a falta de oportunidades não é problema só de país de terceiro mundo como o Brasil, ou alguém aqui já se esqueceu o que ocorreu na França em 2005? Onde dezenas de jovens filhos de imigrantes africanos e árabes ateavam fogo em carros a Deus dará…..Pobreza+falta de oportunidade+juventade=Nitroglicerina, uma hora vai explodir…

  89. Essa história de maioridade
    Essa história de maioridade penal é outra das hipocrisias deste Brasil varonil. Se um menor tem 17 anos e 364 dias, então ele pode barbarizar, fazer o que quiser, matar, estuprar, e nada lhe acontece… se ele tiver 18 anos e um dia, aí a história muda de figura. Os senadores, deputados, ministros, grandes empresários, ministros do Supremo estão protegidos. Que a tragédia não se abata sobre eles.

  90. Nassif: Existem ,no Brasil,5
    Nassif: Existem ,no Brasil,5 milhões de jovens que não trabalham nem estudam. A grande maioria habita as periferias de nossas grandes cidades. É necessário ser criada uma politica nacional com a formação de um Ministério da Juventude(forte e responsável)e pontuar esses jovens ,um por um, através de um trabalho com as associações comunitárias sérias de nossa periferia e com isto levar a cidadania(estudo,trabalho,dignidade etc…) a todos eles.É a única maneira de tentar salva estes jovens e evitar tragédias como a do menino João.Porque se nada for feito seriamente,a sociedade não conseguirá transitar,logo,logo, nos espaços publicos de nossas cidades.Com certeza.

  91. Colegas, é uma coisa meio
    Colegas, é uma coisa meio boboca, nós aqui a meio caminho entre a insignificância cultural e histórica e o anarquismo completo, ficar pensando que é muito brilhante ser contra alterações que “endureçam” a legislação, para que então se ganhe “ibope lá no céu” ou para que não sejamos confundidos com bárbaros…bárbaros? que bárbaros? bárbaros japoneses? bárbaros chineses? bárbaros americanos? bárbaros cubanos? Quem é que definiu essa escala de bárbarie? Se a legislação for “dura” então somos bárbaros? A questão passa longe disso, muito longe…A questão é que o país Brasil continua, como sempre, tutelado por dona zelite, que dita aquilo que quer ao populacho, que deve engolir sem água o pão seco que ela joga na lata de lixo. Como não temos cultura nenhuma, dona zelite empurra para nós aquilo que deve ser. E mais, ela sabe engambelar seus porta-vozes, que deixam a razão em casa porque acham que agindo assim ou assado, saem melhor numa fotografia. Dona zelite quando atrofia o futuro das pessoas em políticas errôneas de todo tipo, para faturar alto, para se apoderar disso e daquilo, não enxerga suas mãos cheias de sangue. Portanto, para quê endurecer a legislação e ver em suas próprias mãos o registro de sua índole? “Deixem o populacho se matar. Deixem eles pensarem que estão numa democracia. Mas proíbam as manifestações no sentido de endurecer penas: não queremos nossas mãos sujas desse sangue plebeu…”. Esta é a democracia que não permite ao populacho se manifestar. Porque se essa plebe toda se manifestasse, não tenho dúvida alguma que a legislação seria endurecida. O paternalismo – esse paternalismo simplório, ignorante de situações que ocorrem em outros os países, meio assim uma sequela de uma educação católica meio tabajara (igreja essa que se permitia matar, desde que em fogo não tão brando…), reveste a dona zelite nesses momentos tristes, e vem com esse discurso subnutrido, verdadeiro cliente de um fome-zero, de “barbaridade” – ué, barbaridade para quem, cara pálida? Então nossos ministros, ilhas cercadas de segurança por todos os lados, não enxergam a “conveniência” de alterações decentes no momento ( que de fato é momento algum…). Para que sujar as mãos de sangue?
    Dona zelite, paternalista, quis que a educação básica fizesse o resgate social do país…hoje não podemos dizer que temos educação básica…as escolas viraram “creches de teenagers” …dona zelite, paternalista, deseja que a justiça criminal faça o resgate social do país…nunca teremos justiça. Só quando percebermos que só quando cada instituição do país funcionar como deveria é que o resgate social poderá ser feito. Até lá, vamos ficar dando cabeçadas.

  92. Claudio, não sou defensor da
    Claudio, não sou defensor da Veja ao contrário, quando ela diz Não vamos fazer nada, não se trata de olho por olho e sim de acordar as autoridades para as coisas que acontecem aqui embaixo no mundo real de quem não pode pagar segurança particular 24 horas por dia , para cada membro da família, que pedem uma legislação mais realista., que pedem coerência, que pedem punição sim., ou deveria ser o contrário? Gostamos tanto de imitar os Estados Unidos, mas somos os únicos paises do mundo se não me engano junto com Venezuela, que não punem criminosos menores de 18 anos, se a questão é social então que não se punam nem os maiores então, pois todo bandido é antes de tudo uma vítima da sociedade? e se por acaso formos mortos, aleijados ou tirarem a vida de algum ente querido , você vítima então peça sinceras desculpas ao bandido. Um pais que vê tanta novela vai demorar prá cair na realidade. Claro que o país tem problemas sociais, mas isso é motivo para a sociedade estar entrando na completa barbárie urbana e indo cada vez mais para o interior? Ah. se as pessoas tentassem ao menos sentir um pouco só as dores dos semelhantes que sofrem na mão da bandidagem -que bom seria!

  93. Espero, mas espero mesmo
    Espero, mas espero mesmo q/nunca vce. vá trabalhar no jornal o Globo. A pressão deve ser grande. Obrigado pelo texto. É um alívio diante de tanto circo.

  94. LÓgico Nassif

    A Imprensa
    LÓgico Nassif

    A Imprensa está tratando esse lamentável episódio como mercadoria sim.
    Uma imprensa mesquinha, pequena, desumana, que se mantém ás custas de tragédias, entrigas e mentiras.
    De fato, a grande mídia se perdeu no universo do lucro. Ética? Esta palavra já não habita as redações há muito.
    A ordem é lucrar, lucrar e lucrar!! Vender a qualquer custo.

  95. Marcos, sugiro consultar os
    Marcos, sugiro consultar os levantamentos do Projeto Brasil sobre política de segurança e políticas sociais em geral. Endereço: wwww.projetobr.com.br

  96. Esta “emancipação feminina”
    Esta “emancipação feminina” foi uma grande jogada judaico-capitalista.
    —- Pegamos a mão-de-obra feminina, pagamos a metade do que pagaríamos a um homem e vamos em frente… e as mulheres achando que estavam se “libertando”. Quá-quá-quá!!!!!! O resultado está aí. E quanto ao Dr. Benjamin Spock, que nos anos 50 escreveu aquele livro “Meu filho, meu tesouro”? Esse livro estava na cabeceira de milhões de mães naquele época. “Não reprima seu filho”. Hoje, os filhos são tiranos e às vezes, assassinos… Então, por quê o espanto com o que aconteceu com o João Hélio? Já se esqueceram daquele sujeito que incendiou um casal lá em Campinas? E temos que ficar ouvindo teorias sócio-psicológicas de membros da elite… Solução mesmo que é bom, nada…

  97. Não é solução para tudo nem
    Não é solução para tudo nem nada assim. É apenas uma perguntinha:
    Por que trabalhos forçados não são permitidos no Brasil?
    Aliás, mais duas perguntinhas: Porque não existem há mais tempo prisões especiais apenas para criminosos mais perigosos e com regime diferenciado? E porque o regime disciplinar diferenciado é tão atacado por tantos juristas?
    Concordo que essas medidas não resolveriam as coisas (embora pudessem dificultar o crime organizado), que a solução viria de um resgate da família brasileira, mas, como leigo na área, gostaria de saber sobre as razões pelas quais estes regimes não são adotados no Brasil e há tanta resistência dos juristas.

