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Lourdes Nassif
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As matérias para serem lidas e comentadas.

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  1. olha o juiz amigo do eike!!

    http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/economia/noticia/2015/03/investigacao-sobre-juiz-do-caso-eike-revela-sumico-de-r-716-mil-diz-revista-4713967.html

    Investigação sobre juiz do caso Eike revela sumiço de R$ 716 mil, diz revista

    De acordo com a Veja, corregedoria do TRF do RJ fez varredura em repartição do magistrado Flávio Roberto de Souza e descobriu a falta de R$ 116 mil apreendidos na casa do empresário e R$ 600 mil recolhidos de traficante internacional

    07/03/2015 | 15h09Investigação sobre juiz do caso Eike revela sumiço de R$ 716 mil, diz revista Divulgação/Polícia FederalPorsche de Eike Batista utilizado pelo juiz federal Flávio Roberto de Souza Foto: Divulgação / Polícia Federal

    Uma junta de juízes designada pela Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo) detectou o sumiço na 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro de R$ 116 mil apreendidos na casa do empresário Eike Batista, de acordo com informações da revista Veja. Também foram recolhidos R$ 600 mil do traficante espanhol Oliver Ortiz de Zarate Martin, preso no Rio em junho de 2013. Os recursos estavam sob a guarda do juiz federal Flávio Roberto de Souza, que foi responsável pelo caso Eike Batista. O TRF e o juiz Souza não se manifestaram até o momento.

    Souza foi afastado das funções do cargo pelo órgão Especial do TRF na última quinta-feira, e foi aberto um processo administrativo disciplinar contra o magistrado. O titular da 3ª Vara Federal Criminal do Rio já havia sido retirado do caso Eike, após ser flagrado dirigindo o Porsche Cayenne apreendido na casa do empresário carioca.

    O tribunal também iniciou investigação para apurar indícios de irregularidades na atuação do juiz. Os fatos que embasaram as medidas foram colhidos pela Corregedoria Regional durante uma correição extraordinária realizada na vara, na última semana. Os fatos investigados envolvem não só atos relacionados aos processos criminais que têm Eike Batista como réu, mas também a outras ações judiciais.

    No caso do sumiço do dinheiro, está sendo feita uma investigação, uma vez que Souza não era o único a ter acesso aos cofres, informou a revista. De acordo com a reportagem, rumores sobre o desaparecimento foram oficialmente levados pelo corregedor Guilherme Couto ao magistrado, que teria informado que o dinheiro estava em um armário. Ao contarem o dinheiro, no entanto, foi detectado que faltava uma parte, que ainda não teria sido localizada, segundo matéria da revista.

    Processos suspensos

    No última terça-feira, os processos contra o empresário Eike Batista foram suspensos por decisão da 2ª Turma Especializada do TRF, até que se defina qual vara e juiz serão responsáveis pelo caso – foi feita uma consulta ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além disso, Souza foi afastado de todos os processos penais contra o empresário e os seus atos no processo foram anulados, exceto os bloqueios de bens já efetuados. A medida deve ser apreciada pelo juiz que assumir o caso a partir de agora.

    O afastamento foi resultado do acolhimento da exceção de suspeição, pedida pela defesa do empresário. O advogado Ary Bergher, que representa o empresário Eike Batista, afirmou que a defesa irá apresentar no início da próxima semana um pedido ao TRF para que seja designado o novo juiz, uma vez que os bens de Eike seguem apreendidos.

    A respeito da suspeita de sumiço do dinheiro, Bergher chamou o fato de “gravíssimo”.

    – Prestamos um serviço à sociedade e ao judiciário fazendo a exceção de suspeição do juiz Flávio Roberto de Souza – afirmou. 

    Na semana passada, o magistrado pediu afastamento por problemas de saúde e ficará de licença até 8 de abril.

  2. Ah, os paladinos da moralidade,além do Porsche, sumiu o dinheiro

    Tijolaço                                                                                                                                                                                               Ah, os paladinos da moralidade…Além do Porsche, sumiu o dinheiro do Eike?

    7 de março de 2015 | 15:14                                                                                                                                      Autor: Fernando  Brito                                                                                                                                                                                                   

    eike

    O jornal Extra registra a estupefação dos advogados de Eike Batista de que teria sumido parte do dinheiro apreendido ao empresário na vara daquele juiz federal  Flávio Roberto de Souza, que outro dia  levou o Porsche do empresário para dar umas voltinhas. E mais um R$ 600 mil apreendidos de traficantes.

