Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados e as matérias para serem lidas e comentadas. Concentraremos aqui o antigo Clipping.

Redação

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  1. Pastoras lésbicas que criaram uma igreja evangélica em São Paulo

    http://digosim.blogfolha.uol.com.br/2013/11/01/lanna-e-rosania-alices-no-pais-das-maravilhas/O pedido já estava fazendo bodas de cobre: faz dez anos que Lanna Holder, 38, perguntou se Rosania Rocha, 40, se casaria com ela. É que à época a lei brasileira não deixava pessoas do mesmo sexo se casarem e as duas faziam parte de uma igreja que nada simpatizava com a ideia. 

  2. Globo morre de medo da Ley de Medios

    Apavorada, Rede Globo dedicou longos minutos no Jornal Nacional para atacar a nova lei aprovada na Argentina que representa um duro golpe contra monopólios midiáticos

    rede globo ley de mediosLey de Medios apavora a Rede Globo (Imagem: Manifestação em frente a sede da Globo)

    A Suprema Corte da Argentina declarou nesta terça-feira (29) a constitucionalidade de quatro artigos da “Ley de Medios” que eram contestados pelo Grupo Clarín. Com esta decisão histórica, o governo de Cristina Kirchner poderá finalmente prosseguir com a aplicação integral da nova legislação, considerada uma das mais avançadas do mundo no processo de democratização da comunicação. A decisão representa um duríssimo golpe nos monopólios midiáticos não apenas na vizinha Argentina. Tanto que a TV Globo dedicou vários minutos do seu Jornal Nacional para atacar a nova lei.

    Democratização

    Pelas regras agora aprovadas pela Suprema Corte, os grupos monopolistas do setor serão obrigados a vender parte dos seus ativos com o objetivo expresso de “evitar a concentração da mídia” na Argentina. O império mais atingido é o do Clarín, maior holding multimídia do país, que terá de ceder, transferir ou vender de 150 a 200 outorgas de rádio e televisão, além dos edifícios e equipamentos onde estão as suas emissoras. A batalha pela constitucionalidade dos quatro artigos durou quatro anos e agitou a sociedade argentina. O Clarín – que cresceu durante a ditadura militar – agora não tem mais como apelar.

    O discurso raivoso da TV Globo e de outros impérios midiáticos do Brasil e do mundo é de que a Ley de Medios é autoritária e fere a liberdade de expressão. Basta uma leitura honesta dos 166 artigos da nova lei para demonstrar exatamente o contrário. O próprio Relator Especial sobre Liberdade de Expressão da Organização das Nações Unidas (ONU), Frank La Rue, já reconheceu que a nova legislação é uma das mais avançadas do planeta e visa garantir exatamente a verdadeira liberdade de expressão, que não se confunde com a liberdade dos monopólios midiáticos.

    Kirchner

    Aprovada por ampla maioria no Congresso Nacional e sancionada pela presidenta Cristina Kirchner em outubro de 2009, a nova lei substitui o decreto-lei da ditadura militar. Seu processo de elaboração envolveu vários setores da sociedade – academia, sindicatos, movimentos sociais e empresários. Após a primeira versão, ela recebeu mais de duzentas emendas parlamentares. No processo de pressão que agitou a Argentina, milhares de pessoas saíram às ruas para exigir a democratização dos meios de comunicação. A passeata final em Buenos Aires contou com mais de 50 mil participantes.

    Em breve será lançado um livro organizado pelo professor Venício Lima que apresenta a tradução na íntegra da Ley de Medios, além dos relatórios Leveson (Reino Unido) e da União Europeia sobre o tema. A obra é uma iniciativa conjunta das fundações Perseu Abramo e Maurício Grabois e do Centro de Estudos Barão de Itararé e visa ajudar na reflexão sobre este assunto estratégico no Brasil – hoje a “vanguarda do atraso” no enfrentamento da ditadura midiática.

    Confira abaixo os quatro artigos agora declarados constitucionais pela Suprema Corte. A tradução é de Eugênio Rezende de Carvalho:

    *****

    ARTIGO 41. – Transferência das concessões. As autorizações e concessões de serviços de comunicação audiovisual são intransferíveis.

    Excepcionalmente, será autorizada a transferência de ações ou cotas das concessões assim que tenham transcorrido cinco (5) anos do prazo de concessão e quando tal operação seja necessária para a continuidade do serviço, respeitando a manutenção, pelos titulares de origem, de mais de cinquenta por cento (50%) do capital subscrito ou por subscrever, e que este represente mais de cinquenta por cento (50%) da vontade social. Tal transferência estará sujeita à análise prévia da autoridade de execução, que deverá expedir parecer fundamentado sobre a autorização ou a rejeição do pedido de transferência, tendo em vista o cumprimento dos requisitos solicitados para sua adjudicação e a manutenção das condições que a motivaram.

    A realização de transferências sem a correspondente e prévia aprovação será punida com o vencimento de pleno direito da concessão adjudicada e será nula, de nulidade absoluta.

    Pessoas de existência jurídica sem fins lucrativos. As licenças concedidas a prestadores de gestão privada, sem fins lucrativos, são intransferíveis.

    (…)

    ARTIGO 45. – Multiplicidade de concessões. A fim de garantir os princípios da diversidade, pluralidade e respeito pelo que é local, ficam estabelecidas limitações à concentração de concessões.

    Nesse sentido, uma pessoa de existência física ou jurídica poderá ser titular ou ter participação em sociedades titulares de concessões de serviços de radiodifusão, de acordo com os seguintes limites:

    No âmbito nacional:

    a) Uma (1) concessão de serviços de comunicação audiovisual sobre suporte de satélite. A titularidade de uma concessão de serviços de comunicação audiovisual via satélite por assinatura exclui a possibilidade de titularidade de qualquer outro tipo de concessão de serviços de comunicação audiovisual;

    b) Até dez (10) concessões de serviços de comunicação audiovisual mais a titularidade do registro de um sinal de conteúdo, quando se trate de serviços de radiodifusão sonora, de radiodifusão televisiva aberta e de radiodifusão televisiva por assinatura com uso de espectro radioelétrico;

    c) Até vinte e quatro (24) concessões, sem prejuízo das obrigações decorrentes de cada concessão outorgada, quando se trate de concessões para a exploração de serviços de radiodifusão por assinatura com vínculo físico em diferentes localidades. A autoridade de execução determinará os alcances territoriais e de população das concessões.

    A multiplicidade de concessões – em nível nacional e para todos os serviços -, em nenhuma hipótese, poderá implicar na possibilidade de se prestar serviços a mais de trinta e cinco por cento (35%) do total nacional de habitantes ou de assinantes dos serviços referidos neste artigo, conforme o caso.

    No âmbito local:

    a) Até uma (1) concessão de radiodifusão sonora por modulação de amplitude (AM);

    b) Uma (1) concessão de radiodifusão sonora por modulação de frequência (FM) ou até duas (2) concessões quando existam mais de oito (8) concessões na área primária do serviço;

    c) Até uma (1) concessão de radiodifusão televisiva por assinatura, sempre que o solicitante não seja titular de uma concessão de televisão aberta;

    d) Até uma (1) concessão de radiodifusão televisiva aberta sempre que o solicitante não seja titular de uma concessão de televisão por assinatura;

    Em nenhuma hipótese, a soma do total das concessões outorgadas na mesma área primária de serviço ou o conjunto delas que se sobreponham de modo majoritário, poderá exceder a quantidade de três (3) concessões.

    Sinais:

    A titularidade de registros de sinais deverá se conformar às seguintes regras:

    a) Para os prestadores designados no item 1, subitem “b”, será permitida a titularidade do registro de um (1) sinal de serviços audiovisuais;

    b) Os prestadores de serviços de televisão por assinatura não poderão ser titulares de registro de sinais, com exceção de sinal de geração própria.

    Quando o titular de um serviço solicite a adjudicação de outra concessão na mesma área ou em uma área adjacente com ampla superposição, ela não poderá ser concedida se o serviço solicitado utilizar uma única frequência disponível na referida zona.

    (…)

    ARTIGO 48. – Práticas de concentração indevida. Antes da adjudicação de concessões ou da autorização para a cessão de ações ou cotas, deverá ser verificada a existência de vínculos societários que revelem processos de integração vertical ou horizontal de atividades ligadas, ou não, à comunicação social.

    O regime de multiplicidade de concessões previsto nesta lei não poderá ser invocado como direito adquirido frente às normas gerais que, em matéria de desregulamentação, desmonopolização ou de defesa da concorrência, sejam estabelecidas pela presente lei ou que venham a ser estabelecidas no futuro.

    Considera-se incompatível a titularidade de concessões de distintas classes de serviços entre si quando não cumpram os limites estabelecidos nos artigos 45, 46 e complementares.

    (…)

    ARTIGO 161. – Adequação. Os titulares de concessões dos serviços e registros regulados por esta lei, que até o momento de sua sanção não reúnam ou não cumpram os requisitos previstos por ela; ou as pessoas jurídicas que, no momento de entrada em vigor desta lei sejam titulares de uma quantidade maior de concessões, ou com uma composição societária diferente da permitida, deverão ajustar-se às disposições da presente lei num prazo não maior do que um (1) ano, desde que a autoridade de execução estabeleça os mecanismos de transição. Vencido tal prazo, serão aplicáveis as medidas que correspondam ao descumprimento, em cada caso.

    Apenas para efeito da adequação prevista neste artigo, será permitida a transferência de concessões. Será aplicável o disposto pelo último parágrafo do Artigo 41.

    Altamiro Borges

    http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/10/globo-morre-medo-ley-medios.html

    1. 5 ESTRELINHAS

      Já que ao clicar nas 5 estrelinhas, nada acontece, informo que estou atribuindo 5 estrelinhas ao comentário exposto pela Tamára. Deveria virar “POST” para os devidos comentários.

  3. Projeto propõe tratamento a racistas e homofóbicos

    Projeto propõe tratamento psicológico a racistas e homofóbicos

    Projeto de lei propõe tratamento psicológico gratuito para preconceituosos. “Objetivo é garantir acesso ao sistema de saúde público a todos que sofrem de fobias”, diz autor

    projeto contra preconceito

    O vereador e médico Ricardo Camargo Vieira (PCdoB), de Florianópolis (SC), apresentou um projeto de lei que, se aprovado, vai legalizar o tratamento psicológico gratuito municipal aos preconceituosos, como racistas e homofóbicos.

    Vieira, que é médico, argumentou que seu objetivo é garantir acesso ao sistema de saúde público municipal a todos que sofrem de fobias ou que apresentem um comportamento antissocial.

    Esse projeto de lei se contrapõe ao do vereador Deglaber Goulart (PMDB), apresentado no início do mês, que cria tratamento psicológico a homossexuais.

    Os dois projetos levantaram polêmica na Câmara Municipal e na cidade. A crítica mais frequente a Deglaber é que ele está tentando aprovar em Florianópolis a “cura gay”, que a Bancada Parlamentar Evangélica quer implantar nacionalmente.

    A proposta de oferecer tratamento aos preconceituosos tem a oposição do secretário-geral da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Alexandre Botelho. Para ele, caso o projeto seja aprovado, as pessoas que eventualmente têm algum preconceito ficarão rotuladas.. “E isso acaba duplicando os efeitos negativos desta conduta na sociedade.”

    Ele argumentou que o SUS já oferece tratamento contra fobias em geral.

    Paulopes, com Câmara Municipal de Florianópolis

    http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/10/projeto-propoe-tratamento-psicologico-racistas-homofobicos.html

  4. A COMPLICADA HISTORIA DO

    A COMPLICADA HISTORIA DO PANAMA – Amanhã, 3 de Novembro a Republica do Panama, a mais nova da America Espanhola faz 110 anos. O crucial istmo que liga a America Central à America do Sul era como colonia da Espanha parte do Vice Reinado de Nova Granada e depois das guerras de independencia das colonias espanholas virou provincia da Colombia, o Departamento do Istmo mas tentativas de independencia da Colombia sempre existiram.

    O Istmo tinha ( e tem) ) uma elite branca de primeira qualidade, os “rabiblancos” que nunca se consideraram colombianos, herdeiros da vocação comercial dos primeiros colonizadores espanhois que ocupram o Istmo.

    O ponto de inflexão foi a descoberta do ouro na California em 1849, tornando fundamental a necessidade de interconexão da Costa Leste dos EUA com o Oeste agora valioso pela corrida do ouro. Havia duas rotas, pelo Estreito de Magalhães, um longuissimo caminho de Nova York a San Francisco ou pelo Istmo por terra e tomando outro navio no lado do Pacifio, um transbordo dificil e caro. Os EUA viram a solução na construção de uma ferrovia  que ligaria a costa caribenha ao lado do Pacifico. Fizeram acordo com a Colombia, conseguiram a concessão e a ferrovia ficou pronta em 1855 mas com ela já nascia a ideia de um canal maritimo, obra gigantesca. Coube a uma companhia francesa tentar executar o projeto com o mesmo engenheiro que concebeu o Canal de Suez. Graves problemas de construção na selva, com cobras e malarias impediram a conclusão por Ferdinand de Lesseps, a companhia francesa faliu,  os EUA precisavam desesperadamente desse canal e compraram os direitos.

    Mas uma obra de tal magnitude só poderia ser realizada em terra sob controle dos EUA, era obra de uma geração que exigiria recursos extraordinarios financeiros, técnicos e humanos.

    Para essa realização era indispensavel ter controle politico do Canal e a solução foi apoiar o Departamento do Istmo em seus ansios de independencia que vinham de longa data. Declarada a independencia foi criada a Republica do Panama em 3 de Novembro de 1903, sob protetorado dos EUA, que imediatamente ocuparam o territorio com infantaria naval antes da chegada de forças colombianas. As relações da nova Republica com a Colombia só se normalizaram 21 anos depois. Os EUA garantiram para si uma Zona do Canal, de 16 km de largura, sob soberania americana, dividindo a Republica em duas partes.

    Na realidade a Republica só existiu pelo apoio americano, os independentistas que já existiam desde a segunda decada do Seculo XIX não teriam sozinhos conseguido a independencia, a Colombia era um pais muito maior.

    A construção do canal pelos americanos, através de uma companhia controlada pelo Governo, a Panama Canal Company, levou uma geração, foi realizada em grande com a importação de operarios jamaicanos que acabaram ficando no Panama, especialmente no lado caribenho, onde é hoje a Zona de Livre Comercio de Colon.

    O controle politico ficou até a decda de 80 com as familias “rabiblancas” como os Arias e os Alwyn, quando surgiram caudilhos de origem popular , primeiro  Omar Torrijos e depois  Manuel Noriega.

    O controle americano do Canal cessou por Tratado em 31 de dezembor de 1999, tendo sido desmilitarizada a Zona do Canal, agora integrada à soberania panamenha, os 300 edificos de quarteis, hospitais e armazens viraram

    lojas e shoppings, o Canal está sendo ampliado para navios maiores e a prosperidade do Panama é a maior das Americas, um megaboom de construção de altos edificos e um PIB crescendo a 11% ao aono.

    A moeda continua sendo o dolar e o pais está recendo milhares de aposentados americanos que compraram apartamentos e vieram residir no Panama. A emergencia da China como compradora de commodities aumentou o

    trafego do canal e o movimento da Zona Livre de Colon, onde em 500 aramazens se redistribuem os produtos chineses que se vendem na America do Sul.

    O Panama, assim como Cuba,  tem uma curiosa historia, bem diferente das demais republicas da America hispanica

     criadas a partir do enfraquecimento da Coroa espanhola nas guerras napoleonicas..

     

     

  5. FELIZ DIA DOS MORTOS

    Feliz Dia dos mortos

    Facebook de Luiz Antonio Simas – https://www.facebook.com/luizantonio.simas/posts/523103151112524

    Sou um finadista. Explico. Nasci em um dia dois de novembro, consagrado aos fiéis defuntos da cristandade – o popularíssimo dia de finados. Os senhores, que não nasceram em data tão significativa, não imaginam o impacto que é uma criança dizer aos amiguinhos que faz aniversário no dia dos mortos.
    Ano passado mesmo, logo cedo, recebi uma ligação da minha mãe para os parabéns. Entre desejos de felicidades e que tais, a velha me disse o seguinte:
    – Parabéns, tudo de bom. Já acendi as velas pelos defuntos de sua avó, seu avô e sua Tia Lita. 
    Cresci ouvindo a história de que minha mãe repetia, perto do meu nascimento, sempre a mesma ladainha : Só não pode nascer dia dos mortos. Vai ser menina e não vai nascer em finados; não pode nascer. 
    O resultado é que nasci balançando o pinto e no dia dos mortos, às onze e meia da manhã – horário indisfarçável, pra marcar posição. Minha avó ficou tão abalada que deu a notícia à minha tia Lita da seguinte maneira : Lita, que horror. Acabou de nascer no dia de finados e é menino. E agora ?
    [A tia querida adorava repetir essa sentença e a vó, rindo matreira, apenas silenciava. Eu, de forma obsessiva, pedia o tempo todo : Como é a frase do meu nascimento, tia Lita? A frase do horror… ]
    Lembro-me bem de um aniversário – eu devia ter uns seis anos – em que fomos almoçar em família. Vesti minha melhor roupinha para a ocasião. Ao nos ver saindo, o jornaleiro vizinho ao prédio onde morávamos foi direto : Estão indo a que cemitério? 
    Eis aí, amigos , uma verdade definitiva – meu caráter foi moldado por essa frase. Acho mesmo que minha personalidade pode ser definida com essa única sentença; nunca deixei de ser a criança que, ao querer comemorar o aniversário, descobriu que o procedimento normal era ir ao cemitério.
    Em outra ocasião o negócio foi mais sério. Estava já na faculdade quando minha namorada à época resolveu me mandar flores no dia do aniversário. O entregador disse ao porteiro que ia levar as flores ao apartamento 307, endereçadas a Luiz Antonio Simas.
    Tudo muito bonito, romântico, nos conformes. Acontece que o porteiro, ao ouvir falar em flores para Luiz Antonio Simas no dia de finados, concluiu que eu tinha morrido. Atentem para o troço. Minha namorada me manda flores no aniversário e o camarada acha que morri. 
    Mas vamos voltar à infância. O fato é que, aos poucos, passei a achar ótimo esse negócio de ser finadista. Comecei a divulgar isso com uma empáfia quase aterrorizante. Alguém me perguntava qual era o dia do meu aniversário e eu não tinha dúvidas em responder feliz, quase excitado. Chegava mesmo, admito, a falar do nada para as pessoas : Você sabe em que dia eu nasci? Quer que eu diga mesmo?
    Fazia então uma expressão de homicida alucinado, ensaiava um tom de voz diferente, esbugalhava os olhos e mandava na lata : Dia dois de novembro; o dia dos mortos, dos vampiros e dos lobisomens [ sim, resolvi acrescentar, lá pelos oito anos, esse negócio de vampiros e lobisomens porque dava um tom mais firme e assustador à coisa ].
    Ah, me permitam uma última confissão, daquelas que o sujeito só costuma fazer ao médium de mesa branca depois de fixar residência no Nosso Lar. É o seguinte: ainda hoje, homem barbado e pouca telha, volto a ter subitamente oito anos quando uma criança me pergunta sobre o dia do meu aniversário. Me vejo como um pirralho de cabelos encaracolados, calço meu kichute imaginário e respondo com sinistra entonação:
    – Nasci no dia dois de novembro. É o dia dos mortos, dos vampiros e dos lobisomens. Você sabia ? 
    Se o fedelho faz cara de choro, fico sinceramente feliz.
    (Luiz Antonio Simas)

  6. Bier Diversidade

    Afinal, como podemos chamar essas cervejas diferentonas aí que vocês gostam? São especiais, premium, gourmet? Essas perguntas sempre acompanham quem gosta de cervejas artesanais. Mas, por mais difícil que seja definir, sabemos o que elas não são: não são gourmet, nem especiais e muito menos premium.

