Das tragédias e do livre pensar

Neste domingo, na “Folha”, um grande intelectual, Renato Janine Ribeiro, um grande poeta, Ferreira Gullar, escrevem sobre o assassinato do menino João. Antes de expor o pensamento, a jurisprudência exige o pagamento do óbolo: a postura pública contristada ante a tragédia do menino. É como se dissessem ao “homem massa”: olha, eu estou do seu lado completamente, porém… Pago o ingresso, se permitem o exercício de pensar -o Janine sem receios, o Gullar com tantos dedos, que se fosse utilizar a crônica como tema de poesia, sairia uma verdadeira “Ode à Centopéia”.

E querem uma opinião politicamente incorreta? Para mim a morte do menino foi uma tragédia não calculada, fruto do pânico dos assaltantes, não um assassinato a sangue frio. Os infratores não eram de quadrilhas de tóxico, não exibiam os requintes de crueldade que juízes meus conhecidos contam sobre os verdadeiros criminosos.

Eram assaltantes, cursavam a pré-escola do crime, período em que poderiam ser resgatados do passo seguinte, o aliciamento pelo crime organizado.

Queriam roubar um carro. Na pressa, a tragédia do menino preso ao cinto de segurança, e o pânico. O que não se sabe ao certo é se prosseguiram sem ver o menino; ou viram, mas prosseguiram com medo da cadeia e, possivelmente, do linchamento. Mais grave na segunda hipótese; menos grave na primeira. Mas longe do arquétipo do criminoso completo.

Têm que ser punidos, de fato. Mas tratá-los como o supra-sumo da impunidade, o paradigma do criminoso cruel, só serve para vender jornais e aumentar a audiência de programas sensacionalistas. Querer discutir a pena de morte a partir dessa tragédia é forçar a barra. Nenhum júri digno, à luz dos fatos apresentados, os condenaria à pena de morte, a não ser para atender ao clamor da turba.

Outro dia, no “Estadão”, uma pequena nota descrevia a cena da chegada dos criminosos na cadeia, e um menino de 5 ou 7 anos gritando “mata! mata!”.

Luis Nassif

75 Comentários

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  1. O rapper MV Bill e a
    O rapper MV Bill e a recém-eleita deputada carioca Marina Maggessi, ex-Chefe de Inteligência da Polícia do Rio, deram entrevista ao público presente, na TV Câmara. Dois cidadãos na vanguarda do tema, tomando a frente dos debates.

    Quando eles e outros como eles falam, vê-se que a voz da realidade, mesmo quando se apresenta através da mídia e de seus personagens, é insuperável, e convence a todos. Todos encontram dentro de si a mesma verdade. Mas esta verdade não está sendo encarada de frente pelo discurso das autoridades brasileiras e pelo tom de caixa da mídia, o que está quase mudando, mas ainda é preciso ir um pouquinho além.

    O que já está se falando nos meios científicos mais avançados do mundo, nos debates de mais alto nível, é que a civilização como a conhecemos chegou ao seu limite, e agora é preciso começar a desmontá-la, para a construção de uma cultura muito diferente da atual. Muitos dos problemas atuais não poderão ser resolvidos a não por uma transformação profunda de nossas instituições. Mesmo assim, é preciso valorizar a realidade presente, para que essa transição não fuja ao controle, como a cultura tradicional já fugiu totalmente a qualquer controle. O maior sinal disso são os problemas da metrópole e das capitais centralizadoras, que não encontram mais respostas dentro de suas lógicas.

  2. Nassif, o artigo do Renato
    Nassif, o artigo do Renato Janine Ribeiro, “Razão e Sensibilidade” é comovente, a começar pelo título do artigo. Ele escreveu sobre o horror em estado puro e o nazismo. Admite que pensa (e, portanto, redige o artigo) em meio a um turbilhão de sentimentos. O turbilhão ao qual ele se refere, e que levantou a todos nós, foi a trágica morte do menino João Hélio. Após uma série de comparações e tergiversações sobre como aplicar torturas e punições horrorosas e requintadas, ele afirma que torce para que, na cadeia, os assassinos do menino recebam sua paga; que torce para que a recebam de modo demorado e sofrido.
    Ele chega a afirmar que: “Mas provavelmente executamos mais gente que o Texas, o Irã ou a China. É que o fazemos às escondidas. Quando penso que, desses infanticidas, os próprios colegas de prisão se livrarão, confesso sentir um consolo. Mas há algo hipócrita nisso.”

    Sinto muito, EU NÃO EXECUTO NINGUÉM!!!
    Vou parar de comentar o restante do artigo, porque começou a me dar náuseas.
    Vindo de um professor de ética e filosofia política, quem diria?!
    Fosse um cidadão comum, telespectador do JN!
    O outro, na Folha de ontem, o deputado f.gabeira, diz que Cuba fuzilou quatro pessoas que tentavam fugir do país, que a China executa regularmente seus prisioneiros e que, diante disso, erguem-se poucas vozes no Brasil e que silencia o humanismo.
    É mesmo? O Prêmio Nobel de literatura, José Saramago, silenciou-se?
    Eu, pessoalmente, não estou nem aí pra Cuba ou pra China, ou pra esquerda em geral. Quero inclusão, quero Justiça Social, Reforma Educacional, Reforma Política, Reforma Judiciária, etc. Quero cinco anos pro mandato presidencial, sem reeleição. LULA VAI FICAR ROUCO DE TANTO REPETIR: O BRASIL NÃO É A VENEZUELA! EU NÃO SOU CHAVES!
    EU, sancho, SOU LULA, COM MUITO ORGULHO!
    Por que será que pessoas como f.gabeira lembram o passado distante da esquerda para sustentarem suas idéias? Fidel é um morto vivo. O muro caiu em 89, a china passa por intensas transformações, a questão energética se impõe decisivamente. Qual é a desses caras?
    Olha, Nassif, postei um comentário sobre o seu “Justiça e o caso do tatu.”. Aquela ficção do meu post sempre me deixou muito angustiado. O pior é que há muitas ficções como aquela. Cadáveres e mais cadáveres sem origem, que surgem do nada! Parece que caem do céu!

  3. Disseram por aí na visão mais
    Disseram por aí na visão mais
    pessimista, que o Brasil não tem
    jeito. Luis Nassif, vai aí uma pequena contribuição, fruto de pesquisas . Por favor corrija-me se
    tiver algum êrro ou falta de atualização. Obrigado !

    O BRASIL TEM CRIATIVIDADE SIM !

    Criamos o primeiro objeto voador mais pesado que o ar, o 14 Bis, que tanto sucesso fez em Paris na França, através do inventor brasileiro Alberto Santos Dumont, perante uma comissão do Aeroclube da França , em 12 de Novembro de 1906.
    O 14-Bis voou com uma velocidade de 37,5 km/h, à altitude de 2 metros e percorreu a distância de 220 metros em 31 segundos.
    Tivemos o maior estadista brasileiro na figura de Barão do Rio Branco.
    Tivemos um grande orador e diplomata . O grande Águia de Haia . Aqui no Rio de Janeiro temos a Casa de Rui Barbosa.
    Tivemos e ainda temos grandes pensadores, filósofos, poetas e escritores :
    Machado de Assis, Olavo Bilac, Castro Alves, Gregório de Matos Guerra, José Mascarenhas, José d”Abreu Albano, Manuel Bandeira, Carlos Drumond de Andrade, Érico Veríssimo, Eça de Queiroz, Jorge Amado, Graciliano Ramos,
    Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, etc. etc. etc… e muitos outros.

    Em Ouro Preto/MG e Congonhas do Campo/MG, viveu o grande escultor, entalhador, santeiro e arquiteto, Antonio Francisco Lisboa ( O Aleijadinho ) A maior parte de sua obra encontra-se até hoje nas cidades de Ouro Preto e Congonhas
    do Campo/ MG.

    Em Agôsto de 1.925 – um automóvel da Ford, foi abastecido exclusivamentes com aguardente de cana 70º GL . Ele percorreu 230 km, à razão de 20 litros pôr 100 km. Deduz-se dêsse texto que as pesquisas brasileiras visando a aproveitar as qualidades carburantes do álcool vem-se desenvolvendo há muito tempo. Esse mesmo veículo Ford efetuou os percursos Rio-São Paulo, Rio-Barra do Piraí e Rio-Petrópolis.

    A engenharia nacional desenvolveu a tecnologia própria de prospecção e extração de petróleo em águas profundas com recursos totalmente brasileiro.
    Também nossa engenharia desenvolveu tecnologia nacional ( puramente brasileira ) na criação dos aviões Tucanos e Bandeirantes .

    Temos o grande ITA – o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, em São José dos Campos que muito tem contribuido para a formação de mentes brilhantes.
    Temos a Universidade Federal de Ouro Preto/MG, a Universidade de Viçosa que juntamente com a EMBRAPA vem desenvolvendo tecnologia a serviço do homem do campo . Desbravamos o grande desafio ” a conquista do cerrado ” que era uma terra ácida e totalmente improdutiva, para a produção de soja . Temos a ” Grande USP “, que no campo de pesquisas e afins, tem lançado no mercado nacional e internacional, profissionais de grande gabarito e competência.

    Lembram-se Osvaldo Cruz, o grande cientista brasileiro que acabou com a epidemia da febre amarela no Rio de Janeiro. E o grande Carlos Chagas que descobriu a doença que levou o seu nome. Chefiou uma grande campanha profiláxica contra a malária em São Paulo. Graças a ele se pode erradicar a moléstia com o emprego de inseticidas . O que movia Carlos Chagas ? A tendência que guiava Carlos Chagas era uma profunda pena pelo sofrimento humano e ânsia de concorrer para minorá-lo.