    Eu, confesso, não estou.

    Porque das duas, uma.

    Ou a Veja mentiu estrondosamente na matéria, o que está longe de ser raro.

    Ou um juiz exorbitou seus poderes e auferiu vantagens com isso, o que também não chega a ser um episódio bissexto.

    Nem imprensa, nem polícia, nem Justiça – embora se proclamem impolutas e inquestionáveis – escapam dos efeitos  da sensação de onipotência que auto-apregoam.

    Em matéria de vender ilusões são iguais ou até melhores que o ovo de Fabergé  (de camelô russo) apreendido de  Eike Batista, que O Globo disse valer milhões.

    É claro que o caso tem de ser imediatamente apurado e quem desviou – dinheiro ou fatos, o que seja – receber o processo que merece.

    Mas é, de novo, um alerta para tomar cuidado com os moralistas – impressos ou togados – que apontam o dedo autoritariamente, enquanto salivam, gulosos, pelos seus interesses.

    Eu só tenho uma certeza em relação aos “paladinos da moralidade”.

    Fujo deles mais rápido do que de um ladrão.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=25219

       

  3. Juiz

    Gente, vamos deixar de interpretar com maldade as atitudes do “excelência”. Assim como ele assumiu a responsabilidade de cuidar dos carros e do piano para que ninguém roubasse, ele também ficou preocupado com o dinheiro e resolveu protegê-lo. Afinal, não seria esse o papel de um juiz encarregado de um processo tão importante?

    Ainda bem que no final desse processo nada acontecerá com esse zeloso cidadão.

  4. Na decada de 80 tivemos um
    Na decada de 80 tivemos um processo que teve uma exposiçao publicitaria identica…foi o Maos Limpas na Italia….la foram presos mais de mil politicos mas as engrenagens da corrupcao foram mantidas intactas e o resultado disso foi a eleicao do pra la de desonesto e magnata da comunicaçao Silvio Berlusconi…por isso nao me animo nem um pouco com essa coisa de se pegar alguns bodes expiatorios para catarse da populaçao mas se mantendo o sistema politico administrativo q leva a corrupcao …isso nao discutem nem querem saber…pelo contrario…o Eduardo Cunha quer é aprovar por exemplo a PEC do financiamento de campanhas eleitorais por empreiteiras o que nao deixa de ser advocacia em causa propria..e se quem quer ajudar trazendo de volta a grana roubada basta dar uma olhada na enorme quantidade de valores depositados em paraisos fiscais e esses casos nao sao noticia pq a propria Globo sonegou pelo menos 1 bi de reais e se nao deu no JN, para o povão a coisa nao existe
    …a midia foge dessa pauta como o diabo foge da cruz da mesma forma que nao quere saber de imposto sobre grandes fortunas que de cara arrecadaria 100 bi..segue artigo tendo como base o valor desviado segundo a Associação dos Procuradores da Fazenda Nacional
    http://www.ocafezinho.com/2015/02/27/por-que-midia-escondeu-a-sonegacao-de-r-502-bilhoes-em-2014/

  5. Comentei no whatsapp da
    Comentei no whatsapp da familia e vou repetir aqui..[6p8 08/03/2015] *: Ei Amanda gostei…kkkk…E haja seletividade nesta lista anunciada com tanto rufar de tambores…muito bom este artigo do Miguel do Rosårio sobre o tema http://www.ocafezinho.com/2015/03/07/a-montanha-pariu-um-rato-ou-melhor-pariu-um-golpe/
    [6p3 08/03/2015] *: Se foi roubado 2.1 bi de reais da Petrobras o barulho causado por esse processo ja deu prejuizo de pelo menos 1 trilhao de reais ao pais….a coisa nao bate…na China ja teriam fuzilado alguns e a economia seguiria de pé…mas aqui zerar o pais desde que se msntenha intacta a engrenagem da corrupcao é o que importa…pq será que o nosso sistema penal e midia nao se interessam pelos 502 bi roubados do fisco so em 2014 segundo os procuradores da fazenda nacional…so no suiçalao foram 20 bi..grana que se repatriada fosse nao levaria a falencia por exemplo a industria naval…e o rufar de tambores vai continuar por muito tempo…rsss
    [6p4 08/03/2015] *: Bom dia

  6. O erro central de Janot: só vale se for na Petrobras

    Brasil 247

     