    Cervejas artesanais são geralmente produzidas por micro cervejarias, fora do esquema da Grande Indústria. Elas, em sua grande maioria, não usam malte de milho ou arroz nas suas receitas, ao contrário das cervejas “normais” da Grande Indústria. As cervejarias artesanais apostam na variedade de estilos, de receitas milenares a novas misturas, sempre fugindo da padronização da Grande Indústria que só consegue dividir suas garrafas entre louras, ruivas e morenas.

    Micro cervejeiros no mundo inteiro tentam encontrar uma definição exata para poderem se organizar e enfrentar no mercado a Grande Indústria. O consenso sobre o que é afinal uma cervejaria artesanal (craft brewery) ainda não foi alcançado. Isso porque as bebidas, os processos de feitura e o tamanho dos negócios variam muito e nem sempre uma regra pode ser estendida a todas às artesanais (algumas belgas excelentes como a Gouden Carolous Classic, por exemplo, levam milho na sua composição).

    Nós, Lupulinas, como roqueiras que somos, amamos as artesanais pelo seu espírito de cerveja de garagem, cerveja de raiz, cerveja moleque, independente e underground. Sim, existem artesanais que são produzidas no método champenoise usando rolhas e, por serem muito caras, acabam cultuadas como símbolos de status. Mas existem aquelas como as da Caracole, que conhecemos no interior da Bélgica, baratas (para o padrão europeu) e consumidas por camponeses locais. São fabricadas ali mesmo, numa micro cervejaria de beira de estrada e com rótulos criativos e lisérgicos.

    Cerveja Artesanal também é Rock

    A garagem e o underground estão completamente entrelaçados na mais recente cultura cervejeira artesanal. Já é praxe lançarem rótulos homenageando bandas como AC/DC, Iron Maiden, Pearl Jam, Sepultura,Raimundos, Ozzy, Wander Wildner, entre muitas nacionais e gringas. Não é raro encontrar um roqueiro entre os apreciadores ou fabricantes de cervejas artesanais, como o baterista da banda Nenhum de nós, Sady Homrich, que assina uma coluna e organiza eventos sobre a cultura cervejeira.

    Cerveja Artesanal também é Arte, Literatura e Nerdice, tudo junto.

    Não bastasse a Flying Dog ter sido fundada por um astrofísico aventureiro, George Stranaham, a cervejaria homenageou o escritor Hunter Thompson na sua Gonzo, uma Imperial Porter bem preta e forte. Para quem não sabe, Thompson inaugurou um tipo de jornalismo, apelidado de Gonzo, em que a imparcialidade e a objetividade são completamente abandonadas e o autor se mistura à história contada. Ídolo de toda uma geração de jornalistas e escritores, Hunter Thompson conheceu o dono da cervejaria Flying Dog quando se mudou para uma fazenda vizinha à de George, no Colorado. Segundo o site da cervejaria, eles “tornaram-se grandes amigos e conversavam  sobre explosivos, armas avançadas, política, futebol, uísque e cerveja”. Completando a parceria pop-rock-literária, a Flying Dog investe na arte dos rótulos – outra característica das artesanais – e todos eles são assinados, desde 1997, pelo artista gráfico Ralph Steadman.

    Cerveja Artesanal também é Cultura Local

    Outra boa idéia das artesanais é incorporar alimentos e iguarias locais e/ou sazonais às suas receitas. Aqui no Brasil, isso tem resultado em muitas e agradáveis surpresas. As cervejas paraenses Taperebá Witbier e IPA Cumaru, da Amazon, contém cajá e baru, respectivamente. A Cauim, da Colorado, leva mandioca e a MaracujIPA, da carioca 2Cabeças, usa maracujá na fase do dry-hopping.

    Nosso destaque neste quesito vai para a Cacau IPA, feita pela curitibana Bodebrown, do pernambucano Samuca Cavalcanti, um apaixonado pela cultura artesanal cervejeira. Para começar, o logo da cervejaria é um bode, animal que as Lupulinas curtem bastante. Mas não é só isso: a micro cervejaria tem feito algumas de nossas artesanais brasileiras preferidas, entre elas a Perigosa, a Hop Weiss e a Cacau IPA, eleita a melhor India Pale Ale do Brasil durante o IPA Day Brasil de Riberão Preto em 2013 (estivemos lá e provamos da bica). Feita em parceria com a americana Stone Brewing (sim, parcerias entre artesanais também são comuns), a Cacau é escura e densa. A ela é adicionado cacau de Ilhéus em “nibs” (flocos da amêndoa do cacau seca e torrada), mas não tema: os lúpulos cítricos não deixam a cerveja ficar doce ou enjoativa. Pelo contrário, a Cacau IPA é amarga na medida, aveludada e perfeitamente equilibrada.

    Estas são algumas das características da cerveja artesanal. A diversidade é a chave contra a padronização. Querer comparar uma pilsen industrializada com uma artesanal é como dizer que uma porção de chicken nuggets equivale a uma galinhada caipira. Preferimos galinhada.




     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    http://lupulinas.cartacapital.com.br/bier-diversidade/

     

     

     

     

     

     

     

     

  7. Previsão do Tempo

    Esquenta Sudeste!

    1 de novembro de 2013 às 21:59 por Josélia Pegorim

     

    Os últimos dias de outubro foram marcados pela forte atuação do ar polar na costa do Sudeste e do Sul do Brasil. Os ventos frios e úmidos desta massa polar foram sentidos durante toda a semana sobre São Paulo e no Rio de Janeiro, mantendo as duas capitais com temperaturas muito abaixo do que seria normal para o fim de outubro. O ar polar também aliviou o calor em Belo Horizontee em Vitória.

    O ar polar se afasta de vez do Sudeste no fim de semana e ventos quentes se intensificam sobre a Região, o que vai favorecer a elevação da temperatura no fim de semana. Os termômetros devem passar dos 30°C em praticamente todo o Sudeste, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro. Mas uma forte frente fria vai trazer temporais para a Região a partir da segunda-feira.

    Confira a previsão para todo a Região Sudeste.

    Veja o balanço da temperatura de outubro nas capitais São PauloBelo Horizonte e Vitória. Não foi possível fazer o balanço para o Rio de Janeiro devido a falta de dados do Instituto Nacional de Meteorologia.

      http://www.climatempo.com.br/noticias/187121/esquenta-sudeste/

     

    1. JOrnal de TV

      Quando retornei a assistir um jornal de TV, faz pouco tempo, menos de um ano o povo aqui em casa disseram que o jornal do Herodoto da Recordnews era uma possibilidade de contraponto ao restante (PIG). Agora que viram que toda noite passo lá já tão, os abobolhados, espalhando que eu só assisto o Recordnews por causa da MOÇA DO TEMPO, um feiosa  e mocréia chamada Patrícia Costa…eita pedaço de mal caminho. Num tem nada a ver meu interesse atual pelo INPE e previsão de tempo…E sua (dela) substituta eventual (Lidiane) é de um charme que bota as globais nas algibeiras.

  8. Porra, carioca pra caralho!

    Do facebook de Rica Perrone

     

    E então eu parei o carro, puxei o freio de mão e pensei: “Cheguei em casa”.

     

    Faz 1 ano. Desembarquei com esposa, cachorro e umas malas. A mudança veio no dia seguinte. Levei 33 anos imaginando “como seria”, e agora tenho 1 pra contar “como foi”.

     

    O Rio de Janeiro é a minha Paris. Eu não sonho com a tal de torre, nem me importo com o Louvre e nem acho do cacete tomar café naquela tal de Champs-Élysées. Eu acho charmoso ir a praia de Copacabana, tomar cerveja de chinelo no leblon e ir a um samba numa grande escola.

     

    Sou paulista, nunca tive rivalidade bairrista em casa. Nunca me ensinaram a odiar o estado vizinho, ao contrário, sempre me foi dada a idéia de que estando no Brasil, estou em casa.

     

    Ouvi mil mentiras e outras mil verdades sobre o Rio enquanto morei em São Paulo. Todas justas no final das contas.

     

    Carioca exagera tudo, pra baixo e pra cima. Se elogiar a praia, ele exalta dizendo que é “a melhor praia do mundo”. Se falar que é perigoso, ele não nega. Diz que é “perigoso pra caralho”.

     

    Trata sua cidade como filho. Só ele pode falar mal.

     

    Cariocas não marcam encontro. Simplesmente se encontram.

     

    A confirmação de um convite aqui não quer dizer nada. Você sugere “Vamos?”, eles dizem “Vamo!”. O que não implica em ter aceitado a sugestão.

     

    Hora marcada no Rio é “por volta de”. Domingo é domingo. E relaxa, irmão. Pra que a pressa?

     

    Em 5 minutos são amigos de infância, no segundo encontro te abraçam e já te colocam apelidos.

     

    Não te levam pra casa. Te convidam pra rua. É curioso. Mas é que a “rua” aqui é tão linda que se trancar em casa é desperdício.

     

    Cariocas andam de chinelo e não se julgam por isso. São livres, desprovidos de qualquer senso de sofisticação.

     

    Ao contrário, parecem se sentir mal num ambiente formal e de algum requinte.

     

    “Porra” é um termo que abre toda e qualquer frase na cidade. Ainda vou a uma Igreja conferir, mas desconfio que até missa comece com “Porra, Pai nosso que estais…”.

     

    Cariocas são pouco competitivos. Eu acho isso maravilhoso, afinal, venho da terra mais competitiva do país. E confesso: competir o tempo todo cansa.

     

    Acho graça quando eles defendem o clube rival pelo mero orgulho de dizer que “o futebol do Rio” vai bem. Eles nem notam, mas as vezes se protegem.

     

    Eles amam essa porra. É impressionante.

     

    Carioca é o povo mais brasileiro que há, mas que é tão orgulhoso do que é que nem parece brasileiro.

     

    Tem um sorriso gostoso, um ar arrogante de quem “se garante”.

     

    Papudos, malandros, invocados. Faaaaalam pra cacete. E sabem que estão exagerando.

     

    Eles acham que sabem o que é frio. Imagine, fazem fondue com 20 graus!

     

    A Barra é longe. Buzios, logo ali!

     

    Niterói é um pedaço do Rio que eles não contam pra turista. Só eles aproveitam.

     

    Nilópolis é longe. Bangu também.

     

    Madureira é um bairro gostoso. O Leblon, vale os 22 mil por metro quadrado sugeridos pelos corretores.

     

    Aliás, corretores no Rio são bem irritantes.

     

    Carioca, num geral, acha que está te fazendo um favor mesmo se estiver trabalhando. É tudo absolutamente pessoal, informal.

     

    Se ele gostar de você, te atende bem. Se não, não.

     

    Tá com pressa? Vai se irritar. Eles não tem pressa pra nada.

     

    Sabe aquela garota gostosa que sabe que é gostosa? Cariocas sabem onde moram.

     

    O bairrismo deles é único. Nem separatista, nem coitadinho. Apenas orgulhoso. Ao invés de odiar um estado vizinho, o sacaneiam e se matam de rir de quem se ofende.

     

    Cariocas tem vocação pra ser feliz.

     

    São tradicionais, não gostam que o mundo evolua. Um novo prédio no lugar daquele casarão antigo não é visto como progresso, mas sim com saudades.

     

    São folgados. Juram ser o povo mais sortudo do mundo.

     

    E quem vai dizer que não?

     

    No Rio você vira até mais religioso. Aquele Cristo te olha todo santo dia, de braços abertos. Não dá! Você começa a gostar do cara…

     

    E aí vem a sexta-feira e o dom de mudar o ambiente sem mexer em nada. O Rio que trabalha vira uma cidade de férias. As roupas somem, aparecem os sorrisos a toa, o sol, o futebol, o samba, o Rio.

     

    Já ouvi um cara me dizer um dia que o “Rio é uma mentira bem contada pela mídia”. Ele era paulista, odiava o Rio, jamais tinha vindo até aqui.

     

    E é um cara esperto. Se você não gosta do Rio de Janeiro, fique longe dele.

     

    É a única maneira de manter sua opinião.

     

    Em quase toda grande cidade que vou noto uma força extrema para fazer o turista se sentir em casa. Um italiano em São Paulo está na Itália dependendo de onde for. Um japones, idem. Um argentino vai a restaurantes e ambientes argentinos em qualquer grande cidade.

     

    No Rio de Janeiro ninguém te dá o que você já tem. Aqui, ou você vira “carioca”, ou vai perder muito tempo procurando um pedaço da sua terra por aqui.

     

    Não é verdade que são preconceituosos. É preciso entender que o carioca não se diz carioca por nascer aqui. Carioca é um perfil.

     

    Renato, o gaúcho, é um dos caras mais cariocas do mundo.

     

    Tem todo um ritual, um jeitinho de se aproximar.

     

    Chame o garçom pelo nome, os colegas de “irmão”. Sorria, abrace quando encontrar. Aceite o convite, mesmo que você não vá.

     

    Faça planos para amanhã, esqueça-os 10 minutos depois. Faça amigos, o máximo de amigos que conseguir.

     

    Quanto mais amigos, mais cerveja, mais risadas, mais churrascos, mais carioca você fica.

     

    E quanto mais carioca você é, mais você ama o Rio. Como eles.

     

    Gosto deles. Gosto de olhar pra frente e não ver onde acaba. Gosto de sol, de abraço, de rir muito alto e de não me achar um merda por estar sem grana.

     

    Gosto de como eles se viram. Gosto da simplicidade e da informalidade que os aproxima do amadorismo.

     

    A vida não tem que ser profissional.

     

    Tem que ser gostosa.

     

    E de gostosa, convenhamos, o Rio tá cheio.

     

    Ops! Desculpa, amor! Escapou.

     

    abs, merrrrmão!

     

     

     

  9. Eduardo Cunha articula

    Eduardo Cunha articula acordão entre Globo e teles contra o Marco Civil

    Por Rentao Rovai

    Este blogue apurou que o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, está se empenhando pessoalmente para transformar um longo debate na sociedade em um acordo entre dois setores econômicos, as teles e a radiodifusão. Ou seja, a Vivo, a TIM, a Claro e a Globo. A aprovação do texto do Marco Civil da Internet subiu literalmente no telhado e só irá descer com algum nível de qualidade se a sociedade for à luta.

    Pelo acordo que está sendo encaminhado por Eduardo Cunha, a Globo negociaria ao menos parcialmente a neutralidade na rede e ficaria com o artigo que garante que os direitos autorais no Brasil se sobrepõem aos direitos humanos.

    É isso mesmo, você não leu errado. A Globo defende que apenas para questões que envolvam direitos autorais não haja necessidade de processo judicial para que um conteúdo seja retirado do ar. Ou seja, você pode defender a pedofilia que tudo bem, mas se divulgar o capítulo da novela no seu blogue estará perdido.

    Mas o artigo que ajuda a Globo permitirá de alguma maneira que outros grupos se apropriem dele para praticar censura, utilizando-se do recurso do “uso indevido da imagem”. Por exemplo: os grupos LGBTS publicam textos pela sua militância e o Marco Feliciano solicita, via notificação extrajudicial, e retirada do ar porque usaram uma foto dele. O mesmo pode acontecer com o MST se criticar a Kátia Abreu. E aí aquela lei da biografias vai virar piada de salão…

    Enquanto isso, as teles querem ser donas não só dos dutos por onde passam as informações, querem controlar também as informações que passam por ali. E a depender do que estiver circulando, cobrar diferente por isso, como fazem as tevês a cabo.

    Ou seja, você quer só receber e enviar email, paga 10 reais por mês. Quer assistir vídeo no youtube é vintão. Quer ter um blogue, o pacote já fica 30. Quer também colocar vídeos na rede, o preço pode chegar a 100. É isso que está em jogo. Eduardo Cunha está (parafraseando Brizola) articulando a aliança entre o coisa ruim e o satanás.

    A presidenta Dilma já deu declarações a favor da neutralidade na rede e contra o artigo que só interessa à Globo. Mas a relação do governo com o PMDB está num momento tenso e o Marco Civil pode pagar o pato.

    É hora de pressionar Eduardo Cunha enviando e-mail, postando memes, ligando no gabinete, utilizando todos os instrumentos democráticos para convencê-lo a recuar desta operação.

    O custo da aprovação de uma lei para garantir mais privilégios ainda à Globo e às telefônicas no Brasil seria imenso. De dimensões terríveis para o Brasil. E para quem defende a liberdade.

  10. A liberdade de informação e a impunidade

    Ao condenar filho de Lula, juiz se diz fã de FHC
     

    Admirador confesso do ex-presidente tucano e adversário político de Lula, desembargador Paulo Razuk faz longa menção a Fernando Henrique Cardoso em seu voto; decisão, num processo de Lulinha contra a Veja, favoreceu a revista da Editora Abril, mesmo depois de um entrevistado ter negado a autoria de declarações a ele atribuídas pela publicação; filho de Lula pedia indenização por danos morais por reportagem que descreveu seu suposto enriquecimento

    Por Por Frederico Cursino, Conjur – O fato de um entrevistado negar a autoria de declarações a ele atribuídas veiculadas em reportagem não justificam que uma pessoa que se sentiu ofendida pela notícia receba indenização por danos morais. Com essa justificativa, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou recurso interposto pela defesa de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, contra a revista Veja, da Editora Abril.

    Participaram do julgamento os desembargadores Hamilton Elliot Akel (relator), Paulo Razuk e Rui Cascaldi. A decisão foi unânime. O advogado Alexandre Fidalgo, do escritório EGSF Advogados, atuou na defesa da Editora Abril.

    Em seu voto, Paulo Razuk faz longa menção ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Admirador confesso do criador do Plano Real — e adversário político do pai de Lulinha —, o desembargador disse que a acusação da reportagem o remeteu a uma análise, segundo ele, “brilhante”, feita por FHC em seu livro Os Pensadores que Inventaram o Brasil. A conclusão em questão é que o Estado atua em favor classe dominante. “Lendo essa reportagem, chega-se à conclusão de que tudo muda, para nada mudar”, concluiu.