    Geralmente é o que move os grandes cientistas no mundo afora.

    O Brasil é grande ! E não precisamos de uma visão pequena !

    Temos que erradicar no país é uma doença moral que infectou nossa política atual. Precisamos de políticos com caráter e fôrça moral suficiente para êsse país andar para frente… Não precisamos de uma visão estreita e pequena !

    Nossa história é bonita, precisamos resgatar nossas raizes e tradições ! O Brasil nasceu império na sua Independência, e temos orgulho disso ! Não vamos deixar a decadência e a corrupção dos costumes, da moral venha dilapidar êste grande patrimônio que é ainda maior ” O Povo Brasileiro “.

  4. A tragédia da morte do menino
    A tragédia da morte do menino João, e tantos outros momentos trágicos trazem o mesmo estardalhaço. A mídia em geral discutindo o fim e não a ponta do problema e a grande massa levada pelo momento de comoção é tomada por este desejo de pega e mata o bandido! Antes que me piquem abelhas, deixo claro que nada diminui a tragédia, nada imuniza os criminosos. Mas esquecemos que muitos, senão a maioria dos criminosos, atores principais de grandes tragédias são seres humanos de vidas despedaçadas. É como se a cada crime eles nos chamassem a sua existência, ou inexistência! (MV Bill trabalha muito bem este conceito).

    Em várias das cenas do momento da prisão dos criminosos envolvidos na morte do menino João, o que vimos foi um tratamento dado pelas autoridades, que em um mundo civilizado não daríamos ao nossos cães! Um deles quase estrangulado pelo policial! O outro tendo sua face apontado para a camera de TV, como que em uma exibição do diabo (nunca vi uma, mas aquela imagem é a que tenho se me dissesem que exibiriam o diabo).

    Até este momento máximo na vida deste jovens, é bem provável que todos eles tenham passado por vários tratamentos tão desumanos quanto estes!

    De novo, nada minimiza a dor da família e a barbárie do crime, mas se continuarmos a gastar toda energia discutindo os rigores de penas e como enjaular estes criminosos e não como diminuir as chances destes jovens chegarem a situações limites como esta, de tempos em tempos seremos tomados por uma nova tragédia. O tempos em tempos cada vez mais próximos!

  5. Não há virtude na vingança.
    Não há virtude na vingança.
    Por que perdemos tempo discutindo maioridade penal e pena de morte?
    Não é o carrasco quem resolve a criminalidade. Carrasco nenhum vai evitar que mais crimes violentos aconteçam.

    O que falta no Brasil? Mais suplícios ou percepção de causa e efeito?
    Não seria melhor discutir ações capazes de reduzir crimes?
    Redução da desigualdade social / Educação e saúde de qualidade para todos / Emprego e perspectiva de futuro para os jovens.

    Para quem gosta de polêmica não estéril, há uma boa: Sou a favor de transferir as drogas da esfera criminal para a esfera da saúde pública. Menos carrasco e mais saúde.

  6. Nassif,

    Eu compartilho de
    Nassif,

    Eu compartilho de seu ponto de vista sobre as raízes da violência/criminalidade nesse país, e sobre as ações necessárias para reverter a situação.

    Entrentanto, nesse caso específico, não vejo como é possível que eles não tenham tomado consciência da situação em um período curto de tempo. Testemunhas afirmam que eles foram avisados.

    Também não consigo imaginar como é possível que pessoas com um mínimo de humanidade tenham continuado o trajeto insensíveis a um sofrimento tão atroz.

    Concordo que não deve ter sido nada planejado. Mas para mim nada justifica que não tenham parado para soltar o menino e continuar a fuga.

    Escrevo isso sem absolutamente nenhum ódio dirigido a esses jovens.
    Como pai de um menino de 1 ano e meio, minha emoção só consegue se colocar no lugar dos pais e sofrer junto com eles. Nada sobra para os assassinos.

    Continuo não acreditando na diminuiçao da maioridade penal e outras “soluções” inúteis.

  7. Como o assunto trata-se
    Como o assunto trata-se também do
    livre pensamento ,achei oportuno, inserir nestas páginas, com a bênção do Nassif , um comentário do “Bola Preta ” comentarista da Ponte Aérea/ RJ :

    Quadrilha com menor terá pena duplicada.
    Geralmente usam o menor para acobertarem os seus crimes. A pena do menor é quase inexistente, e talvez sob ameaça transfiram suas monstruosidades .

    l5 anos, é uma idade perigosa, pois o menor de qualquer faixa social, está se impondo ao mundo. Quer provar que já pertence ao rol dos adultos, quer provar que é macho,é homem…..e aí entra a manipulação
    dos espertalhões….Vai provar que é homem :assaltar….roubar….matar ..
    vai cheirar cocaina…vai transar…etc..etc..
    Isso de acôrdo com a geografia da realidade social …em que vive o menor.

    O ambiente social define a qualidade de vida que resultará aquele cidadão. Por isso
    é muito importante as políticas sociais, culturais e esportivas que visem tirar o menor da marginalidade.

    Se cuidarmos desta geração que está vindo agora…o futuro promete ser bem melhor…
    Tem um ditado italiano bem antigo… de pequeno se torce o pepino….

    A conscientização dos jovens sobre a vida sexual..é muito importante…porque se evitaria colocar filhos no mundo precocemente e sem um pingo de responsabilidade. A consciência do que é ser mãe quando ainda não largou a boneca….ou ainda está cheirando a fralda,é um assunto muito sério…

    Campanhas de conscientização na escola nos clubes recreativos e nas Igrejas vão tirar o jovem da marginalização.

    Quanto mais crianças nascem destes pais sem estrutura ….mais chance da sociedade criar menores abandonados e futuros marginais que no amanhã virará contra ela própria ( a sociedade ).

    A única coisa que ainda funciona neste país e ainda precáriamente é a pensão alimentícia . Mas o desemprego reinante
    muitas vezes…… o pai deixa de pagá-la mesmo sob o risco de prisão….e aí fica por isso mesmo…o sujeito está desempregado e nem tem aquela responsabilidade de cuidar daquela criança que poderá realmente estar passando fome. Se não tiver uma avó , um avô…a criança vai para os orfanatos da vida…..

    Esta realidade está passando de pai para filho, como num círculo vicioso, principalmente nas classes da base da pirâmide.
    Porque as favelas são desprovidas e imensas ??????

    Na China é o ano do porco…a ano da fartura e da riqueza…. a procriação também é rica….e quem tiver mais de um filho….a criança ficará sem registro e sem direitos algum…. e quem sabe esta
    idéia seria propícia ….para o Brasil ……..
    quem tiver mais de um filho e não tiver condições para criá-lo irá perder o direito aos programas sociais do governo…seria uma forma de frear a irresponsabilidade nas classes da
    base da pirâmide social.

    Comentário de Bola Preta — 18/02/2007 @ 9:37 am

  8. Nassif, como é mesmo aquela
    Nassif, como é mesmo aquela letra?”A nossa indignação é uma mosca sem asas. Não ultrapassa as janelas de nossas casas”. É isso mesmo? V. está certo. Os “meninos” que cometeram essa barbaridade fizeram-no “sem querer”. Eles “só” queriam roubar um carro, mas o maldito João Hélio teve que ficar pendurado pelo cinto. Que saco!! devem ter pensado os “meninos”. “Querer discutir a pena de morte a partir dessa tragédia é forçar a barra”, você escreveu. Então, por favor Nassif, quando você julgar o momento apropriado, diga, ou melhor,escreva aqui neste blog. Estaremos esperando o melhor momento para tal discussão. Certo?
    Abraços e que Deus te livre de tragédias…

  9. Para começar, digo que a
    Para começar, digo que a vingança é o ópio do tolo. Não que eu não ficaria igualmente tolo se acontecesse comigo ou com alguém que eu ame, mas é isso. Não resolve nada. Não cura nada e nem leva a uma solução do problema. E ainda alguns políticos se aproveitam para aparecer…
    O que me enfurece mesmo é que há medidas tramitando no congresso que acelerariam o passo da justiça brasileira que não são votadas porque vão contra os interesses de certos advogados e outros que vivem de criar dificuldades e vender facilidades neste país-cartório.
    Me enfurece os juros (que segundo dados da fazenda deveriam estar a 10% agora) não caírem porque Bevilacqua e outros querem fazer média com o setor privado para onde vão e de onde vieram e por isso o Estado tem menos dinheiro para fomentar o crescimento que gera empregos que nós precisamos para começarmos a diminuir a porção de Haiti que ficou isso aqui.
    Nossa vida fica mais infernal nas cidades por causa dos interesses de gente que vive de nosso sangue. Estes sangue-sugas, vampiros, ACMS e Malufs da vida já mataram mais indiretamente (ou diretamente mesmo) que qualquer Zé-Pequeno desses poderia jamais conseguir. E ninguém propõe pena de morte para estes caras. Ninguém força juízes a trabalhar o que realmente deveriam para pagar o salário, muito bom sim senhor, que ganham. Alguns certamente trabalham bastante, por certo, mas não é minha percepção que seja a maioria. Não os vejo fazendo greve para que sistemas informatizados sejam instalados para garantirem agilidade à justiça. Não os vejo disputando apostas com os deputados sobre quem trabalha mais e luta mais contra desperdícios.
    Sinceramente, acho que leis podem e devem ser aprimoradas e não sou contra a diminuição da idade penal para, digamos, 16 anos, mas não creio que vai ser essa a mudança que vai realmente nos pôr no sentido certo da estrada. Aliás, tenho certeza absoluta de que se amanhã ela passa, todo o clamor se esvai até que o próximo crime hediondo apareça. A luta no Brasil contra regalias e por um mínimo de sentido nas coisas passa pela vigilância constante contra os espertalhões que sugam nosso sange. E esta luta é diária, não se resolve com um grande show de crime sendo dissecado até que ninguém mais ache essas coisas notícia. É tratar como se deve as pequenas coisas para evitar que elas fiquem tão grandes.

