Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Redação

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  1. “HACIA el INFINITO”, Jane Hawking

    Do El País

    Jane e Stephen Hawking: a história de uma mente brilhante

    Frente a um filme rasteiro e um pouco tolo, ‘A Teoria de Tudo – A Extraordinária História de Jane e Stephen Hawking’ é um retrato preciso de uma relação complexa

    Stephen Hawking: “Raça humana terá que sair da Terra se quiser sobreviver”

     

    Dois ratos conversam em uma antiga filmoteca enquanto comem restos de celuloide e um deles diz ao outro: “pois eu gostei mais do livro”. Esse rato poderia muito bem estar comendo um pedaço de A Teoria de Tudo, o filme baseado na obra de Jane Hawking no qual ela conta sua relação com o físico mais famoso do momento. Frente a um filme rasteiro e um pouco tolo, A Teoria de Tudo – A Extraordinária História de Jane e Stephen Hawking é um retrato preciso de uma relação complexa que desde o no início estava fadada a terminar: “queStephen Hawking continuasse vivo 16 anos depois do diagnóstico fez dele um fenômeno médico”.

    Essa é a história de uma das mentes mais brilhantes no último terço do século XX em um dos corpos mais devastados. Tão devastado que em 1963 deram-lhe dois anos de vida e ele continua aí, brilhante em seu trabalho científico, sem renunciar ao humor, montado sobre seu ego e seu gosto pela publicidade, de acordo com o relato da primeira de suas três esposas que, durante 25 anos foi sua enfermeira, gerente, companheira e muito mais, mas não sua confidente. Essa incapacidade de falar sobre o que não fosse “a deusa física”, que, segundo a autora, Hawking herdou de sua família, levantou algumas barreiras no relacionamento e acabou tornando-a impossível. Uma enfermeira fofoqueira e pouco escrupulosa e um músico amável, um de cada lado do casal, também contribuíram para a ruptura.

    Este livro é o segundo que Jane Hawking escreveu sobre a relação com o cosmólogo. O primeiro, Music to Move the Stars: A Life with Stephen (não traduzido para o português; na Amazon, as edições custam a partir de 602 reais) foi escrito em 1999, nove anos depois da separação e quatro do divórcio. Esta nova redação, publicada originalmente em 2008, deu origem ao edulcorado roteiro do filme.

    O livro, no entanto, é mais verdadeiro. O relato das dificuldades dos primeiros anos, especialmente as econômicas –derivadas dos enormes gastos causados pela doença do neurônio motor que Hawking padece–, poderia se parecer com centenas de narrativas, mas esta se refere ao físico mais influente do fim do século passado. A publicação do best-seller Uma Breve História do Tempo permitiu à família viver com mais folga, mas isso não impediu que Jane Hawking, ativista de muitas causas, continuasse se queixando do abandono dos vários governos britânicos, principalmente o de Margaret Thatcher, e de uma saúde pública desmantelada. Um pouco de divulgação científica, um pouco de desmitificação do herói, um pouco de problemas com a família dele e muito amor e humor compõem este interessante retrato de um casal como todos, ou seja, muito especial.

     

     

     

  2. CHORINHO BOMBANDO NO JAPÃO
    2 out 2015O GloboPEDRO MANSUR pedro. mansur@ oglobo.com. br

    ‘Tem mais choro no Japão que bossa no Brasil’

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    Kayo Yoshimura, flautista
    Integrante da Banda Filarmônica do Rio, japonesa que trocou a música clássica pelo gênero de Pixinguinha veio várias vezes ao país até conseguir se mudar para cá

    “Tenho 40 anos e estudo música desde os 3. Comecei no piano e fui para a flauta na adolescência. Estou no Brasil há quase três anos. Deixei minha vida no Japão para vir aprender o choro, ritmo pelo qual me apaixonei na primeira visita ao país. Não há nada igual: a música japonesa até tem ritmo, mas não tem pandeiro”

    CUSTODIO COIMBRA

    Conte algo que não sei.

    Tem mais roda de choro no Japão que bossa nova no Brasil. Aqui vocês só têm bossa nova para turista. E a popularidade da música brasileira no Japão é entre japoneses mesmo, não entre imigrantes do Brasil. Até na minha cidade, Osaka, tem choro.

    Quando nasceu sua paixão pelo Brasil e por sua música?

    Em 2004, quando vim para cá como turista, por duas semanas, e vi um sujeito tocando samba solo na bateria apenas. Foi amor à primeira vista. Na hora eu pensei: “O que que é isso? É lindo!” O coração bateu mais rápido. Aí, descobri o choro, e vi que era onde uma flautista poderia se enquadrar. Voltei em 2006 e fiquei seis meses investindo nisso.

    A decisão de largar tudo pelo choro foi imediata?

    Sim, eu estava decidida, queria aprender a tocar daquele jeito. Só não tinha dinheiro. Tive que voltar ao Japão. Não é barato mudar de país sem emprego garantido. Toquei flauta em casamentos, festas de empresas, trabalhei no correio recebendo pacotes na recepção…

    Que dificuldade…

    Achei que ia conseguir retornar logo, mas demorou. Fui voluntária internacional. Em Vanuatu, uma ilha pequenininha no Pacífico, ensinei música, numa faculdade de Educação, para professores se habilitarem a ensinar as crianças. Foi lindo. As pessoas queriam aprender. É difícil dar errado assim. E faltavam luz, material. Eu comprava tudo do meu bolso.

    E aí, voltou ao Brasil. Conseguiu logo um emprego?

    Depois de sete anos, finalmente, consegui. Fiquei em contato com os amigos e comecei a aprender português pelo Skype. Cheguei em São Paulo em janeiro de 2013. Não aguentei dois meses. Vim para o Rio. Conheci outra flautista japonesa e comecei a estudar.

    Porque o choro? Só por causa da flauta?

    Não, é que o ritmo é apaixonante. Música japonesa tem ritmo, mas não tem pandeiro (risos). Acho que gosto do pandeiro. Ah, é uma pergunta difícil! Gosto porque gosto. Por que você se apaixona? A melodia, a improvisação, e eu podia participar. Estava cansada do clássico e não conseguia lidar com as dificuldades do jazz.

    Como foi parar na Banda Filarmônica do Rio?