    Interesse público

    O acórdão do TJ-SP mantém sentença proferida em 2009 pela juiza Luciana Novakoski, da 2ª Vara Cível do tribunal paulista. Na ocasião, Luciana alegou que a reportagem intitulada “O Ronaldo de Lula”, de autoria do jornalista Alexandre Oltramari, não comenteu abuso contra Lulinha, cuja conduta, por tratar-se do filho do então presidente da República, seria de total interesse público.

    A juiza também indeferiu a alegação da defesa do empresário, representada pelo advogado Cristiano Zanin, do escritório Teixeira, Martins & Advogados, de que uma das fontes da reportagem — Alexandre Paes dos Santos, sócio de Lulinha — teria negado as declarações atribuídas a ele pela revista. Luciana, no entanto, ressaltou que o “desmentido” é algo comum na imprensa e isso, por si só, não justificaria o pedido de indenização.

    A sentença em primeiro grau também condenou o empresário ao pagamento de R$ 10 mil reais pelas custas processuais.

    De acordo com a série de reportagens publicada pela Veja em 2006, Lulinha utilizou-se do lobby político para favorecer negócios pessoais. Como exemplo, a reportagem a associação da GameCorp, de Fabio Luis, com a operadora de telefonia Telemar, que teria destinado milhões à empresa do filho do então presidente.

    Clique aqui para ler o acórdão.

    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/119405/Ao-condenar-filho-de-Lula-juiz-se-diz-f%C3%A3-de-FHC.htm

    1. “O fato de um entrevistado

      “O fato de um entrevistado negar a autoria de declarações a ele atribuídas veiculadas em reportagem não justificam que uma pessoa que se sentiu ofendida pela notícia receba indenização por danos morais”:

      Juiz EH cara de pau, sempre foi:  ja comeca errado pela primeira sentenca.  Nao eh “fato” um “entrevistado” negar ou nao “declaracoes a ele atribuidas”.  O fato do processo eh que a reportagem era mentira.

      Colocar o “fato do entrevistado negar autoria” so desvia do assunto.  Mas juiz eh cara de pau mesmo.

  11. IPTU em São Paulo: Nem tudo é

    IPTU em São Paulo: Nem tudo é o que parece

    publicado em 31 de outubro de 2013 às 12:12

    Tabela encaminhada pelo Julio Cesar Macedo Amorim, por e-mail, para suscitar debate entre os leitores sobre o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) aprovado pela gestão do prefeito Fernando Haddd em São Paulo.

    http://www.viomundo.com.br/politica/iptu-em-sao-paulo-nem-tudo-e-o-que-parece.html

  12.  O canto de cisne do PSDB e

     O canto de cisne do PSDB e do DEM

    A oposição partidária brasileira carece totalmente das características que permitiram ao PT crescer sem ser poder. PSDB, DEM e PPS são exemplos disso.

    Por miopia ou má-fé, virou hábito atribuir ao Partido dos Trabalhadores todas as mazelas do sistema político. Marina Silva não teve dúvidas ao acusar o PT de “chavismo” porque seu partido, a Rede, não conseguiu o registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a tempo de disputar as eleições presidenciais do próximo ano. A falha apontada pela Justiça eleitoral no processo de formação da nova legenda foi a ausência de mais de 50 mil assinaturas, no total de um milhão exigidos por lei para o seu registro – e, convenhamos, a lei não atribui ao PT a obrigação de colher as assinaturas necessárias para a formação de um partido para Marina. Da mesma forma, a debilidade de partidos já constituídos não decorre de uma ação do PT, mas de uma inação dos próprias legendas.

    No atual quadro partidário, apenas o PT mostrou capacidade de existir e se desenvolver fora do poder. Desde a sua fundação, em 1980, até 2003, quando assumiu a Presidência da República pelo voto direto, o partido teve um crescimento contínuo. Foi criado e floresceu na oposição a sucessivos governos.

    Tomando por base o aumento da bancada federal petista, nota-se que o partido da presidenta Dilma Rousseff teve um crescimento atípico em relação aos demais partidos: em 1982, primeira eleição que concorreu, elegeu oito deputados federais; em 1986, 16; em 1990, 38; em 1994, 49; em 1998, 59. Em nenhuma dessas eleições era ou apoiou um governo.

    Em 2002, quando elegeu Luiz Inácio Lula da Silva pela primeira vez para presidente, sua bancada deu um salto, como ocorreu com os demais partidos que chegaram à Presidência no pós-ditadura (PMDB, com José Sarney, em 1985; Collor e seu PRN em 1989 e FHC nos mandatos 1995-1998 e 1999-2002). O PT, no ano em que Lula venceu, pulou de 59 para 91 deputados federais. Mas, ao contrário do que ocorreu com os demais, a única eleição em que reduziu a sua bancada foi em 2006, quando estava no poder: elegeu Lula para o segundo mandato, mas pagou a conta do escândalo do escândalo do chamado Mensalão, ao obter menos votos para a sua bancada na Câmara dos Deputados. Nas eleições de 2010, que levaram Dilma Rousseff ao poder, aumentou ligeiramente sua bancada federal – para 86 deputados -, embora ainda não tenha recuperado o que obteve no boom eleitoral de 2002.

    Salvo se errar muito a mão no processo de institucionalização partidária, o PT tende a se manter importante na política brasileira independentemente de ser governo e oposição: tem eleitorado próprio e ainda mantém uma certa organicidade com setores sociais. Essas variáveis garantem que a legenda não se tornará desimportante se descer da ribalta para a arena política, como aconteceu com o PSDB e seu fiel escudeiro, o DEM, ex-PFL. Se aprofundar a dependência que hoje já tem de políticos que dominam clientelas políticas e têm perfil muito próximo ao dos partidos tradicionais, essa vantagem comparativa que possui em relação aos demais tende a desaparecer.

    A oposição partidária brasileira carece totalmente das características que permitiram ao PT crescer sem ser poder. Quanto mais fica longe do governo federal, mais dificuldades as lendas que são de oposição têm de sobreviver. O PSDB, o DEM e o PPS são a expressão recente mais acabada das fragilidades de um sistema que tende a concentrar apoios políticos nos partidos de governo e condenar os partidos de oposição à autodestruição.

    O PSDB e o DEM (ex-PFL), aliados desde a primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, e separados apenas por um breve momento, nas eleições de 2002, vivem esse fenômeno. Ambos incharam nos governos tucanos, quer por aumento de votos, quer pela liberalidade da lei, que permitia aos eleitos mudarem de partido quanto bem entendessem. Em 1990, na primeira eleição para a  Câmara dos Deputados enfrentada pelo PSDB, criado de um racha do PMDB em 1987,  o partido fez 38 deputados, mesmo na oposição – mostrava alguma musculatura na origem, portanto. Em 1994, junto com o presidente Fernando Henrique, elegeu uma bancada de 62 parlamentares. A partir da eleição, exerceu todo o poder de atração que um partido governista pode ter sobre as bancadas de partidos derrotados. Agregou votos obtidos por amplas alianças eleitorais, puxadas pelo fato de estar no poder, e adesões pós-eleitorais de parlamentares que não queriam ficar na oposição.

    De 1995 a 1997, logo depois das eleições que deram o primeiro mandato a FHC, migraram para o PSDB um governador, três senadores, 34 deputados federais, 79 deputados estaduais e 124 prefeitos, segundo levantamento feito pelo cientista político Celso Roma. Em 1998, eleição que deu o segundo mandato a FHC em primeiro turno, o PSDB elegeu uma bancada de 99 deputados.

    O poder de atração governista quase levou os dois partidos que dividiam a chapa presidencial, o PSDB e o PFL, a um processo de autofagia. Em 1994, o PFL, que nunca tinha estado fora do poder, elegeu uma bancada de 89 deputados (contra 83 em 1990). Em 1998, fez 105 deputados. Ambos disputaram, ao longo dos dois anos de mandato, parlamentares que desejavam migrar para partidos melhor considerados no trato com a máquina administrativa do governo.

    A glória vivida pelos dois partidos nos oito anos de governo de FHC começou a se mostrar que efêmera já no primeiro turno de 2002, quando a bancada federal dos partidos foi definida junto com os dois candidatos presidenciais que foram para o segundo turno, Luiz Inácio Lula a Silva (PT) e José Serra (PSDB). Dos 99 deputados tucanos eleitos em 1998, sobraram 70; o PFL viu despencar sua bancada de 105 para 84 deputados. Em 2006, quando Lula se reelegeu, o PSDB fez apenas 66 deputados; o PFL, 65. Nas eleições de 2010, quando Dilma Rousseff foi eleita para exercer um terceiro mandato pela legenda petista, os dois principais partidos de oposição tinham 54 deputados (PSDB) e 43 deputados (o ex-PFL, já DEM na época). Com a formação do PSD, no final de 2011, e a dos recentes PROS e Solidariedade, o PSDB perdeu mais oito deputados e tem, hoje, uma bancada de 46 parlamentares na Câmara dos Deputados. O DEM ficou com uma bancada inexpressiva, de 25 parlamentares. E o PPS, fiel escudeiro tucano mas muito pequeno, tornou-se nada além do que um partido nanico: elegeu 12 deputados e hoje tem 7.

    Esse encolhimento tem mais consequências do que a mera capacidade de atuação da oposição no Legislativo. A análise sobre o canto do cisne do PSDB e do DEM continuará na próxima coluna.

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/O-canto-de-cisne-do-PSDB-e-do-DEM/4/29400

  13. A Varredura no Vaticano

    A NSA pode ter ouvido o futuro papa Francisco no período que antecedeu a sua eleição, em março.

    Papa Francesco intercettato: ecco come gli 007 spiano il Vaticano da anni

    Citando um documento, supostamente, fornecido por Edward Snowden, a revista Panorama alega que a NSA interceptou cerca de 46 milhões de chamadas telefônicas na Itália entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, entre elas as chamadas para e do Vaticano. 

    A revista alega que a NSA interceptou as chamadas internas e externas da residência onde os cardeais permaneceram antes do conclave no qual o papa Francisco foi eleito e que as conversas dele podem ter sido monitoradas em seguida.

    As chamadas do Vaticano estavam selecionadas para receberem tratamento especial por parte da agência de inteligência e foram classificadas em uma das seguintes categorias: intenções de liderança, ameaças ao sistema financeiro, política externa e direitos humanos.

    A NSA negou veementemente o conteúdo da publicação e o Vaticano colocou, rapidamente, ‘panos quentes’ sobre a questão de espionagem.

    O padre Federico Lombardi, o porta-voz do Vaticano, respondeu: “Não temos conhecimento de nada sobre esta questão e, em qualquer caso, não temos preocupações sobre o assunto.”

    Mais: http://news.panorama.it/cronaca/papa-francesco-intercettato-ecco-come

  14. Avanço do Chile contribui

    Avanço do Chile contribui para exportações brasileiras

    A expansão estimada em 5% para o país em 2013 deve estimular a venda de alimentos do Brasil

    O crescimento expressivo do Produto Interno Bruto (PIB) do Chile nos últimos anos traz uma série de benefícios ao Brasil. Em 2011, o país cresceu 5,6% e em 2012, 6%. Para este ano, a expectativa, mesmo menor, é vista como positiva, com avanço de 5%. Além disso, a inflação acumulada neste ano segue em 1,3% e a taxa de desemprego perto de 5%.

    O embaixador do Chile no Brasil, Fernando Schmidt, diz que o crescimento do país, impulsionado principalmente pelo comércio interno e externo, vai beneficiar o Brasil, um grande exportador de alimentos. “A demanda por alimentos aumenta e os salários têm tido aumento significativo a cada ano”, ressalta Schmidt. A agricultura chilena é altamente prejudicada por causa do tamanho de seu território e do clima.

    Além disso, os investimentos no Brasil para o ano que vem também devem subir. “A CMPC Celulose irá investir US$ 2,2 bilhões no estado do Rio Grande do Sul em 2014. Temos muitos projetos para o Brasil, que é estratégico por causa do tamanho de mercado”, diz o embaixador. 

    Os ventos a favor do Chile começaram depois da queda do ditador Augusto Pinochet, que governou o país entre 1973 e 1990. “Desde então, o país adotou um modelo econômico aberto a outros países, mesmo porque o Chile teve sérios problemas históricos de guerra com Venezuela, Bolívia e Argentina. O governo baixou sua taxa de importação e de exportação, conquistou países europeus e do Pacífico e aumentou a sua competitividade”, conta o coordenador de relações internacionais da Faap, Marcus Vinícius de Freitas. Atualmente, a taxa de importação chilena é de 3%, enquanto a do Brasil é de 11%.

    Entre os produtos que o Chile mais exporta estão o cobre e o vinho, além dos artigos primários. “A base do comércio internacional é sempre a questão das vantagens comparativas. O Chile percebeu em qual setor consegue produzir mais e em menos horas e investiu na indústria, como é o caso do vinho. Assim, consegue competir internacionalmente”, afirma o coordenador da Faap. Outra questão importante na economia chilena é que o governo diminuiu os investimentos públicos para aumentar os privados. “O Chile foi o primeiro país a privatizar empresas estatais e este modelo foi seguido ainda pela Margareth Thatcher, no Reino Unido”.

    O cenário chileno pode servir de exemplo para o Brasil em algumas áreas, uma vez que o tamanho do país e da população impossibilita comparações. Marcus de Freitas alerta para o protecionismo que prejudica a economia brasileira. “Se o Brasil fosse mais aberto com o comércio internacional, poderia até utilizar o Chile como rota para suas exportações”, diz o coordenador. Outro ponto a ser destacado é a redução do custo Brasil para que as empresas nacionais tenham mais capacidade de competir com preço, qualidade e eficiência no processo de entrega.

    http://brasileconomico.ig.com.br/noticias/avanco-do-chile-contribui-para-exportacoes-brasileiras_136841.html

     

  15. Vergonha nacional

    Vergonha nacional

    Situação do país em relação ao saneamento básico é um sinal de que ainda somos uma nação basicamente subdesenvolvida. Entidade nacional aponta caminhos

    É de se lamentar a triste situação que vivemos por estas bandas quando o assunto é saneamento básico.  Até mesmo se comparado a países mais pobres economicamente que o nosso, o quadro brasileiro é na verdade vexatório e humilhante.  Envergonhado, melhor dizendo, deveria se sentir cada habitante deste Brasil continental.

    Somos tão ricos em tantos quesitos e desprezíveis em atender a um número expressivo, 1/3 das casas brasileiras que em pleno século XXI não contam com o tratamento e a coleta de esgoto e graças a isso ainda vivem com índices de qualidade de vida, dignos do século XIX. A pior situação está no norte do país, onde apenas 21,6% dos lares tinham serviço de saneamento em 2011. Segundo o IBGE são 21 milhões de brasileiros com menos de 14 anos de idade sem rede de esgoto, água encanada ou coleta de lixo.

    Na América Latina somos o 19º colocado em saneamento básico, segundo relatório sobre as cidades latino-americanas, feito pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). Estamos tristemente próximos, numa indigente colocação, no rol de nações entre as mais pobres do mundo quando levamos em conta critérios como o de saneamento básico e distribuição de renda.

    Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 71,8% dos municípios ainda não possuíam, em 2011, uma política de saneamento básico. A “Pesquisa de Informações Básicas Municipais” revelou que 1.569 cidades possuíam políticas dessa natureza, o que corresponde a somente 28,2% dos 5.564 municípios brasileiros.

    Difícil é entender como foi possível chegar a esse estado de coisas. Culpa de políticos que diziam: “obra enterrada não dá voto”? Parte da responsabilidade não poderia também ser creditada à sociedade, incapaz de enxergar os benefícios extraordinários de uma água tratada, esgoto coletado, e até mesmo de lutar para que tivéssemos sempre rios limpos, saudáveis e vitais para a saúde da coletividade?

    O nosso atraso é gigantesco e histórico, mas não pode ser motivo de paralisia. No mês passado, a ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – realizou seu 27º Congresso em Goiânia e fez uma radiografia dos grandes desafios que a questão do saneamento básico tem pela frente no Brasil.

    Entre os pontos mais importantes destacados pela chamada Carta de Goiânia, documento que resumiu as principais conclusões do evento, está a necessidade de triplicar os valores de investimento atuais para cerca de 30 bilhões de reais por ano. Em conversa com este colunista, o presidente nacional da ABES, Dante Ragazzi Pauli, afirmou que as metas pretendidas pelo governo federal de atingir a universalização da coleta e tratamento de esgoto no país até 2030 está muito longe de acontecer.  Segundo ele, “no ritmo atual, isso deverá acontecer em 40 ou 50 anos”.

    Recursos ainda insuficientes

    A Lei 11.445 de 2007, conhecida como Lei do Saneamento estabeleceu a universalização do saneamento básico como um “compromisso de toda a sociedade brasileira”.

    Graças a essa lei, apesar de todos os problemas, houve a liberação de um bom dinheiro para o setor. Segundo o Ministério das Cidades, na primeira fase do PAC 1 – o Programa de Aceleração do Crescimento, o saneamento recebeu cerca de 40 bilhões de reais entre os anos de 2007 e 2010.

    Já no PAC 2 são mais 41,1 bilhões de reais para investimento em ações de saneamento no quadriênio 2011-2014. São 1.144 obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário que beneficiarão 1.116 municípios em todas as regiões do País.

    A título de informação, no último dia 24/10 a presidenta Dilma Roussef anunciou a liberação de novos recursos na ordem de 10,5 bilhões de reais para serem utilizados em obras de saneamento básico no país. A verba irá para obras de sistemas de drenagem de águas pluviais, redes de abastecimento de água e esgoto sanitário.

    A cobertura de saneamento básico no Brasil tem melhorado, é verdade, mas a realidade permanece sendo de esgotos a céu aberto principalmente nas áreas mais carentes. São 15 bilhões de litros de esgoto sem tratamento despejados todos os dias em rios, córregos, passando por ruas e favelas e prejudicando a saúde de milhões de brasileiros.

    Propostas no lugar das reclamações de sempre

    Reclamar do governo e do país em geral já é um esporte nacional. Não há setor no Brasil que não reclame e com boa dose de razão! Mas ao lado das queixas devem também estar propostas que contribuam para a solução de problemas. Em seu encontro a ABES faz uma série de recomendações no apoio ao trabalho realizado pelo setor privado nas obras de saneamento, entre elas, a ampliação das fontes de financiamento, a agilização na análise e liberação de pedidos de financiamento e a redução de tributos.

    “As Prefeituras também precisam de mais apoio e cooperação da União e dos governos estaduais” ressalta Dante Ragazzi. Segundo ele, a maioria dos municípios é carente, não só em recursos, mas também em pessoal qualificado para a elaboração de projetos. Aliás, a Carta da ABES lembra que em 31 de dezembro deste ano, os governos municipais deverão entregar seus planos de saneamento. Pelo que temos visto em relação à Política Nacional de Resíduos Sólidos, quando menos de 10% das cidades brasileiras apresentaram seus planos de gestão de resíduos no prazo estabelecido em 2012, não é de esperar algo muito diferente em relação ao saneamento básico.