  10. A ciência jurídica e a
    A ciência jurídica e a evolução dos direitos individuais levaram séculos para criar categorias de crimes e de criminosos. E vem a vã filosofia, para efeito retórico, dizer que não há gradações no crime. Quem rouba um carro é igual a quem mata. Toda a discussão sobre agravantes e atenuantes, toda a técnica criminalística, toda a diferenciação entre homicídio doloso e culposo vai para o vinagre. Se a vítima morreu, tentar definir a motivação é frescura de jurista. Cadeira elétrica para todos, porque não existe meio criminoso.

  11. É evidente que eles têm que
    É evidente que eles têm que ser punidos. Isso nem está nem em discussão. O que o Janine propõe não é justiça, é vingança, é lei de Talião. A esta altura, os criminosos nem interessam muito. Ele são apenas álibi para a celebração da vingança.

  12. Ô Nassif, sempre do contra.
    Ô Nassif, sempre do contra. Mas, que me perdoem os cariocas, levaram a malandragem ao pior nível possível, Para quem viu na Tv, durante tiroteio entre traficantes e a força nacional, o “desmanche” de um galpão da pref do rj, por dezenas de pessoas, desocupadas, mostra o nível a que se chegou. O Haiti é aqui, só isso. Tragam as tropas de volta. E quem são os principais responsáveis?/ Os próprios, que se deixaram levar por anos e anos de desmando e descasos públicos, escolhendo mal e aceitando tudo. Agora, onde está, difícil de mudar, é cultural.As pessoas vivem em meio a violência, e muitas nem saberiam viver sem ela. A morte deste menino é foi só um acaso, resultado da maldade imperante entre as pessoas, e se fosse na guerra, seria chamado de “efeito colateral”. Poderia ter acontecido com centenas de outros asssaltantes. Estes tiveram azar. Mas isso tudo nada importa, já que o fato já está feito. E como quem ficou somos nós, para nós, a transcrição abaixo:
    “Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do género humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.

  13. Invalide o comentário
    Invalide o comentário anteriorque ficou incompleto. Eu dizia: enfim, em meio a tanta hipocrisia, uma voz serena e objetiva, com a isenção que me ensinaram, há quarenta anos, no curso de jornalismo. Parabéns, Nassif.

  14. Caro Nassif.

    Só parece que
    Caro Nassif.

    Só parece que não é o tema.

    UNIVERSIDADE NOVA… ENEM… HIPOCRISIAS

    Por Nascimento, J. B. , http://www.cultura.ufpa.br/matematica/?pagina=jbn

    Nossas hipocrisias se revelam quando até mensaleiro de diz condoído ante a tragédia que vitimou João Hélio. Outro que ¨viu¨ gastar quase 1 milhão de recursos púbicos com um muro que não durou uma semana, e que por isso ninguém foi preso, duvido que irá, se inquérito foi aberto não pode ser por um delegado qualquer, transparece comovido. Outro que quando viu livros no lixo da universidade pública, dentre estes um que custou mais de U$60,00, só riu, agora se diz ¨comovido¨. Mais, outro que viu o companheiro, e até ajudou, fazer programa de concurso para sua companheira entrar na universidade pública, numa vaga que ele mesmo criou através de conchavo com a reitoria, verborragia contra o desgoverno e a violência. Tudo hipocrisia.

    Fato é que ninguém cria cobra para ser mordido. O centro de uma Nação, pelo menos para que assim seja denominada, é a universidade. Só que não existe uma única desta: Platão criou uma que se fundamentava na construção de grandes valores para a humanidade e os sofistas outra, cujo poder de hipocrisia, é comovedor. Qual o tipo predomina entre nós? Quem responder pelos bofes, advirto, irá ¨comer farelo¨.

    Vamos relembrar um pouco: nos último dez anos implementou-se no Brasil uma política com parâmetros mínimos, recursos razoáveis através de bolsas (extra para professor e seus alunos) da CAPES, MEC e CNPq, para pesquisas, que diz respeito mais imediato às elites, e, na média, o incremento de pesquisadores foi da ordem de 40% e o nosso aumento qualitativo não foi inferior a 600% e, em alguns casos, de mais de 2.000%. Por outro lado, para o ensino, o que diz respeito à população mais pobre, nenhum parâmetro foi produzido, nenhum recurso há de fato, aumentamos em mais de 100% o quantitativo de docentes diplomados nas escolas públicas e rendimento, evasão, reprovação, não melhorou nada além de gramas. O fato é que curso de graduação para diplomar docente da rede pública já ocorreu em universidade pública com até dois dias de aula, enquanto o mesmo para formar pesquisador nunca aconteceu com menos de quatro meses de estudo duro. Vá na página da USP e procure a prova de matemática do último vestibular. Veja se encontra esta e se lá ensina como resolvê-la. Estes preferem dar entender que nem sabem como se faz tal coisa. Quem não sabe que de dane ou pague pré-vestibular caríssimo para saber o que estes queriam; em muitos destes vestibulares no Brasil, se dão ao luxo de mandar a matemática às favas e quem quiser passar que adivinhe o que se passou na ¨cabeças¨ de quem elaborou.

    Portanto, a imensa tragédia que universidade pública nacional se imerge é óbvia. E qual a proposta que a dita Universidade Nova para pra tal coisa? Nada. Nenhum parâmetro, um apêndice sem metas, fundamentos ou construções, chamada CAPES o B, nada que possa possamos ter um corpo docente seja público (concurso nacional para docentes das federais, proposto pela SBPC, por exemplo) e não vassalos de grupelho corporativistas. Nada diz da desgraça que acontece nas universidades públicas, quando mais de 30% dos que deveriam estar em sala de aula, estão em cargo administrativos, conferindo e assinando histórico de aula e outras bur(r)ocracias. Só a demissão de todos que ocupam cargo administrativo, salvo reitor concursado, por simbolismos, já nos dariam um incremento de 20% nas matrículas. A hipocrisia maior é se propor uma universidade nova quando se deveria era reestruturar, física e moralmente , as atuais. Quando falo fisicamente é que algumas desta são quatro cincos campus dentro da mesma cidade, obrigando a alunado pegar ônibus para se deslocar de um ao outro. No nosso caso, temos duas federais, UFPA e UFRA (só na área agronômica) terreno contínuo, e o país gastando dobrado> dois reitores, dois pró-reitores de cada tipo, etc, e o pobre pagando duas taxas de vestibular. Isto é uma pouca vergonha!

    O que há de novo na universidade nova? O gastar três anos da vida zanzando de um curso a outro,- vai custar, para começar, mais ônibus – de experimentando aqui e lei, para poder decidir que curso quer. No país que milhões de jovens, pelo visto, já se decidira deste cedo pelo crime, até filosofam em programa de TV – se me matar nascerá outro que pode ser até pior – agora querem defender que nossos jovens são frágeis para decidir por uma profissão. Hipocrisia. A verdade tal proposta pulsa mais forte exatamente entre os mesmos que formaram docentes para estas crianças e que os mantêm moral e financeiramente tão fragilizados, que não podem despertar vocações, incutirem valores e preparar para o mundo do trabalho. 90% dos nossos jovens têm que chegarem na porta da universidade já decididos no que fazer. Não há tempo e nem recurso público para se gastar contemplando o vazio. Para tanto, a universidade pública vai ter de sair do seu reduto isolado do povo e se meter com que de fato é sua maior cria para este povo, a chamada escola pública, espelunca não passa a maioria desta.

    Outra novidade é que se propõe recurso específico para estrutura e mais coisa para os alunos da universidade nova. Agora terei o prédio dos alunos da universidade nova e da antiga, a biblioteca dos alunos da nova e da antiga, etc. Num país de mentalidade tão reles que temos dois cursos de matemática: a distância e presencial, onde os alunos de um recebe todo material didático em casa e ou do presencial não podem sequer ver os livros, tê-los é crime.

    Vamos mais um pouco. Na nova o ingresso será via ENEM. Por quê? O que sabem estes para não confiarem nos vestibulares? O ENEM é qualitativamente melhor que alguns dos vestibulares? Não. Sofre dos mesmos males e desviturdes ( O ENM também não publica que resoluções seus gênios achar ter de cada questão). Como o mesmo governo que determina o ingresso na nova via ENEM e não logo para toda. Simples. Há poder neste país para mudar até a constituição, mas nenhum com moral de corrigir uma unha encravada nas atuais universidades públicas. O que querem de fato neste jogo são: quando o apito de largada for dado, vai continuar só mais um pouquinho pior e, como sempre, ao invés de uma teremos duas universidades, ambas de costas para a escola pública. O que vislumbram com o ENEM é apenas ¨socializar¨, urubu também é sociável, a montanha de dinheiro que a sociedade arca para sustentar os amigos do sistema (nenhum centavo de vestibular encontro nas contas públicas das universidades, só em fundações do reitor), pois, até pobre passa fome para pagar pré-vestibular e taxa de inscrição. Enquanto isto, o povo que durma debaixo de uma jaqueira, em tempo fruto.

  15. Taí….
    Escrevi um comentário
    Taí….
    Escrevi um comentário ao seu último post sem ter lido este penúltimo. Agora escrevo sem ter lido os comentários deste post, mas digo que você foi a primeira pessoa que encontrei que pensa neste caso como eu. Pelo que sei, estamos até agora sós.