    Foi uma grande coincidência. No começo de 2014, estava na fila do supermercado. Brasileiro adora conversar em fila. Eu achava, e ainda acho, chato, estranho demais. Um senhor puxou papo, eu tentei evitar, mas ele insistiu: “Ah, você é japonesa? Eu já fui ao Japão, sou músico etc”. Aí, eu me interessei, né? Quase disse: “Por favor, me ajuda, me arranja onde tocar, onde fazer música!”. Não disse, mas ele entendeu. E não é que ele arranjou? Fiz a prova, passei, e, no primeiro ensaio, já me chamaram para um CD, que deve sair em novembro. Ainda bem que brasileiro gosta de conversar na fila!

    Há 11 anos você ouviu aquele samba e veio. Nunca se arrependeu?

    Não, eu estou fazendo a minha música! É difícil fazer dinheiro, mas estou bem. O Rio é diferente de tudo, tem sol e sombra, vento e mar. No Japão, o verão é horrível, grudento. As coisas são devagarinho, são certas, na hora. No Rio, pode atrasar, mas as coisas correm, o ônibus sai correndo, o táxi sai voando. Um dia, vou voltar para o Japão. Mas, por enquanto, não.

     

  3. Aécio: Savassi já era!

    Viagens de Aecím ao Rio serão investigadas

        publicado 02/10/2015 no Conversa Afiada Tucano usou aviões oficiais para ir 124 vezes de MG ao RJ.bessinha abobrinha do aecio

    Como se sabe, Aecím usou aviões oficiais para ir 124 vezes ao Rio de Janeiro nos sete anos e três meses que governou Minas Gerais (2003-2010).

    Nas contas de Janio de Freitas, o então governador passou um ano no Rio.

    Agora será investigado.

    Saiu no Estadão:

    Promotoria investiga viagens de Aécio ao Rio de Janeiro

    Senador tucano utilizou aeronaves oficiais para realizar 124 viagens à cidade no período em que governou MG, entre 2003 e 2010.

    São Paulo – O Ministério Público de Minas Gerais instaurou um procedimento prévio para apurar a informação de que o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), utilizou aeronaves oficiais para realizar 124 viagens ao Rio de Janeiro no período em que governou o Estado, entre 2003 e 2010. Em termos jurídicos, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte abriu na quinta-feira passada uma “notícia de fato” para investigar o caso.

    A notícia de fato é o primeiro passo da investigação, que pode resultar ou não na instauração de um inquérito civil. O procedimento foi aberto com base em reportagem do jornal Folha de S.Paulo. O relatório que lista as viagens de Aécio foi produzido pelo governo de Minas, atualmente comandado pelo petista Fernando Pimentel.

    Os registros das viagens foram enviados no início de setembro pelo governo mineiro à Assembleia Legislativa a partir de requerimento do deputado Gustavo Valadares (PSDB), aliado de Aécio. OBS DE IRENE RIR: 1 – A linha de defesa dos advogados do Aécio será a de que Belo Horizonte não tem  praia e nenhum bairro chamado Baixo Leblon. E que Aécio já está enjoado da Savassi, bairro nobre de BH. 2 – A administração de Aécio só não foi pior porque ele recebeu para governar por 4 anos, mas só governou por 3, segundo as contas feitas por Janio de Freitas. Portanto, Minas saiu ganhando: o prejuízo poderia ter sido muito maior.

  4. *

    Países do Brics partilham sistema de mídia que defende interesses da elite, diz pesquisadora

    Opera Mundi

    http://operamundi.uol.com.br/conteudo/entrevistas/41751/paises+do+brics+partilham+sistema+de+midia+que+defende+interesses+da+elite+diz+pesquisadora.shtml]

    Dodô Calixto | Rio de Janeiro – 02/10/2015 – 06h00

    Raquel Paiva, coordenadora de estudo que mapeia a mídia no bloco emergente e professora da UFRJ, aponta similaridades do jornalismo nos cinco paísesRaquel Paiva é a pesquisadora responsável por coordenar o núcleo brasileiro de pesquisa que faz um mapeamento da mídia nos Brics. Em entrevista a Opera Mundi, a professora de comunicação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) apresentou os primeiros resultados do estudo comparativo do Brasil com Rússia, Índia, China e África do Sul.

    Reprodução/UFRJ

    Raquel Paiva é professora titular da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

    A perspectiva inicial é que os problemas de concentração e os interesse econômicos e políticos a frente dos veículos de comunicação é uma questão em comum entre os países do bloco emergente.Na esteira do crescimento dos Brics, Raquel acredita no esforço conjunto de grupos de pesquisa, profissionais e sociedade civil para que o bloco emergente possa também representar um novo modelo comunicacional contra-hegemônico.

    Opera Mundi: Por que é importante discutir mídia e comunicação social na perspectiva dos Brics? O que há em comum entre os países que compõe o bloco em termos de comunicação?
    Raquel Paiva: Acredito que da mesma maneira que se discutem outras variáveis com relação a este bloco que se iniciou e se consolidou a partir principalmente do viés econômico, outras forças também passam a ser elencadas como passíveis de discussão. Até mesmo questões que estejam de fato relacionadas à vida de suas populações e à solução de problemas seculares. A comunicação social em todas as abordagens é fundamental neste contexto.

    De comum entre os países que compõe este bloco acho que há principalmente o sofrimento da maior parte da população, a existência de castas e elites transnacionais, um sistema de mídia que defende os interesses dessa elite politica e econômica, concentração de veículos, uma legislação restritiva de produção e um avanço tecnológico que pode interferir de maneira decisiva nessa concentração dos centros produtores de informação e entretenimento.

    OM: Enquanto bloco emergente, você acredita que os países que integram os Brics podem apresentar contribuições para pensar a comunicação para além de uma lógica hegemônica? Ou seja, é possível pensar em novas formas de produção que nascem na esteira de uma nova organização mundial? 
    RP: Bom acho que sim, é possível idealizar e mesmo gestar novas formas de comunicação. Mas até agora constatamos a presença do mesmo modelo e com uma censura forte que se não é politica, mas é econômica. Não sei exatamente se estas novas possibilidades discursivas surgiriam a partir de um novo bloco governamental, mas acredito firmemente que grupos de pesquisa, de professores, de jornalistas desse bloco capazes de dialogar podem sim gestar novas possibilidades informacionais e comunicacionais.[video:https://www.youtube.com/watch?v=4r3fqjHTeXo align:center]OM: Você poderia explicar em termos gerais a pesquisa que você coordena no Brasil? Como ela se integra com o que os colegas de outras universidades dos Brics estão desenvolvendo. O que é particular ao Brasil pensando no bloco?