    Tema irá continuar em destaque

    Felizmente, existem entidades, empresas e gestores públicos que tem procurado agir para mudar essa triste situação. Os cerca de 5 mil participantes das mais diversas regiões do país que participaram do Congresso da ABES deixaram claro que o tema atrai a atenção e o interesse de muita gente.

    Esperemos que isso se transforme em ações e benefícios reais para a sociedade brasileira, principalmente para as pessoas mais pobres deste país. Afinal, para podermos ser chamados verdadeiramente de Nação, precisamos ao menos, oferecer água limpa e tratar os esgotos das casas de todos os brasileiros.

    http://www.cartacapital.com.br/politica/vergonha-nacional-8474.html

     

  16. Em campanha, Chile debate temas que também preocupam Brasil

    Em campanha, Chile debate temas que também preocupam Brasil

    O último debate presidencial do Chile, realizado na noite de quarta-feira entre os nove candidatos que disputarão o primeiro turno em 17 de novembro, foi pautado por discussões semelhantes às em voga do Brasil. 

    Segurança pública, presença de mascarados em protestos, a chegada de médicos estrangeiros convocados por um programa do governo, transporte público e desigualdade social foram os temas sobre os quais os candidatos foram questionados – além do destino dos recursos da principal riqueza natural chilena, o cobre. Nesse caso, a discussão remete à recente polêmica sobre a participação de empresas estrangeiras na exploração do petróleo na camada do pré-sal no Brasil.
     

    A ex-presidente Michelle Bachelet lidera as pesquisas de opinião, que indicam que a candidata de centro-esquerda venceria em primeiro turno com margem cômoda de votos.

    “Qual é o seu plano de segurança pública para os jovens encapuzados nos protestos?”, perguntou um jornalista à candidata Roxana Miranda, do Partido Igualdade, que é líder de movimentos sociais.

    “Participo dos protestos mostrando meu rosto. Mas o problema não são os encapuzados nas manifestações. Porque os encapuzados são os bancos e os poderes com grande concentração de renda, que não mostram a cara”, respondeu a candidata.

    Médicos estrangeiros

    Em outro momento do debate, o candidato Marco Enríquez-Ominami (ex-socialista, atualmente no Partido Progressista) defendeu que o país receba mais imigrantes, sobretudo qualificados.

    “Temos que ter as portas abertas para vários profissionais. O Chile precisa de especialistas. Temos mais de 1 milhão de chilenos em outros países; por que não receber os estrangeiros para que trabalhem aqui?”, disse.

    A polêmica é gerada principalmente por uma proposta do ministro da Saúde, Jaime Mañalich, que defendeu a contratação de médicos estrangeiros para a rede pública do país, sob o argumento de que os especialistas chilenos não estariam interessados nesse trabalho.

    A discussão no Chile começou antes que o governo brasileiro lançasse o programa Mais Médicos, em julho. Em outubro, o Colégio Médico local criticou o ministro por sugerir que os médicos estrangeiros poderiam não ser obrigados a realizas provas de equivalência.

    No Chile, a polêmica levou o Ministério da Saúde a divulgar comunicados justificando a medida para cobrir a falta de “cerca de 1,7 mil profissionais”.

    Ominami defendeu também mudanças nas regras atuais para a exploração do cobre pelo setor privado no país. “Que os recursos do cobre financiem a educação pública e que os estrangeiros tenham prazos mais definidos para explorar essa riqueza”, disse.

    Transporte público

    Mas as atenções estavam voltadas principalmente para as opiniões das candidatas à frente nas pesquisas de opinião: Bachelet, da coalizão Nova Maioria, e a candidata do presidente Sebastián Piñera, Evelyn Matthei (direita), da coalizão Aliança.

    “O que quero é um país rico, porém mais justo, com menos desigualdades e educação gratuita”, disse Bachelet.

    Uma jornalista perguntou por que ela não tinha adotado, então, esse programa de governo, que apresenta agora na campanha, durante seu mandato (2006-2010).

    “Realizamos vários programas na área social e é justamente porque tenho a experiência de governo que sei onde devemos avançar, o que temos que fazer”, respondeu.

    Na gestão de Bachelet e de seu antecessor, Ricardo Lagos, foi implementado no Chile um novo sistema de transporte público, chamado Transantiago, que gerou mais protestos do que o anterior.

    “O Transantiago já existe e não tem jeito. Mas temos que pensar como melhorar o transporte público para as pessoas”, retrucou Roxana Miranda.

    Nos últimos anos, o Chile tem sido marcado pelas fortes manifestações a favor da educação gratuita e contra a desigualdade social. País com cerca de 17 milhões de habitantes, o Chile é o único da América do Sul a integrar a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), está entre os que mais avançaram no combate à pobreza, mas continua registrando forte desigualdade social, em níveis semelhantes aos do Brasil, segundo a Cepal.

    Porsche e direitos humanos

    “Temos que ter as portas abertas para vários profissionais. O Chile precisa de especialistas. Temos mais de 1 milhão de chilenos em outros países; por que não receber os estrangeiros para que trabalhem aqui?”

    Marco Enríquez-Ominami, candidato à Presidência pelo PRO

    No debate na televisão chilena, o candidato Franco Parisi, que se apresenta como político independente e foi a novidade nas pesquisas de opinião nesta campanha, gerou críticas ao dizer que quer governar um país em que os professores possam comprar um Porsche.

    “Não queremos Porsche, queremos salários dignos. Queremos saúde pública e transporte público decente. Isso sim é realidade”, respondeu Miranda.

    O debate abordou também questões ligadas aos direitos humanos, quando o Chile completa quarenta anos do golpe militar liderado por Augusto Pinochet em 1973.

    “Sou a favor dos direitos humanos. Mas se você votar por Bachelet ou Matthei, saiba que elas vão realizar um segundo turno debatendo questões do retrovisor, olhando para trás e não para o futuro do Chile”, disse Ominami.

    As duas candidatas têm posições diferentes sobre o papel de Pinochet.

    Matthei disse ver “coisas boas e ruins” no governo Pinochet; já Bachelet, filha de um general do governo Salvador Allende, derrocado pelo golpe, não respondeu aos comentários dos opositores.

    Segundo especialistas chilenos, ela tenta se distanciar de polêmicas, já que pode vencer ainda no primeiro turno.

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/10/131031_chile_debates_pai_mc.shtml

  17. ‘O Brasil não está preparado para ter um jogador gay assumido’

    Não é a primeira vez que Felipeh Campos se torna alvo de discussão. Em 2008, era um dos noivos a anunciar a realização do “primeiro casamento gay do Brasil”. Não era o primeiro, mas certamente foi o que mais chamou a atenção de imprensa e curiosos que tentavam espiar o que acontecia do lado de dentro do salão de festas do Espaço Ônix, em São Paulo.

    Agora, decidiu se arriscar em outro universo: criou a Gaivotas Fiéis, primeira torcida organizada gay do Corinthians. Em entrevista ao Esporte Fino, Campos fala sobre a iniciativa e seus efeitos imediatos. Está sendo acusado de plágio pela Gaviões da Fiel e recebeu ameaças em redes sociais. Diante da reação, levantou a bandeira contra a homofobia no futebol, o que, segundo ele, não era o objetivo inicial do projeto. Felipeh não quer ser simplesmente mais um no bando de loucos. Quer “diversificar o cardápio”. E espera que tantos outros se juntem a ele nessa jornada.

    Como surgiu a ideia de criar a primeira torcida organizada gay do Corinthians?

    Gaviões da Fiel acusa torcida organizada gay Gaivotas Fiéis de plágio (Foto: Divulgação)

    Gaviões da Fiel acusa torcida organizada gay Gaivotas Fiéis de plágio (Foto: Divulgação)

    Sou corintiano e frequentava estádio com frequência quando criança. Ir aos jogos era um planejamento familiar e sinônimo de festa. Com o crescimento das torcidas que expulsaram as famílias dos campos, pudemos observar que virou um vandalismo, quebra-quebra e violência. Ter uma torcida gay dentro do estádio será um “termômetro” para que a torcida hétero perceba os horrores que eles causam. Minha turma jamais terá tais atitudes.

    Em que estágio está a Gaivotas Fiéis?

    Juridicamente já está finalizada, faltando somente algumas questões burocráticas, como abertura da conta em banco e emissão dos boletos. Estamos terminando os uniformes e camisetas oficiais para a torcida. Teremos mulheres teenagers para embalar a torcida com grandes shows.

    Existe uma lista de pré-inscritos na torcida?

    Já temos aproximadamente 500 mil em todo o Brasil querendo fazer a adesão pagando.

    E quanto custará a mensalidade e quais os benefícios para os associados?

    De 50 a 60 reais. Terão descontos em lojas e na compra de uniformes e artigos da torcida. Estamos planejando o mesmo esquema do “Fiel Torcedor”, mas é necessária uma negociação. Além disso, temos um projeto embrionário de parceria com uma rede de supermercado. Todos os profissionais envolvidos na Gaivotas Fiéis, tanto diretores como secretários, serão remunerados. Ninguém trabalhará de graça.

    Como é a sua relação com o Corinthians? Vai a jogos, acompanha o dia a dia do clube?

    Por ser corintiano e entender mais de futebol do que de homens, já tive oportunidade de estar várias vezes no Parque São Jorge e tenho boa relação com os dirigentes. Acompanho o futebol, estou sempre de olho no meu time. Assino revistas e jornais de futebol para estar sempre por dentro do que acontece com o esporte mais rico do mundo.

    De que forma você enxerga esse movimento contrário da Gaviões da Fiel, que o acusa de plágio?

    Pura homofobia e preconceito. O tiro pode sair pela culatra, já que nenhuma torcida paga royalties aos clubes para utilizar das marcas e, inclusive, essa discussão já começou. Sobre o plágio, juro que não enxerguei. Seria plágio caso eu estivesse colocado cílios e salto alto no gavião, mas é uma gaivota, e não gavioa [sic], entende? Não existe plágio e muito menos quero denegrir a imagem da maior torcida, que tem 44 anos. Quero inserir os gays dentro dos estádios de forma alegre e que possamos resgatar o conceito de festa, como era no passado.

    Você tem recebido ameaças de torcedores?

    Ameaças pelas redes sociais, sim, e o que chama bem minha atenção é que são sempre os mesmos. Posso dizer que é mais uma tentativa de retaliação do que ameaças.

    E isso não te preocupa?

    Não, em nenhum momento. Caso contrário, não teria dado o primeiro passo.

    Conversou com a diretoria do clube sobre a criação da Gaivotas Fiéis?

    Sim, estive há dois anos no clube falando sobre esse projeto e, por se tratar de torcida independente, o clube não apoia financeiramente. Em nenhum momento os dirigentes do clube se posicionaram contra a minha ideia. São pessoas esclarecidas.

    Quais entidades, empresas ou comunidades apoiam oficialmente a torcida?

    Oficialmente, nenhuma. Algumas manifestaram o interesse e uma grande marca esportiva quer agendar uma reunião comigo na próxima semana para estampar a logomarca nas camisetas.

    Quais são os objetivos da nova torcida? Pretende ir aos estádios, promover campanhas contra homofobia?

    Juro que minha ideia inicial não foi essa. Eu buscava levar alegria, diversão, show e que o futebol se tornasse novamente um programa para os finais de semana. Quando percebi que a questão se tornou machista e homofóbica, comprei a briga dando minha cara a tapa. Não tenho medo de homem, caso contrário não namoraria nenhum.

    Como você avalia o episódio com o jogador Emerson, que levantou a bandeira contra o preconceito ao tirar uma foto dando um beijo em um amigo?

    Amei! Amei e amei três vezes! Só fiquei triste pelo suposto amigo não ser eu. Acredite, não ficaria só no selinho.

    Alguns torcedores afirmam que você quer se aproveitar da grandeza do Corinthians para se promover. Como você lida com essa acusação?

    É um direito que eles possuem. Onde existe ideologia, existe discussão e, gerando discussão, se torna política. E política nada mais é do que divergências de opiniões para chegar a um denominador comum. Me promover? Talvez por eles só assistirem jogos e lerem somente veículos direcionados, realmente não sabem da minha carreira. Estou quase todos os dias na TV e dentro de um quadro no Programa “Mulheres”, apresentado pela Cátia Fonseca [TV Gazeta]. O quadro chama-se “Sabatina”, exibido todas as quartas.

    O futebol brasileiro está preparado para um jogador assumir a homossexualidade?

    O futebol brasileiro não está preparado nem pra receber a copa, quanto mais um jogador gay. Gostaria que o ministro dos esportes, Aldo Rebello, e o presidente da CBF, José Maria Marin, tomassem atitudes sobre essa questão homofóbica e discriminatória dentro do futebol. Teremos gays de todas as partes do mundo no Brasil e, caso algum deles se manifeste deixando claro sua sexualidade, será morto? Pode virar uma chacina. A Dilma tem que sair do papel de torcedora e ficar mais atenta à segurança do povo brasileiro. Imagino a Dilma assistindo ao final da Copa com uma bela caneca de chope e uma porção de Lula à dôre.

    Deseja deixar uma mensagem à nação corintiana?

    Alô, nação, alô, timão. Salve São Jorge, viva o preto e branco! Vamos vencer os campeonatos, sem pensar se gay estará ou não nos estádios. Vamos fazer uma grande festa, levar alegria e trazer o conceito do futebol festa novamente para o nosso povo. O cardápio estará mais diversificado. Um beijo, gaviões.

    http://esportefino.cartacapital.com.br/entrevista-felipeh-campos-gaivotas-fieis/

  18. O original e as cópias

    O original e as cópias

    Diante da mimetização de sua pauta pelos demais partidos, a xenófoba Frente Nacional cresce entre os eleitores franceses.

    Por Vladimir Safatle

    É possível que tenha começado em 2002. Era o ano de eleições presidenciais na França e tudo levava a crer que teríamos um embate clássico entre a direita gaullista (Jacques Chirac) e a social-democracia (Lionel Jospin). Mas os resultados finais mostraram outra coisa. Jean-Marie Le Pen, líder da extrema-direita racista e xenófoba, passara para o segundo turno e deixara a esquerda fora do pleito. A votação de Chirac no segundo turno foi “soviética”, mas isso não importava mais. No fundo, Le Pen havia ganhado a eleição. Ele não tinha conquistado o governo, mas vencera. Pois, a partir de então, ele seria incontornável, suas pautas paulatinamente também seriam assumidas por todos. A agenda política estava em suas mãos. Bastaram apenas alguns anos para o diagnóstico mostrar-se verdadeiro. Aos poucos, a direita tradicional começou o grande torneio medieval de caça aos ciganos, a retomada da luta milenar contra a islamização da França, a insistir nos grandes feitos da colonização francesa na África e nos valores superiores da civilização ocidental.

    Então veio Nicolas Sarkozy. Eu estava na França no dia de sua vitória. Era possível ouvir um silêncio ensurdecedor entrecortado apenas pelas sirenes constantes da polícia. Os jovens da periferia queimavam carros. De fato, era estranho pensar que um novo presidente era saudado com automóveis incendiados e depredações. Esta era, no entanto, a expressão imediata da consciência de que os filhos de imigrantes teriam nos próximos anos uma vida infernal, com direito ao aumento da discriminação, ao desprezo cultural e até mesmo a discussões sobre a perda de nacionalidade (algo que lembrava a estrutura jurídica da Alemanha nazista).

    Infindáveis vezes nestes anos levantaram-se os clamores sobre a dificuldade de integração dessas massas ignaras aos valores ocidentais, mas raras foram as vezes nas quais alguém resolveu contar quantos filhos de imigrantes compunham a Assembleia Nacional francesa. Antes da última eleição legislativa, existiam apenas dois descendentes de árabes em um Parlamento de 577 integrantes, apesar de eles representarem atualmente 10% da população. Difícil exigir integração quando não se tem partilha de poder.

    Assim, enquanto a Europa quebrava graças aos generosos suportes financeiros dados a bancos privados com comportamento criminoso, enquanto as instituições financeiras pagavam bônus milionários a seus executivos com dinheiro do Estado, a boa e velha caça ao imigrante começava. Difícil não se lembrar de uma frase precisa de Lula a esse respeito: “Quem quebrou a Europa foram os banqueiros brancos de olhos azuis, não os imigrantes”.

    Quando a era Sarkozy morreu de inanição, com a economia francesa sem capacidade de reação, ninguém esperava uma reinvenção da República. François Hollande, como ele mesmo dissera a financistas da City londrina, “não era perigoso”. Esperava-se, ao menos, uma política mais combativa contra tais derivas socioculturais racistas.

    Já era tarde, porém. O Front National, agora repaginado por uma nova líder, Marine Le Pen, comandava a agenda política. Assim, durante um ano de governo Hollande, o ministro do Interior, Manuel Valls, continuou a ínclita batalha contra os ciganos, os mesmos a quem a Europa teria o dever moral de acolher, por terem sido vítimas, a exemplo dos judeus, de uma política de genocídio no período nazista. Neste caso específico, o continente nunca fez um esforço de memória e um mea-culpa.

    Toda semana, lá estava o ministro do Interior de Hollande a repetir as mesmas palavras, os mesmos gestos fortes, a pedir o abandono de todo angelismo esquerdista, tal qual seus antecessores de direita. O último capítulo dessa longa história encerrou-se quando sua polícia deportou uma família kosovar e prendeu uma das filhas na saída da escola diante de seus colegas, ou seja, uma família emigrada de uma região invadida por forças militares europeias, cujo primeiro administrador foi um francês (Bernard Kouchner) e que teria, ao menos por esse fato, direito a uma política generosa de asilo.

    Segundo as pesquisas, dois terços da população francesa apoia a ação do ministro. Não por outra razão, levantamentos sobre as eleições para o Parlamento europeu indicam que o Front National é hoje o primeiro partido, com 24% dos votos. Natural: uma hora, os eleitores acham melhor escolher o original do que as cópias.

    http://www.cartacapital.com.br/revista/772/o-original-e-as-copias-1822.html

     

  19. Jango poderia ser reeleito, diz estudo

    Segundo análise de pesquisas feitas às vésperas do golpe de 64, o presidente teria chances de se reeleger se disputasse as eleições

    Deposto pelo regime militar, em 1964, o presidente João Goulart não apenas tinha altos índices de aprovação, como grandes chances de vitória caso disputasse as eleições no ano seguinte. A conclusão é do professor Luiz Antonio Dias, chefe do Departamento de História da PUC-SP.