    Os ladrões pés-de-chinelo que talvez, repito, talvez , sejam assassinos já estão condenados por delegados, promotores, juízes e principalmente jornalistas. Irão pagar, talvez com a vida, pelo que fizeram e por todo o medo que impera na nossa sociedade.

    É interessante ressaltar a “eficiência” da polícia em capturar e indiciar rapidamente os acusados. Diga-se que a “eficiência” foi facilitada por um pai que resolveu entregar o filho. Aliás, deve ser um criminoso irrecuperável pois foi contar ao pai (dirão que friamenete e para se gabar) do crime que cometeu. Acho que o pai devia confiar na justiça, mas acho que já mudou de idéia ao ver a foto na primeira página de vários jornais do seu filho sendo forçado a mostrar o rosto por policiais. Pior ainda vai ser quando seu filho for executado nas prisões; a “lei” dos presídios lembra muito aquela desejada pela maior parte de jornalistas de nossa sociedade.

  16. costumo acompanhar os
    costumo acompanhar os programas do Prof. Janine na TV Cultura, e acho suas consideracoes intrigantes. Infelizmente nao temos mais filosofos em programas de TV, ainda mais em grandes canais. A filosofia que mais aparece é a do Datena na Bandeirantes, e os apelos emocionais que a globo teima a nos apresentar em todos os seus jornais, onde usam qualquer incidente para mostrar exaustivamente a vitima se debulhando em lagrimas. Existem tambem os programas evangelicos…
    so tenho uma pergunta para o professor: Será que ele reparou o estado fisico dos supostos meliantes ao serem apresentados à imprensa? Um com o rosto machucado, outro com olheiras, o outro meio estranho… O que é isso? justiça aplicada antes do inquerito concluido? E sera’ que sao eles mesmos os culpados?
    E outra pergunta: se o menino fosse negro e pobre, as TVs seriam tao eficientes em denunciar esse caso, ou seria apenas um caso de efeito colateral na guerra do trafico?
    Na semana passada, creio que 6 moradores de favela morreram no confronto entre a tal força nacional de segurança e os ditos traficantes, e nao sabemos os nomes deles. Sao apenas estatisticas.

  17. E querem uma opinião
    E querem uma opinião politicamente incorreta? Para mim a morte do menino foi uma tragédia não calculada, fruto do pânico dos assaltantes, não um assassinato a sangue frio.
    Esta também é minha opinião…foi uma tragédia, mas não houve premeditação… intenção e nem a minima vontade de que acontecesse, simplesmente a coisa deu errada, o menino infelizmente ficou preso e eles na ainsia de fugi, fizeram o que fizerem.
    Se tiveres tempo veja este video, e ve se o cara não foi feliz na concepção desta musica:

    http://www.youtube.com/watch?v=KfTovA3qGCs

  18. Laurencio, na hora de punir,
    Laurencio, na hora de punir, puna-se, sem buscar atenuantes e agravantes, que não aqueles que cercam o episódio. Na hora de discutir soluções, tem que se partir para algo mais amplo, né amigo? Ou vai entrar nessa da maldade intrínseca, último avanço da filosofia, do nosso amigo Janine? Há uma ampla discussão sobre a segurança pública, sobre crime organizado, sobre fatores que estimulam a criminalidade. O problema é que cada vez que se quer discutir prevenção, vem o patrulhamento de que se está tentando absolver os criminosos. Pior ainda quando uma questão complexa como a da criminalidade, de repente fica personalizada em três ou quatro pré-rapados. Aí é que os filósofos chutam a vã filosofia e tornam-se “sensíveis” como o Janine. Uma hora que der tempo queria saber de quem criticou o “imbecil coletivo” e deplorou o “homem-massa” como se sente, agora, que não está mais sozinho, mas acompanhado de personagens tão simpáticos. Garanto que, no recôndito do travesseiro, deve sentir saudades dos tempos em que era escoteiro, confessa.

  19. muito bem nassif. Nada mais
    muito bem nassif. Nada mais lamentável que esse homicídio, no entanto, é horrível falar dessa forma, mas para que foi um acidente.Talvez não menos acidente que o do metrô, ou do avião da gol. Até hoje não se sabe se de fato os ladrões teriam falado a tal frase sobre o boneco de judas. Ninguém defende, nem deve, o que foi feito, mas é preciso, muito difícil reconheço pensar sem tanta emoção sobre o episódio. Tenho filha mais ou menos da mesma idade, e claro imagino que poderia acontecer comigo, ser vítima, mas todos se esquecem que também podemos ser os homicidas. um abraço. grande a sua coragem

  20. Concordo com vc Nassif. Os
    Concordo com vc Nassif. Os referidos criminosos eram, até antes do trágico acontecimento, como se costuma dizer, ladrões pé-de-chinelo.
    Isto não diminui o tamanho do fato. A solidariedade com a família do menino é uma condição de humanidade.
    Contudo, dois pontos me incomodam: 1) o oportunismo de parte da mídia, fazendo uma grande onda para surfar e, como vc já apontou, ampliar as vendas. 2) o fato de que de que pouco se está falando do papel da polícia nesse caso. Fica-se cobrando do judiciário e do legislativo a ampliação das punições aos criminosos mas, pouco se tem dito da necessidade de se prevenir os crimes. Ou seja, o executivo (no caso, o estadual), que é responsável pela polícia não está sendo pressionado.
    Políticas públicas adequadas devem ser pensadas para que crimes não aconteçam. Depois que acontecem, punições mais rigorosas não vão reparar os danos (especialmente os contra a vida).
    O crime acontecido no RJ é muito mais conseqüência das falhas da segurança pública do que da frouxidão das punições para os criminosos. Fosse a polícia mais eficiente furtos, roubos e assaltos em semáforos (como o que desencadeou a tragédia em questão) seriam inibidos.
    Outro aspecto que chama a atenção é a discussão sobre a redução da maioridade penal. Mais uma vez, me parece que é uma cortina de fumaça para encobrir a incompetência da área de segurança pública. Nesse mesmo sentido, o caso é muito diferente daquele do casal de namorados assassinados em Embu alguns anos atrás (no qual um menor teve participação efetiva).
    Aquele sim, era um caso para se discutir o endurecimento das leis ou a possibilidades de exceções no tratamento de menores envolvidos em crimes. Ali, o problema não era a segurança pública. As vítimas foram capturadas numa região erma. Os criminosos praticaram de modo sistemático toda a sorte de perversidades. Eles tiveram a oportunidade de pensar sobre o que estavam fazendo. Mas não o fizeram. Liberam seus instintos. Praticaram atos desumanos. Poderiam ser classificados como monstros.
    O episódio do RJ aconteceu em área urbana. Cinco criminosos envolviam-se mais entre os diversos assaltos que praticavam. O objetivo: se apropriar de um automóvel para desmanchar e vender as peças. Infelizmente, porém, havia uma criança dentro do carro…
    Será que havia a intenção de matar?
    Seriam cinco monstros?
    Tenho a impressão que está havendo confusão que só vai servir para desviar o olhar do problema da segurança pública e, assim, fazer com que tudo permaneça como está e, assim, logo mais outra tragédia vai fazer com que ser esqueça a atual.

  21. Nassif:
    A mídia sempre
    Nassif:
    A mídia sempre trabalha com a bola da vez, amanhã se aparecer um outro Joãozinho, adeus ao primeiro. Agora está se dando o mesmo com a questão ambiental, fazendo todo este oba aba como se este fosse um assunto novo. Já já sai outro relatório sobre outra coisa e se muda de assunto. Afinal repetição ad nauseun faz o IBOPE cair!
    Quanto ao assassinos do Joãzinho eu acho que eles deveriam ser condenados a assistirem 5 anos das aulas do Prof. Janine sobre a sociedade de cortes, com comentários do Chavez e do Suplicy.

  22. O problema, Nassif, é o pouco
    O problema, Nassif, é o pouco valor que se dá à vida humana no Brasil, tanto por parte de bandidos (menores ou não) que assassinam sem piedade por “dez real” (sic), quanto por parte de nossa despreparada polícia que executa informalmete a pena de morte já faz tempo. Devemos contar com a alienação de nossos mandatários que praticam um genocídio disfarçado de corrupção, desleixo, malservação, ineficiência e desrespeito. Leis existem e devem ser aplicadas duramente, e mais importante prontamente. O país precisa acreditar que aqueles que estão do lado da lei prevaleceram sobre os fora da lei, e que a vida humana vale muito mais que uma ideologia.

  23. A quem interessa discutir a
    A quem interessa discutir a diminuição da maioridade penal? A Sergio Cabral interressa. Evita que ele tenha de discutir como os criminosos atravessaram três bairros sem que uma única viatura da polícia os tenha visto e impedido. A José Serra interessa. Evita que ele tenha de retomar as explicções sobre a tragédia do metrô paulistano.

  24. Quanta tolice nessa história
    Quanta tolice nessa história de diminuir a maioridae penal. Qual pena é mais longa? Um adulto condenado a 18 anos de prisão ou um menor condenado a 3 anos de prisão? Ambas são iguais em duração. Um adulto cumpre um sexto da pena e passa para o regime semi-aberto. Com uma diferença, o adulto, se tiver um bom advogado, pode apelar da sentença em liberdade.

  25. Nassif,
    Mais uma vez,
    Nassif,
    Mais uma vez, parabéns pelo equilíbrio necessário para se tratar de temas polêmicos e altamente emocionais!
    Vejo com pesar que pessoas admiráveis -como é o caso do prof. Janine – perdem o equilíbrio e acabam arrastados pela pressão da mídia, tal qual alguém tentanto atravessar uma enxurrada acaba sendo levado rio abaixo.