    :

     

    Por que o procurador Rodrigo Janot decidiu arquivar a denúncia contra o senador Aécio Neves, citado pelo doleiro Alberto Youssef como beneficiário de um esquema de caixa dois eleitoral em Furnas? A explicação, escrita por Janot, é o fato de Furnas não ter relação com a Petrobras; ocorre, no entanto, que a Lava Jato, que transcorre de forma controversa no Paraná, também não é sobre a Petrobras, cuja competência jurisdicional é o Rio de Janeiro; é sobre um doleiro paranaense, Alberto Youssef, que, por acaso, trombou com a Petrobras, assim como trombou com Furnas, com a Cemig e com vários outros esquemas; confinar sua atuação à Petrobras é o mesmo que fraudar a Justiça

     

    7 de Março de 2015 às 19:44

     

    247 – Responda rápido: por que a Petrobras, sediada no Rio de Janeiro, vem sendo investigada pela Justiça Federal do Paraná? 

    Em tese, todos os fatos relacionados à empresa deveriam ser remetidos à Justiça do Rio de Janeiro, pois o critério de competência jurisdicional determina que crimes sejam investigados nos locais onde supostamente ocorrem.

    No entanto, a Lava Jato puxou toda a investigação para o Paraná por um motivo prosaico. Oficialmente, nasceu como uma investigação sobre o doleiro Alberto Youssef, que é paranaense. Como Youssef mantinha contatos com Paulo Roberto Costa, que era diretor da Petrobras, o juiz Sergio Moro conseguiu colocar a estatal sob seu guarda-chuva, ainda que tenha sido questionado por diversos advogados.

    Foi assim que se criou a percepção de que Youssef seria um operador da Petrobras, dando a oportunidade a setores da imprensa de criar o mote ‘petrolão’.

    Ocorre que Youssef nunca foi operador da Petrobras. Era, sim, doleiro e operador do ex-deputado José Janene (PP-PR), que faleceu deixando uma fortuna de mais de US$ 100 milhões no exterior. Janene, por sua vez, operava em vários esquemas. Não apenas federais, mas também estaduais. Um deles, o de Furnas, durante o governo FHC.

    Por que só a Petrobras?

    Na própria Lava Jato, um dos esquemas descobertos envolvia a Cemig, joia da coroa de Minas Gerais. No curso das investigações, o juiz Moro descobriu uma propina de R$ 4,6 milhões paga por um empresário que conseguiu vender uma pequena central hidrelétrica à Light, subsidiária da Cemig. O juiz, no entanto, decidiu não investigar o caso – ao menos, até agora.

    Eis o que escreveu Sergio Moro a respeito:

    A Investminas Participações S/A confirmou, em petição de 21/10/2014 (evento 18) pagamento de 4.600.000,00 (R$ 4.317.100,00 líquidos) à MO Consultoria. Alegou que remunerou conta indicada por Alberto Youssef em decorrência de intermediação e serviços especializados deste na venda de suas ações na Guanhães Energia S/A para a Light Energia S/A, com intervenção a CEMIG Geração e Transmissão S/A. Juntou como prova os contratos e notas fiscais pertinentes, todos com suspeita de terem sido produzidos fraudulentamente. Alegou que Alberto Youssef seria ‘empresário que, à época, detinha conhecimento do setor elétrico e reconhecida expertise na área de assessoria comercial’. Aparentemente, trata-se de negócio que, embora suspeito, não estaria relacionado aos desvios na Petrobras.

    Ao escrever este parágrafo, o juiz Moro tratou, equivocadamente, a Lava Jato, como uma investigação sobre a Petrobras – ainda que inadvertidamente. Oficialmente, a Operação trata de um esquema de lavagem de dinheiro que tem como personagem central o doleiro Youssef. E é apenas isso que garante a sua permanência no Paraná. Se Moro pode investigar crimes cometidos na Petrobras, por que não na Cemig?

    Afinal, se Youssef trombou com uma história relacionada à Petrobras, dando origem ao ‘petrolão’, também seria necessário investigar outros casos de lavagem de dinheiro que envolveriam o doleiro, como, por exemplo, o ‘Cemigão’.

    Cemigão, Furnão

    Feito todo esse preâmbulo, nesta sexta-feira, ao apresentar sua lista de personagens que devem ser investigados em decorrência da Lava Jato, o procurador-geral da República incorreu no mesmo erro do juiz Sergio Moro. Tratou o caso como uma investigação relacionada à Petrobras – e não às atividades de Youssef.