    O historiador analisou uma série de pesquisas feitas pelo Ibope às vésperas do golpe de 1964, mas não divulgadas à época. A análise de Dias está em uma reportagem da revista Carta Capital, que chega às bancas nesta sexta-feira, feita pelo jornalista Rodrigo Martins. Esses documentos permaneceram ocultos até 2003, quando o Ibope doou o seu acervo para o Arquivo Edgard Leuenroth, da Unicamp. Mas até hoje a maior parte dos dados permanece desconhecida.

    Na visão consagrada pela mídia, Jango estava isolado e divorciado da opinião pública em 1964 e sofria os impactos da crescente rejeição popular às reformas propostas pelo governo. Com efeito, a imprensa tradicional clamava por uma intervenção das Forças Armadas capaz de pôr fim à ameaça comunista representada por ele. Os militares não tardaram a atender o apelo. As pesquisas de opinião do período, contudo, provam o contrário. Em São Paulo, 72% da população aprovava o governo Goulart. Entre os mais pobres, a popularidade chegava a 86%.

    Encomendada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo, a pesquisa ouviu 500 entrevistados na capital paulista entre 20 e 30 de março de 1964, com procedimentos metodológicos e estatísticos bastante semelhantes aos atuais, garante o Ibope. Mas permaneceu oculta por quatro décadas.

    Representação contra De Grandis

    Os deputados do PT Renato Simões, Ricardo Berzoini, Edson Santos e José Guimarães encaminharam representação ao Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador Rodrigo De Grandis.

    Ele “não cumpriu dever”, diz deputado

    Os deputados protestaram em razão de De Grandis não ter colaborado com autoridades suíças para investigar a Alstom. Segundo Renato Simões, ele “descumpriu os princípios constitucionais e deveres funcionais”.

    Maia diz que Serra desistirá de eleição

    O ex-prefeito do Rio Cesar Maia fez uma análise, em seu “ex-blog”, de idas e vindas de candidaturas de José Serra e previu que, em dezembro de 2013, ele desiste de concorrer à Presidência. Segundo Maia, a mágoa de Serra aumentou.

    Petista diz que Haddad deu “tiro no pé”

    Economista próximo do PT, Amir Khair, ex-secretário de finanças de Luiza Erundina, disse que o prefeito de São Paulo Fernando Haddad deu um tiro no próprio pé ao impor um aumento do IPTU com índices médios bem acima da inflação, de 20% para imóveis residenciais e de 35% para os comerciais. “Em São Paulo, um terço dos cidadãos são isentos do tributo, sobrecarregando os dois terços restantes. Esse aumento vai penalizar a classe média e os pequenos e médios empreendedores”, diz.

    Khair: “Dilma e Padilha serão prejudicados”

    Para Khair, Haddad deve enfrentar grande pressão da população que, revoltada, pode ir às ruas novamente para se manifestar. “Se houve toda aquela mobilização em torno dos 20 centavos na passagem de ônibus, imagine agora quando os carnês começarem
    a chegar. Tanto a Dilma quanto o Padilha serão prejudicados pela medida nas eleições”.

    http://brasileconomico.ig.com.br/noticias/jango-poderia-ser-reeleito-diz-estudo_136912.html

  20. Tem 19 items nessa pagina.

    Tem 19 items nessa pagina.  18 deles tem um “ver mais” ao fim.  Nao, muito pelo contrario, eu vou ler MENOS. Apertar 18 vezes um botao na mesma pagina eh um saco, ninguem vai fazer isso.

    Nassif, sugiro conferir as estatisticas de uso do botao e tambem de tempo gasto nas paginas.  Pelo menos eu ja nao tenho razao pra gastar tanto tempo como antes.

  21. Estranhas ligações

    ACM Neto: “Mauro Ricardo foi enganado”

    Prefeito de Salvador põe a mão no fogo por seu secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, que foi titular da Secretaria de Finanças de São Paulo no período em que houve o esquema de corrupção com desvio de dinheiro do ISS; “Ele já me apresentou as suas explicações; não teve envolvimento com o caso. Foi enganado, tanto quanto o ex-prefeito (Kassab)”; ACM admitiu que ligou para o atual prefeito, Fernando Haddad, mas negou que tenha perguntado como o escândalo “respingava” em Mauro; ele descarta hipótese exonerar seu secretário

    O prefeito ACM Neto (DEM) não cogita a hipótese de seu secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, ter participado do esquema de desvio de dinheiro recolhido com ISS em São Paulo enquanto ele titular da pasta de finanças na gestão de Gilberto Kassab.

    “Ele já me apresentou as suas explicações; não teve envolvimento com o caso. Foi enganado, tanto quanto o ex-prefeito”, disse ACM Neto em entrevista coletiva nesta sexta na cerimônia de inauguração da Via Expressa Baía de Todos os Santos. O democrata disse que não há possibilidade de exonerar Mauro Ricardo.

    ACM repetiu argumento apresentado por Gilberto Kassab de que não indicou os funcionários acusados de participação na fraude e por isso não tinha responsabilidade sobre o possível esquema de corrupção.

    Questionado pelo site Bahia Notícias, ACM Neto admitiu que ligou para o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), mas negou que tenha consultado o petista para saber se o caso “respingava” em Mauro Ricardo. O prefeito não revelou qual foi o teor da conversa.

    Mauro Ricardo é homem forte no PSDB desde a época da gestão de José Serra no Ministério da Saúde, no governo FHC. Ele foi ‘importado’ de São Paulo foi indicado a ACM pelos tucanos Antônio Imbassahy (líder da minoria no Congresso) Jutahy Magalhães Jr.

    http://www.brasil247.com/pt/247/bahia247/119591/ACM-Neto-Mauro-Ricardo-foi-enganado.htm

  22. Uma homenagem ao dia dos mortos.

    Fotos de Luiz Alfredo – Hospital Colônia, Barbacena/MG

     

    http://www.tribunademinas.com.br/polopoly_fs/1.989358.1321741030!/image/3158178556.jpg  http://karinsalomao.files.wordpress.com/2013/02/foto-napolec3a3o-xavier-1093622532.jpg  Homens, mulheres e crianças eram mantidos nus. Foto: Luiz Alfredo (1961)

     

      Esgoto a céu aberto era fonte de água para internos. Foto: Luiz Alfredo (1961)

     

      Sivio Savat, ex-menino de Barbacena, fotografado em 1979, confundido com um cadáver. Foto: Napoleão Xavier Gontijo Coelho

     

      Internos vestiam trapos, mesmo no frio intenso de Barbacena. Foto: Luiz Alfredo (1961)    

    Revela cenário de horror de Hospital Colônia. Foto: Luiz Alfredo (1961)

     

     

     

     

     

     

    Em nome da razão – Um filme sobre os porões da loucura

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=R7IFKjl23LU%5D

     

    1. Brasil

           Realmente é u ma vergonha este passado do Museu da Loucura. Porém, não devemos pensar que isto foi em alguma data passada. De outras formas ainda ocorrem em nosso Brasil. È neste momento que penso nos politicos, nas politicas, no poder publico nojento que temos, é nestas horas que devemos clamar por mais gente de bem para nos representar. Vamos impor as pessoas que comemtem crimes, roubos , desvios, furtos, etc… dos tres poderes o mesmo castigo que sofreram estes pobres coitados. Aliás, deve ter muita gente viva da epoca que podem ser encaminhados à prisão, ou ainda, faremos vistas grossas?

       

       

       

  23. Os problemas do dinheiro electrónico

    Os problemas do dinheiro electrónico

     O cartão de crédito (ou de débito) é uma coisa bonita: é prático, é seguro.

    E verdade: é cómodo: permite sair de casa sem uma grande quantia de dinheiro no bolso, até podemos deixar o dinheiro em casa, o cartão é suficiente.

    Por isso está cada vez mais difundido. Ao ponto que alguns Países, como a Suécia, já tomaram medidas para abolir o dinheiro “vivo”.

    E aqui começam os problemas. Já uma vezfalámos disso no blog: agora vamos um pouco mais a fundo. Porque, por enquanto, sou eu que escolho se deixar o dinheiro em casa em prol do cartão: no futuro poderá não ser bem assim.

    Na vida comum, o uso de dinheiro é uma das coisas mais normais que existem. A capacidade de usar o dinheiro para completar as transações comerciais, é um elemento de liberdade de cada ser humano, bem como um motor de desenvolvimento para o crescimento e o bem-estar económico .

    Todos os dias, biliões de transações ocorrem tendo como contrapartida o uso do dinheiro “vivo”, feito de notas e moedas, sem as quais, provavelmente, ou não aconteceria ou seria consideravelmente reduzidas.
    O uso do dinheiro é simples, prático, eficaz, rápido e não é caro.

    Isto, combinado com a possibilidade de utilizar outras formas de pagamento que o progresso tecnológico tem disponibilizado, ajuda a elevar o nível de eficiência das empresas e das práticas comerciais que, conforme o caso, podem exigir formas de pagamento diferentes.

    E aqui entra em cena o cartão. 
    Reduzir ou eliminar o uso de dinheiro “vivo” nas práticas comerciais, implica que qualquer pessoas, por exemplo, deveria ser obrigada a ter uma conta bancária. Assim, de repente, todo o nosso dinheiro “vivo” ficaria depositado numa conta para depois poder ser utilizado nos pagamentos.

    Isso já seria mau: porque uma coisa é escolher ter um banco, outra é ser obrigado a ter um banco.
    Mas há mais: de repente, graças a um acto legislativo, o cidadão ficaria privado não só desta forma de liberdade (usar ou não usar o dinheiro, pois o facto de deposita-lo é já por si uma utilização: juros, despesas  de gestão…), mas também da única forma de contestação a disposição contra o sistema bancário.

    Por outro lado, os bancos seriam salvos daquele que para eles é o verdadeiro pesadelo: a corrida aos balções em caso de graves problemas económicos nacionais. De facto, tendo sido o dinheiro “desmaterializado” e substituído por um algoritmo abstrato e intangível, não há o perigo que o cidadão peça a devolução duma coisa que já não existe e nem é utilizada. E os bancos festejam.

    Ao longo dos séculos, a necessidade dos Estados (isso é, da política) de poder contar cada vez mais com o apoio dos bancos para financiar os gastos da máquina estatal e os privilégios dos políticos (corrupção, incapacidade…), tem incentivado a criação de um relacionamento simbiótico entre a política e o sistema bancário. E é um benefício mútuo: a política de poder contar com o favor dos banqueiros, estes podem contar com um quadro legislativo favorável para aumentar os negócios.

    O dinheiro, para o sistema bancário, é o elemento sobre o qual assenta todo o negócio: é a mercadoria que deve ser vendida. Ter controle e a gestão de todo o dinheiro é sinónimo de multiplicação dos negócios e  de rentabilidade. E de poder.

    Num sistema como o nosso, baseado na reservas fraccionária, acontece que por cada 1.000 Euros que são depositados numa conta, o banco consegue gerar muito mais: no mínimo 10.000 Euros, mas é possível chegar aos 100.000. Isso, como sabemos, é possível por causa do efeito multiplicativo dos depósitos.

    Sobre a massa dos empréstimos, o banco consegue um lucro enorme lucro, com uma taxa de juros que os que se beneficiaram do empréstimo terão que pagar em datas específicas, juntamente com o capital emprestado.

    À luz deste raciocínio, é bastante fácil entender o interesse do sistema bancário no fim do dinheiro “vivo”: quanto menor for o dinheiro em circulação, maior a possibilidade dos bancos de aumentar o volume de negócios e a respectiva rentabilidade (e bónus milionários pagos ao gerentes de topo).

    Há depois um outro aspecto: sem dinheiro “vivo” em circulação, o sistema bancário iria armazenar a maior parte da riqueza do País. Manteria sob custódia os nossos investimentos, ações, títulos, preciosos mantidos nos cofres, poupanças, até mesmo o dinheiro utilizado diariamente. Pensamos no poder que isso implica: já agora os bancos “controlam” os políticos e conseguem tranquilamente direccionar as escolhas deles, num futuro sem dinheiro “vivo” este capacidade será ainda mais reforçada.

    Doutro lado, um mundo sem dinheiro é um paraíso do fisco: uma vez que todo o dinheiro passa a estar depositado, não apenas o banco mas também o Estado sabe quais os vossos rendimentos até o último cêntimo. Uma máquina fiscal ainda mais coercitiva.

    Um exemplo prático do que realmente fica atrás do desejo de eliminar o dinheiro “vivo”? Muito simples: Chipre. Na ilha foram atacados os depósito em conta corrente, safou-se quem não tinha dinheiro num banco. Com apenas o dinheiro virtual, todos teriam que participar no resgate dos bancos privados, não apenas com taxas e/ou cortes nos salários, mas também com retiradas directamente das nossas contas: mais uma vez, imaginemos o que aconteceria num conta que de repente aumenta o saldo por causa dum mutuo concedido pelo banco.

    Mas os casos e os aspectos perturbadores duma tal coerção da liberdade individual é bem cumprida. Haveria toda a vertente ligada à privacidade (cada compra, cada deslocação, cada bebida, cada livro: na prática, cada habito ficaria registado), mas por enquanto paramos por aqui.

    Para concluir: o banco tornaria-se uma enorme câmara de compensação, isso é, uma pessoa jurídica ao serviço do Estado para vigiar e expropriar as riquezas dos cidadãos: uma situação que, paradoxalmente, reforça o poder dos bancos privados e enfraquece o poder de decisão do Estado.

    Ou, se preferirmos: para tornar o devedor solvente, a maneira mais fácil é compensar as dívidas do devedor com os créditos dos credores.
    E o jogo está feito.

    Ipse dixit.http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/

     

  24. Como a NSA coleta dados pessoais

     

    Espionagem: como as agências de inteligência coletam dados?

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/10/131030_inteligencia_coleta_dados_cc.shtml

    As acusações fizeram com que o comitê de inteligência do Senado prometesse rever o modo como a maior organização de inteligência do país – a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) – realiza as operações.

    Saiba o que se sabe até agora, de acordo com os documentos “vazados”, dos principais métodos utilizados pela agência.

    1. Acesso a informações de empresas de tecnologia

    Em junho, os documentos divulgados Cliquepelo jornal Washington Post revelaram como a NSA têm acesso a diversas grandes empresas de tecnologia pela “porta dos fundos”.

    A agência tinha acesso aos servidores de nove empresas de internet, incluindo Facebook, Google, Microsoft e Yahoo, para monitorar comunicações online como parte de um programa de vigilância chamado Prism.

     

    Os documentos afirmam que o projeto deu à NSA – e ao serviço de inteligência britânico GCHQ – acesso a e-mails, chats, informações armazenadas, chamadas de voz, transferências de arquivos e dados de redes sociais de milhares de pessoas.

    No entanto, as empresas negaram que tivessem oferecido “acesso direto” a seus servidores para a agência.

    Alguns especialistas também questionaram o poder real do Prism.

    O professor de perícia digital Peter Sommer disse à BBC que o acesso pode ser mais semelhante a uma “portinha de cachorro” do que a uma “porta dos fundos” – de modo que as agências de inteligências pudessem acessar os servidores somente para coletar inteligência a respeito de um alvo específico.

    Que dados o Prism poderia acessar?

    EmpresaQue tipo de dados podiam ser coletados?Alguns sites da Microsoft coletam endereços de e-mail, nomes, endereços de casa ou do trabalho e números de telefone. Alguns serviços requerem que o usuário entre com seu e-mail e senha. A Microsoft também recebe informações enviadas pelo navegador a respeito de sites visitados, como endereço de IP, endereço do site e tempo da visita. A empresa também usa cookies para conseguir mais informações sobre a visualização de páginas.O Yahoo coleta informações pessoais quando os usuários se cadastram para produtos ou serviços, incluindo nome, endereço, data de nascimento, código postal e profissão. A empresa também grava informações dos computadores dos usuários, incluindo endereços de IP.Detalhes pessoais são exigidos para se cadastrar para contas do Google, incluindo nome, e-mail e número de telefone. O e-mail do Google – Gmail – armazena contatos de e-mail e sequências de e-mails (envios e respostas) para casa conta, que tem capacidade de 10 gigabytes. Termos de busca, endereços de IP, informações sobre chamadas telefônicas e cookies que podem identificar cada conta também são armazenados, além de bate-papos – a não ser que o usuário escolha a opção ‘Desativar gravação’O Facebook exige informações pessoais no cadastro, como nome, e-mail, data de nascimento e sexo. O site também coleta atualizações de status, fotos ou vídeos compartilhados, mensagens em murais, comentários nos posts alheios, mensagens privadas e bate-papos. Nomes de amigos e os detalhes de e-mail dos perfis destes amigos também são gravados. Informações sobre a marcação dos usuários em fotos e posts, assim como dados sobre localização e GPS são, também, armazenadas.

    O Paltalk é um serviço de bate-papo e troca de mensagens de voz e de vídeo. Os usuários devem fornecer informações como endereço de e-mail. A empresa também usa cookies que ficam armazenados em navegadores, com o objetivo de monitorar o comportamento dos usuários para fazer anúncios dirigidos.

    O YouTube pertence ao Google e a empresa aplica os mesmos métodos de coleta de dados que em outros serviços. Usuários que se conectem ao site por suas contas do Google terão suas buscas, inscrições e listas de vídeos armazenadas.O Skype é parte da Microsoft e seu serviço de mensagens substituiu o MSN Messenger este ano. Os usuários devem fornecer informações pessoais incluindo nome, nome de usuário e endereço quando se cadastram. Outras informações de perfiz como idade, sexo e idioma preferido também são armazenados. Listas de contatos também são gravadas, além de dados de localização de telefones celulares. Mensagens instantâneas, de voz e de vídeo geralmente são guardadas pelo Skype por um período de 30 a 90 dias, mas os usuários podem optar por preservá-las por mais tempo.O AOL coleta informações pessoais dos usuários que se cadastram para seus produtos e serviços, mas sua política de privacidade determina que os usuários que escolham não se identificar por estes métodos são “geralmente anônimos”.Contas da Apple – as chamadas Apple IDs – são necessárias para serviços como o iTunes ou para registrar produtos. Ao fazer o cadastro, os usuários devem fornecer dados pessoais como nome, endereço, e-mail e número de telefone. A empresa também coleta informações sobre as pessoas com as quais os usuários da Apple compartilham conteúdo, incluindo seus nomes e endereços de e-mail.

    2. Extração de dados de cabos de fibra óptica

    Protesto contra NSA

    A espionagem causou desconforto em vários países e também entre os americanos

    Ainda no mês de junho, mais documentos do serviço de inteligência britânico publicados pelo jornal The Guardian revelaram que a Grã-Bretanha extraía dados de cabos de fibra óptica que transportam comunicações globais e compartilhava as informações com a NSA.

    Os documentos diziam que o GCHQ tinha acesso a 200 cabos de fibra óptica, o que dava ao órgão a capacidade de monitorar até 600 milhões de comunicações todos os dias.

    As informações sobre o uso de internet e telefone eram supostamente armazenadas por até 30 dias para que fossem filtradas e analisadas.