    RP: A pesquisa, financiada pela Academia de Ciências da Finlândia, tem um grande jornalista e pesquisador importante na área como condutor: Kaarle Nordestreng. Desde 2012, temos trabalhado em conjunto no sentido de estabelecer focos de pesquisa, metodologias capazes de fazer dialogar estruturas comunicacionais aparentemente tão distantes uma das outras. O primeiro trabalho foi de análise da profissão do jornalista nos países deste bloco. A pesquisa obedeceu a uma metodologia bastante rígida de entrevistas com profissionais de quatro cidades com perfil previamente determinado. Foram 144 entrevistas em cada país e os dados encontrados foram bem semelhantes aos das demais pesquisas realizadas recentemente no país. Ou seja, uma profissão exercida cada vez pelos mais jovens, não filiados a sindicatos, salários baixos, com diploma de jornalismo e ainda acreditando na função social do jornalismo e alguns dados mais específicos da pesquisa como filiação, opinião sobre censura, protestos, uso de novas ferramentas como as redes sociais,produção de matéria paga, etc.

    OM: Quais são os próximos passos para a pesquisa?
    RP: A segunda pesquisa está sendo realizada sobre sistemas de mídia em cada um dos países, também teremos ainda uma incursão sobre a produção ficcional. Esta primeira etapa do projeto estará concluída no próximo ano. Estamos agora também em fase de elaboração das novas metas do projeto para os próximos quatro anos. Eu acredito que tem sido fundamental para todos nós envolvidos no  projeto, professores e pesquisadores nos países que integram o bloco. O trabalho coletivo e as trocas de conhecimento têm sido fenomenal. Acredito que devemos pensar em sermos daqui para frente mais propositivos, trabalhando com cenários e propondo novos formatos de comunicação. Eu tenho falado com muita frequência com os colegas da possibilidade de criação de uma agência de noticias (dos Brics). Pode parecer um sonho, mas acho cada vez mais viável.

    Cada país tem uma linha de pesquisa que adota, principalmente marcada pelos estudos anglo-americanos. A pesquisa na área da comunicação no Brasil recebeu também uma forte influência francesa e isso consolidou seu aspecto crítico e criativo.  Eu continuo achando que a pesquisa brasileira, pelo menos na área da comunicação que eu conheço de perto, é de ponta. Conseguimos gerar uma produção empírica, de análise dos fenômenos, mas ao mesmo tempo com critica, analítica e interpretativa. E temos conseguido inserir essa perspectiva nas discussões com o grupo.

    (*) Raquel Paiva, professora titular da Escola de Comunicação da UFRJ, pesquisadora 1A do CNPq, coordenadora do Laboratorio de Comunicação Comunitária – LECC

  5. Marcelo Tas amiguinho da Hillary Clinton.

    http://m.folha.uol.com.br/mundo/2015/10/1689273-marcelo-tas-vira-assunto-entre-equipe-de-hillary-clinton.shtml?mobile

     

    Marcelo Tas vira assunto entre equipe de Hillary Clinton

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    DE SÃO PAULO

    02/10/2015 02h00

    O apresentador Marcelo Tas virou assunto de e-mails trocados por assessores de Hillary Clinton com a então secretária de Estado em 2011.

    O motivo? Tas repassou, em sua conta no Twitter, uma mensagem do então assessor de Hillary para Inovação, Alec Ross. Ross narrou o feito em e-mail de agosto de 2011 a Thomas Shannon, então embaixador dos EUA.

     Reprodução/GNT O apresentador Marcelo Tas: 'A novidade é o Estado americano me achar relevante'O apresentador Marcelo Tas: ‘A novidade é o Estado americano me achar relevante’

    “Você já me ouviu falar sobre como devemos cultivar ‘influenciadores de mídias sociais’ com o objetivo de validar e amplificar nossa mensagem”, disse Ross.

    O assessor conta então que Tas foi convidado para um “café” por iniciativa da Embaixada meses antes durante uma visita ao Brasil.

    “Nesta manhã, publiquei algo sobre Síria no meu Twitter. Tas pegou [o tuíte], reescreveu em português e então o disseminou para os seus quase 2 milhões de seguidores no Twitter”, disse.

    “O mais importante é que eles não pensam que isso seja algo que o governo dos EUA está colocando, mas sim o Marcelo Tas”, completou.

    A troca de e-mails chegou a Hillary, que celebrou: “É um bom exemplo”.

    Tas, hoje com 8 milhões de seguidores, diz que Ross não lhe pediu para publicar nada. “A gente conversou sobre mídias sociais, assunto em que ele é especialista.”

    A celebração de seu tuíte por assessores é “normal”, diz o apresentador. “A novidade é o Estado americano me achar relevante.”

     

  6. Reajuste do Judiciário: a verdade

    Reajuste do Judiciário: a verdade

    Wagner Pimenta
    Ex-presidente do TST

    Na verdade, nem mais o termo reajuste se enquadra bem na situação. O que ora buscam os funcionários é, tecnicamente, mais uma recomposição salarial correspondente à inflação no período de 2006 a 2015. Já quase 10 anos de lutas para ter os proventos do Judiciário equiparados aos dos outros poderes, que realmente obtiveram reajustes periódicos. Eles têm a chave do cofre, o Judiciário, não. O Judiciário é um poder inerme, dependente quando se trata de matéria orçamentária.

    A interferência do Executivo na deliberação do Congresso Nacional, que transformou em projeto de lei o texto que lhe enviou o Supremo Tribunal Federal, concedendo o reajuste aos funcionários do Judiciário, estremece o tripé em que se fundamenta a democracia. É um poder tirando o poder dos outros dois.

    Quando se afirma que o PLC 28 concede aumentos que vão de 53% a 78,56%, é preciso que os números sejam examinados com cautela. Os que atacam a medida se prendem à última cifra e fazem alarde. Para os que já tomaram partido contra o Judiciário, não interessaria mencionar um dado importante: o reajuste de 78,56% se aplicaria apenas aos que se iniciariam em uma carreira extinta (o nível A1 de auxiliar judiciário). Os 14 funcionários — e nada mais que isso! — nela remanescentes não estão no início.