    Janot decidiu arquivar o caso que envolve o senador Aécio Neves (PSDB-MG), citado por Youssef como beneficiário de propinas mensais pagas em Furnas, porque não estaria relacionado à Petrobras – embarcando, aparentemente, na tese de que Youssef só pode delatar supostos esquemas de corrupção que envolvem uma empresa da administração pública federal, sediada no Rio de Janeiro.

    “Todos os elementos existentes na investigação denominada Lava Jato indicam para a existência de esquema criminoso montado dentro da PETROBRAS, especialmente na Diretoria de Abastecimento, na Diretoria de Serviços e na Diretoria Internacional, contava com a relevante participação de grupos de políticos”, escreve Janot. “A referência que se fez ao Senador AÉCIO NEVES diz com supostos fatos no âmbito da administração de FURNAS. Assim, do que se tem conhecimento, são fatos completamente diversos e dissociados entre si.”

    O fato de serem fatos dissociados entre si não significa, no entanto, que sejam lícitos. Aliás, se fosse investigar apenas a Petrobras, ou o chamado ‘petrolão’, Janot deveria, evidentemente, ter mandado arquivar o caso do ex-governador e senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Até porque, caso ele tenha mesmo recebido R$ 1 milhão, como denuncia o ex-policial Jayme Alves, maleiro de Youssef, os recursos não seriam oriundos da Petrobras – mas de algum outro esquema.

    Alguém precisa dizer a Janot, urgentemente, que a Lava Jato não diz respeito à Petrobras, mas sim a um doleiro paranaense. Confinar sua atuação à Petrobras é o mesmo que fraudar a Justiça.

    http://www.brasil247.com/pt/247/poder/172437/O-erro-central-de-Janot-só-vale-se-for-na-Petrobras.htm

     

  7. Irrigação

    O presidente da Embrapa assina um interessante artigo sobre a irrigação e a gestão de recursos hídricos.  “A primeira urgência é a ampliação da comunicação em busca do diálogo e do entendimento sobre as melhores práticas na gestão dos recursos hídricos. A Agricultura tem sido apontada como uma das vilãs da crise hídrica, suposta consumidora de 70% das reservas de água. Crítica injusta, pois o percentual, bastante usado internacionalmente, não encontra sustentação na realidade brasileira. mais aqui

  8. Irrigação

    O presidente da Embrapa, Mauricio Antônio Lopes, assina artigo interessante falando sobre a irrigação e a gestão de recursos hídricos: A primeira urgência é a ampliação da comunicação em busca do diálogo e do entendimento sobre as melhores práticas na gestão dos recursos hídricos. A Agricultura tem sido apontada como uma das vilãs da crise hídrica, suposta consumidora de 70% das reservas de água. Crítica injusta, pois o percentual, bastante usado internacionalmente, não encontra sustentação na realidade brasileira. Mais aqui

  9. *

    Abertura de inquérito não representa juízo antecipado, diz Teori Zavascki

    Agência Brasil

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-03/abertura-de-inquerito-nao-representa-juizo-antecipado-diz-teori-zavascki

    Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado

    Em resposta às petições da Procuradoria-Geral da República (PGR) enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), com pedidos de abertura de inquéritos sobre pessoas citadas nos depoimentos em delação premiada da Operação Lava Jato, que investiga desvios de recursos da Petrobras, o ministro Teori Zavascki, do STF, disse que a abertura de inquérito não representa juízo antecipado sobre autoria e materialidade do delito. Zavascki é o relator do processo no Supremo.

    “Tais depoimentos não constituem, por si só, meio de prova, até porque, segundo disposição normativa expressa, nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador”, escreveu Teori em seu relatório divulgado sexta-feira 

    As decisões do ministro acatam pedido da PGR quanto à “suposta prática dos crimes de corrupção passiva qualificada e de lavagem de dinheiro”. Em todos os despachos, o ministro cita os políticos como “possivelmente implicados” na representação criminal formulada pala procuradoria-geral.

    Ao autorizar a abertura dos inquéritos, Teori determina também a quebra do sigilo dos procedimentos, a anexação dos documentos já levantados, a reautuação do processo, além do testemunho pessoal dos citados e realização de diligências específicas.