    O GCHQ se recusou a comentar as acusações, mas disse que sua obediência à lei era “escrupulosa”.

    Em outubro, o jornal italiano L’Espresso publicou acusações de que a GCHQ e a NSA alvejaram três cabos submarinos que terminavam na Itália, para interceptar dados comerciais e militares.

    Os três cabos, na Sicília, se chamavam SeaMeWe3, SeaMeWe4 e Flag Europe-Asia.

    3. Escuta em telefones

    Em outubro, a mídia alemã afirmou que os Estados Unidos grampearam o telefone da chanceler alemã Angela Merkel por mais de uma década – e que a vigilância só acabou há alguns meses.

    A revista Der Spiegel, também citando documentos revelados por Edward Snowden, sugeriu que os Estados Unidos tinham acesso ao telefone de Merkel desde 2002.

    Os documentos citados pela revista dizem que uma unidade de escuta ficava dentro da Embaixada americana em Berlim – e que operações semelhantes aconteciam em outras 80 cidades pelo mundo.

    Embaixada americana em Berlim | Foto: AFP

    Janelas fechadas, como na foto, poderiam ser usadas para espionagem

     

    O jornalista investigativo Duncan Campbell Cliqueexplica em seu blog como áreas com janelas fechadas, visíveis do lado de fora dos prédios oficiais poderiam na verdade ter “janelas de rádio”. Estas janelas externas – feitas de um material que não conduz eletricidade – permite que sinais de rádio passem e cheguem até os equipamentos de coleta e análise dentro dos edifícios.

    A Der Spiegel disse que a natureza do monitoramento do celular de Merkel não estava clara nos documentos divulgados.

    No entanto, relatos posteriores afirmaram que dois dos telefones da chanceler haviam sido grampeados – um telefone não criptografado usado para ocasiões informais e um aparelho criptografado, usado para o trabalho.

    Dilma e Obama

    Dilma entrou no alvo da espionagem americana; cerca de 35 líderes podem ter sido espionado

    De acordo com especialistas em segurança, os sistemas padrão de criptografia dos telefones celulares podem ser vulneráveis porque seus sistemas para “embaralhar os dados” são – em termos de software – separados dos programas utilizados para criar mensagens.

    Por isso, é possível que uma operação de escuta se posicione entre o software que faz a mensagem e o sistema de criptografia em cada uma das pontas da conversa – e tenha acesso à informação antes que ela seja criptografada ou depois que é reordenada.

    A criptografia de ponta a ponta, que agora é adotada por muitos, preenche esta lacuna ao fazer com que o programa de mensagens faça o “embaralhamento” diretamente. Além disso, muitos destes sistemas compartilham dados em redes fechadas, então muitas mensagens não passam pela internet e só são reordenadas quando chegam ao seu destinatário.

    Além do telefone de Merkel, há acusações de que a NSA teria monitorado milhares de chamadas telefônicas de cidadãos alemães e franceses, além de e-mails e chamadas dos presidentes do México e do Brasil.

    Reportagens do Guardian também afirmaram que a NSA monitorou os telefones de 35 líderes mundiais depois de ter recebido seus números de telefone de outro oficial do governo americano. Edward Snowden também foi a fonte dos documentos que revelaram estas informações.

    4. Espionagem dirigida

    Ainda em junho, a revista alemã Der Spiegel afirmou que a NSA teria espionado também os escritórios da União Europeia (UE) nos Estados Unidos e na Europa.

    A revista disse ter visto documentos revelados por Snowden mostrando que o país teria acesso a redes de computadores internas da União Europeia em Washington e do escritório da ONU em Nova York.

    Edward Snowden

    O ex-colaborar da NSA, Edward Snowden, vazou os documentos que geraram escândalo

    Os documentos também sugeriam que a NSA realizou uma operação de escuta em um edifício em Bruxelas, onde funcionam as sedes do Conselho de Ministros da UE e o Conselho Europeu.

    Pouco depois, em julho, o Guardian disse – citando como fonte outros documentos “vazados”- que um total de 38 embaixadas e missões foram “alvos” de operações de espionagem americanas.

    Os países alvejados incluíam a França, a Itália e a Grécia, assim como outros aliados não-europeus dos Estados Unidos como Japão, Coreia do Sul e Índia.

    Embaixadas e missões em Nova York e Washington também estariam sob vigilância.

    Os documentos, segundo o jornal, detalharam “uma variedade extraordinária” de métodos de espionagem usados para interceptar mensagens. Elas incluíam grampos, antenas especializadas e escutas.

  25. Um Bom Domínio do Fato

    Secretário de Kassab mandou arquivar denúncias de pagamento de propina

    Por Agência Estado | 

     
     

    Secretário de Finanças, Mauro Machado Costa, que chefiou os fiscais acusados de receber R$ 500 mi de propina mandou arquivar o assunto em dezembro de 2012

     

    O secretário de Finanças da gestão Gilberto Kassab (PSD), Mauro Ricardo Machado Costa, que chefiou os fiscais acusados de causar prejuízo de até R$ 500 milhões à Prefeitura, mandou arquivar, em 28 de dezembro do ano passado, uma denúncia sobre o mesmo esquema revelado na quarta-feira pela operação que prendeu os quatro funcionários públicos. O objeto da denúncia também era a cobrança de propina para a emissão de certificado de quitação do Imposto sobre Serviços (ISS).

    Tribunal de Contas do Município – TCMMauro Ricardo Costa (à direita) em 2010, ainda secretário de Finanças

    A denúncia anônima, datada de 29 de outubro, foi recebida em 22 de novembro. A autoria é atribuída a “construtores que respeitam as leis”. O gabinete de transição do prefeito Fernando Haddad (PT) recebeu cópia.

    Ricardo foi secretário de Finanças na gestão José Serra (PSDB) e secretário de Estado da Fazenda, também de Serra. Após chefiar as finanças de Kassab, ele é atualmente secretário da Fazenda de Salvador.

    O texto recebido por ele diz que “a emissão do certificado de quitação do ISS é controlada por um funcionário, o carioca Luis Alexandre, o qual – segundo ele mesmo -, por ordem de seus superiores Carlos di Lallo, Barcellos e Ronilson, somente pode ser emitido mediante o pagamento de propina”.

    Ronilson Bezerra Rodrigues, Eduardo Horle Barcellos, Carlos di Lallo Leite do Amaral e Luis Alexandre Cardoso Magalhães, os fiscais investigados, estão na carceragem do 77.º Distrito Policial, em Santa Cecília.

    Quem não paga a propina está condenado a ver seu negócio naufragar. Sem propina, não há previsão para a emissão da guia de quitação”, diz outro trecho da denúncia.

    Ontem, o Estado revelou com exclusividade que ao menos cinco empresas pagavam propina aos fiscais. Os pagamentos eram feitos em dinheiro, muitas vezes dentro da própria Prefeitura, e que os cofres públicos ficavam com apenas 10% do valor devido de impostos. Na internet, também adiantou que a incorporadora Brookfield confirmou ao Ministério Público o pagamento de R$ 4,1 milhões aos fiscais presos.

    A denúncia anônima arquivada por Mauro Ricardo também foi encaminhada a Kassab e à Ouvidoria Municipal. O processo, ao qual o Estado teve acesso, mostra que Ricardo enviou cópia da acusação ao próprio Ronilson, apontado pela atual investigação como chefe do esquema, para que ele prestasse esclarecimentos.

    Ronilson, por sua vez, adotou o mesmo procedimento com os demais auditores. Todos disseram desconhecer o esquema. “A denúncia anônima foi respondida pelos denunciados, podendo ser arquivada, não merecendo ser dado prosseguimento à apuração”, escreveu Ricardo, dois dias antes do fim da gestão Kassab.

    Em fevereiro deste ano, o atual controlador-geral do Município, um dos agentes responsáveis por tornar as irregularidades públicas, teve acesso ao procedimento feito por Ricardo. Escreveu que acolhia a manifestação do ex-secretário, “até que novos elementos sejam apresentados”. Oito meses depois, todos foram presos.

    Surpresa

    Mauro Ricardo disse ontem ter ficado “surpreso” com a prisão do quarteto, em especial a de Ronilson. “Era uma pessoa em quem eu confiava, sempre muito prestativo. Foi uma decepção. Se ele fez isso, me sinto traído”, afirmou.

    “Assim que as denúncias chegaram à secretaria solicitei a abertura de processo administrativo, nos quais os acusados foram chamados a se justificar”, afirma. “Eles apresentaram as justificativas e elas foram levadas à assessoria jurídica, que analisou as respostas e concluiu não haver indício de envolvimento dos servidores.” Kassab não se manifestou. 

     

  26. MP denuncia coronel da PM por

    MP denuncia coronel da PM por abuso de autoridade durante reintegração de posse do Pinheirinho (http://bit.ly/1iCuVJk)

    No que se transformou o terreno que estava ocupado pela favela Pinheirinho?

    O que aconteceu com os moradores? Onde estão morando? Aqueles que foram usurpados de todos os seus pertences, destruídos durante a operação policial, conseguiram reestruturar suas vidas? O que o Estado, célere na hora de preservar a propriedade do dono do terreno, fez em seu favor, ao terem ficado despojados de muito ou tudo que possuíam? 

  27. Campo de Tubarão Martelo e os campos do bloco BS-4

    Planos de Desenvolvimento
    ANP-Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis—-Fonte: Superintendência de Desenvolvimento e Produção
    O Plano de Desenvolvimento é o documento preparado pelo concessionário, contendo o programa de trabalho e o respectivo investimento necessários ao desenvolvimento de uma descoberta de petróleo ou gás natural na área de concessão.
    O Plano de Desenvolvimento deve ser preparado de acordo com as instruções contidas na Portaria ANP nº 90,  de 31/05/2000, e conter informações em abrangência e profundidade suficientes para:
    permitir à ANP conhecer e acompanhar os parâmetros do desenvolvimento do campo;
    demonstrar que a exploração do campo se fará em consonância com a legislação em vigor, particularmente com as normas e regulamentações governamentais aplicáveis à industria de petróleo;
    demonstrar que as futuras operações de produção ocorrerão de acordo com as melhores práticas da indústria do petróleo.

    Os Sumários Executivos dos campos cujos Planos de Desenvolvimento foram aprovados pela Diretoria Colegiada estão listados abaixo.

    —–Atlanta–pdf(bloco BS-4)
    —–Tubarão Martelo–pdf
    Oliva—-pdf
    anexo 1
    SUMÁRIO EXECUTIVO EXTERNO DO CAMPO DE TUBARÃO MARTELO—Contrato 48610.001367/2008-54
    Plano de Desenvolvimento aprovado na Reunião de Diretoria n° 714 de 13/06/2013,—Resolução de Diretoria n° 579/2013

    O Campo de Tubarão Martelo está situado na porção sul da Bacia de Campos, em lâmina d’água entre 100 e 110 m e distante 94 km da cidade de Arraial do Cabo, litoral norte do Estado do Rio de Janeiro (Figura 4.1). O campo estende-se pelos blocos exploratórios CM-466 e C-M-499, áreas dos Contratos de Concessão BM-C-39 e BM-C-40, respectivamente.
    Foi solicitada à ANP a anexação dessas duas áreas e a definição de um ring-fence de campo único, sendo mantido o número do Contrato de Concessão BM-C-39, referente ao poço descobridor (Figura 1).

    Figura 1: Figura 1.1 – Mapa de localização dos blocos C-M-466 e C-M-499 (sistema de coordenadas SAD-69).

    A empresa concessionária e operadora é a OGX Petróleo e Gás S.A. e a área requerida para o desenvolvimento do campo (ring-fence) engloba as estruturas mapeadas com hidrocarbonetos e os aquíferos atuantes, totalizando 32,14 km2 (área corrigida de 31,47 km2).
    A descoberta do campo ocorreu com a perfuração do poço 1-OGX-25-RJS, em novembro de 2010, tendo sido constatada a presença de hidrocarbonetos nos reservatórios carbonáticos albo-cenomanianos crono-correlatos à Fm. Imbetiba do Grupo Macaé, situados no intervalo entre 1.834 e 2.032 m.

    O principal mecanismo primário de recuperação do reservatório é o de influxo de água, e a estratégia de explotação do campo considera um projeto de injeção de água periférica com objetivo apenas de complementar a atuação esperada do aquífero.
    Os poços produtores serão horizontais levemente inclinados em relação às camadas. Os poços terão completação a poço aberto, protegidos por tubos sem cimentação com tubos telados e serão segmentados no trecho horizontal através de obturadores externos.

    A concepção de produção para o Campo de Tubarão Martelo prevê a instalação de uma unidade de produção do tipo FPSO e de uma plataforma fixa do tipo WHP. Dos 15 poços previstos para o desenvolvimento da produção (12 produtores e 3 injetores de água), 4 poços produtores terão completação submarina, sendo interligados diretamente ao FPSO e completados com ANMH, e 11 terão completação seca, localizados na WHP. As ANMH estarão equipadas com válvulas de fechamento automático de acionamento hidráulico direto, do tipo Fail Safe para segurança.

    O FPSO terá capacidade de processamento de 25.430 m3/dia (160.000 bpd) de líquido, 15.900 m3/dia (100.000 bpd) de óleo, compressão de 1,5 milhões de m3/dia de gás e capacidade de armazenagem de 217.800 m3 (1.370.000 bbl), ficará ancorado em lâmina d’água de 105 m. O sistema de ancoragem do FPSO será do tipo Single Point Mooring, com linhas de ancoragem convergindo para o mesmo através de um turret externo instalado na proa da embarcação.

    Os investimentos totais no Campo de Tubarão Martelo somam aproximadamente US$ 1.556,09 milhões, a serem realizados no período de 2012 a 2017.

    anexo 2

    SUMÁRIO EXECUTIVO DO CAMPO DE ATLANTA—Contrato de Concessão n° ° 48000.003573/97-91
    Plano de Desenvolvimento aprovado na Reunião de Diretoria n° 696 de 19/12/2012,Resolução de Diretoria n° 1255/2012

    Em reunião realizada em 19 de dezembro de 2012, a Diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP aprovou a revisão do Plano de Desenvolvimento (PD) do Campo de Atlanta.
    O Campo de Atlanta localiza-se na Bacia de Santos, à aproximadamente 185 km da costa a sudeste da cidade do Rio de Janeiro, em lâmina d’água de 1.550 metros, ocupando uma área de, aproximadamente, 115,92 km2. A figura 1 demonstra a sua localização.

    Figura 1 – Mapa de Localização do Campo de Atlanta

    A área em questão foi adquirida pela empresa Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) em 1998, durante a Rodada Zero, sob a nomenclatura de BS-4, tendo sido o seu Contrato de Concessão assinado no mês de agosto desse mesmo ano.
    A atividade exploratória se iniciou ainda em 1998, com a interpretação geológica e geofísica da área. Em dezembro de 1999 foi realizada uma cessão de direitos, de forma que o consórcio passou a ser constituído também pelas empresas Chevron e Shell, sendo esta última a operadora do campo.

    Entre janeiro e maio de 2000 foram levantados 3.350 km2 de linhas sísmicas 3D. No período compreendido entre 2001 e 2006 foram perfurados 8 (oito) poços na concessão, sendo 7 (sete) exploratórios e 1 (um) especial. O poço descobridor do campo foi o 1-SHEL-4-RJS, o qual perfurou uma camada de aproximadamente 100 metros de espessura de arenitos turbidíticos do Eoceno contendo óleo. Devido a um desmoronamento nesse poço, foi perfurado o “sidetrack” 1-SHEL-4A-RJS, o qual confirmou um contato óleo-água a 2.404 metros de profundidade.

    Os poços 3-SHEL-8-RJS e 3-SHEL-20HPA-RJS foram testados em, respectivamente, dezembro de 2001 e novembro de 2006. A atividade exploratória encerrou-se com a declaração de comercialidade da área, realizada em dezembro de 2006 e, desde então, não houve qualquer produção na mesma.

    Em 16/02/2012, por força da Resolução de Diretoria (RD) no 146/2012, a empresa Queiroz Galvão Óleo e Gás S.A. passou a ser operadora do Contrato de Concessão no 48000.003573/97-91, referente aos campos de Atlanta e Oliva.
    O reservatório principal do campo, de idade Eocênica, caracteriza-se por areias com boa permo-porosidade, e foi formado em uma região de diminuição significativa no gradiente do mergulho da superfície deposicional, onde fluxos turbidíticos deixavam de estar confinados nos canyons do talude e se espraiavam para formar feições lobadas, frequentemente recortadas por canais.
    A subdivisão do mesmo ocorreu na forma de três zonas: Zona Superior, Zona Inferior e “Reservatório”, e baseou-se principalmente nos perfis dos poços e nas características granulométricas de cada uma.

    A recuperação primária esperada é resultado de um mecanismo combinado de depleção simples – expansão de fluidos e contração do meio poroso – com influxo de água, não sendo identificada capa de gás primária. Dessa forma não está prevista, inicialmente, injeção de água no reservatório.
    Um Sistema Antecipado de Produção (SPA) com duração de 03 (três) anos está previsto para ser implantado em maio de 2014 e será composto por 02 (dois) poços horizontais a serem perfurados em 2013.

    Já o Sistema Definitivo está previsto para entrar em produção em meados de 2018 e contará com os 02 (dois) poços utilizados no SPA e mais 10 (dez) poços horizontais a serem perfurados entre os anos de 2017 e 2019.
    Assim, o desenvolvimento do campo se dará através de um total de 12 (doze) poços horizontais, perfurados a partir de dois clusters, resultando em uma malha de drenagem com configuração radial.

    Nos poços produtores serão instaladas Árvore de Natal Molhada (ANM), GLL/DL, do tipo horizontal, equipadas para completação com Bombeio Centrífugo Submerso Submarino (BCSS) e mandris para conexão de linhas de fluxo via Módulos de Conexão Vertical (MCV).
    Esses poços serão interligados aos Manifolds via jumpers, que terão comprimentos médios de até 35 metros.

    A unidade de produção a ser utilizada no campo será um FPSO, com instalações de processamento para os poços de desenvolvimento submarino, sendo que as mesmas serão compartilhadas com o Campo de Oliva. O petróleo bruto será escoado para navios aliviadores diretamente da unidade, enquanto que o gás natural será exportado / importado através de um gasoduto destinado às instalações do Campo de Uruguá.

    A medição fiscal da produção do campo será realizado através de skid de medição, composto por 3 (três) medidores (sendo um deles master), o qual ficará localizado após o tratador eletrostático e antes dos tanques de armazenamento.