  26. Fantástico, Nassif.
    Fantástico, Nassif. Finalmente, alguém da mídia disse a verdade. A morte do menino foi muito triste. Mas não pode ser tratada como um crime com requintes de crueldade, foi fruto do pânico dos assaltantes e de um acaso muito infeliz, isto é, o garoto ficar preso no cinto. De resto, foi um assalto como outro qualquer, que acontece aos montes no país todos os dias, infelizmente.

  27. Nassif,

    Acho que por ser do
    Nassif,

    Acho que por ser do signo de balança não consigo ver as coisas de um lado só.
    Estou convicto de que a pobreza (miséria) realmente aumenta a violência das pessoas – não tendo nada a perder – inclusive a vida não valendo nada – tudo se torna válido.
    O argumento de que temos 50 milhões de pobres (acho que muito mais) não existem 50 milhões de assassinos é pífio. Conheci uma senhora que nunca fumou e morreu de câncer no pulmão e muitos fumantes que não contrairam a doença. Estatística não é com 100%.
    Peguemos uma amostra grande e veremos na camada inferior da sociedade o crime é enormemente maior. Ah… mas houve o índio Galdino, o Pimenta, o Doca Street,o…quem mais? Nas favelas existem centenas de crimes, chacinas, etc. por dia. ( lembremos do filme Feios, sujos e malvados do Ettore Scola).
    Agora, creio sinceramente que depois de pulado o muro não há mais volta. O caso do “bom ladrão” é repetido como milagre há 2000 anos e esse ladrão é santo.
    Deve haver punição exemplar, a polícia deve ser implacável; o judiciário também; o criem organizado deve ser EXTERMINADO com todo o rigor.
    Agora, sendo os bandidinhos descartáveis – morrem como baratas – se a fábrica não for fechada continuaremos enxugando gelo.

  28. Caro Nassif,
    gostaria apenas
    Caro Nassif,
    gostaria apenas de lhe agradecer por ter exposto esta opinião, me senti menos isolada já que eu tinha pensado mais ou menos a mesma coisa quando fiquei sabendo o que aconteceu. Não creio que sua opinião seja politicamente incorreta, ao contrário, me parecem incorretas e precipitadas as opiniões que partem do julgamento do caráter dos responsáveis pelo crime, que efetivamente não conhecem, generalizam esse julgamento para todos os que identificam com eles e chegam à conclusão de que a maioridade penal deve ser diminuída. Nessas etapas e na passagem de uma para outra não consigo ver qualquer coerência interna, e é apenas a força da imagem de uma criança arrastada que pode ofuscar a capacidade das pessoas de perceber essa incoerência.

  29. Nassif,

    Como está? Espero
    Nassif,

    Como está? Espero que bem.
    Estou escrevendo, somente para agradecer por suas lúcidas analises. Este agradecimento, não é por menos. Tenho vários amigos que também faz analises muito boa. Todavia, o fato de você ter trabalhado tanto tempo na folha de São Paulo, lhe permite um amplio publico y muitas das vezes uma mayor influencia no mundo político, social y jornalístico.

    Sou negro e apesar de algumas criticas “acidas” que vos há proferido sobre ações do movimento negro – inclusive algumas estou em acordo – no ano passado, em especial cerca do dia da consciência negra; Tu tem meu carisma, incluso em este aspecto racial/étnico.

    Que tem isto todo a ver com seu comentário acerca do assassinato de João Helio. Bem, primeiro porque sou negro, falar da violência nas favelas, também é falar da situação do Negro (“do Preto Pobre do Brasil”)… mesmo que não sejamos (racial/etnicamente dizendo), los únicos a cometer/ y praticar a violência (em suas mais diferentes facetas), estamos inseridos em ela.
    Devido as diferentes causas, desde os aspectos pessoais até estruturais y conjunturais. Desde o ser escravizado y com a “libertação”, não ser ressarcido política, social y economicamente al longo da historia.

    Segundo, porque dois artigos sobre o caso me parecem extremamente interessantes. Não cheguei a ver las imagens do assalto (estou vivendo fora do país… por isto também meus erros despercebidos de português… e acabo tendo que acompanhar a realidade pela internet), todavia estás analises me parecem extremamente profundas – esta, “politicamente incorreta”, pero que é dotada de sentido y marca a possível real causa do assassinato – e o primeiro que você postou sobre violência – mídia e causas. São duas analises extremamente interessantes, que vão “mais profundo na ferida aberta y sangrenta no seio da sociedade”.

    Esperemos que elas façam parte dos debates instalados no país y se somem as outras tantas proferidas por pessoas com um pouca mais de sensibilidade social y não simplesmente “comoção social” . Para que os conservadores no congresso, no planalto, no judiciário, nos jornais e na sociedade em geral parem de dar respostas fáceis para assuntos extremamente complexos.

    Ontem assisti a BABEl – película de Alejandro Gonzáles – com um conteúdo extraordinário e que apresenta a complexidade da realidade moderna… da globalização, do avanço tecnológico y financeiro do sistema de produção capitalista, das desigualdades de este mesmo sistema y das conseqüências nas ações das pessoas, na solidão das pessoas, nos intentos desgraçados de aqueles marginados que fazem de todo para so-bre-vivir. Que tem isto a ver com o preto pobre e João Helio. Todo! Sem entender está complexidade o futuro continuará incerto, para aqueles com carro, passeando o indo trabalhar e para aqueles da favela caminhando pelos becos … ou simplesmente desempregado.

    Arlindo de Oliveira
    Ecuador

  30. Por que a classe média quase
    Por que a classe média quase sempre escolhe a defesa das piores ações paras as mehores causas?

    Por que se argumenta “se o endurecimento não sair agora não sai nunca”, em vez de se fazer o óbvio: manter a pressão para que as discussões não parem, que os projetos não sejam engavetados, que uma vez aprovados sejam cumpridos, e que uma vez cumpridos tenham a sua eficácia avaliada. E que, sendo avaliada, novas discussões sejam iniciadas visando aprimoramento constante?

    Por que as pessoas preferem uma panacéia barulhenta qualquer, em vez de um esforço continuado?

    Existem fartas evidências -que são rotineiramente escancaradas pela mídia- de que o poder público não se interessa ou não tem condição de cumprir lei. Entretanto, preferimos ignorar esse fato e pedir mais leis que não serão cumpridas.

    Por que nos indignamos com João, mas convenientemente esquecemos que por exemplo nas favelas do Rio de Janeiro pessoas pobres são rotineiramente torturadas e mortas com requintes de crueldade. Para essas pessoas, onde está a indignação e a raiva da classe média?

    Não consigo entender isso.

  31. o Artigo do Contardo
    o Artigo do Contardo Callegaris (?) na FSP, em sua coluna semanal foi muito sensato. Tirou da “agenda” a questão da idade para entrar na questão do tempo de recuperação do homicida. Sabe-se que medidas isoladas não são suficientes, mas ele ali cita um artigo de uma colega mostrando que 3 anos não é suficiente para recuperação alguma. Muito interessante.

  32. BOM DIA NASSIF,

    COM O INÍCIO
    BOM DIA NASSIF,

    COM O INÍCIO DA FESTA DE CARNALVAL, PARECE QUE A GRANDE MÍDIA JÁ ESQUECEU O CASO JOÃO HÉLIO.
    O QUE FALTA EM NOSSO PAÍS É UMA ESTRUTURA FIRME NO PODER E QUE SE CRIE NORMATIVOS CAPAZES DE REDUZIR OU ACABAR COM A CRIMINALIDADE.
    EU PERGUNTO: POR ONDE ANDA O TAL DE CHAMPINHA??? AQUELE CRIME TAMBÉM CHOCOU O PAÍS E NÃO SE FALA MAIS NO ASSUNTO. RESTOU A DOR DOS PAIS, ASSIM COMO RESTARÁ PARA OS PAIS DE JOÃO HÉLIO.
    ENQUANTO HOUVER CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE NO BRASIL ESTAREMOS LONGE DE UMA SOCIEDADE EQUILIBRADA E LIVRE DE CASOS DA ESPÉCIE.
    DO JEITO QUE ESTÁ, DAQUI A POUCO, A TENDÊNCIA É SEMPRE DEPARARMOS COM TRAGÉDIAS.
    CHEGA DE SENTIMENTALISMO BARATO, A COMEÇAR PELOS CHEFES DO PODER.
    ATÉ QUANDO IREMOS ASSISTIR OS INOCENTES PAGANDO PELOS PECADORES???
    SAUDAÇÕES,
    DILERMANDO.

  33. Concordo parcialmente com
    Concordo parcialmente com você. Continuo contra a pena de morte e contra o absurdo sensacionalismo da mídia. A Fátima Bernardes foi o fim, com aquela entrevista.
    Só creio, apenas, que você não deve tentar arrumar explicação, politicamente incorreta ou não, ainda que eu concorde com sua conclusão sobre o caso do João Hélio. Nesse sentido, talvez fiquemos sem resposta no caso de Bragança, quando toda uma família, incluindo uma criança, foi bárbara e racionalmente queimada.
    Sem pretender mencionar chavões, creio que a teoria política moderna pretendeu colocar no Olimpo a (boa)razão, mas não sabe o que fazer contra a “banalidade do mal”, tão bem descrita por Hannah Arendt, que também pode ser extremamente racional e desprovida de uma maldade visível. Muitos dos nazistas conhecidos, assim como muitos criminosos atuais, são pessoas com quem você até pode tomar um cafezinho e jogar conversa fora.
    É impressionante como essas tragédias balançaram a convicção de muita gente boa, como o Renato Janine. Prova que podemos teorizar, mas não sabemos enfrentar no mundo real essa banalização.
    Perigosa é a afirmação feita pelo Janine, até por vir de quem vem, sugerindo que “o homem pode perder, por suas atitudes, a sua condição humana”. Taí um argumento poderoso a favor da pena de morte. Estaremos idealizando um homem que não existe, salvo na teoria política moderna.
    Instintivamente apenas acho que precisamos resistir.