    A média do reajuste é, portanto, da ordem de 53%. O gasto decorrente de sua execução não seria de R$ 25 bilhões, ou até mais, como propalam os artilheiros do Executivo e os inevitáveis palpiteiros. Para uma análise isenta, considere-se, primeiramente, que o Orçamento não é cumulativo. Então a divisão do gasto seria a seguinte: em 2015, R$ 1,5 bilhão; R$ 5,3 bilhões em 2016; R$ 8,4 bilhões em 2017 e R$ 10,5 bilhões em 2018, quando o Plano seria integralmente implementado. Aí a espera já seria de 12 anos.

    Já estava até passando da hora de dizer que o Judiciário é superavitário, ou seja, arrecada para os cofres públicos mais do que gasta. Em um dos planos que esboçou — gorados como tantos outros —, a presidente até mencionou que se poderia meter a mão em R$ 24 bilhões de depósitos judiciais.

    E agora a presidente vetou o PLC 28 e está jogando todos os dados para que o veto seja mantido. Numerosos parlamentares, que antes votaram a favor do reajuste, foram “convencidos” a virar a casaca. Não se importam com os olhares que neles estão cravados, nem é preocupação deles que provoquem o condenável trancamento da pauta do Congresso. É a obediência ao farinha pouca, meu pirão primeiro.

    http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2015/09/30/internas_economia,500648/reajuste-do-judiciario-a-verdade.shtml

  7. O prejuízo causado por nosso modelo urbano falido.
    Brasil perde R$ 156,2 bilhões do PIB com a morosidade do trânsito em São Paulo02 de outubro de 2015

    José Tadeu Arantes  |  Agência FAPESP –

    Quanto custa ficar parado no trânsito em São Paulo? Esta pergunta foi respondida com precisão. “Hoje, pessoas que trabalham fora de casa Brasil perde R$ 156,2 bilhões do PIB com a morosidade do trânsito em São Paulo02 de outubro de 2015

    José Tadeu Arantes  |  Agência FAPESP – Quanto custa ficar parado no trânsito em São Paulo? Esta pergunta foi respondida com precisão. “Hoje, pessoas que trabalham fora de casa gastam em média 100 minutos do dia na ida e volta entre os locais de moradia e de trabalho. Considerando as características estruturais da Região Metropolitana de São Paulo e os padrões de mobilidade verificados em outras cidades do país, seria possível reduzir esse intervalo de tempo em até meia hora.

    O aumento de produtividade resultante faria o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que atingiu o patamar de R$ 5,5 trilhões em 2014, crescer aproximadamente 2,83% — ou seja, R$ 156,2 bilhões. E isso acarretaria um adicional de R$ 97,6 bilhões no consumo da população brasileira.”

    O raciocínio é do economista Eduardo Haddad, professor titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Ele coordenou a pesquisa “Mobilidade, acessibilidade e produtividade: nota sobre a valoração econômica do tempo de viagem na Região Metropolitana de São Paulo”.

    A pesquisa contou com o apoio da FAPESP por meio do projeto de auxílio regular “Modelagem integrada de sistemas econômicos metropolitanos”  e de uma bolsa de pesquisa no exterior “Sistemas econômicos urbanos”.

    “Os maiores obstáculos para que a redução do tempo nas locomoções seja obtida, com todo o benefício econômico que isso acarretaria, é a grande dependência ao uso do automóvel e o tamanho descomunal da frota de veículos em circulação na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Essa frota, que se tornou excessiva para a infraestrutura viária existente, alcançou, em julho de 2015, o montante de 8.357.762 veículos [Fonte: Departamento Nacional de Trânsito – Denatran]”, disse Haddad àAgência FAPESP.

    Como a população da RMSP foi estimada em 21.090.791 habitantes em agosto de 2015 [Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE], a combinação dos dois números fornece a média de 1 veículo para 2,5 habitantes. No município de São Paulo, que concentra a maior parte da frota, a média é de 1 veículo para menos de 2,2 habitantes.

    Apenas para efeito de comparação, a população da cidade de Nova York foi estimada em 8.491.079 habitantes em 2014 [Fonte: City of New York – Department of City Planning]. Portanto, o número de veículos na Região Metropolitana de São Paulo é quase igual ao número de pessoas na cidade de Nova York.

    A frota da Região Metropolitana de São Paulo distribui-se em 5.267.392 veículos no município de São Paulo e 3.090.370 veículos nos demais municípios que compõem a RMSP. “Na última década, a população do município de São Paulo aumentou 6,6%, enquanto sua frota de automóveis de passeio cresceu 48,2%. No mesmo período, a rede viária (avenidas e ruas) do município praticamente não mudou, o que significa que passou a ser ocupada por um número muito maior de veículos. O número de automóveis de passeio por quilômetro quadrado no município aumentou de 3.765, em 2005, para 5.579, em 2015”, informou o pesquisador.

    Horários de pico

    A maior concentração de veículos, gerando lentidão do tráfego ou congestionamentos, ocorre nos dois horários de pico, no início da manhã e no final da tarde, que são justamente os horários de deslocamento da grande maioria dos trabalhadores. De acordo com os dados do último Censo Demográfico do IBGE, de 2010, dos 6,36 milhões de trabalhadores atuantes no município de São Paulo, quase 1 milhão residia fora da capital paulista. Na mesma data, 170 mil trabalhadores paulistanos precisavam se deslocar em sentido contrário, para alcançar seus locais de trabalho em outros municípios.

    “Na maior parte das sub-regiões que compõem a RMSP, a oferta de empregos é menor do que a população em idade ativa. A grande exceção ocorre no chamado ‘centro expandido’, compreendido entre as vias marginais dos rios Tietê e Pinheiros. Com mais de 1 milhão de postos de trabalho excedentes, o ‘centro expandido’ é a principal bacia de empregos da RMSP, tornando-se, assim, o ponto focal dos deslocamentos diários dos trabalhadores, com lentidão ou congestionamentos nas principais vias que o conectam às demais áreas”, afirmou Haddad.