  28. Aqueles momentos em que temos orgulho de sermos brasileiros

    Aqueles momentos em que temos orgulho de sermos brasileiros

     

    http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,depois-de-10-anos-fabrica-de-remedios-contra-aids-comeca-a-produzir-na-africa,1092215,0.htm

     

    Início do conteúdo

    Depois de 10 anos, fábrica de remédios contra Aids começa a produzir na África

    Projeto da Fiocruz em Moçambique é o mais longo e que mais consumiu recursos brasileiros na África

    02 de novembro de 2013 | 9h 30

    O mais emblemático projeto de cooperação brasileiro na África completa dez anos em novembro e vive hoje seu momento mais decisivo. É uma fábrica pública de medicamentos contra a Aids, instalada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Moçambique. Em agosto, ela finalmente realizou seu objetivo: produziu pela primeira vez um remédio genérico que faz parte do coquetel anti-HIV, a lamivudina. Em outubro, repetiu a dose com um segundo componente do coquetel, a nevirapina. Toda a operação foi feita por moçambicanos, com a supervisão da Fiocruz.

    Veja também:
    link Especial: Dez anos do Brasil na África
    link Projetos do Brasil ajudam países africanos, mas enfrentam dificuldades
    link Infográfico: Brasil aumenta presença na África nos últimos dez anos
    link TV Estadão: Vale investe 60% do PIB anual de Moçambique 

    A Sociedade Moçambicana de Medicamentos (SMM), o nome oficial da fábrica, é a única unidade pública de produção de medicamentos contra a Aids na África, o continente mais afetado pelo vírus e onde o acesso ao tratamento é escasso. No caso de Moçambique, a SMM é também a primeira indústria farmacêutica. Todos os medicamentos consumidos no país são importados.

    Agora, os medicamentos precisam obter um selo de qualidade do órgão regulador em Moçambique. Enquanto isso, a fábrica deve começar a embalar um antibiótico e um medicamentos contra o HIV produzidos pela Fiocruz no Brasil e doados para que as vendas já possam ser iniciadas. No próximo ano, a fábrica deve tentar obter certificação da Organização Mundial da Saúde. A organização Médicos Sem Fronteira (MSF), que atua na área do HIV no país, diz que “ainda é cedo para tecer comentários profundos sobre como a fábrica irá beneficiar as pessoas que vivem com HIV em Moçambique”.

    Nenhum outro projeto de cooperação do Brasil na África está em curso há tanto tempo ou consumiu um volume tão alto de recursos. A Fiocruz estima que ele terá custado ao País cerca de US$ 20 milhões. “Demorou muito? Eu olho para trás e digo: ninguém tem noção do quanto a gente trabalhou”, afirma a coordenadora do projeto, Lícia de Oliveira, da Fiocruz. 

    “Nem Moçambique nem o Brasil sabíamos onde estávamos nos metendo”, diz ela. O País não tinha experiência na realização de um projeto de cooperação de tão grande porte no exterior. Além disso, a operação de uma indústria farmacêutica é um processo de alta complexidade. Toda a tecnologia de produção foi transferida para Moçambique, que vai operar a fábrica sem a intervenção do Brasil. A expectativa é que ao final de cinco anos a venda dos remédios custeie as operações e que a produção atenda a todo o mercado da parte sul da África.

    “A fábrica é a primeira aqui em Moçambique, até em África. Temos muita expectativa e muita responsabilidade. Depois de vermos essa fábrica cheia, com movimento, nós vamos ficar já descansados, felizes da vida. Porque realmente é difícil, é muito difícil para chegar nessa fase”, diz Feniosse Macuacua, operador da fábrica que atuou nas primeiras produções de medicamentos.

    Aids. A incidência de HIV em Moçambique é uma das maiores do mundo – 13% das mulheres e 9% dos homens, totalizando 2,4 milhões de pessoas infectadas. No Brasil, calcula-se que 630 mil pessoas são soropositivas, menos de 1% da população.

    É a comunidade internacional que custeia 100% do coquetel anti-Aids, a maioria deles genéricos comprados na Índia a preço baixo. “Até hoje me surpreendo com as dificuldades que esse país enfrenta quanto ao financiamento para a área da saúde, que depende de doadores internacionais”, diz a enfermeira brasileira Kelly Cavalete, que trabalha no MSF no país.

    A fábrica prevê a transferência de tecnologia e conhecimento para a produção de 21 medicamentos. Além dos usados para tratar a infecção por HIV, há remédios para atenção básica – entre julho e setembro, foram produzidos os primeiros, contra hipertensão. A capacidade instalada é de 400 milhões de comprimidos por ano.

    A estrutura da fábrica é pequena, mas de ponta. Em um corredor vedado do exterior, com luz artificial, ar condicionado e protegido por portas de segurança codificadas, ficam as salas de produção e embalagem. Os equipamentos são iguais aos usados pela Fiocruz no Brasil. Segundo a fundação, é que há de melhor no mundo. São duas linhas de produção: uma específica para componentes do coquetel anti-HIV e outra para medicamentos em geral, além de uma unidade de soros.

    História. Assinado em novembro de 2003 durante a primeira viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à África, o projeto da fábrica se tornou um símbolo das dificuldades do Brasil em realizar projetos de cooperação de grande porte. A primeira delas foi a concorrência com a China. Apenas cinco meses depois da assinatura, um grupo chinês começou a negociar com o governo moçambicano a construção de uma fábrica de antirretrovirais privada. Prevaleceu o projeto do Brasil.

    De 2003 a 2007, as características do projeto foram discutidas e foi realizado um estudo de viabilidade. Depois, haviam dúvidas sobre como financiar a fábrica. Em 2008, o governo brasileiro encaminhou para o Congresso um projeto de lei para a doação de R$ 13,6 milhões. Um ano e dois meses depois, ele foi aprovado. “Nunca na minha vida eu tinha lidado tanto com advogados e procuradores. Virei figurinha fácil da Câmara dos deputados”, lembra a doutora Lícia.

    O parecer favorável do senador Eduardo Azeredo ao projeto de lei evidencia a importância da cooperação para o avanço brasileiro no continente. “A eventualidade de apropriação do projeto da fábrica de antirretrovirais por terceiros países acarretaria a perda de valioso instrumento de cooperação e de afirmação dos interesses brasileiros na África”, escreveu Azeredo. A Vale, que já estava operando em Moçambique, doou outros UR$ 4,5 milhões. De 2009 a 2012, a infraestrutura física da fábrica foi preparada, os equipamentos adquiridos e os funcionários treinados no Brasil.

    A fábrica é citada em discursos de governantes brasileiros como exemplo da ajuda que o Brasil pode dar à África e o diferencial da cooperação brasileira em relação a outros países. Enquanto a Europa e os Estados Unidos doam medicamentos, o Brasil doaria toda a tecnologia de produção. Apesar da importância dada ao projeto, ele ainda é um desconhecido em Moçambique. A largada da venda de medicamentos pode ampliar sua visibilidade.

    Antes do início da produção, a comunidade internacional era descrente que o projeto pudesse dar certo. “Não sei se os medicamentos moçambicanos vão ser mais baratos que os indianos, se o preço vai ser competitivo”, afirmou em 2010 o então coordenador do MSF em Moçambique, Alain Kassa. Agora que a produção finalmente começou, o desafio é manter a fábrica no âmbito público. Indústrias farmacêuticas privadas, sobretudo indianas, estão interessadas no projeto – visto como uma porta de entrada para o mercado de medicamentos na África.

     

  29. O Ministério Público (De Grandis) pode mentir?

     

     

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    EM NOTA, CARDOZO ATESTA: DE GRANDIS MENTIU

     

    Nota divulgada pela equipe de José Eduardo Cardozo esclarece que o procurador Rodrigo de Grandis recebeu oito ofícios cobrando providências relacionadas ao caso Alstom, sobre propinas pagas pela multinacional francesa a personagens ligados ao PSDB paulista; reportagem deste fim de semana da revista Istoé aponta “escândalo dentro do escândalo”; ou seja: cai por terra a versão da falha administrativa e do arquivo na pasta errada

     

    2 DE NOVEMBRO DE 2013 ÀS 07:05

     

    247 – Uma nota oficial do Ministério da Justiça, divulgada na noite de ontem, joga por terra a alegação do procurador Rodrigo de Grandis e do Ministério Público de que também teria havido falhas do governo federal na cooperação com autoridades suíças em relação ao caso Alstom, empresa que distribuiu propinas a personagens ligados ao PSDB para obter contratos milionários nos setores de transporte e energia em São Paulo (leia aqui artigo de Josias de Souza a respeito). A equipe de José Eduardo Cardozo esclareceu ainda que o procurador Rodrigo de Grandis foi alertado em diversas oportunidades para tomar providências. Leia abaixo:

    Brasília, 1º/11/2013 – Em relação à nota da Procuradoria-Geral da República, o Ministério da Justiça esclarece que não houve qualquer falha na tramitação dos pedidos de cooperação oriundos da Suíça referentes ao denominado Caso Alstom.

    Os mencionados pedidos de cooperação foram encaminhados, desde março de 2010, à então Assessoria de Cooperação Internacional da Procuradoria Geral da República (atual Secretaria de Cooperação Internacional). Ressalta-se que este procedimento ocorre com todo e qualquer pedido recebido de países estrangeiros pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica (DRCI) e são direcionados à Procuradoria Geral da República para cumprimento.

    Os únicos ofícios que foram encaminhados somente ao Procurador da República, Rodrigo de Grandis, foram seis reiterações dos pedidos iniciais, como forma de cobrar o andamento do pedido, procedimento adotado pelo Departamento.

    Considerando este cenário, não procede a informação de que haveria tido falha no envio do pedido.

    Salienta-se que o Ministério da Justiça segue o trâmite, conforme portaria conjunta nº 1/MJ/PGR/AGU.

    Assessoria de Comunicação

    Ministério da Justiça

    Neste fim de semana, a revista Istoé também abordou o tema, apontando a conduta do procurador como “um escândalo dentro do escândalo”. Leia abaixo:

    Como o ministério público protegeu tucanos

    Procurador Rodrigo de Grandis engaveta oito ofícios do Ministério da Justiça que pediam apuração do escândalo do metrô de São Paulo e prejudica o andamento das investigações

    Claudio Dantas Sequeira e Alan Rodrigues

    Apareceu um escândalo dentro do escândalo de corrupção em contratos de energia e transporte sobre trilhos de São Paulo que atinge em cheio os governos do PSDB. ISTOÉ descobriu que o procurador Rodrigo de Grandis engavetou desde 2010 não apenas um, como se divulgou inicialmente, mas oito ofícios do Ministério da Justiça com seguidos pedidos de cooperação feitos por autoridades suíças interessadas na apuração do caso Siemens-Alstom. Ao longo de três anos, De Grandis também foi contatado por e-mail, teve longas conversas telefônicas com autoridades em Brasília e solicitou remessas de documentos. Na semana passada, soube-se que, devido à falta de cooperação brasileira, o Ministério Público suíço decidiu arquivar a investigação contra três dos acusados de distribuir propina a políticos tucanos e funcionários públicos. Em sua única manifestação sobre o caso, De Grandis alegou que sempre cooperou e só teria deixado de responder a um pedido feito em 2011, que teria sido arquivado numa “pasta errada”. Mas sua versão parece difícil de ser sustentada em fatos.

    Conhecido pelo vigor demonstrado em investigações sobre o ex-governador Paulo Maluf e também no caso Satiagraha, que colocou o banqueiro Daniel Dantas na prisão, desta vez o procurador federal, de 37 anos, não demonstrou a mesma energia. Para usar uma expressão que costuma definir a postura de autoridades que só contribuem para a impunidade de atos criminosos: ele sentou em cima do processo. No mês passado, um integrante do Ministério Público Federal de São Paulo chegou a denunciar a seus superiores que a conduta de De Grandis “paralisou” por dois anos e meio a apuração contra os caciques tucanos. As razões que o levaram a engavetar o caso agora serão alvo do procurador-geral, Rodrigo Janot, e da Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público, que abriu uma queixa disciplinar contra De Grandis.

    Até o momento, as explicações do procurador carecem de consistência. Com boa vontade, sua teoria de “falha administrativa” poderia até caber para explicar um ofício perdido. Mas não faz sentido quando se sabe que foram oito os ofícios encaminhados, sem falar nas conversas por telefone e e-mails. O último dos ofícios, que chegou à mesa de Rodrigo De Grandis há apenas duas semanas, acusa o procurador de “nunca” ter dado retorno às comunicações feitas pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça, responsável pela interface em matéria judicial com outros países.

    A primeira solicitação oficial do MP suíço chegou ao Brasil em 15 de março de 2010 e, em 16 de abril, foi encaminhada à PGR e ao procurador federal pelo ofício nº 3365. As autoridades suíças queriam a quebra de sigilo bancário, o interrogatório, além de busca e apreensão nos escritórios de Romeu Pinto Júnior, Sabino Indelicato e outros suspeitos. Nada se fez. Em 18 de novembro, a Suíça fez o primeiro aditamento ao pedido de cooperação e novo ofício foi encaminhado ao MPF, em 1º de dezembro. Desta vez, o MP suíço pedia informações que poderiam alimentar sete processos em curso naquele país. Nada. Em 21 de fevereiro de 2011, os procuradores estrangeiros tentaram pela terceira vez. Queriam que fossem ouvidos, entre outros, o lobista Arthur Gomes Teixeira e João Roberto Zaniboni, ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

    Em março, as autoridades suíças cobraram retorno das demandas. De Grandis foi novamente acionado, mas não deu resposta. Em julho e novembro, foram encaminhados novos ofícios sobre os pedidos de cooperação da Suíça. Mais uma vez, o silêncio. Depois de dois anos e meio, em 7 de agosto deste ano, já com o escândalo das propinas batendo à porta do Palácio dos Bandeirantes, o ministro José Eduardo Cardozo foi informado da falta de cooperação e determinou que se fizesse novo contato com o procurador. Tudo em vão. Sem obter resposta, o MJ encaminhou outro ofício (6020/2013) ao MPF em 10 de outubro. E novamente outro (6280/2013) no dia 21, reiterando “extrema urgência e a importância do tema” e pedindo retorno em cinco dias. De Grandis solicitou novas remessas de documentos e finalmente respondeu na última quarta-feira 30. A resposta, porém, foi incompleta – apenas algumas oitivas.  O silêncio obsequioso do procurador inviabilizou diligências que poderiam ser essenciais para alimentar as investigações do propinoduto, tanto na Suíça como no Brasil, causando um prejuízo incalculável ao esclarecimento de um esquema de corrupção cuja dimensão total ainda não se conhece. Feitas no tempo certo, poderiam ter ajudado as autoridades a estabelecer, antecipadamente, a relação entre o esquema usado pela Alstom e o da Siemens para subornar políticos.

    Em agosto de 2012, após quatro anos de investigação, a Polícia Federal concluiu o primeiro inquérito sobre o caso Alstom. Sem acesso a dados bancários e fiscais da Suíça, conseguiu apenas reunir provas parciais para indiciar por corrupção passiva o vereador Andrea Matarazzo, que, em 1998, era secretário estadual de Energia no governo Mário Covas. O inquérito foi para as mãos de De Grandis, que, passado mais de um ano, ainda não apresentou sua denúncia. Nos bastidores, o procurador reclamava a assessores que a peça policial era pouco fundamentada. Sob pressão, solicitou à Justiça Federal a quebra do sigilo de 11 acusados. O promotor Silvio Marques, do MP estadual, e outros procuradores federais em São Paulo pediram em julho o compartilhamento das provas para aprofundarem a apuração. Os procuradores suíços, longe de arquivar os processos, também estão interessadíssimos em conseguir a cooperação brasileira.

    Na semana passada, ISTOÉ enviou ao gabinete de De Grandis uma lista com 20 perguntas. Nenhuma foi respondida. Por meio da assessoria de imprensa, o MPF alegou “sigilo das investigações” e disse que o procurador está de licença até 5 de dezembro para concluir um mestrado. Especialista em direito penal e professor da Escola Superior do MP de São Paulo, De Grandis é considerado pelos colegas um sujeito de temperamento difícil e de poucos amigos. Entre eles, o ex-delegado Protógenes e o neoativista Pedro Abramovay, hoje antipetista de carteirinha após ser banido do governo. Para o advogado Píer Paolo Bottini, ex-secretário da gestão Márcio Thomaz Bastos e professor de Rodrigo de Grandis num curso de pós-graduação, o procurador nunca usaria o cargo para fins políticos. “Conheço ele e não acredito que tenha qualquer direcionamento em sua atuação”, diz.

    O ex-ministro José Dirceu pensa diferente. Na semana passada, ele voltou a acusar De Grandis de agir politicamente ao quebrar seu sigilo telefônico para tentar envolvê-lo no caso MSI, o esquema de cartolagem do futebol paulista. Na Satiagraha, De Grandis e Protógenes se uniram contra Daniel Dantas, um velho aliado do PSDB e de Marcos Valério, que se aproximou do PT depois que Lula chegou ao poder em 2002. A partir de 2008 o deputado estadual Roberto Felício (PT) encaminhou seis representações ao procurador. O deputado ainda alertou De Grandis sobre indícios de que Alstom e Siemens usavam as mesmas consultorias internacionais para lavagem de dinheiro e pagamentos de propinas e subornos a diversas autoridades no Brasil. Nenhuma foi concluída. 

     

  30.  
    Mia Couto distinguido com

     

    Mia Couto distinguido com prémio internacional de literatura Neustadt

     

    02/11/2013 – 12:55

     

     

    O escritor Mia Couto DANIEL ROCHA

     

     

    Este é considerado o prémio Nobel norte-americano. Entre os nomeados estavam, o japonês Haruki Murakami e o argentino César Aira.

    O escritor moçambicano Mia Couto foi distinguido com o prémio internacional de literatura Neustadt, atribuído de dois em dois anos pela Universidade de Oklahoma desde 1970, no valor de 50 mil dólares (37 mil euros), disse à Lusa fonte da sua editora.

    A lista de nomeados para o prémio da Bienal Internacional de Literatura Neustadt deste ano integrava o escritor argentino César Aira, a vietnamita Duong Thu Huong, o ucraniano Ilya Kaminsky, o japonês Haruki Murakami, o norte-americano Edward P. Jones, o sul-coreano Chang-rae Lee, o palestiniano Ghassan Zaqtan e Edouard Maunick, das Ilhas Maurícias.

    Mia Couto ficou alegre por ser distinguido com o prémio internacional de literatura Neustadt, alegando tratar-se de uma espécie de “contra-corrente” face à situação no país e às “ameaças à sua família”. A distinção com aquele que é considerado o prémio Nobel norte-americano “coincide com um momento conturbado e de preocupação em Moçambique e, em particular, da minha família, que também foi objecto de ameaças”, informou o escritor à agência Lusa, lembrando a “situação crispada [no país] devido à possibilidade de reacendimento da guerra”. Nas cidades “há uma situação de tensão grande causada pelas ameaças de raptos, sequestros e violência”, referiu Mia Couto, que, por ser uma “espécie de contracorrente”, admitiu a alegria de receber uma distinção. 