  98. AMIGO NASSIF!

    Sua análise é
    AMIGO NASSIF!

    Sua análise é sensata! Parabéns!

    A mídia não consegue (ou não quer) entender as verdadeiras causas da suposta “violência”…

    Segue abaixo um artigo escrito por um estudante de Biologia…

    A EDUCAÇÃO É O CAMINHO DA TRANSFORMAÇÃO?

    A educação dos humanos é o fator que mais caracteriza o grau de evolução da espécie Homo sapiens. Quando o ser humano não recebe as informações mínimas para seu desenvolvimento intelectual ou quebra as regras básicas de convívio em sociedade (ou ecossistema), é grosseiramente chamado (por alguns) de animalesco; condição bem inferior às outras espécies de mamíferos.

    As crianças nascem brutas e com os mesmos instintos selvagens de outros bichos. Esses instintos ou impulsos primários permanecem inalterados em algumas pessoas nas diversas fases da vida, e independe de classe social, mostrando que evolutivamente, o ser humano é complexo e sua personalidade dependerá ou não, da qualidade ou quantidade de informação recebida. Qualquer cérebro não ativado diariamente pode cair no desuso ou atrofiar! Alguém duvida?

    Falsos conceitos de individualidade, coletividade, inferioridade, superioridade, repressão ou liberdade sem limites geram seres humanos anti-sociais, adaptados ou não, aos ecossistemas da espécie Homo sapiens.

    A educação é o caminho da transformação?

    Abraços.

    Lailton Araújo

  99. A catarse não ajuda, mas isso
    A catarse não ajuda, mas isso não significa que devamos ficar olhando o problema “do ponto de vista mais amplo” como disse a ministra Ellen Gracie e esqueçamos o que pode ser feito num prazo mais curto. Todo problema SEMPRE vai ter “um ponto de vista mais amplo”. Em nossa cultura ibérica, isso significa jogar para algum comitê de discussão lá na frente e não fazer nada. Apenas para citar casos recentes, temos :
    1- um ex-diretor de redação que é réu confesso, matou a namorada com um tiro no ouvido enquanto ela estava agonizante, foi condenado em primeira instância e continua livre, passeando pelo meu bairro.
    2- O caso da viúva do milionário da mega-sena que foi presa imediatamente, sem provas, enquanto que a advogada que matou o policial militar está solta, apesar das evidências
    3- O cumprimento de um sexto da pena para quase todo mundo, o que diminui significativamente as penas aplicadas

    Eu poderia dar outros exemplos, mas você já conhece. O fato é que todos sabemos que a justiça não está funcionando. Seja pela não aplicação de leis, pelo processo que permite chicanas ou pelo excessivo abrandamento. Temos que agir, e rápido.
    De novo não é SUFICIENTE, mas é urgente e NECESSÁRIO.

  100. Comentando os
    Comentando os comentários…

    1 – Na situação imediata de um crime, ninguém vai lembrar de direitos humanos. Aí a resposta tem de ser ostensiva e de defesa das vítimas, contendo o agressor na forma que for necessária; e os nossos sentimentos nesse momento de modo algum poderiam ser condescendentes, já que o criminoso teve sim um instante que seja de opção. Pode até não ser uma verdade universal, mas precisa haver uma regra mínima de convivência e respeito;

    2- Outra coisa é o contexto social brasileiro, e as injustiças e traumas terríveis que as populações carentes sofrem todos os dias.

    3- A questão social não é tão simples assim, de ter dinheiro ou não ter dinheiro, e deste ser ou não a causa. A estrutura social familiar e comunitária é muito mais complexa, e faz sim diferença. Muitos desses criminosos mais cruéis poderiam não ter-se tornado criminosos se tivessem tido apoio e orientação antes de perderem totalmente a noção das coisas.

    4. Finalmente, outra questão é a impunidade, as lacunas da lei e do direito processual brasileiro, e a certeza da impunidade, ou a realidade dos presídios brasileiros. A justiça humana deve ser aplicada pelos homens, a divina é Deus quem cuida, mas os homens devem aplicar com firmeza e sabedoria a sua lei de convivência, senão os crimes se multiplicarão cada vez mais.

  101. Muito blá-blá-blá. Nesses
    Muito blá-blá-blá. Nesses momentos, a imprensa aproveita p/ divulgar teorias, teorias e teorias de psicólogos, psiquiatras, pseudo-psicólogos e pseudo-psiquiatras, sociólogos e pseudo-sociólogos(incrível como FHC, o sociólogo de Jaçanã e arredores, ainda não palpitou sobre o caso). Mas eu gostaria de saber o que tem dentro da cabeça de uma pessoa que é contra a prisão perpétua ou mesmo a pena de morte. Gostaria de saber o que tem dentro da cabeça da ministra Gracie, do STF, que é contra a redução da maioridade penal. Em qq. país civilizado, se um menor comete um crime, ele perde todas as regalias dessa condição. Bom, mas isso é em país civilizado. O Brasil nem pode ser chamado de país. É uma terra habitada. Só isso.

  102. A questão da maioridade penal
    A questão da maioridade penal é uma questão de adequação da lei à realidade e aos princípios do Direito Penal. Para alguém ser punido criminalmente é necessário que essa pessoa:
    1. Cometa um crime.
    2. Tenha consciência de que o que fez é um crime.
    A legislação considera que os menores de 18 anos não tem capacidade mental de discernir a ilicitude de seus atos.

    Mas será que, hoje em dia, um jovem de 17 anos não tem consciência de que roubar e matar é errado? A lei diz que não e nisso se discola totalmente da realidade, deixando de ser um instrumento adequado para disciplinar as relações de nossa sociedade.

    Mudanças na maioridade penal não virão para resolver ou piorar os problemas da violência, a discussão não é essa, virão sim para adequar a legislação à realidade. A legislação civil garante ao jovem de 16 anos o direito de votar, casar, trabalhar, gerir uma empresa, mas a legislação penal o considera mentalmente incapaz de assumir responsabilidade pelos crimes que comete. É esse absurdo jurídico que precisa ser consertado.

    Os que dizem que isso não irá resolver nada, pois violência não irá diminuir, se assemelham aos que dizem que a nova contabilidade da previdência não resolve nada, pois o déficit continua a existir.