    Além disso, o município de São Paulo apresenta um terceiro horário de pico, pois muitos trabalhadores aproveitam a hora do almoço para cuidar de seus interesses pessoais. E, como grande parte utiliza o automóvel para se deslocar, isso provoca um expressivo adensamento do trânsito nesse horário.

    Um quadro comparativo dos tempos médios de deslocamento em várias regiões metropolitanas do mundo foi composto, em 2014, pelo Toronto Region Board of Trade, do Canadá. E mostrou que o tempo médio de deslocamento em São Paulo é maior do que em Tóquio, Nova York, Londres, Paris e Madri, e ligeiramente menor do que em Xangai, na China. A Cidade do México é o lugar onde essa variável alcança o maior valor: 142 minutos. Mas é preciso levar em conta que 4 milhões de trabalhadores se deslocam diariamente para a Cidade do México a partir de outros municípios – um número quatro vezes maior do que o registrado em São Paulo.

    A pesquisa coordenada por Eduardo Haddad procurou quantificar o impacto econômico da morosidade do trânsito na Região Metropolitana de São Paulo. “Primeiro estabelecemos as características estruturais da RMSP, considerando dados como área do território, área urbanizada, tamanho da população, níveis de renda da população, preços dos imóveis nas várias sub-regiões, quantidade e densidade dos postos de trabalho, salário médio dos trabalhadores etc. Depois, levando em conta essa estrutura, estimamos um tempo de locomoção que poderíamos classificar como ‘normal’. Esse tempo é da ordem de 70 minutos. Mas o tempo real excede em aproximadamente meia hora o valor esperado, chegando a cerca de 100 minutos. O diferencial é o que se chama no jargão técnico de ‘excesso de fricções de mobilidade’”, explicou o pesquisador.

    Fricções de Mobilidade

    O passo seguinte foi calcular como esse “excesso de fricções de mobilidade” afeta a produtividade dos trabalhadores [são definidos como “trabalhadores”, no caso, todas as pessoas que trabalham fora de casa]. E como sua eventual eliminação se traduziria em acréscimo de produtividade e correspondente aumento do PIB e do consumo.

    “Sabemos que maior tempo de deslocamento acarreta menor produtividade, porque as pessoas tendem a chegar mais tarde e sair mais cedo do trabalho, e já chegam aos locais de trabalho cansadas, devido ao esforço despendido no trânsito”, argumentou Haddad.

    Isso é fácil de perceber. Mas existe também outro fator, não tão facilmente perceptível, mas talvez até mais importante. “É que tempos de deslocamento mais curtos geram um mercado de trabalho mais denso, isto é, com maior número de trabalhadores potenciais a uma dada distância de cada local de trabalho. E isso acarreta um dos efeitos benéficos da chamada ‘economia de aglomeração’, que é o fato de os trabalhadores terem mais opções para encontrar os empregos de sua preferência e de as firmas terem mais opções de contratar os trabalhadores de que necessitam”, prosseguiu o pesquisador.

    Tempos de deslocamento mais curtos aumentam as opções de escolha tanto dos trabalhadores quanto das firmas, favorecendo os dois lados da moeda do mercado de trabalho. E isso aumenta a produtividade.

    “Nossos cálculos permitiram estabelecer que, se a meia hora a mais no tempo de deslocamento dos trabalhadores fosse eliminada, o ganho médio de produtividade seria de aproximadamente 15,7%. Dependendo da maior ou menor distância entre os locais de residência e os locais de trabalho, o adicional de produtividade variaria de 12,6% a 18,9%. E esse acréscimo de produtividade causaria um aumento de 2,83% no PIB nacional, com o correspondente crescimento no nível de consumo dos trabalhadores”, disse Haddad.

    “A cidade de São Paulo absorveria aproximadamente 50% de todo esse benefício, com um aumento de 10,94% do PIB municipal. Considerando a Região Metropolitana de São Paulo em seu conjunto, teríamos um aumento de 12,89% do PIB regional e de 18,53% do consumo dos habitantes”, informou o pesquisador.

    Integração de modelos de grande escalas

    O que sua pesquisa fez foi aquilo que, na linguagem técnica, é chamada de “integração de modelos de grande escala”. No caso, foram integrados três modelos: o modelo de demandas de viagens, que combina informações sobre os deslocamentos das pessoas com o levantamento da infraestrutura física da rede (rotas de ônibus, de metrô, de automóveis etc.); o modelo de produtividade, estabelecendo relações quantitativas entre estrutura da cidade, características dos trabalhadores e produtividade; e o modelo macroespacial de equilíbrio geral computável, que transforma produtividade em impactos de ordem superior, como PIB e consumo.

    “Para fazer esse levantamento, cruzamos dois grandes conjuntos de dados: os dados do último Censo Demográfico do IBGE, de 2010; e os dados da Pesquisa de Origem e Destino, realizada pelo Metrô de São Paulo em 2007, compatibilizados com os valores de 2010”, detalhou Haddad. A pedido da Agência FAPESP, o pesquisador extrapolou posteriormente os resultados com base em estimativas numéricas de 2014, produzindo um quadro bem próximo da situação atual. 
     

    VOLTAR

    em média 100 minutos do dia na ida e volta entre os locais de moradia e de trabalho. Considerando as características estruturais da Região Metropolitana de São Paulo e os padrões de mobilidade verificados em outras cidades do país, seria possível reduzir esse intervalo de tempo em até meia hora.

    O aumento de produtividade resultante faria o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que atingiu o patamar de R$ 5,5 trilhões em 2014, crescer aproximadamente 2,83% — ou seja, R$ 156,2 bilhões. E isso acarretaria um adicional de R$ 97,6 bilhões no consumo da população brasileira.”

    O raciocínio é do economista Eduardo Haddad, professor titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Ele coordenou a pesquisa “Mobilidade, acessibilidade e produtividade: nota sobre a valoração econômica do tempo de viagem na Região Metropolitana de São Paulo”.

    A pesquisa contou com o apoio da FAPESP por meio do projeto de auxílio regular “Modelagem integrada de sistemas econômicos metropolitanos”  e de uma bolsa de pesquisa no exterior “Sistemas econômicos urbanos”.

    “Os maiores obstáculos para que a redução do tempo nas locomoções seja obtida, com todo o benefício econômico que isso acarretaria, é a grande dependência ao uso do automóvel e o tamanho descomunal da frota de veículos em circulação na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Essa frota, que se tornou excessiva para a infraestrutura viária existente, alcançou, em julho de 2015, o montante de 8.357.762 veículos [Fonte: Departamento Nacional de Trânsito – Denatran]”, disse Haddad àAgência FAPESP.