    O ministro estabeleceu um prazo de 30 para que os trabalhos de todas as diligências sejam concluídos, inclusive das que correrão no âmbito da Justiça Federal. O juiz Márcio Schiefler Fontes será o responsável pela condução do inquérito criminal nos casos das autoridades com foro privilegiado.

    Na lista tornada pública pelo ministro Teori, O PP tem o maior número de políticos citados nos depoimentos em delação premiada da Lava Jato e o de inquéritos abertos. Dos 21 pedidos de investigação aceitos pelo ministro, dez envolvem parlamentares e ex-deputados pepistas, incluindo João Alberto Pizzolatti Júnior (PP-SC), com quatro petições aceitas no STF.

    Por meio de nota pública, o PP diz que não compactua com atos ilícitos e confia na apuração da Justiça para que a verdade prevaleça nas investigações da Operação Lava Jato. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI), que também será investigado, deverá se manifestar quando tomar conhecimento dos autos.

    * A matéria foi alterada às 15p3 para inclusão de informação a respeito do prazo dos inquéritos

  10. *

    Mortalidade materna cai no Brasil, mas não atingirá meta da ONU

    Júlia Dias Carneiro, da BBC Brasil no Rio de Janeiro

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/03/150306_mortalidade_materna_jc_ru

    A tragédia da mortalidade materna vem atingindo menos mães a cada ano no Brasil, mas o ritmo de queda não será suficiente para que o país alcance até o fim do ano o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) neste quesito – e é mais lento do que seria possível e desejável, dizem especialistas.

    A altíssima taxa de cesáreas, o excesso de intervenções desnecessárias, a falta de treinamento de equipes especializadas e a proibição do aborto são alguns dos fatores apontados como barreiras para que o risco diminua mais no país.
    Em 2013, 65 mil mulheres morreram no Brasil por complicações ao dar à luz, durante ou após a gestação ou causadas por sua interrupção.
    De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem hoje 62 casos a cada 100 mil nascimentos.
    A meta estabelecida até o fim deste ano pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), da ONU, era chegar a uma taxa de 35 mortes por 100 mil nascimentos.
    De 1990 para cá, a taxa caiu quase pela metade, mas a redução não será suficiente para que se consiga cumprir a meta.

    “Provavelmente não chegaremos aos 35, mas todo o esforço está sendo feito para que continue a haver uma redução”, diz Teresa de Lamare, diretora do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde.
    Ela diz que a meta será atingida, ainda que seja necessário um prazo maior.
    “O importante é a tendência que estamos seguindo. O Brasil vem reduzindo a mortalidade materna e isso indica uma melhoria do sistema, qualidade da informação, equipes fortalecidas dentro do hospital e um pré-natal melhor”, diz ela, ressaltando ações que vêm sendo tomadas pelo Ministério da Saúde, sobretudo dentro da Rede Cegonha, criada em 2011

    Paradoxo perinatal

    De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema, a taxa média de mortalidade materna em países desenvolvidos era de 16 em 2003, enquanto em países em desenvolvimento pulava para 230. O avanço no Brasil foi considerado significativo.
    Sônia Lansky, coordenadora da Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, concorda que houve uma redução importante ao longo dos últimos 15 anos, mas considera o ritmo da queda incompatível com o desenvolvimento socioeconômico do país no período e com o nível de oferta do sistema de saúde.
    “É o paradoxo perinatal brasileiro. Apesar da intensa medicalização do parto, há persistência de elevados índices de mortalidade materna. O índice de acompanhamento pré-natal aumentou muito, é satisfatório; o parto é hospitalar, feito por profissionais habilitados. A questão que fica como desafio, portanto, é a qualidade.”
    A advogada Beatriz Galli ressalta o mesmo paradoxo, apontando que a cobertura pré-natal hoje abrange 91% das grávidas, e que 98% dos partos são realizados em hospitais, números que não parecem condizentes com taxas de mortalidade ainda altas.
    “Esta inconsistência sugere atenção pré-natal e ao parto de baixa qualidade”, diz ela, assessora de políticas para a América Latina do Ipas, ONG que atua globalmente na área de direitos humanos, sexuais e reprodutivos das mulheres.

    Entre os entraves para que os riscos para a mulher diminuam, considera Galli, estão a má-formação de profissionais, a falta de acesso a serviços qualificados de urgência e emergência e o excesso de uso de tecnologias sem evidências científicas de sua necessidade.

