A venda da Varig

Não procedem os boatos que circularam no final da tarde, de que a venda da Varig estaria para sair, através de uma associação entre o consórcio Nova Varig Participações (ligada ao TGV, Trabalhadores do Grupo Varig), a SYN Logística e o fundo americano Carlyle.

Pelo menos até às 18 horas de hoje, os principais negociadores do TGV nada sabiam. Existem três frentes abertas de negociação, nada que seja palpável.Em relação aos grupos mencionados, não existe nada. A TGV aproximou-se deles apenas porque conseguiram ser recebidos pelo juiz da recuperação e pela Fundação Rubem Berta. Duas pessoas foram enviadas para conversar com eles, mas apenas para ganhar tempo, porque se sabia que nada teriam a oferecer.

Segundo essas fontes, a TGV tem financiamento assegurado. O problema é o empréstimo fonte, alguém que corra o risco de bancar o pagamento inicial. Mas sucessivas declarações têm reduzido a segurança jurídica, tornando a operação muito difícil.

O curioso nessa história é a participação ainda intensa da FRB nas negociações. Uma hora depois do juiz bater o martelo, negociadores do TGV foram convidados a explicar a operação em uma reunião informal com a Varig. Em lugar de um encontro técnico, reservado, havia um auditório com 50 pessoas da diretoria e do Conselho de Administração querendo saber todos os detalhes. Criou-se uma situação curiosa em que as explicações, em vez de serem dadas aos credores, eram dadas aos devedores.

Não foi a primeira ingerência da FRB no processo de recuperação. Assim que o processo foi homologado, demitiram o presidente da companhia e colocaram um conselho de notáveis. Depois, tiraram o conselho de notáveis e ainda deixaram a companhia com uma dívida de US$ 75 milhões de crédito extra-concursais -isto é, que não entraram na recuperação, portanto fatais para a companhia, se for pedida sua falência.

Na opinião de observadores, idas e vindas, como a da SYN Logística, visam apenas sangrar mais a Varig para, quando estiver em uma situação de não retorno, ser entregue por qualquer valor.

Luis Nassif

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