Argentina pede boicote a produtos britânicos

De O Globo.com

Argentina pede que indústria boicote produtos britânicos

Londres diz que medida é contraproducente e faz apelo por cooperação

Com agências internacionais

BUENOS AIRES e LONDRES — Em meio à escalada de tensão entre os governos britânico e argentino às vésperas do 30 º aniversário da Guerra das Malvinas, a ministra da Indústria argentina, Débora Giorgi, pediu na terça-feira que as empresas de seu país parem de importar produtos de Londres. O apelo foi classificado pelo Reino Unido como contraproducente nesta manhã.

— Somos grandes investidores na Argentina e importamos bens argentinos. Não é interesse da economia argentina impor barreiras. A atitude correta neste carro é cooperação, não confrontação — disse um porta-voz do premier britânico David Cameron nesta quarta-feira, acrescentando que Londres já estava em contato com sua embaixada em Buenos Aires para resolver esta questão.

O apelo por um boicote às importações britânicos é a primeira medida de endurecimento contra o Reino Unido em si. Até agora, o governo de Cristina Kirchner tinha tomado inúmeras medidas para afetar os moradores das Malvinas, mas nenhuma delas se dirigia, até então, diretamente a Londres. O pedido, no entanto, não chega a ser uma surpresa. Desde que Buenos Aires impôs um embargo a todos os navios com bandeiras britânicas em portos argentinos, os britânicos esperavam novas retaliações.

Um grupo de empresários reunidos com a ministra parecia estar em sintonia com a nova postura de Buenos Aires. Débora pediu aos executivos que “substituam a origem de suas aquisições e escolham outros países de onde importá-las”.

— É fundamental que a Argentina posso determinar quem são seus sócios comerciais estratégicos, e, neste sentido, o governo também dá um sinal para quem ainda utiliza o colonialismo como forma de obter recursos naturais alheios — disse em comunicado um grupo de empresários, que reuniam nomes da agricultura, do setor de eletrônico e químico.

No fim de semana, pela primeira vez, ainda que por decisão do governo da Terra do Fogo, dois cruzeiros vindos das Malvinas foram impedidos de atracar no porto do Ushuaia. Os navios faziam uma rota turística normal.

Luis Nassif

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