    Como a população da RMSP foi estimada em 21.090.791 habitantes em agosto de 2015 [Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE], a combinação dos dois números fornece a média de 1 veículo para 2,5 habitantes. No município de São Paulo, que concentra a maior parte da frota, a média é de 1 veículo para menos de 2,2 habitantes.

    Apenas para efeito de comparação, a população da cidade de Nova York foi estimada em 8.491.079 habitantes em 2014 [Fonte: City of New York – Department of City Planning]. Portanto, o número de veículos na Região Metropolitana de São Paulo é quase igual ao número de pessoas na cidade de Nova York.

    A frota da Região Metropolitana de São Paulo distribui-se em 5.267.392 veículos no município de São Paulo e 3.090.370 veículos nos demais municípios que compõem a RMSP. “Na última década, a população do município de São Paulo aumentou 6,6%, enquanto sua frota de automóveis de passeio cresceu 48,2%. No mesmo período, a rede viária (avenidas e ruas) do município praticamente não mudou, o que significa que passou a ser ocupada por um número muito maior de veículos. O número de automóveis de passeio por quilômetro quadrado no município aumentou de 3.765, em 2005, para 5.579, em 2015”, informou o pesquisador.

    Horários de pico

    A maior concentração de veículos, gerando lentidão do tráfego ou congestionamentos, ocorre nos dois horários de pico, no início da manhã e no final da tarde, que são justamente os horários de deslocamento da grande maioria dos trabalhadores. De acordo com os dados do último Censo Demográfico do IBGE, de 2010, dos 6,36 milhões de trabalhadores atuantes no município de São Paulo, quase 1 milhão residia fora da capital paulista. Na mesma data, 170 mil trabalhadores paulistanos precisavam se deslocar em sentido contrário, para alcançar seus locais de trabalho em outros municípios.

    “Na maior parte das sub-regiões que compõem a RMSP, a oferta de empregos é menor do que a população em idade ativa. A grande exceção ocorre no chamado ‘centro expandido’, compreendido entre as vias marginais dos rios Tietê e Pinheiros. Com mais de 1 milhão de postos de trabalho excedentes, o ‘centro expandido’ é a principal bacia de empregos da RMSP, tornando-se, assim, o ponto focal dos deslocamentos diários dos trabalhadores, com lentidão ou congestionamentos nas principais vias que o conectam às demais áreas”, afirmou Haddad.

    Além disso, o município de São Paulo apresenta um terceiro horário de pico, pois muitos trabalhadores aproveitam a hora do almoço para cuidar de seus interesses pessoais. E, como grande parte utiliza o automóvel para se deslocar, isso provoca um expressivo adensamento do trânsito nesse horário.

    Um quadro comparativo dos tempos médios de deslocamento em várias regiões metropolitanas do mundo foi composto, em 2014, pelo Toronto Region Board of Trade, do Canadá. E mostrou que o tempo médio de deslocamento em São Paulo é maior do que em Tóquio, Nova York, Londres, Paris e Madri, e ligeiramente menor do que em Xangai, na China. A Cidade do México é o lugar onde essa variável alcança o maior valor: 142 minutos. Mas é preciso levar em conta que 4 milhões de trabalhadores se deslocam diariamente para a Cidade do México a partir de outros municípios – um número quatro vezes maior do que o registrado em São Paulo.

    A pesquisa coordenada por Eduardo Haddad procurou quantificar o impacto econômico da morosidade do trânsito na Região Metropolitana de São Paulo. “Primeiro estabelecemos as características estruturais da RMSP, considerando dados como área do território, área urbanizada, tamanho da população, níveis de renda da população, preços dos imóveis nas várias sub-regiões, quantidade e densidade dos postos de trabalho, salário médio dos trabalhadores etc. Depois, levando em conta essa estrutura, estimamos um tempo de locomoção que poderíamos classificar como ‘normal’. Esse tempo é da ordem de 70 minutos. Mas o tempo real excede em aproximadamente meia hora o valor esperado, chegando a cerca de 100 minutos. O diferencial é o que se chama no jargão técnico de ‘excesso de fricções de mobilidade’”, explicou o pesquisador.

    Fricções de Mobilidade

    O passo seguinte foi calcular como esse “excesso de fricções de mobilidade” afeta a produtividade dos trabalhadores [são definidos como “trabalhadores”, no caso, todas as pessoas que trabalham fora de casa]. E como sua eventual eliminação se traduziria em acréscimo de produtividade e correspondente aumento do PIB e do consumo.

    “Sabemos que maior tempo de deslocamento acarreta menor produtividade, porque as pessoas tendem a chegar mais tarde e sair mais cedo do trabalho, e já chegam aos locais de trabalho cansadas, devido ao esforço despendido no trânsito”, argumentou Haddad.

    Isso é fácil de perceber. Mas existe também outro fator, não tão facilmente perceptível, mas talvez até mais importante. “É que tempos de deslocamento mais curtos geram um mercado de trabalho mais denso, isto é, com maior número de trabalhadores potenciais a uma dada distância de cada local de trabalho. E isso acarreta um dos efeitos benéficos da chamada ‘economia de aglomeração’, que é o fato de os trabalhadores terem mais opções para encontrar os empregos de sua preferência e de as firmas terem mais opções de contratar os trabalhadores de que necessitam”, prosseguiu o pesquisador.

    Tempos de deslocamento mais curtos aumentam as opções de escolha tanto dos trabalhadores quanto das firmas, favorecendo os dois lados da moeda do mercado de trabalho. E isso aumenta a produtividade.

    “Nossos cálculos permitiram estabelecer que, se a meia hora a mais no tempo de deslocamento dos trabalhadores fosse eliminada, o ganho médio de produtividade seria de aproximadamente 15,7%. Dependendo da maior ou menor distância entre os locais de residência e os locais de trabalho, o adicional de produtividade variaria de 12,6% a 18,9%. E esse acréscimo de produtividade causaria um aumento de 2,83% no PIB nacional, com o correspondente crescimento no nível de consumo dos trabalhadores”, disse Haddad.

