Cartelização é um dos entraves para a inovação

Comentários ao post “A inovação nas mãos dos grandes grupos nacionais

Por Lionel Rupaud

Para quem conhece a história recente da Klabin, e ouvir o Horacio Lafer Piva falar de inovação não deixa de ser bastante irónico. Obviamente ele (Lafer Piva) estava se referindo a ele mesmo quando foi reclamar da formação académica no Brasil…

Mas falando sério, acho que LN comete (provavelmente para não ferir egos inflados de “autoridades” que ele cruza nestes congressos) dois equívocos:

1 – a crítica aos CEO’s: minha experiência de mais de 30 anos em grandes grupos nacionais me convenceu que os grandes erros estratégicos que vi acontecerem, não tiveram sua orígem nas salas dos CEO’s profissionais, mas nas reuniões dos conselhos de administração recheados de filhos e netos dos fundadores.

2 – Focar a inovação nas grandes empresas: acho que o maior problema do capitalismo brasileiro vem da cartelização sistemática de qualquer mercado, com a ajuda primorosa do BNDES. Essas empresas sócias de carteis não tem a menor necessidade de se esforçar. A “salvação” só poderá vir de “new comers”.

Evidentemente há exceções de grandes empresas inovadoras que foram citadas, mas são exceções.

Por Julião

Concordo integralmente com vc. Trabalhei numa multinacional brasileira de bens de capital, com cêrca de 18.000 empregados, hoje falida e vendida aos retalhos para outros grupos, onde a quebra deu-se exatamente pelos dois pontos apresentados. Os conselhos de diretores quase não “apitava” nada, já que as decisões vinham do Conselho da empresa, onde filhos, filhas, genros, cunhados, etc. decidiam onde e quanto investirem. Quando, como diretor responsáve de uma área,  alertei da nossa situação financeira e tecnológica acabei por ser demitido por não pertencer ao “main stream ” dos demais vacas de presépios. Viviamos de concorrencia viciadas (de acertos com concorrentes a la Siemens), diretores que diziam que suas divisões eram perfeitas e que não necessitavam mais nada (e a informática entrando), investimento feitos sem nenhuma visão ou parcimônia (para que um equipamento mais econômico se um bastante mais caro era melhor), diretores, gerentes e supervisores com mais de 30 anos de empresa (não havia renovação), em tecnologia não valia a pena investir pois não era fisicamente visível (iriam formar profissionais para terceiros) e o bom era maquinas e instalações. Até hoje o sucesso de muitos grupos vem do mercado cartelizado, como produtos para a construção civil, supermercados, carros, obras civis, bancos  e até calçados esportes (tipo tênis). O sucesso é financeiro mas não suportariam a concorrência de outros paises.      

Luis Nassif

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