  103. NOSSOS FILHOS VÃO VIRAR
    NOSSOS FILHOS VÃO VIRAR PRAÇAS?

    O menino João Hélio Fernandes, martirizado por assaltantes no Rio de Janeiro, vai virar nome de praça em Cascadura, por decisão da prefeitura carioca. É mais um espasmo sentimental de autoridades brasileiras, que, a bem dizer, estão acomodando seus remorsos. Eis um tipo de homenagem triste — embora pretensamente simbólica — para se passar “a manteiga no focinho do gato”! Quando falham — e falham muito —, nossas autoridades são ótimas para esse tipo de gesto verbal bem de acordo com a melhor tradição retórica brasileira.

    Praça? Sequer posso imaginar um filho meu virando nome de praça por tal motivo, pelo colossal fracasso do governo e da sociedade diante da violência organizada e desenfreada. Melhor — é claro — que João Hélio tivesse vivido numa sociedade em que pudesse crescer e florescer, transformando-se em praça por seus méritos e pelo reconhecimento público. Se essa tendência pega, em breve faltarão espaços urbanos para contemplar tantos outros a serem “homenageados”. Acabem com essas “praças”, Senhores, e enfrentem o colapso da segurança com mais Estado, mais Educação, mais Emprego, mais Segurança e mais horizonte de vida para filhos e pais deste país. Um inocente não merece essa glória tão oportunista. Deixem em paz o menino e sua família. Não é bem de uma praça que eles precisam!

  104. Visualizando um cenário em
    Visualizando um cenário em que fosse instituida a tão desejada pena de morte e a redução da maioridade, enquanto perdurar esse ambiente que fabrica feras, não creio que o quadro atual de violência iria mudar.

    Estatísticas de SSP sôbre homicídios em SP mostram que alguns bairros centrais tem taxas até mais baixas que em capitais européias, enquanto na periferia as taxas são assombrosas.

    É falta de policiamento ostensivo, inquéritos mau feitos, aplicação de penas ou falta de equivocadas, escola, ambiente familiar, emprêgo, E embora pareça luxo, assistência e terapia psicológica para candidatos a feras, e internamento em manicômio, não prisão, para feras consumadas. Um dos mais notórios criminosos do início do século passado, Febrônio Indio do Brasil, por ter estrangulado dois menores, foi o primeiro criminoso no Brasil a ser julgado inimputável e por isso passou 57 anos encarcerado em manicômio judicial, onde morreu.

  105. (Amigo, este meu comentário
    (Amigo, este meu comentário foi postado no lugar errado, se possível, faça a mudança. Obrigada!)

    NASSIF

    Brilhante o seu texto. Deu-me ânimo para começar esta segunda-feira, diante da impotência que me prostrou, frente ao caso ocorrido com o garotinho João. Machuca-me o coração ao me colocar diante da dor por que passa essa família. Perder os pais já é duro para qualquer vivente, imagine perder um filho, ainda mais um “bebê”, como gritava sua irmã, numa condição tão dramática como tal. Não há nada que possa consolar-lhes o coração. Será uma imagem a povoar-lhes a mente por toda a vida, como um pesadelo do qual não se acorda jamais.
    Nassif, como enumera você, debaixo dessa monstruosidade, escancara um monte de causas, desde o pulso firme de que não mais gozam as famílias, passando por escolas, onde diretores e professores não mais exigem respeito, adicionando a permissividade da sociedade até a inoperância de um Estado ausente, incluindo aí o Poder Judiciário com suas ações ultrapassadas, com o mau exemplo dado, ao não debitar na conta dos “peixes graúdos”, o real valor de suas ações julgadas corrosivas para a sociedade. Exemplifico com os casos de Maluf, Lalau e os anões do orçamento.
    Vítimas, somos todos nós:

    JOÃO que partiu prematuramente.

    Sua família esfacelada pela dor, pela ausência de seu filhinho e pelo sentimento de culpa, que acompanha todos aqueles que perdem seus entes queridos, vitimados por tragédias.

    O réu, abandonado pela política social do Estado, que rouba toda e qualquer perspectiva de vida de nossa juventude, pela descompromisso proposital ou não de sua família, vitimado pela dependência química das drogas, dentre as quais o crack, que lhe devorou o cérebro, transformando-o numa besta-fera.

    A família do réu, humilhada, amedrontada e envergonhada por ter parido um monstrengo. À pobreza, juntou-lhe o descrédito dos amigos, dos vizinhos e de toda sociedade, pois aos olhos do país, passa a ser cúmplice, por ter trazido tão grotesco rebento ao mundo. Todo vislumbre de sensatez foge aos indivíduos, mais apressados no julgamento, que pensam limpar a sociedade, eliminando apenas a árvore que gerou o fruto podre;

    Nós, que vivemos mortificados pelo medo de que algo assim venha a acontecer com os nossos filhos; nós que passamos a ser ainda mais discriminativos, em relação aos que julgamos socialmente diferentes, como se a posição social ou racial, estigmatizasse o réu.

    Sujeitos que somos de uma vida de aparências, logo nossa dor fenece, nossa consternação se dilui, nossa indignação adormece e nossa solidariedade se evapora, até que uma nova tragédia venha a oferecer perigo à nossa vida e à dos nossos.
    Nós não pedimos justiça por JOÃO, mas por nós mesmos. Pena que o nosso grito seja tão débil, incapaz de romper o invólucro da insensibilidade do Estado e da frieza de nossa omissão.
    Despejamos nossas lágrimas de crocodilos, açodados pela “compaixão” de uma mídia carpideira, preocupada, apenas, com sua tiragem (do mesmo modo como choramos diante da tela global, ao assistir o BBB/7, quando um de seus “clientes” deixa a casa), sem nenhum compromisso com mudanças reais e eficazes, sacudidos apenas pelo abalo sísmico de nossa mente individualista.

  106. Sede de vingança é muito
    Sede de vingança é muito diferente de sede de justiça.
    A mídia corrupta, co-participe na formação da nossa sociedade brutalizada, posa como defensora da justiça e não faz outra coisa além de pedir mais brutalidade.
    Milhões de jovens sem qualquer futuro, sem qualquer esperança e que não enxergam valor na própria vida (que dirá na vida dos outros), não serão contidos pela redução da maioridade penal. Esta é uma questão menor.
    A questão fundamental é reconhecer, que a sociedade que brutaliza milhões de jovens, não pode esperar outra coisa destes senão atitudes brutais.

  107. Bom, Nassif, muito bom! eu
    Bom, Nassif, muito bom! eu mesmo não escreveria melhor. Resumiste bem estra sensação que me assalta e que, vejo agora, não é solitária. O sentimento da impotência diante de tamanha insensatez e superficialidade de quem se deveria esperar bom senso.