  34. Graças aos Céus , existe
    Graças aos Céus , existe alguém com discernimento e coragem para dizer isto ! É claro que foi isso mas a consciência falsamente cristã e ética da nossa classe média bestificada e amestrada pela Rede Globo prefere o linchamento.

  35. Nassif:
    Código de Hamurabi
    Nassif:
    Código de Hamurabi (1730 ac): para tal crime, Tal (igual) pena.
    Quando será que certos representantes da nossa “inteligência” vão chegar ao iluminisno? Ou será que vão ficar para sempre pensando na questão da etiqueta do antigo regime? Uma vez assisti uma palestra sobre este significante assunto que era de dar sono em fábrica de anfetamina!

  36. A morte do menino João Hélio
    A morte do menino João Hélio foi inominável. Mas é deprimente ver o funcionamento da tríade – mídia, classe média e intelectualidade -oportunismo para aumentar audiência, capitalizando o ódio travestido de revolta.
    Alguns comentários deste post parecem saídos da idade média. Deu prá sentir o cheiro da fogueira queimando.
    Toda a sociedade brasileira, seu povo, sua elite, seus políticos, são os condutores deste carro desgovernado, matando gente pendurada no cinto.
    Me pergunto como estariam os nervos do país se o crime tivesse sido cometido por filhos de pais abonados, famosos ou intelectuais? Estariam sendo tratados também como bestas-feras?
    Haveria tanta gente revendo conceitos?

  37. Concordo Nassif, brilhante.
    Concordo Nassif, brilhante. Eu também fiz essa mesma análise: os criminosos estavam nervosos, só isso. Quem nunca ficou nervoso na vida, nunca fez uma besteira por nervosismo? O povo brasileiro está ficando neurótico com essa questão da violência! Gente, basta esperar a educação do povo e a aceleração da economia e tudo vai se resolver!

  38. Nossa, Nassif, nem quando
    Nossa, Nassif, nem quando você escreve sobre economia você acertou tanto como neste post. Só consegui ler sobre esse crime uma única vez e foi o bastante pra mim. E acho que provavelmente os criminosos não sabiam que a criança estava do lado de fora do carro. Talvez merecessem a pena de morte. Talvez nem soubessem que a criança estava presa pelo cinto de segurança. Não são os criminosos de profissão que os juizes se acostamam a tratar diariamente. Mas são cada vez mais frequentes nas barras dos tribunais. O velho Gerdau falou que a falta de crescimento é equivalente ao genocidio de gerações. Talvez esteja aí um exemplo concreto.

  39. A quem interessa tudo isso,
    A quem interessa tudo isso, heim Nassif?
    A análise mais racional é esta que você, e poucos outros, apresentou. Iniciantes, inseguros, inabeis e amedrontados os assaltantes cometeram uma série de erros. Ansiosos, ao tentarem assustar a dona do veículo provavelmente não perceberam o garoto preso. O resto foi consequência do desastre já feito – preferiram fugir e esconder-se.
    A ação pós-crime, de aceitarem entrgar-se e lamentarem a tragédia demonstra que não haviam planejado como ocorreu. A alegação de que ” estavam gostando da cena macabra” não parece verdadeira – psicopatas não sentem remorços pelos crimes que cometem.
    Mas a quem interressa todo esse show que a imprensa está montando em torno do caso? Será apenas para vender jornais revistas ou por audiência?
    Fiquemos em alerta.

  40. Caetano, um ponto importante
    Caetano, um ponto importante é essa percepção de que, quando entram em um crime, os assaltantes estão naquela de matar ou morrer. Pense bem: que lei será mais intimidadora de sua ação do que o risco de vida que correm. Em outras palavras: se praticam o crime correndo o risco de vida, vão se intimidar com leis? Por isso mesmo, essa discussão sobre mudanças na lei é quase inócua. Vale a idéia de aumentar a pena de quem se vale de menores para seus crimes.

  41. Quem disse que não
    Quem disse que não manifestaram arrependimento: a mídia? Deixa te contar um truque banal, mas sempre utilizado nesses episódios. Sempre aparece uma testemunha que diz que os criminosos disseram barbaridades; e um policial que dirá que não mostraram nenhum sinal de arrependimento. Isso é padrão e serve para dar mais neon ao show.

  42. Ainda não entendi porque essa
    Ainda não entendi porque essa mesma midia que tenta alavancar a idéia da pena de morte a partir do episódio do menino ” João”, não começaram a partir do crime do buraco do metro também não pediram a prisão do geraldo alkmin, os engenhiros e os donos do consórcio da obra da linha 4 ou amarela……afinal de contas la morreram 7 pessoas morreram de forma criminosa, e a forma do crime tambem não foi edidondo??
    seria interessante ali na hora do salvamento dos mortos a população gritasse ‘ cadeia para todos os envolvidos………………………

  43. Até que enfim eu estou lendo
    Até que enfim eu estou lendo um artigo sensato sobre essa lamentável tragédia. O auê que a imprensa fez – Veja em particular – é puro pão e circo.

  44. Segue um texto interessante
    Segue um texto interessante que li de um amigo blogueiro.

    Em câmara lenta/sobre a violência – um texto de Paulo Brabo.
    Paulo Brabo

    Na sociedade do espetáculo a ética, como tudo mais, é coreografada pela mídia e obedientemente dançada pela sociedade. São os meios de comunicação que selecionam, embalam e entregam em domicílio o que deve propriamente nos chocar, motivar e comover. Num mundo inteiramente esvaziado de absolutos, é apenas pelos olhos seletivos da mídia que sentimo-nos de alguma forma capazes de enxergar o que é certo e errado.

    Estou falando, naturalmente, das recentes e espetaculares violências divulgadas pela televisão e do rastro de indignação extra-oficial oficial que se seguiu.

    Pode-se dizer que estou indignado com essa indignação – tão ou mais do que com a violência que dizem-me tê-la inspirado.

    Pretendo ser bem entendido pelo menos numa coisa: não tenho prazer em ouvir de crianças sendo torturadas e de balas perdidas que encontram seus destinos, seja no Rio de Janeiro ou no Iraque, que é menos violento; não creio, com a mesma intensidade, que a onipresença da violência deva ser de alguma forma maquiada, omitida ou censurada. Dêem-me a vida como ela é – não tenho escolha a não ser encará-la de frente, e prefiro não ter.

    O que me incomoda na recente onda de indignação é que ela toma invariavelmente o caminho testado e aprovado da demonização do outro – o caminho que sancionou todos os derramamentos de sangue da história, inclusive aqueles que estamos agora condenando. E não é, sabemos disso, menos que derramamento de sangue o que estamos pedindo. Somos personagens da vigília circular prevista e denunciada por René Girard.

    O que queremos, o que estamos exigindo, é um bode expiatório no qual possamos afogar espetacularmente o nosso furor. Dêem-nos um rei do crime, um magnífico Al Capone para crucificar; dêem-nos a pena de morte, um maldito cujo sangue nos forneça a indelével impressão de purificação comunitária. Dêem-nos uma punição exemplar, algo que corresponda em riqueza visual à pirotecnia da violência a que fomos submetidos pelas imagens da televisão.

    Sou, devo confessar aos que ainda não perceberam, um idealista e um anarquista. Não sou porém idealista o bastante para crer que não há culpados, ou anarquista o bastante para crer que culpados não devam ser punidos. Apenas estou convicto de que há culpados em mais arenas do que gostaríamos de admitir, e violências cuja magnitude simplesmente não comportam os dois ou três palmos da tela azul.

    Não é preciso mais do que meia hora para se fazer pelas ruas da cidade um desenho com o sangue e a carne de uma criança viva. Não é preciso mais do que minutos para abrir com o estilete uma garganta, para violentar uma garotinha, derrubar o fósforo aceso sobre um corpo vivo fedendo a gasolina ou apertar um cano fumegante contra uma têmpora.

    A maior parte de nós, seres humanos, optaria por só fazer essas coisas em último caso. Preferimos em geral não ter de recorrer à violência. Preferimos que ninguém morra na nossa frente. Preferimos não ter de matar ninguém. Se matar for finalmente necessário, preferimos que não seja doloroso para quem morre.

    Nós humanos somos assim. Não ineremente bons, mas inerentemente cheios de melindres e nove horas.

    As atrocidades espetaculares com que temos nos ocupado são jogo rápido e produzem resultados brutais, feitos sob medida para a nota de primeira página do jornal. São vistosas em sua abominação, e cabem justinho entre um comercial e outro do noticiário.

    Essas violências são especialmente convenientes para o nosso consumo porque deixam claro, pelo seu próprio caráter de aberração, que não dizem respeito a gente do nosso convívio e da nossa estirpe. Ficamos chocados com elas e exigimos restituição na exata proporção em que cremos não ter nenhuma culpa no cartório.

    A culpa, no entanto, é coisa insidiosa e comum. A violência é rápida, mas o processo de desumanização que a possibilita, que torna a violência concebível e até desejável para quem a pratica, é lento e complexo. É preciso muita coisa para fazer de um homem menos que um homem, mas temos conseguido – e tenho feito obedientemente a minha parte na criação desse admirável mundo novo.