    “A cidade de São Paulo absorveria aproximadamente 50% de todo esse benefício, com um aumento de 10,94% do PIB municipal. Considerando a Região Metropolitana de São Paulo em seu conjunto, teríamos um aumento de 12,89% do PIB regional e de 18,53% do consumo dos habitantes”, informou o pesquisador.

    Integração de modelos de grande escalas

    O que sua pesquisa fez foi aquilo que, na linguagem técnica, é chamada de “integração de modelos de grande escala”. No caso, foram integrados três modelos: o modelo de demandas de viagens, que combina informações sobre os deslocamentos das pessoas com o levantamento da infraestrutura física da rede (rotas de ônibus, de metrô, de automóveis etc.); o modelo de produtividade, estabelecendo relações quantitativas entre estrutura da cidade, características dos trabalhadores e produtividade; e o modelo macroespacial de equilíbrio geral computável, que transforma produtividade em impactos de ordem superior, como PIB e consumo.

    “Para fazer esse levantamento, cruzamos dois grandes conjuntos de dados: os dados do último Censo Demográfico do IBGE, de 2010; e os dados da Pesquisa de Origem e Destino, realizada pelo Metrô de São Paulo em 2007, compatibilizados com os valores de 2010”, detalhou Haddad. A pedido da Agência FAPESP, o pesquisador extrapolou posteriormente os resultados com base em estimativas numéricas de 2014, produzindo um quadro bem próximo da situação atual. 
     

  8. Estratégia dos EUA: WikiLeaks para a América do Sul

    Do site RT

    Estratégia dos EUA: WikiLeaks América do Sul contempla “golpes de Estado ou assassinatos”

    Publicado: 2 de outubro de 2015 00:13 GMT WikiLeaks revela a estratégia dos EUA subversiva  para os países da Amercia LatinaWikiLeaks revela a estratégia dos EUA subversiva para os países da Amercia Latina / Daniel Leclair / Reuters

    A estratégia da política externa dos EUA Ele inclui um plano detalhado para derrubar os governos eleitos dos países latino-americanos se opôs ao estabelecimento de regimes neoliberais em plano América do Sul. Revelar documentos do WikiLeaks estudados por Alexander principal e Dan Beeton, o Centro de Pesquisa Econômica e Política, com sede em Washington.

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    No verão passado, o mundo viu como a Grécia tentou opor-se aos ditames de instituições internacionais que forçaram o país a aceitar um novo pacote de medidas de austeridade. A dívida do Estado grego não podia recusar-se a cumprir as ordens da Troika dos credores. Após o referendo  convocado pelo Governo de Alexis Tsipras, o BCE privou a economia grega de liquidez, o que intensificou a recessão e se tornou uma farsa o resultado da votação popular, de acordo com osite oficial  do centro.

    Um similar para a independência das nações batalha vem realizando na América do Sul nos últimos 15 anos. Enquanto Washington vem tentando destruir a “dissidência estado” em vários países usando as mesmas técnicas empregadas contra Atenas, a força da América Latina resistiu a pressão. Esta batalha épica travada principalmente escondido dos olhos dos cidadãos, foi reconstruída por meio do arquivo de documentos do Departamento de Estado dos EUA vazado por WikiLeaks. Alexander principal e Dan Beeton oferecer uma interessante reconstrução desses eventos em seu livro: “WikiLeaks: o mundo de acordo com o Império Americano”. 

    Os autores argumentam que o neoliberalismo foi imposto na América Latina antes de Berlim e Bruxelas humilhar a democracia na Grécia. Através de coerção por [jovens economistas latino-americanos que retornam aos seus países depois de estudar em os EUA] dos Chicago Boys ‘, Washington conseguiu se espalhar na América do Sul austeridade fiscal, desregulamentação, “livre comércio”, o privatização e da destruição do sector público desde meados de 1980. O resultado foi semelhante ao que foi visto na Grécia: o crescimento estagnado, o aumento da pobreza, a deterioração das condições de vida de milhões de pessoas e um número de novas oportunidades para os investidores internacionais e empresas multinacionais. Mas, em seguida, os candidatos contra o regime neocolonial começou a ganhar as eleições e para oferecer resistência à política externa dos EUA, a implementação de suas promessas de campanha de redistribuição social e redução da pobreza.

    De 1999 a 2008, estes candidatos venceu as eleições em Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia, Honduras, Equador, Nicarágua e Paraguai. Grande parte dos esforços do governo dos Estados Unidos para subverter a ordem democrática  nesses países e voltar a impor o regime neoliberal estão agora no domínio público graças a WikiLeaks  que revelou a verdade sobre a presidência de George W. Bush eo início de A presidência de Obama. Washington forneceu apoio estratégico e assistência material aos grupos de oposição, alguns dos quais eram anti-democrática e violenta. Os cabos também revelar a natureza ideológica dos emissários americanos dos neo Guerra Fria atualmente em desenvolvimento estratégias para a América do Sul. Os autores do livro também dizem que a mídia corporativa fazem parte da estratégia expansionista.

    O caso emblemático de Evo Morales na Bolívia 

    No final de 2005, Evo Morales  venceu as eleições presidenciais com a promessa de reformar a Constituição, garantir os direitos dos povos indígenas e luta contra a pobreza eo neoliberalismo. Em 3 de janeiro de 2006, dois dias após seu juramento, o novo presidente recebeu US Embaixador  David N. Greenlee, que explicou a visão de que a Casa Branca estava o futuro da Bolívia. Assistência multilateral para a Bolívia, de acordo com o embaixador, dependia de  “bom comportamento” do governo Morales. “[O embaixador] sublinharam a importância crucial das contribuições dos Estados Unidos a instituições financeiras internacionais como o Banco Internacional chave Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial eo Fundo Monetário Internacional (FMI)”, dos quais sobrevivência dependia da Bolívia. “Quando você pensa sobre o BID deve considerar EUA”, disse o embaixador. “Este não é chantagem, é a simples realidade”, disse ele. 