  108. Enquanto os políticos não se
    Enquanto os políticos não se propõem em alterar o código penal o povo deve sim fazer justiça com as próprias mãos. Além disso não se deve associar se a pena de morte vai diminuir ou não a violência nop Brasil. A violência se combate com uma boa educação, familia estruturada etc. Agora por outro lado quem comete esse tipo de crime deve pagar com a própria vida. A pena de morte cedo ou tarde será adotada no Brasil, pois a violência vai chegar nas classes mais altas. Isso é indiscutível. Mais uma vez: se vai resolver ou não o problema da violencia no pais com uma mudança no codigo pena é uma coisa. Agota outra coisa é que quem mata deve morrer seja pelas mão do estado , seja pelas mãos de pessoas sensatas que desejam eliminar esses tipos de verme do nosso mundo. Que paguem nas trevas e não nas cadeias pois é com o nosso dinheiro que esses vermes comem. pena de morte já !!!

  109. Nassif, muitos já disseram,
    Nassif, muitos já disseram, mas quero reforçar, o seu texto é de uma clareza cristalina. Crescimento na veia! Uma das respostas importantes aos ansiosos vingadores. A faixa do Maracanã, um respingo de bom senso e, acrescento, uma atadura no sangramento que jorra e não quer estancar. Observe que infeliz contraponto ao seu texto: Segundo o deputado f.gabeira, a comoção sempre continua e nenhuma medida do Congresso é tomada (entenda-se, diminuição da maioridade penal). Qual comoção? Ou melhor, quais? A da PM que faz corredor polonês e tortura transeuntes na Praça da Luz? O impressionante número de acidentes de trânsito e de crimes que acompanharão o carnaval? Os inúmeros ônibus que serão queimados, muitos com gente dentro, nos próximos meses? O número de homicídios durante a barbárie do PCC e da PM em SP, cujo estopim os paulistas acompanharam (você, inclusive, previu mais de uma vez a chama que o acenderia)?
    Quanta hipocrisia dessa gente midiática!
    Na fração de segundo que se perderá entre eu apertar o botão enviar e você receber o meu post aí no seu blog, muitas tragédias estarão consumadas. Um carro se chocará com algum poste e o sangue escorrerá; alguém esfriará definitivamente a vida e será colocado num caixão. Algum atropelamento de idoso ou de criança. Um moto boy terá rachado o capacete na sarjeta ou num pára-choque. Alguma mãe terá parido fora do hospital. Um PM terá caído por conta de um projétil.
    E os hipócritas, o que estarão fazendo neste átimo? Prefiro não imaginar nada. Tenho medo.

  110. nossa imprensa certamente tem
    nossa imprensa certamente tem defeito, mas não é diferentedw de outros paises como usa e europa. quere atribuir a ela a responsabilidade pela violencia no brasil é ingenuidade,todos os meios de informação tratam este assunto inclusive este portal, quem deve ser cobrado pela responsabilidade deve ser nossas autoridades dos trs poderes estes sim tem toda a responsabilidade passiva ativa e solidaria.a legislativa por não produzir leis que coibam o crime , a executiva por não dar condições pora executar a legislaçao eo judiciari por maus exexmplos como os assassinos de galdinoa liberdade de pimenta neves lalau . portanto caro nassif ate entendo seu comentario.mas não é aapenas o sensacinalismo da imprensa que devemo cobrar , mas as outoridades constituidas do brasil. como no futebol a imprens aconta a historia para sensibilizar seus leitores. e naturalmente faturar. digo a imprensa em geral não apenas a globo.

  111. Nassif,

    Dado interessante
    Nassif,

    Dado interessante para alimentar esse debate:

    Primeiro, uma introdução:

    Como todos sabem, existe na lei a possibilidade de libertação do detento antes do cumprimento total da sentença estipulada pelo juiz. O que poucos sabem é que o ex-detento, apesar de não estar preso, não é considerado quite com a justiça. Só estará quite quando se encerrar o período cronológico total da pena. Adicionalmente, se durante esse período ele cometer novo delito (e for preso por isso), o benefício se perde e ele volta para o regime fechado. Dessa vez acumulando as penas nova e antiga.

    Agora o detalhe:

    No estado de São Paulo, por exemplo, existe um serviço de apoio ao ex-detento, até 1 ano após o término do período probatório. Uma das atribuições desse serviço é gerenciar convênios para direcionar as pessoas para emprego e estudo.

    Pois bem: O TRE (pelo menos o de SP) entende que durante o período probatório o ex-detento não tem direito a solicitar emissão de título de eleitor. Seja 1a ou 2a via.

    Resultado: apesar de terem a oportunidade teóricamente ao alcance da mão, muitos não conseguem trabalho formal pelo simples motivo de não terem a documentação completa exigida.

    Um detalhe: a lei diz que em determinadas situações um detento não pode votar. Mas não há nada que o impeça de portar um título de eleitor!

    Acho que não preciso detalhar as implicações dessa situação kafkiana.

    É claro que essa situação não explica nem justifica a violência cotidiana, apenas dá uma amostra das dificuldade s invisíveis da população brasileira.

  112. Em 1985 fui diretora de uma
    Em 1985 fui diretora de uma unidade de internação da FUNABEM, considerada o “fim do túnel” ou “o esgoto”para todo jovem infrator que ali era internado. Eram 250 rapazes. Havia de tudo: jovens que cometeram crimes a sangue frio, jovens desequilibrados, epilépticos, homossexuais que cortavam os próprios pulsos, todos participando da mesmas atividades, e dormindo em grandes dormitórios. Havia também instrutores que ensinavam um ofício, professores que ensinavam até a oitava série, professores de teatro, de música, aulas de capoeira, futebol e natação. Médicos, assistentes sociais, psicólogos. E monitores violentos. O chefe de disciplina havia se tornado um sujeito muito violento. Com o tempo, depois de muitas crises e medidas, fugas em massa, foi possível mudar o quadro. Eram feitas assembléias com a participação de todos: jovens, técnicos, professores, instrutores,monitores que tinham o mesmo direito à voz. E debates com convidados de fora sobre mercado de trabalho, educação e projeto de vida. Os jovens tinham consciência que ao passar por lá estariam estigmatizados pela sociedade e as gangs e os grupos os obrigariam a voltar ao mundo do crime. Acredito que a metade deles não sobreviveu. Vários episódios aconteceram que vale a pena contar. Vou comentar dois deles nos próximos espaços.