    É minha convicção de que somos todos – individualmente, já que coletivamente nada acontece – culpados dessa violência secreta que desconstrói eficientemente a humanidade de crianças, mulheres e homens.

    Desconhecemos ou esquecemos o que é passar consistentemente fome, o que é ser barrado consistentemente no shopping, o que é constatar consistentemente que trabalho honesto gera menos sobrevivência do que fornecer entorpecentes mal-feitos a distraídos ricos e classe-medianos. Não sabemos ou esquecemos o que é dormir na rua, o que é ver a mãe apanhando do pai, o que é ter a ordem de despejo no nariz, o cuspe no rosto, o chute no lado. Não sabemos ou esquecemos o que é ver o dia como ameaça, a noite como dia e a lata de cola por companheiro.

    Essas e outras violências secretas trabalham em perfeita coordenação para desfazer gente em menos do que gente, mas são coisa por demais comum e rasteira para merecer espaço na televisão. Não fazem e nunca farão, portanto, parte da nossa ética. Não têm qualquer relação com a verdadeira violência que estamos lamentando nos e-mails que repassamos.

    Era novembro de 2005 e eu estava com meu amigo inglês Julian em Pernambuco, no calçadão da perfumada Campina Grande, tomando suco e maravilhando da chuva e do friozinho que fazia ali tão na beira do sertão nordestino. Anoitecia e adiávamos, comentando sobre a extraordinário abundância de farmácias e garotas bonitas na cidade, a hora de voltar para o Hotel Gandhi.

    Espalhada pelo calçadão desfilava sem pressa uma procissão sem fim de crianças de rua e catadores de papel: meninos descalços, maltratados, vestidos de pano de chão, pedindo sem stress um centavo, um pedaço de comida, muitos empurrando ou puxando, como mulas, carrinhos de madeira dez vezes maiores do que eles mesmos.

    O Julian já tinha visto cena semelhante em outras de nossas capitais, mas ali em Campina Grande, naquela noite e no meio daquelas crianças que o cercavam como a um loiro redentor, o inglês desembuxou.

    – Por que vocês não fazem nada a respeito dessas crianças? – perguntou ele ternamente, serenamente, e falava em nome e a respeito das crianças de rua de todo o Brasil.

    Nesse momento, senhoras e senhores, o Brabo desfiou um discurso que faria a delícia ou a vergonha de qualquer candidato em qualquer comício. Expliquei com toda a diligência que a solução não era simples, que o problema era congênito, que o governo não fazia nada, que a sociedade se omitia, que a maldição tinha raízes históricas que garantiam a sua perpetuação; falei sobre desvios de recursos, sobre reforma agrária, sobre prostituição infantil, sobre tráfico de drogas e de influências e sobre crime organizado. Falei sobre a história do Rio do Janeiro, sobre evasão rural, sobre nordestinos em São Paulo; expliquei sobre favelas e morros e falanges vermelhas e escadinhas, e quanto mais eu falava mais percebia que estava longe, cada vez mais longe, de responder a pergunta que meu amigo havia feito.

    Meu amigo não me pedira estatísticas ou respostas prontas. Ele me perguntava por que eu – por que alguém – não fazia nada para humanizar a vida daquelas crianças e crianças como elas. Eu não soube o que responder. Não tinha o que responder, e finalmente confessei isso a ele.

    – Pergunto – ele disse, apontando para um menino de uns seis anos absolutamente loiro, absolutamente lindo e absolutamente miserável que nos observava maravilhado conversando em inglês, como se testemunhasse anjos – por que esse menino poderia ser o meu filho.

    A desumanização é uma violência muda que depende da contribuição de todos para funcionar. Basta um de nós virar a casaca para colocar tudo a perder. Eu mesmo tive meus momentos de fraqueza, mas o Julian voltou graças a Deus para sua Londres perfeita e não representa mais risco para a minha consciência.

    Minha eficiente omissão tem feito com que crianças sejam arrastadas pelas ruas com a mesma inclemência impensável que os bandidos dispensaram a um menino que não conheci e cuja foto apareceu na televisão. Esse trajeto desumanizante é, no entanto, lentíssimo; acontece em câmera lenta demais para caber nos limites do noticiário de televisão. É devagar como um filme francês, e da mesma forma impotente para angariar pontuação no IBOPE. No final, no entanto, haverá um rastro de sangue e um ser humano a menos sobre a terra.

    * * *

    Deixamos o filho de Julian dormindo na rua e fomos para o quarto do hotel, caindo no sono sob a benção azul da novela Bang-Bang. Na manhã seguinte partimos para Recife.

  45. Parabéns, Luis Nassif, por
    Parabéns, Luis Nassif, por ser uma gota de sensatez neste oceano de ódio em que vivemos. Na verdade, toda vez que a gente vê um indignado é melhor atravessar a rua… A indignação é uma péssima conselheira…

  46. Absolutamente sensato, Nassif
    Absolutamente sensato, Nassif – com a lógica que infelizmente falta à mídia que alimenta o sensacionalismo barato das emoções da sociedade.

  47. Caro Nassif,

    Parabéns pelo
    Caro Nassif,

    Parabéns pelo excelente artigo.

    Gostaria que a maioria destes que se mostram indiguinados, e pedem de boca cheia a pena de morte e a diminuição da maioridade penal, começasse a fazer a parte deles para que vivamos numa sociedade menos violenta.

    Saudações,

    Paulo.

  48. Nassif: Seu escrito fez-me
    Nassif: Seu escrito fez-me lembrar do filosofo Negrinhão do Peruche e seu campanha civica em andamento.Ele esta passando um abaixo assinado para colher 1.300.000 assinaturas para entregar ao Congresso com o intuito dee ser promulgada a seguinte Lei: Todos aqueles que ocupam altos cargos no legislativo,judiciário e executivo..Todos os ricos.Todos os empresários, intelectuais,jornalistas e profissionais liberais de nivel superior que cometerem crimes, sejam de pena detentiva ou reclusiva deverão ser condenados com a prisão perpétua a ser cumprida totalmente em regime disciplinar diferenciado.Ocorre que Negrinhão do Peruche perguntou-me,tendo em vista que o abaixo assinado esta sendo passado somente nas periferias de nossas cidades e suas assinaturas são colhidas ,na maioria, entre os denominados ps.ps.se são validas assinaturas somente com o dedão(impressões digitais) .Não soube informá-lo,será que alguém das categorias citadas na Lei em questão, poderia nos esclarecer se são válidas as assinaturas com o dedão? agradecemos.

  49. Sou até a favor da pena da
    Sou até a favor da pena da morte, desde que aplicada em casos muito especiais.Assim pelo menos 2 condições deveriam acontecer para aplicação da pena:
    1) Absoluta certeza da autoria do crime.
    2) O autor seja reincidente, o tipo de assassino compulsivo, do tipo que haja uma razoavel certeza(até nesse caso pode existir uma subjetividade) de que se ficar solto, seja por legalmente ou por fuga, irá novamente assassinar qualquer ser humano, desde um policial até mesmo uma criança de menos de 1 ano.
    Exatamente por ser a favor da pena de morte, considero-a uma condição necessária porém insuficiente, na verdade é, até mesmo secundária em termos de segurança e justiça.
    Assim, se não começarmos a solucionar os problemas sociais por um lado e a péssima aplicação de justiça através de um código de processo penal super-frouxo(que ficou assim exatamente para beneficiar gente da elite que transgredia comumente, ex. Lei Fleury, e que agora membros de organizações como CV e PCC , conseguem tirar proveito pois se organizaram e conseguem pagar bons advogados.
    Depois, aqui no Brasil se copia e se consome tudo que é lixo dos EUA, menos aquilo que á essencia da organização sócio-politica deles:
    O VERDADEIRO FEDERALISMO.
    Assim por exemplo, muitos estados adotam a pena de morte, outros não.Aqui no Brasil chegamos até mesmo à ridicula situação de a União legislar que a venda de pães tem que ser por kg e não por unidade.Ou seja, até uma questão o paroquial dessas tem que ser decidida em Brasília.O mesmo ocorre com a educação: De quem é a responsabilidade afinal??União, estados ou municipios?? No fim ninguém, só o que prevalece mesmo é a IRRESPONSABILIDADE e INCOMPETENCIA.Por isso bandidos e malfeitores deitam e rolam, pelo menos enquanto estão vivos e soltos.

  50. Heráclito dizia que “nenhuma
    Heráclito dizia que “nenhuma miséria humana lhe era estranha”, taí o professor Janine para confirmar o aforisma. A tragédia dos criminosos não nos é estranha porque seríamos, todos, capazes de perpetrá-la, por motivos diversos, como o Professor e muitos outros que defendem o “olho por olho” (li outro dia, acho que neste blog, que o “olho por olho” nos vai tornar cegos). Fico me perguntando por que ninguém se pergunta pelas causas. E essa tragédia não é apenas brasileira, há algum tempo li e ouvi a notícia de que o Presidente Bush havia sancionado a lei que legaliza a tortura; não vi nem ouvi um lamento, uma voz indignada. A notícia foi dada como qualquer outra, assim, sem engasgar, sem que a face ficasse vermelha de vergonha.
    O filósofo italiano Giorgio Agamben é o autor de um livro chamado “Homo Sacer – O poder soberano e a vida nua” muito interessante. Ele vai buscar nos antigos romanos uma figura jurídica, o “homo sacer”: aquele que apesar de humano, estava excluído da comunidade humana, e por isso podia ser morto impunemente, e pela mesma razão, não podia ser sacrificado, pois não era uma oferenda sacrificial digna. Partindo dessa figura ele tenta explicar inclusive o holocausto. Aqui não é o lugar para se discorrer sobre todas as hipóteses e premissas do livro que são bastante complexas, mas deveríamos começar a pensar seriamente sobre essas hipóteses e premissas, senão para concordar com elas, pelo menos para ter um ponto de partida. Ele afirma que o estado moderno ao se apossar do “corpo biológico” dos cidadãos nos tornou, todos, “homo sacer. O estado de exceção se tornou a regra, e o que temos são “bandos” de excluídos, para os quais o “outro” pertencente ao “bando rival”, é um “homo sacer”. Se só o mal pode vencer o mal, então o mal é invencível.