    Violência obstétrica

    “De dois anos para cá, temos discutido muito o conceito de violência obstétrica, que é um dos grandes responsáveis por mortes maternas no Brasil”, avalia Paula Viana, coordenadora da ONG Curumim, que trabalha com direitos sexuais e reprodutivos no Recife.
    Exemplos de violência obstétrica, para Viana, são o uso sem parcimônia de medicamentos como a ocitocina para acelerar o trabalho de parto vaginal – o que pode aumentar o risco de hemorragia; o modelo “hospitalizador” estabelecido como paradigma para o parto, com o médico no centro da equipe; e a falta de espaço para profissionais como enfermeiras obstetras e doulas – que abririam espaço para boas práticas com menores intervenções, por exemplo, recorrendo inicialmente a massagens e exercícios para aliviar a dor.
    As principais causas de mortalidade materna são hemorragia, hipertensão, infecção e aborto.
    Mas todos os especialistas consultados pela BBC Brasil são unânimes em dizer que a alta taxa de cesáreas no país é um dos vilões por trás dessas causas.
    De acordo com o obstetra Marcus Dias, professor da pós-graduação do Instituto Fernandes Figueira (IFF) e pesquisador da Fiocruz, o procedimento traz três vezes mais risco de morte materna do que o parto normal.

    “O Brasil tem um milhão de cesarianas desnecessárias todos os anos. Essa cifra significa que estamos expondo mulheres a um maior risco reprodutivo”, afirma. “Se for ter uma nova gestação, esta carrega um risco pela cicatriz uterina anterior.”

    Excesso de cesáreas

    A média de cesárias realizada por ano no Brasil é de 46,6%, mais de três vezes acima dos 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Na rede privada, a taxa chega a 85%.
    Sônia Lansky diz que é preciso descontruir o mito criado no Brasil de que cesáreas são melhores para a mulher.
    “É uma questão cultural brasileira que foi banalizada. Como se a cesariana diminuísse os riscos e aumentasse a segurança para a mulher. Mas ela tem efeitos adversos para a mãe e para o bebê, como o de não respeitar sua hora de nascer, o que está levando a um aumento de prematuros no Brasil.”

    Teresa De Lamare, do Ministério da Saúde, diz que o governo vem tomando diversas medidas mudar esse modelo, abarcadas pela Rede Cegonha, programa lançado em 2011 e que busca incentivar o parto normal assistir a mulher do planejamento familiar ao pós-parto.
    Ela ressalta também a parceria firmada com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS): em janeiro, a agência reguladora dos planos de saúde lançou resolução determinando que os percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais realizados por estabelecimento de saúde e por médico sejam informados às grávidas.
    A correta atenção pré-natal é essencial para reduzir o número de mortes causadas por síndromes hipertensivas. Além disso, para Paula Viana, a experiência de parteiras tradicionais deve ser mais bem aproveitada para colaborar com o sistema de saúde no diagnóstico precoce de complicações.
    De todos os fatores de risco, o aborto é o que menos depende do sistema de saúde, esbarrando na legislação que só permite o procedimento em caso de estupro, feto anencéfalo ou risco à saúde da mulher.

    Abortos

    As projeções variam, mas estima-se que entre 800 mil e 1,2 milhão de mulheres fazem abortos a cada ano, em casa ou em clínicas clandestinas. E dia sim, dia não, uma mulher morre porque o procedimento deu errado.
    “É muito perverso. Elas tomam a decisão sozinha, escondem da família, escondem do sistema de saúde. E se dá errado evitam procurar um hospital com medo de serem criminalizadas”, afirma Sônia Lansky, lembrando o caso recente em São Paulo em que um médico denunciou à polícia uma mulher que fizera um aborto, contrariando a ética médica de manter o sigilo próprio da relação com pacientes.
    A prática de denúncia por profissionais de saúde não é nova, diz Beatriz Galli.
    “Existe discriminação, estigma e violência institucional na atenção para mulheres em situação de aborto nos serviços de saúde, o que está relacionado à clandestinidade do aborto e à prática de denúncia das mulheres à polícia por parte de profissionais de saúde em serviços públicos brasileiros.”
    Teresa de Lamare afirma que o Ministério da Saúde preconiza que essas mulheres sejam atendidas, sem espaço para o juízo de valor.
    “Nossa preocupação é salvar vidas. As outras questões dizem respeito à Justiça. Nossa responsabilidade é que elas sejam bem atendidas.”

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