  113. Entre esses jovens havia um
    Entre esses jovens havia um que tinha feito um assalto à mão armada com uma arma de brinquedo. Seu período de internação estava terminando. Mas o Juiz de Menores não queria o seu desligamento. Seu pai contratou um advogado para acompanhar os autos do processo. Mas o Juiz não permitia que ele tivesse acesso. A meu pedido, finalmente o advogado pôde acompanhar e pedir seu desligamento. Mas o Juiz pediu um exame de periculosidade que era feito por uma instituição manicomial. Esse exame levava seis meses. Diante da situação, conseguimos que fôsse feito em 15 dias e o resultado saísse em mais 15 dias. O jovem não foi considerado perigoso. Chamei ele à minha sala para informar do seu desligamento. Mas para meu espanto ele ficou quieto, taciturno. Perguntei se não era isso que ele queria. E ele muito sem graça disse: “Tia, dá para eu ficar mais um mês para terminar a oitava série?”
    Outro episódio foi o do chefe da disciplina que havia chegado cheio de ideais à unidade e se tornou muito violento. Um dia soube que haviam trancafiado alguns jovens que participaram de uma fuga em massa, depois de terem apanhado com “porretes”. Reuni todos os monitores e disse que não continuava. Um deles deu um passo à frente e pediu que eu continuasse, mas disesse o que eu queria, porque eles não estavam entendendo. Para encurtar a história eles assinaram um documento de que não iriam mais usar de violência contra os jovens. Dois anos depois, o chefe da disciplina apareceu na coluna do Zózimo Barroso do Amaral, sob o título: Desobediência Civil. Ele estava sendo carregado nos ombros pelos jovens, outros jovens já de outro período, porque a direção da FUNABEM, que havia mudado, queria dispensá-lo. Os jovens e todos os funcionários queriam que ele permanecesse. Foi a primeira vez que esse mundo da violência saiu em uma coluna social e não nas páginas policiais. Por que será? Podem pesquisar nos arquivos do Jornal do Brasil. Há muito mais pra contar, mas foi a experiência de vida que mais me ensinou a entender o ser humano e a violência que se encontra em cada um de nós. O menino morreu de uma forma hedionda, o líder da ação criminosa foi jogado numa cela suja e sem luz. E o Congresso discute a redução da maioridade penal e a prisão perpétua, quando esses jovens já morreram, foram transformados em monstros. De quem é a responsabilidade?

  114. Douglas, você é de um rigor
    Douglas, você é de um rigor inacreditavel nos seus julgamentos. Anda lendo blogs muito adjetivados e se impregnando daquele espírito bélico, dos que guerreiam com palavras ásperas até em cima de preferência de cervejas. Não acho a questão da maioridade ou minoridade relevante, não acho que será isso que aumentará ou reduzirá a criminalidade. A questão é muito mais ampla e sistêmica. Me dou o direito de covardemente não entrar em uma discussão que não vejo como relevante.

  115. Nassif, a questão da
    Nassif, a questão da violência extrema no Brasil tem a ver com condicionantes sociais, como a que vc mencionou: desagregação familiar, consumismo, tráfico e uso de drogas, incitação midiática ao individualismo, etc. Mas tem muito, muito a ver tb com a completa incompetência e desorganização do Estado nessa área. A direita, os donos do poder no Brasil não têm a mínima noção ou projeto de segurança PÚBLICA, que mereça esse adjetivo, o esquema falido, violento e corrupto que temos nos foi legado por eles. Mas o pior é que as forças de esquerda tb não têm massa crítica na área. Só estão acordando agora, depois de anos a vincular, de modo fácil e simplista, violência à injustiça social: qdo acabássemos c/ a pobreza no Brasil a violência diminuiria instantaneamente. no fundo, um insulto à maioria dos pobres que não são violentos. Na época dos ataques do PCC Lula disse que, se houvesse escola para os jovens pobres, aquilo não teria acontecido. Uma simplificação grosseira. Educação é fundamental, claro, mas questão da (in)segurança pública no Brasil é, fundamentalmente, político-institucional. Tem, sim, ligações c/ a pobreza – material e espiritual – em que está mergulhada nossa sociedade, mas é, fundamentalmente, um vespeiro no qual nossos políticos e administradores não estão preparados e não querem mexer.

  116. Concordo plenamente quando
    Concordo plenamente quando dizem que o problema é a degregação dos valores familiares, isso tem a ver desde a campanha pela feita pela mídia (principalmente novelas) que mostram as famílias tradicionais como ultrapassadas, minam a autoridade dos pais, colocam o casamento como uma instituição falida e a religião como sendo uma prisão. Enquanto isso os filhos crescem vendo que o que realmente importa é o ter e não o ser, esse tipo de sociedade torna-se uma fábrica de delinquentes e potencializa mentes já distorcidas em Champinhas, Marcolas, Beira-Mar. Devemos urgentemente resgatar os valores familiares, dando condições para que os pais possam sustentar e educar seus filohs dignindade, dando-lhes educação secular e religiosa.

  117. A cada crime cruel que já
    A cada crime cruel que já tive conhecimento, e o debate que surge de cada um deles, mais passo conheçer o Brasil. Nem diante de problemas tão graves as pessoas conseguem olhar para a mesma direção. O problema é que o criminoso consegue.

  118. Nassif, juro que achei que a
    Nassif, juro que achei que a Fátima Bernardes iria também consolar a família do indiozinho que morreu de desnutrição.
    Em ambos os casos a dor foi muito grande. Um causado por violência de marginais sem caráter. Outro causado por violência de incluídos sem caráter. Um com morte instantânea e o outro morte lenta, porque a desnutrição ela vai matando aos poucos.
    Porque só comoveu a apresentadora a morte do João? Porque dá mais repercussão na mídia?
    Será que vão visitar todas as famílias em que seus entes queridos são assassinados? Isso acontece diariamente. Será que vai sobrar tempo pra apresentar o Jornal?

  119. Eu acho que a lei deveria ser
    Eu acho que a lei deveria ser para todos que têm discernimento, independente da idade, então acho que a lei está errada. Só não sei o que isso tem a ver com a brutalidade da morte do menino. Legal que possamos enjaular quem fez isso, mas era muito melhor buscarmos formas de isso nunca mais se repetir. O Estado tem que se fazer presente de forma dura agora, mas tem que ser acompanhado de projetos de educação e oportunidades para os jovens, senão de nada adianta. Quem vê um crime desses e acha que só reduzir a maioridade penal vai adiantar algo está tremendamente equivocado.

  120. Nassif

    A cultura dos
    Nassif

    A cultura dos veículos de comunicação é bizarra. Após a tragédia, as vítimas sangraram desenfreadas horas, por dias seguidos de manchetadas televisivas de arrepiar o coração. Às apresentadoras e aos apresentadores dos telejornais, aos (ir)responsáveis pelos fechamentos das primeiras páginas, na mesma medida com que somos atacados, um direito de resposta será sempre bem vindo: DEIXEM A FAMÍLIA BRASILEIRA EM PAZ! E os de boa índole, façamos algo de construtivo ao futuro desse País. Pena que o Congresso acabe sendo conduzido pelas opiniões contempladas pelos grupos proprietários das transmissões televisivas. Somente uma democracia forte e instaurada, de debate amplo e justo, pode mudar a face dessa violência mascarada.

  121. E um dos que se aproveitam
    E um dos que se aproveitam destas tragédias é o tal de Datena; exigiu entrevistar os assassinos, chingando-os, para aparecer; o Datena é aquele que certa feita teria sido demitido da Bandeirantes porque,junto com outros,entrevistaria jogadores em troca de grana, depois o assunto morreu;no episódio do megrô ele gritava, exigindo falar com o Prefeito, ouo Governador,no ar; ninguém tem obrigação de falar pra ele; usam as tragédias para fazer sensacionalismo.