  51. O meu POR QUÊ vai na seguinte
    O meu POR QUÊ vai na seguinte linha:

    O mais inóspito lugar do Brasil, o sertão nordestino, privado de tudo, não costuma produzir o dito crime gratuito do latrocínio. Lá, à maneira do povo da seca, celebra-se a vida, o sofrimento é cultuado entre todos, não há diferença entre os miseráveis; são dotados de uma sagaz sobrevivência, isso lhes dá sentido à vida. A identidade está justamente na miséria e sua simbologia. Mesmo, às vezes, em contato com o mundo moderno, com os “valores” do homem moderno, não sucumbem às tentações do enaltecimento midiático, que diz sempre que temos de ser melhor do que o outro, principalmente tendo, possuindo os bens oferecidos na overdose consumista.
    Educação (escolaridade e formação), com este modelo carteziano, como aqui já disseram, também não resolve. João do Vale, Jackson do Pandeiro, Nho Caboclo e de certa forma o próprio Ferreira, não tiveram ESCOLA. Índio nunca foi à escola; que sociedade invejável! Concordo com Ferreira Gular, está cheio de magistrado bandido, e que rouba e mata, são os GÊNIOS do mal.
    Literatura? Há muitos livros que carregam canalhices. Seitas normalmente são baseadas em grandes escritores, às vezes pode ser fácil deturpar a interpretação, nesse caso vence o poder da oração. Muitos profissionais do ensino também podem ser canalhas. Diretor de FEBEM é profissional do ensino, não é? No sertão há a poesia, traduzida no dia-a-dia do homem da seca; o FREVO faz 100 anos, o carnaval democrático de Recife e Olinda, Bezerros, a festa de Caruarú e Exú… em meio a essas multidões, raramente o crime gratuito acontece. O povo precisa celebrar mais a vida, comungar suas tradições. A INDIFERENÇA, que, embutida nos valores atribuidos à vida moderna, embandeirada pelos publicitários, tem grande culpa pelo ódio e a violência. A burocracia também é um terrível agravante, amenizada progressivamente, à medida das posses. Mas Eles, os Anúncios, vivem cuspindo em nossas caras.

  52. Apenas um comentário : quando
    Apenas um comentário : quando a calota do carro de vocês arrasta na rua vocês não escutam? Quando cai alguma coisa do carro não dá para escutar?
    Como os bandidos poderiam carregar um menino por 7 km e não escutar? Impossível, além do mais que há testemunhas que afirmaram categoricamente que os avisaram de que o menino estava pendurado no carro.
    Eles podiam estar na pré-escola do crime, mas isto não os torna menos assassinos cruéis ou facínoras. É salutar querer ser o contraponto, porém há casos em que não há cabimento, é completamente impossível que eles não soubessem o que estavam fazendo.

  53. Sei que estou atrasado para o
    Sei que estou atrasado para o comentário, Nassif, no entanto, logo após o episódio, o meu pensamento foi idêntico ao seu. No que fui acompanhado pelas minhas filhas. Depois, o que li na imprensa, inclusive do Gullar e do Janine, só fez reforçar as minhas convicções anteriores. Torcer para que os responsáveis tenham morte lenta na cadeia, eu hein?

  54. Parabéns Nassif, por sua
    Parabéns Nassif, por sua sensatez! Lamentável esse sensacionalismo sobre uma tragédia dessas. Por outro lado, observo que as tragédias do cotidiano que envolvem crianças pobres, que morrem vítimas de maus-tratos, abusos, doenças e drogas são solenemente ignoradas por esses “grandes” intelectuais! Pior – são os sobreviventes desse massacre desumano cotidiano que crescem e depois se voltam contra essa mesma sociedade que lhes deu as costas a sua dor. A solução brilhantemente proposta – o extermínio! Quando essa gente vai acordar????

  55. Tá certo Nassif temos que
    Tá certo Nassif temos que considerar o panico dos assaltantes, básico.Me dá mêdo essa opinião, desculpe., talvez eu tenha entendido errado.

  56. Os menininhos assaltantes
    Os menininhos assaltantes estavam em pânico?
    Quem sofre de Sindrome do Pânico são os brasileiros seja dentro ou fora de casa, afinal nunca sabemos quem será a próxima vítima.
    Nunca a industria farmacêutica vendeu tantos comprimidos para depressão e ansiedade que são geradas pela criminalidade do país.Os consultórios psiquiátricos estão cheios de brasileiros com traumas enormes devido aos ataques dos fora-da-lei e passam anos e anos em tratamento para tentar voltar a saúde mental normal.
    Falar em pânico dos meninos, não dá, somente quem já assistiu um ataque de pânico sabe como é, nesse estado a pessoa jamais conseguiria dirigir alguma coisa, ela paralisa pelo terror.

  57. Embora não tenha gostado da
    Embora não tenha gostado da opinião do Nassif nesse caso, temos que respeitar a opinião dele, até porque quem na imprensa brasileira dá um espaço para todo tipo de opinião a favor ou contra qualquer coisa? Veja a VEJA por exemplo, nunca sai uma opinião contrária à linha ideológica da revista somente pró – estou errado?

  58. Renato, por experiência,
    Renato, por experiência, aprendi a duvidar de todo o tempero que a imprensa costuma agregar a esses pratos. Como, por exemplo, a história de que alguém ouviu um dos criminosos dizer que o corpo do menino parecia boneco de Judas.

  59. Nassif:
    Se este debate sobre
    Nassif:
    Se este debate sobre segurança continuar “com tanta racionalidade” daqui a pouco a nossa “elite” estará pedindo prisão perpétua para homem bomba! Como diria o Bussunda: fala sério!

  60. existe sim uma elite, uma
    existe sim uma elite, uma elite dita cultural fora da realidade das ruas, esta elite é ainda pior que a outra elite que eles falam
    não temos homens bomba, ao menos aquelescom um pingo de ideologia certa ou errada
    mas temos homens bandidos coitados e injustiçados vitimas da sociedade cruel que por isso amarram bombas em crianças para chantagear pais e gerentes de banco
    oh elite intelectual cruel – o pior cego é o que não quer enxergar, mas porque não quer mesmo, por razões que a propria natureza deve desconhecer. Até o papa anterior admitiu que temos direito de defender nossas vidas, mas essa elite não , prefere deixar para o social resolver o disparo do gatilho na cara desde que não seja a dele, claro

  61. Nassif, nao é exatamente isso
    Nassif, nao é exatamente isso que
    acontece ? Nao se busca constantemente as tragédias e más notícias em geral, para aumentar a venda de jornais, revistas, bem como a audiência das emissoras?
    Você é jornalista, trabalha no meio e sabe disso. Eu admiro seus comentários extremamente claros e verdadeiros, mas há que se estar alerta para a manipulacao pelos meios de comunicacao que a sociedade humana sempre sofreu. O pior, no caso do Brasil, é que a ignorancia da maioria da populacao acaba tornando essa populacao mais facilmente “dirigida”.

  62. Caro Nassif,

    Na folha de
    Caro Nassif,

    Na folha de 15/02 há um excelente artigo do Contardo Calligaris,sobre o assunto com o qual eu concordo inteiramente.
    Assim como vc não acho que redução de maioridade penal e leis mais duras vão trazer uma redução da criminalidade no curto prazo.
    Concordo também que é muito mais importante um trabalho sócio-economico preventivo.
    Mas tb concordo com o Contardo, a história de que o sistema penal é para recuperar é uma hipocresia, e não é só nossa é assim no mundo inteiro.E sob essa ótica é imperativo que criminosos de grande periculosidade e violentos sejam tirados do convivio com a sociedade,não interessa se por prisão perétua ,pena de morte ou qualquer outra punição que inventem,pois a dura realidade é que ao contrario do que se diz existem sim, individuos irrecuperaveis.
    Por ultimo uma satisfação as familias das vitimas , é tb importante, apesar de quase sempre esse lado ser ignorado nas discussões.
    Se vc tem duvidas sobre o dolo no caso em questão ,o que dizer do menino queimado vivo dentro de um carro, na grande São Paulo há uns 2 meses ?
    Resumo da ópera:prevenção social,através de aumento de oportunidades e etc… é importante e necessario, mas isso não é excludente de um endurecimento das penas.
    Por fim como disse o Diogo Mainardi (sei que ele é seu desafeto,mas não encare a citação como provocação,ela apenas muito oportuna ao caso)em sua penultima coluna , os assaltantes maiores de idade que participaram do asssalto já haviam sido presos e libertados,se as penas fossem mais duras eles não estariam nas ruas e talvez o menino João estivesse vivo.

    Abs,

    Pedro

    P.S. A bem da verdade sou obrigado a mencionar que sou pai de 2 meninos, um de 3 e outro de 6 anos, sendo que o mais velho também se chama João e tem apenas 20 dias de diferença de idade do pobre João Hermes, o que não me torna um analista imparcial, mas mesmo assim julgo minha opinião lucida.

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