    Quando você pensa do Banco Internacional de Desenvolvimento dos Estados Unidos deve considerar Esta não é chantagem, é a realidade simples

    No entanto, Morales, de acordo com os cabos, manteve suas promessas de campanha sobre a regulação dos mercados de trabalho, a nacionalização dos hidrocarbonetos e cooperação com Hugo Chávez. Em resposta a essas ações Morales, Greenlee sugeriu um “menu de opções” para tentar forçar a Bolívia para dobrar a vontade do governo dos EUA  Algumas destas medidas foram: veto todos os empréstimos multilaterais em dólares, adiar plano de alívio da dívida multilateral, o financiamento desencorajar Millennium Challenge Corporation (que busca acabar com a pobreza extrema) e cortar o “apoio material” para as forças de segurança bolivianas.

    Poucas semanas depois de tomar posse, Morales anunciou o cancelamento do empréstimo com o FMI. Anos mais tarde, Morales aconselhados a Grécia e outros países europeus endividados a seguir o exemplo da Bolívia e “ditado economicamente livre do FMI.” O Departamento de Estado dos EUA reagiu financiando a oposição boliviana. As forças políticas da oposição na região Crescent começou a receber mais ajuda. De acordo com um  e-mail datado de Abril de 2007, o Ministério das Relações Exteriores dos EUA Ele considerou que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) “deve fortalecer os governos regionais como um contrapeso ao governo central”.

    O Departamento de Estado dos EUALevou a sério a possibilidade de um golpe de Estado na Bolívia ou o assassinato do presidente Evo Morales

     

    relatório  de 2007 referiu a USAID 101 concessões que totalizam$ 4066131  “para ajudar os governos departamentais operar de forma mais estratégica. O dinheiro da Casa Branca também foi destinado a grupos indígenas locais que eram” contra Visão Evo Morales de comunidades indígenas. “Um ano depois, os departamentos do Crescente estavam em rebelião aberta contra o governo de Morales e pediu um referendo sobre a autonomia no fundo de violentos protestos que terminaram vida de pelo menos vinte partidários do governo.

    Esta tentativa de golpe fracassou sob a pressão de todos os presidentes da América do Sul, os quais emitiram uma declaração conjunta de apoio ao governo constitucional da Bolívia. Mas EUA Ele não desiste e continuou a manter  comunicação constante  com os líderes do movimento separatista da oposição. De acordo com Alexander principal e Dan Beeton, contrariamente à sua posição oficial durante os acontecimentos de agosto e setembro de 2008, o Departamento de Estado dos EUA Ele levou a sério a possibilidade de um golpe de Estado na Bolívia ou o assassinato do presidente Evo Morales. “[O Comitê de Ação de Emergência] com o [Comando Sul dos EUA] desenvolve um plano de resposta imediata em caso de uma emergência súbita, como uma tentativa de golpe ou a morte do presidenteMorales”, diz ele correio  da Embaixada dos EUA em La Paz. 

    “Promoção da democracia”. 

    Alguns dos métodos implementados interferência na Bolívia, posteriormente, também aplicado em outros países com governos fortes ou movimentos de esquerda. Por exemplo, após o retorno ao poder dos sandinistas na Nicarágua, em 2007, a Embaixada dos Estados Unidos Manágua lançou um programa intensivo de partido da oposição de direita apoio, a Aliança Liberal Nicaragüense (ALN).

    “Threat Bolivariana ‘

    Durante a Guerra Fria, a ameaça da União Soviética ea expansão do comunismo cubano serviu para justificar intervenções políticas incontáveis ​​EUA a fim de eliminar líderes de esquerda e implementar regimes militares de direita. Da mesma forma, vazamentos WikiLeaks  mostram que na década de 2000 o fantasma da “revolução bolivariana” venezuelana foi usada para justificar a ingerência nos assuntos de governos anti-neoliberais chefiadas por líderes. Dessa forma, Washington foi dedicada a travar uma luta escondido com o governo boliviano, “ele tinha abertamente caído nos braços da Venezuela” e do Governo do Equador, que desempenhou o papel de “porta-voz Chavez.”

     

  9. Petrobras

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/especialista-em-petroleo-e-gas-adverte-vender-49-da-gaspetro-sem-licitacao-e-ilegal-alem-disso-a-mitsui-e-acusada-de-integrar-o-cartel-que-fraudava-licitacoes-no-metro-paulista.html

    …………………………..

    O comunicado diz:

    Petrobras informa que está em negociação final com a Mitsui Gas e Energia do Brasil Ltda para a venda de 49% da holding que consolidará as participações da Petrobras nas distribuidoras estaduais de gás natural.  Esta operação, realizada através de processo competitivo, faz parte do Programa de Desinvestimentos previsto no Plano de Negócios e Gestão 2015-2019………………………….

     

  10. Lula e Levy incentivam

    Lula e Levy incentivam proposta para acordo com empresas

     

    Conversafiada A proposta de um acordo de adesão que permita às empreiteiras envolvidas na Operação Lava ­Jato ressarcir os recursos discutidos em ações de indenização ganhou ímpeto. Abraçada no nascedouro pelo ex-­presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ideia de que as empresas ressarçam a União e a Petrobras com as participações nas Sociedades de Propósito Específico (SPE) montadas para os projetos de infraestrutura conta com opiniões favoráveis de reconhecidos especialistas em economia e direito e com o aval público do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

    A proposta não depende de nenhuma mudança legislativa: poderá ser aplicada por decreto presidencial. Foi originada a partir de parecer de três advogados de São Paulo e possibilita resolver a questão econômica envolvida nas ações de indenização, sem retirar ou suspender os processos para responsabilização criminal.

    O parecer deve ser editado em livro em cerca de 15 dias, com comentário de Levy, do ex­-ministro da Fazenda Delfim Netto, do economista Luiz Gonzaga Belluzzo e dos juristas Modesto Carvalhosa e Heleno Taveira Torres. Lula é citado pelos autores, como “um dos primeiros e principais entusiastas do plano”. O ex­presidente teve acesso ao parecer antes do próprio ministro da Fazenda.

    No texto que assina no livro, Levy conta que recebeu no segundo trimestre de 2015 o parecer de autoria dos advogados Walfrido Jorge Warde Jr., Gilberto Bercovici e José Francisco Siqueira Neto. O trabalho, conta, chegou às suas mãos por Torres, que incentivou os advogados a colocar a ideia no papel.

    No livro, Levy considera que o aspecto mais inovador da proposta é permitir uma forma de pagamento que permita, além do ressarcimento das partes lesadas, a abertura de mercado não só de ativos, mas de contratos de construção de infraestrutura.

    (…) 
     

     

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