  122. ESTAO SEMPRE CONFUNDINDO A
    ESTAO SEMPRE CONFUNDINDO A COISA – O DEBATE NÃO É PARA SABER SE O CASTIGO DIMINUI OU NÃO A CRIMINALIDADE, ISSO É ASSUNTO SOCIOLÓGICO. O QUE A SOCIEDADE PEDE É QUE O CRIME SEJA PUNIDO EXEMPLARMENTE,. PARA QUEM NÃO SABE A PENA JURÍDICA É BASICAMENTE UM CASTIGO PELO QUE É FEITO, QUEREM COMPLICAR TUDO, EXPLICAR TUDO – FAZER NOVAS TESES SOBRE CAIM E ABEL É FÁCIL, DIFICIL É RESSUSCITAR A VÍTIMA

  123. Toda a discussão sobre o fato
    Toda a discussão sobre o fato esta se deslocando para a o assunto da maioridade penal. Não é atoa que esse Congresso não faz nada. A sociedade não quer mudanças. Esta seria a hora de realmente haver mudanças. Mudar o ensino, mudar a escola, mudar a impunidade, mudar leis, mudar a cultura, mudar a policia, mudar as formas de solidariedade. Mudar muitas coisas que poderiam fazer com que pessoas (ou menos pessoas) não morressem queimadas dentro dos onibus. O Gabeira esta certo. Do jeito que estamos indo não havera mais momentos de paz, temos que mudar imediatamente. Mas a leitura da maioria desses comentarios mostra que o povo ainda não se indignou com essa situação caotica, talvez ja tenha se adaptado a ela. Não pensem que os politicos vão mudar alguma coisa em tempos de calmaria. Eles so agem sob pressão. Estamos aqui confundindo justiça com vingança e sera muito dificil uma sociedade viver sem justiça, como evidentemente, sem solidariedade, proteção as crianças, velhos. Não consegui entender no texto do senhor Nassif se ele acredita que a sociedade pode mudar ou se ele acha que esta escrito que o destino sera “cinza”. Para mim, por enquanto ha chances do futuro ser um pouco mais colorido,desde que se mude a escola, a cultura, a televisão, o Banco Central, a maneira de se olhar a criança, pobre ou rica, a justiça.

  124. As chamadas do Fantástico
    As chamadas do Fantástico para a matéria da Fátima Bernardes foram uma verdadeira aula de exploração da dor alheia.

    Os pais choraram diante das câmeras. A Globo faturou um milhão a cada lágrima – porque dá audiência.

    Gostaria de ter ouvido.

    “Em respeito à dor da família, faremos uma entrevista breve com os pais do menino morto”.

    De preferência, sem chamadas espetaculares.

    O chamado jornalismo sensacionalista – aquele que apela às emoções – pode até ser útil em alguns casos: na cobertura do esporte por exemplo.

    Mas quando se trabalha sobre a dor do outro, ainda mais quando se sabe que notícia é mercadoria, seria aconselhável um certo comedimento…

    Imagine você chegar na casa de alguém que está sofrendo e ligar para vários amigos para ir ver? A comparação não é tão absurda, se o caso for pensado sem paixões.

    Matérias lacrimogêneas são tudo que um jornalismo maduro deve evitar.

  125. Segurança pública se resume
    Segurança pública se resume numa palavra: prevenção.
    O crime só pode ser evitado, porque não dá pra voltar atrás no tempo e desfazer os fatos. Medidas como a redução da maioridade penal ou o aumento das sanções seriam defensáveis pelo seu efeito dissuasivo, já que a vingança pura e simples está fora de cogitação. Entretanto, a impunidade, com suas múltiplas facetas, impede esse efeito.
    A forma correta de raciocinar sobre o tema é identificar cada uma das causas do crime e propor soluções para erradicá-las ou, ao menos, mitigá-las.
    Em outras palavras: a pergunta correta não é “O que fazer com esses bandidos?”, mas sim “O que fazer para evitar que isto se repita?”.
    As respostas mais razoáveis envolvem intensa atividade do estado, seja na educação e induzindo a geração de oportunidades [médio e longo prazos], seja na recuperação e estrita vigilância de áreas degradadas [curto prazo].

  126. as pessoas discutem a questão
    as pessoas discutem a questão como se o menor não ficasse responsável por nenhum ato, nem respondesse por nada. o que inexiste é responsabilidade penal. as “medidas sócio-educativas”, em muitos casos e dependendo da instituição, superam em muito a aplicação de penas em penitenciárias. basta ver o que prevê e não ficar imaginando que não existe responsabilidade nenhuma e que com 18 anos, eles saem para praticar novos crimes… mas esta discussão é menos simplista que reduzir pena para compensar uma barbárie com outra… e nem se trata de, simploriamente, dizer que direitos humanos só estão do lado de bandidos. é típico do “civilizado” imaginar que o “bárbaro” é outro e não a si próprio… por isto, o olho por olho é aceitável. afinal, o outro é o bárbaro. nós, “civilizados”, só estamos fazendo justiça, não é?

  127. Eu não. Você é que me chamou
    Eu não. Você é que me chamou de “covarde” por não querer entrar em uma discussão que não acho relevante. “Covarde” é qualificação ou desqualificação?

  128. Nassif, ainda que a retomada
    Nassif, ainda que a retomada dessa discussão sobre a maioridade penal tenha acontecido, pra variar, no calor dos fatos, é pertinente como uma das medidas que podem ajudar a diminuir a impunidade.
    Por que jovens menores de idade podem ter atitudes “adultas” em algumas situações e não arcarem com as conseqüências de seus atos ? Podem sair dirigindo sem carteira – às vezes com a conivência orgulhosa dos pais – e matarem pessoas sem sofrer punição ?
    Podem sair por aí engravidando ou ficando grávidos sem nem saber direito o que estão fazendo no mundo ?
    Matar outras pessoas – menores ou não – e ter proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente pode ? E quem protegia as crianças que morreram por causa deles ?
    Por que têm que ser soltos ao completarem 18 anos ? Criminosos confessos não deveriam nem ter advogado de defesa, em minha modesta opinião.
    Vamos colocar a discussão pra frente.

    Um abraço

  129. Tá certo-certas pessoas só
    Tá certo-certas pessoas só mudam de opinião mesmo quando acontece com elas.- é sintomático-
    é aquela coisa tipo “nunca vai acontecer comigo” e esperamos sinceramente que não aconteça mesmo! Que Deus nos proteja!
    Ví na televisão tempos atrás um advogado que teve um dos filhos assassinados num assalto ou sequestro -não me recordo- dizer em alto e bom som que estava revisando todos conceitos que ele conhecia até o momento, inclusive de leis.
    É chocante , mas é a pura verdade, não estou dizendo isso para sensibilizar,-mas por favor-daqui a pouco a vítima aou seus parentes vai ter que pedir desculpas para o algoz na hora do tiro, ou quem sabe lhe pagar alguma indenização, talvez a bala que lhe mata como na China
    só que aqui a pena de morte já existe e ela não está na mão do Estado e sim na mão do quase sempre impune criminoso, seja de menor ou maior
    Problemas sociais existem sim, mas não será a impunidade que vai consertar isso.
    E porque temos que ser diferentes de outros paises muito mais desenvolvidos que punem menores criminosos, pelo simples fato de que hoje diferente de antigamente o jovem já sabe muito bem o que faz digamos com 14 anos, alguém duvida?
    Nenhum meliante deve ficar impune, inclusive o espertinho branquinho com seu carrinho novinho que em plena luz do sol fura o sinal vermelho colocando em risco a vida de muita gente. Estou cansado e triste de ver isso toda hora em Sao Paulo. Sociedade que adora levar vantagem em tudo e por isso tambem está sucumbindo dia a dia a olhos vistos

  130. Parabens Sr. Nassif .Vai
    Parabens Sr. Nassif .Vai aparecer a “turma de sempre”; redução da maior idade e pena de morte. Depois tdos. esquecem tudo 15 dias.

  131. Tem atos criminosos
    Tem atos criminosos cometidos per celerados.
    Tem crimes mais sofisticados cometido por quem sabe o q faz, e por moralistas.
    Só os ingênuos acreditam na informação dos grandes media.
    O show encenado pela globo, q usa uma família na tragédia per fazer ibope e moralismo é um crime mais sofisticado, mas q se passa per informação. Como os crimes cometido per manter o 80% a população brasileira na pobreza e miséria. (Só o ministro da fazenda não vê a realidade, sendo um Pangloss nacional) Na verdade é uma forma de manipulação, de veicular uma imagem e emoções q levam mais longe possível do problema autentico.
    A hipocrisia ,o moralismo das peruas na televisão, dos pau mandados de cabeça vazia, no meu caso, psiquiatricamente falando, incrementam a minha propensão marginal a cometer um ato criminoso.
    E

  132. Laurenzio, uma vez conversei
    Laurenzio, uma vez conversei com um filósofo que foi em casa, e que achava que o BC era o último baluarte do capitalismo. Conversamos desarmadamente, e ele se convenceu de que a política do BC estava destruindo empresas, classe média, a própria fé na economia de mercado. Ele, que sempre foi um radical no sentido amplo, chegou a escrever que a arma do FHC para implantar o comunismo era o próprio BC. Lembra? Aliás, esse filósofo apreciava muito Ortega y Gasset e a “Rebelião das Massas”. Depois, achou que a “rebelião das massas” se aplicava apenas a uma face do jogo político, não se dando conta de que certa classe média internacionalizada e raivosa era a mais pura expressão do personagem descrito por Gasset. Você sabe de quem estou falando e saberá identificar melhor do que eu o “movimento catártico” do “homem massa”. Ë só não embarcar no que ele denominava de “ciência e demência”.

  133. Laurencio, uma vez entrei num
    Laurencio, uma vez entrei num debate ferrado com uma notável economista portuguesa. Ela me dizia: você disse isso; logo você pensa aquilo; e se pensa aquilo, pensa mais aquilo. E construiu um personagem, no qual ela batia sem dó. E eu só me responsabilizava pela primeira afirmação. É parecido. Acho a exploração de tragédias um acinte. São gigolôs de cadáveres, algo, aliás, que sempre critiquei, fosse no sensacionalismo da mídia, fosse como instrumento de ação política. Critico a Globo por sua abrangência, por falar para milhões de pessoas e ser a maior formadora de opinião desse país. E por explorar uma desgraça desse tamanho. Acho que a criminalidade é um processo muito mais complexo, onde entram a questão da falta de valores, de perspectivas, o avanço do crime organizado. As catarses só têm utilidade quando servem para promover reflexão. Agora, nunca achei que se deveriam libertar os cinco criminosos. Nem utilizei esses argumentos em defesa deles. Talvez em deles dos que estão entrando agora por esse caminho.

  134. Amigos, o caso João Hélio é
    Amigos, o caso João Hélio é passado. Hoje completou 7 dias. Vamos nos preparar para a próxima tragédia. Que não atinja nenhum jornalista famoso, socialaite, deputado, senador, grande empresário, vice ou presidente da República. Aí os assassinos correm risco… enquanto isso não acontece, aproveitem…

  135. Tem razão. Tem muito dogma a
    Tem razão. Tem muito dogma a ser exorcizado. Um dos principais fatores da legitimação da criminalidade foi o papel de certa intelectualidade carioca, nos anos 80, defendendo a sensibilidade social do tráfico, contra a falta de sensibilidade social do bicho. Quanto ao eco e ao contraponto, sempre preferi ser o contraponto. Se todo mundo fala A, vira um exercício de catarse, onde o diferencial é quem consegue expressar maior indignação. Prefiro me indignar onde há indiferença; e ter bom senso onde há catarse.

  136. Nassif, sensata reflexão.
    Nassif, sensata reflexão. Talvez devemos pensar em menos leis e mais ações. Não é reduzindo a menoridade penal que mudaremos o rumo em que o país se encontra. Sei que é lugar-comum, mas acredito que temos leis o suficiente e boas (sim, salvo umas e outras) o que precisamos é de efetivação. Concordo quando falar sobre ‘valores’, acho que eles sim mudam uma sociedade. Aristóteles já disse que a justiça é a virtude do meio termo, então, por favor, não pelemos para o extremo de culpar apenas os menores. Afinal se analisarmos eles nem são os maiores envolvidos em crimes dolosos contra a vida.
    Um abraço pela sua sensatez.

  137. Apesar de achar seu texto,
    Apesar de achar seu texto, também, catártico demais e escrito na base do desabafo, do tipo, “os problemas são o mundo e os seres humanos que nele habitam”, quero dizer que tive sentimento semelhante quando vi a propaganda da Globo da entrevista feita pela Fátima Bernardes com os pais do João Hélio. Ao programa, claro, não assisti, nem passei perto.
    Meu Deus, tenho um filho também de 6 anos e fiquei enojado com aquilo. Como usar a dor das pessoas daquela forma? Instrumentalizá-las para audiência. Que absurdo! Que imoral! Onde está a ética jornalística de gente como Fátima Bernardes? Quando ela e seu marido foram vítimas da violência, todos respeitaram a privacidade deles. E agora, que moral tem a Globo, metida a elegante, e a Fátima Bernardes para se diferenciarem de Ratinhos, Gimenez et caterva.
    Qual o interesse jornalístico da entrevista? Nenhum, só sádismo.
    Alguma dessas ONGs tipo Observatório de Imprensa, que adoram falar de Chavez, falaram alguma coisa dessa entrevista? Creio que não.

  138. Ontem assistir um senador
    Ontem assistir um senador propor uma Lei criando uma indenização p/casos tipo João Hélio, e cuja Lei leverá o nome da vítima, como foi a Lei de Mº.PENHA (agressão as mulheres).Aguenta um negócio deste!!!!

  139. Douglas, a informática
    Douglas, a informática permite traçar a correlação que você quiser. Imagine se os menores, nesses países, fossem colocados em universidades do crime, como é o caso brasileiro.

  140. Douglas, não briguei nada. É
    Douglas, não briguei nada. É que a troca de mensagens não revela a expressão de quem escreve. Não acho que são realidades comparáveis. Aprovo até aumentar o prazo de reclusão dos menores, mas em ambientes especializados. Mandar para o presídio,m para quê? Para saírem com doutorado de crime?

  141. Parabens pela matéria. O
    Parabens pela matéria. O entorno é sempre esquecido. Vamos reduzir a idade penal para 16, 14, 12, 10, 5. Chegará o dia em que se a renda familiar não permitir criar o garoto, a mãe será obrigada a abortar, porque o menino com certeza se tornaria um bandido. Evita-se o mal. A violência contra o João o matou em quinze minutos. A violência no sertão nordestino pode levar anos para matar uma criança de fome. Tavez devéssemos reduzir a idade penal dos governantes para que eles possam ser punidos por isso! Só não podemos esquecer de reduzir a nossa, porque falamos muito e não fazemos nada. Enquanto isso Joões continuarão pagando por nossa hipocrisia.

  142. diferente do que possam
    diferente do que possam pensar crimes com requintes de violencia são comuns,
    uma fatalidade : se mais Joões ficassem presos em cintos, todo dia isso aconteceria, certo é que isso é uma situação difícil de acontecer
    bombas amarradas em crianças para extorquir dinheiro de gerentes de banco, ou parentes
    sequestrados queimados vivos, sequestrados mortos mesmo após o pagamento de resgate – são “de menor” os criminosos muitas vezes e daí? sua dor seria menor por isso?

    quem faz isso merece que tipo de punição? isso é muito diferente do crime hediondo aqui comentado?
    e se for ” de menor” o criminoso, o que faremos?
    E quando alguém te liga e fala : compre 100 cartões telefonicos , rapidinho, estou com o revolver na cabeça do seu filho, isso é raro?
    é hediondo, e seu sofrimento é menor se acontecer isso?
    golpe do sequestro, sequestro de verdade, sequestro relampago, sempre tem um “de menor” e daí, por acaso a dor é menor por isso?
    fico estupefato com pessoas que ousam justificar o crime por razões
    sociais, essas pessoas não devem amar ninguém na vida ou então são santos acima do bem e do mal e que nós simples mortais não conseguimos chegar no estágio de suas santidades ,que a tudo perdoam e a tudo acham motivo e explicação
    o país está sentado numa bomba atomica, mas vamos esperar uns 100 anos para que o quadro social melhore e se contruam cadeias e mais cadeias como os paises atrasados como os Estados Unidos,.

  143. Eu não acredito que haja
    Eu não acredito que haja alguém capaz de saber que está arrastando uma criança de seis anos sem parar o carro. Por outro lado, não vejo como, com três pessoas no carro (e, portanto, pelo menos uma no banco traseiro), ninguém tenha visto o menino pendurado.

    O mais provável é que tenham percebido quando o menino já estava morto (cinqüenta metros em alta velocidade já bastariam), e ficaram com medo de parar. E que tenham conseguido andar ainda sete quilômetros com os restos de uma criança pendurados do lado de fora do carro diz muito sobre as condições das ruas da zona norte do Rio, principalmente no que diz respeito a policiamento.

    Os quatro ou cinco meninos que fizeram isso são monstros, sim. Mas não são mais monstros do que os bandidos bem educados e bem relacionados que controlam o tráfico que está por trás de tudo isso. E não estou falando do Escadinha nem do Fernandinho Beira-Mar, estou falando dos generais, brigadeiros, deputados, senadores, policiais, banqueiros e armadores que compõem o esquema do grande tráfico; estou falando de quem comanda o esquema, não dos pés-rapados. Não são mais monstros que os oportunistas que se aproveitam da comoção causada por um crime bárbaro para fazer avançar suas palavras-de-ordem em prol de mais repressão aos pés-rapados, que não têm outro objetivo que não o de desviar a atenção do público para longe dos verdadeiros culpados. Não são mais monstros que os barões da grande imprensa coniventes com os barões da grande criminalidade, que se aproveitam do clima emocional para fazer propaganda política. Não são mais monstros do que todo o esquema do crime organizado, que sobrevive impune e próspero enquanto a indignação pública é dirigida hipocritamente contra os seus representantes de vendas. Não são mais monstruosos do que a monstruosidade iníqua em que se vem transformando a sociedade brasileira.

    Enquanto isto, o governo federal, eleito com um mandato explícito para combater a iniqüidade, fecha ou finge fechar os olhos para as raízes do mal, e vira cúmplice do grande crime ao aceitar participar do debate sobre a eficácia de medidas legais contra os pés-rapados, em vez de anunciar em alto e bom som, e inequivocamente, providências para ir atrás dos mandantes.

    Tomás

  144. Nassif,

    Um comentario
    Nassif,

    Um comentario tardio sobre esse caso.
    Sou pai de 2 meninos,um deles com apenas 20 dias de diferença de idade e também chamado João, que potencializou a minha indignação com o caso.
    Mas ao ler na Folha de hoje(15/02) um artigo do Contardo Calligaris resolvi escrever sobre o assunto.
    Concordo integralmente com o artigo.
    A prisão não é reeducativa aqui nem em nenhum lugar para os psicopatas,a função dela é tirar de circulação os individuos perigosos a sociedade,e dentro desse espirito os autores de crimes hediondos devem ser afastados em definitivo da sociedade independente da idade.Prisão perpétua,penas acima de 30 anos, não progressão da pena nesses casos, pena de morte e etc… tanto faz o que importa é que haja punição e esses individuos sejam afastados.
    Não acho que essa medida tenha algum impacto significativo sobre a ciminalidade,principalmente no curto prazo.Também concordo que razões sócio economicas tem um papel determinante na criminalidade, embora esse papel seja maior nos crimes contra o patrimonio,mas uma coisa não exclui a outra, pode-se e deve-se atacar as desigualdades sociais e economicas e ao mesmo tempo endurercer as punições,não vejo o por que do clima de guerra entre os partidarios de uma ou outra solução elas podem perfeitamente andar juntas.
    Agora é como disse o Contardo, achar que determinados criminosos são recuperaveis é hipocresia ou burrice mesmo.
    É esse tipo de idealismo adolescente que emperra todas as grandes mudanças nesse pais, na busca da solução perfeita se esquece o pragmatismo e se fazem leis que na pratica não servem para nada, e nada muda, a nossa constituição é a prova cabal disso.
    O nosso sentimento de culpa(e eu me incluo) pelas desigualdades do Pais não pode nos tornar lenientes com o crime.
    Afora isso, as vitimas desse tipo de crime merecem uma satisfação,se não o que se estimula é a justiça comas própias mãos.Como eu sei que o estado não vai puni, faço e mesmo e ai a barbarie esta instalada.
    Se voce puder ler o artigo e comentar ,se posicionar a respeito eu agradeço.

    Obrigado,

    Pedro

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