    Em declarações à agência Lusa, Mia Couto quis dedicar, em primeiro lugar, o prémio à sua família, que apelidou de “primeira nação”. “E depois a Moçambique, por todas as razões, mas agora ainda mais, porque temos de ficar mais juntos nessa busca por opções de paz, por alternativas de desenvolvimento”, disse. O escritor assinalou a importância deste prémio ser entregue a um escritor de língua portuguesa para “despertar interesse e atenção” para outros idiomas que não o inglês. O  galardão já distinguiu, entre outros, o brasileiro João Cabral de Melo Neto, Álvaro Mutis, Octávio Paz e Giuseppe Ungaretti.
    Além do cheque, Mia Couto vai receber uma reprodução em prata de uma pena de águia.

    Mia Couto é o pseudónimo de António Emílio Leite Couto, de 58 anos, autor que já recebeu os prémios Camões, Eduardo Lourenço e o da União Latina de Literaturas Românicas. O autor de Terra Sonâmbula e de Estórias Abensonhadas já recebeu o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos, o Prémio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora, o Prémio União Latina 2007, de Literaturas Românicas, o Prémio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, do Brasil, e o Prémio Eduardo Lourenço, entre outros. A Confissão da Leoa, editado o ano passado é o seu mais recente livro.

    http://www.publico.pt/cultura/noticia/mia-couto-distinguido-com-premio-internacional-de-literatura-neustadt-1611149

     

  31. Quem é contra ou a favor das palmadas ?

    http://noticias.gospelprime.com.br/lei-palmada-suecia-criancas-mimadas/

    Após proibir palmadas, Suécia “sofre” com geração de crianças mimadas

    Após proibir palmadas, Suécia “sofre” com geração de crianças mimadasProfissionais debatem os malefícios causados com a proibição das palmadas em um país onde as crianças comandam suas famíliasO psiquiatra sueco David Eberhard escreveu um livro criticando a proibição das palmadas em seu país. O autor do livro “Como as crianças chegaram ao poder” diz que a falta de correção transformou as crianças suecas em pessoas “extremamente mal educadas”.

  32. O cidadão quando tem muito

    O cidadão quando tem muito dinheiro e nenhum neurônio ativo vai parar diretamente na “vejinha-sp”. E provavelmente deve se orgulhar com tal “destaque”.

    Fosse em um país sério, o fiscal do imposto de renda (ao menos) iria adorar isso…

     

    Os sultões dos camarotes

    Eles aparecem de Ferrari, são escoltados por seguranças particulares dentro das boates e chegam a torrar 50 000 reais em uma só balada

    p	Alexander de Almeida: "Gasto para chamar atenção das gatas"/pAlexander de Almeida: “Gasto para chamar atenção das gatas” (Foto: Fernando Moraes)  O empresário Alexander de Almeida, de 39 anos, não faz parte do time das celebridades da capital. No universo das melhores casas noturnas daqui, porém, ele recebe tratamento digno de estrela. É conhecido como um dos paulistanos que mais esbanjam dinheiro nesse circuito boêmio. Costuma chegar a endereços como a boate Pink Elephant, no Itaim, acelerando sua Ferrari avaliada em 1,2 milhão de reais. Do carro de trás, um Porsche Cayenne, saem três seguranças particulares. Na volta para casa, um dos profissionais assume o volante da Ferrari. Todos eles entram sem passar por revista e se dirigem diretamente para o principal camarote,com capacidade para vinte pessoas.

    + Em vídeo, Alexander explica por que se dá bem nas baladas

    Em uma balada recente por lá, o relógio marcava 0p0 e a pista ainda estava começando a encher quando a turma apareceu. “Hoje você vai ver o que é uma festa de verdade”, anunciou Almeida, enquanto mostrava no aplicativo Instagram algumas fotos de seu universo particular: casa de praia no Guarujá (“A Sabrina Sato gravou por lá para o programa Pânico na TV ”), viagem ao Rio em avião fretado (“Mais conforto, esquema top e sem fila”) e imagens em outras noitadas, muitas noitadas.

     

                        Nome: Alexander de Almeida, 39 anos. Profissão: dono de uma empresa despachante que presta serviços a bancos. Gasto por balada: até 50 000 reais. “Saem da minha conta de 200 000 a 300 000 reais por mês apenas com as noitadas”. Bebidas: champanhe Cristal e vodca CîrocNome: Alexander de Almeida, 39 anos. Profissão: dono de uma empresa despachante que presta serviços a bancos. Gasto por balada: até 50 000 reais. “Saem da minha conta de 200 000 a 300 000 reais por mês apenas com as noitadas”. Bebidas: champanhe Cristal e vodca Cîroc(Foto:

    Mario Rodrigues

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    Ele abre os trabalhos, digamos assim, pedindo cinco garrafas de champanhe Veuve Clicquot e duas de vodca Cîroc, além de latinhas de energético. Aos poucos, algumas meninas começam a rondar. Vão se acomodando na mesa e, as mais espertas, cumprimentam o dono do pedaço como se fossem velhas amigas, mesmo sem conhecê-lo. Um promoter chega ainda com mais moças. Como em um passe de mágica, Almeida, que tem mais pinta de personagem de comédia adolescente americanana linha American Pie do que de Cauã Reymond, parece virar um galã global, tamanho o assédio ao seu redor. “Não vou ser hipócrita, gasto dinheiro para chamar a atenção das gatas”, assume. “E tem uma coisa: eu gosto de vodca, mas elas ficam impressionadas mesmo é com champanhe.”

     

                              Almeida e amigos (ou recém-conhecidos) no camaroteAlmeida e amigos (ou recém-conhecidos) no camarote(Foto:

     

    Para comprovar sua tese, ele estala os dedos, chama a garçonete e encomenda de uma tacada só outras quinze garrafas de Veuve Clicquot e duas de Cristal. Todas chegam à mesa com velas acesas irradiando fogos, como ocorre sempre que alguém faz um pedido extravagante como esse na Pink Elephant. “A coisa vai ficar quente”, exultava o rapaz, distribuindo brindes e olhares. “Uma vez, transei dentro da boate”, contou. No fim daquela noite, pagou uma conta de 25 000 reais, que passou no cartão de débito. Duas semanas depois,voltou ao mesmo lugar e bateu seu recorde pessoal, desembolsando o dobro desse valor.

     

                              Almeida recebe convidados no camaroteAlmeida recebe convidados no camarote(Foto:

     

    Morador de um apartamento no Jardim Anália Franco, na Zona Leste, decorado com mármore no chão e cristais Swarovski nos banheiros, ele é proprietário de uma empresa despachante que presta serviços a instituições financeiras ligados à recuperação de carros de clientes inadimplentes, entre eles a atualização dos documentos e o transporte dos veículos até os locais de leilão. “Bancos como Votorantim, Pan e Itaú estão entre os meus clientes”, afirma. No circuito de baladas, ao lado da Pink Elephant, a Royal, também localizada no Itaim, é uma de suas prediletas. Em setembro, durante um show dos Racionais MC’s por lá, pediu 100 garrafas de champanhe. “Chego a gastar entre 200 000 e 300 000 reais por mês em baladas”, orgulha-se. Para efeito de comparação, ele torra cinco carros Eco Sport zero-quilômetro na boemia. “Casei cedo e não podia sair. Agora que estou solteiro curto a vida”, justifica.

    A metrópole tem mais de 180 baladas, mas menos de dez delas oferecem ao público muito rico o que eles querem: exibir-se para as mulheres e os amigos. As principais se concentram entre Itaim e Vila Olímpia, como Disco, Provocateur, Villa Mix (um freguês famoso do local é o craque Neymar, que comemorou por lá seu último aniversário). “Quem compra camarote vê chover mulher do seu lado”, conta Wellington Dissei, 26 anos, que vai pelo menos duas vezes por semana à Wood’s, na Vila Olímpia, especializada em música sertaneja. Wellington sempre fica no camarote, ao preço de 2 500 reais por noite, com seu primo Renato. Os dois são herdeiros de uma construtora. Numa recente noite de sexta-feira, em menos de meia hora após terem chegado, os rapazes passaram a ser rodeados por meninas jovens de não mais que 25 anos. Elas pediram para beber champanhe rosé e passaram a chamar Wellington carinhosamente de “Well”. “Esta é a primeira vez que vejo esta menina na vida”, dizia ele, todo sorrisos. Renato, seu primo, também tirava onda de sultão. “Adoro a música daqui”, contava, com uma garota pendurada em seu cangote. Nenhum dos primos tem o padrão de beleza mister Universo. As garotas que frequentam esses ambientes, no entanto, não parecem tão preocupadas com isso. “Os caras chegam colocando pulseira na gente, convidando para ir para o camarote”, afirma a estudante Elisa Fuks, de 19 anos, uma bela morena de lábios carnudos e corpo mignon. “Tem cara feio com um bom papo, então não vou apenas aos espaços reservados dos bonitos.”

     

     Uma das fotos do Instagram de Almeida mostra as garrafas de champanhe consumidas na noiteUma das fotos do Instagram de Almeida mostra as garrafas de champanhe consumidas na noite(Foto:

    Arquivo Pessoal

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    O padrão atual de gastança impressiona até quem já viveu dos negócios da boemia, como é o caso do empresário José Victor Oliva, que comandou entre os anos 80 e 90 a boate mais sofisticada da cidade, o Gallery, nos Jardins. “Existem as pessoas que sabem das coisas e as cafonas. Gastar 25 000 reais em uma balada é fora de moda”, diz ele. Os funcionários das casas noturnas da atualidade não parecem se incomodar com as extravagâncias desse tipo de gente. “Uma vez, vi caras pedirem Veuve Clicquot para jogar no chão, de farra, como se fosse sapólio para limpar o piso”, conta Débora Souza, hostess de camarote da Pink Elephant. A tolerância tem uma explicação. Os reis dos camarotes ajudam a engordar — e muito — os lucros. “Mais de 50% do nosso faturamento vem desses espaços vips”, diz Vivian Alves, gerente da Provocateur. Ela anda com um rádio e dois celulares pela balada.

     

                              Nomes: Henrique Merlin, 29 anos, Rodrigo Pina, 37, e Ronald Campos Jr., 25 (da esq. para a dir.). Profissões: o primeiro e o terceiro são sócios de uma empresa de edificação predial e Pina é publicitário. Gasto por balada: chega a 20 000 reais, divididos entre os amigos. Bebida: vodca com energéticoNomes: Henrique Merlin, 29 anos, Rodrigo Pina, 37, e Ronald Campos Jr., 25 (da esq. para a dir.). Profissões: o primeiro e o terceiro são sócios de uma empresa de edificação predial e Pina é publicitário. Gasto por balada: chega a 20 000 reais, divididos entre os amigos. Bebida: vodca com energético(Foto:

    Mario Rodrigues

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    Há algumas semanas, em uma quinta, o equipamento dela tocou no início da noite. Era Stephano Costa, 29 anos, herdeiro da Uniesp, rede com mais de 100 faculdades no país, quem chamava. “Vivian, a balada está vazia. Vai continuar assim?”, questionou. Entre uma taça e outra de Dom Perignon Luminous (1 800 a garrafa), ele informa, esforçando-se para soar natural: “A minha camiseta é da marca Givenchy”. Stephano curtia a onda ao lado do amigo Hagop Guerekmezian Filho, 27 anos, vice-presidente da empresa de plásticos do pai, “que emprega 20 000 pessoas”. A estratégia é nunca ficar nos lugares até depois das 3 da manhã. “Os caras ficam bêbados provocando quem está no camarote”, explicou Guerekmezian Filho. Do alto de sua experiência na área de diversões, aproveitou para criticar a oferta da capital. “De zero a 10, dou nota 5 para a noite de São Paulo”, disse. “Nem sempre há DJs bons, a estrutura de som deixa a desejar e aqui só tem a nata de São Paulo, enquanto Ibiza atrai gente importante do mundo todo.” Guerekmezian Filho tem uma agenda internacional. “Em maio, vou para Cannes durante o festival de cinema, no fim de julho fico em Saint-Tropez e, no começo de agosto, passo uma semana na Espanha.” Ainda tem mais. “No Halloween, em outubro, gosto das festas de Nova York.” Ele de-tes-ta falar em valores gastos em baladas, mas a diversão sempre começa a partir dos 3 000 reais. “Na semana passada, gastei 10 000 dólares em uma boate de Las Vegas.”

     

                              Nomes: Renato, 31 anos (de camisa branca), e Wellington Dissei, 26 anos. Profissão: empresários. Gasto por balada: a partir de 2 500 reais. Bebida: eles preferem uísque Black Label, mas mandam vir champanhe quando as meninas pedemNomes: Renato, 31 anos (de camisa branca), e Wellington Dissei, 26 anos. Profissão: empresários. Gasto por balada: a partir de 2 500 reais. Bebida: eles preferem uísque Black Label, mas mandam vir champanhe quando as meninas pedem(Foto:

    Mario Rodrigues

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    Algumas festas itinerantes de música eletrônica também investem nos espaços vips, caso da Deep e da The 400 Club. “Sem esse serviço, os melhores clientes nem aparecem”, diz Rubens Nigro, sócio da The 400 Club, cujos camarotes custam de 4 000 a 8 000 reais. A última edição de seu evento ocorreu no Espaço Metropolitan, no Brooklin, em setembro. Mesmo com boa infraestrutura, os amigos de Rodrigo Pina, Ronald Campos Jr. e Henrique Merlin levaram um segurança particular. Esse personagem tem determinadas funções. Uma delas é servir de pombo-correio ao chamar meninas da pista de dança para o camarote, além de barrar engraçadinhos que usam a namorada para abastecer seu copo. Na festa da The 400 Club, o segurança particular teve outra atribuição: interveio quando um funcionário da balada quis tomar o vidro de lança-perfume de um conhecido deles que dava umas baforadas. Tal funcionário não apenas desistiu do confisco como aceitou um agrado: uma nota de 100 dólares.

     

                              Nomes: Hagop Guerekmezian, 27 anos, e Stephano Costa, 29. Profissão: herdeiros de uma fábrica de plásticos e de uma rede de faculdades, respectivamente. Gasto por balada: a partir de 3 000 reaisNomes: Hagop Guerekmezian, 27 anos, e Stephano Costa, 29. Profissão: herdeiros de uma fábrica de plásticos e de uma rede de faculdades, respectivamente. Gasto por balada: a partir de 3 000 reais(Foto:

    Mario Rodrigues

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    O empresário Renato Ratier, dono do D-Edge, na Barra Funda, avalia que esse exagero de gastança foi inspirado no comportamento dos notívagos de Nova York. “A onda começou por lá com homens ricos querendo mostrar poder e com mulheres interessadas em conquistar esse tipo de cara.” Marcus Buaiz, sócio da Royal e da Provocateur, vê a privacidade e o conforto como os melhores benefícios dos camarotes. Daí ter criado na Royal um com entrada privativa. O espaço também tem banheiro e cabine para DJ. “Lá eu recebo amigos como Ronaldo e Anderson Silva”, informa. Ainda que a conta sejas algada no fim de noite, a estratégia de impressionar funciona. “Isso é coisa de homem solteiro”, define Alexander de Almeida. “Ninguém quer ir para casa sozinho depois de torrar tanto dinheiro.”

     

    Vivian Alves, gerente da Provocateur: mimos aos freguesesVivian Alves, gerente da Provocateur: mimos aos fregueses(Foto: Mario Rodrigues)

     

     

    Os dez mandamentos da área vip

    A cartilha para chamar atenção nos lugares mais caros

    1 – Ser solteiro. O principal objetivo de quem compra camarote é atrair mulheres e, no fim da noite, eleger uma delas para levar para casa.

    2 – Beber champanhe como se fosse água. Para chamar a atenção das meninas, eles pedem várias garrafas de uma só vez. Vodca e uísque são coadjuvantes.

    3 – Ser competitivo. Se o vizinho de camarote pediu três garrafas de champanhe, ele manda vir cinco. Se o pedido for de dez, aumenta para quinze. Essa disputa é estimulada pelas atendentes, de olho na gorjeta.

    4 -Ter carrão. Ferrari, Lamborghini, Defender e BMW X 6 ajudam a fazer uma chegada triunfal na porta da balada, ainda mais se o possante estiver sendo pilotado pelo motorista particular.

    5 – Andar escoltado por seguranças. Há quem chegue às casas noturnas com três deles. Os armários ajudam a controlar o entra e sai do espaço vip.

    6 – Esbanjar. Mostrar pelo Instagram fotos de sua casa de praia e da última viagem a Saint-Tropez, na França, faz parte do xaveco típico de um sultão de camarote.

    7 – Ser generoso. Eles servem bebidas caras a moças que acabam de conhecer. Algumas, aliás, aproximam-se apenas para pegarum drinque e depois voltar para a pista de dança.

    8 – Ser amigo dos promoters. São eles que recheiam os camarotes de meninas lindas e solteiras. Muitas delas travam uma disputa para ver quem beija o mais bonito e rico da noite.

    9 – Não precisar bater cartão. Seja jogador de futebol, seja empresário, seja filhinho de papai, é fundamental poder acordar, após a balada, depois do meio-dia.

    10 – Ter amigas “famosas”. Eles a-do-ram falar das “celebridades”que são suas amigas. A apresentadora, modelo e atriz Helen Ganzarolli é um nome que aparece com frequência.

     

    Neymar: aniversário comemorado no Villa Mix, na Vila OlímpiaNeymar: aniversário comemorado no Villa Mix, na Vila Olímpia(Foto: AGNews)

     

    A conta vai até 25 000 reais

    Os preços e as características dos serviços das maiores casas da cidade

    DISCO

    Quantos camarotes: 19

    Preço: de 2 000 reais (destes, 1 700 reais consumíveis) a 6 000 reais (5 500 consumíveis)

    Público: há jovens de sobrenomes poderosos. As meninas têm o mesmo tom do cabelo da Lalá Rudge

    PINK ELEPHANT

    Quantos camarotes: 11

    Preço: de 4 000 a 25 000 reais (tudo consumível)

    Público: playboys que curtem foguinho no champanhe e escutam de Naldo a David Guetta

    PROVOCATEUR

    Quantos camarotes: 11

    Preço: de 4 000 a 10 000 reais (consumíveis 3 000 e 7 000 reais, respectivamente)

    Público: interessados em música eletrônica, sobretudo house

    ROYAL

    Quantos camarotes: 6

    Preço: 2 500 reais (1 700 consumíveis) , 3 500 reais (2 700 consumíveis) e 6 000 (4 000 consumíveis)

    Público: jovens de até 25 anos que usam roupas justas para exibir os músculos

    WOOD’S

    Quantos camarotes: 11

    Preço: a partir de 2 500 reais(1 900 consumíveis)

    Público: jogadores de futebol, atores, sertanejos e periguetes em geral

    THE 400 Club (festa itinerante)

    Quantos camarotes: 12

    Preço: de 4 000 a 8 000 reais, com metade do valor consumível

    Público: eclético, que usa de All Star a Christian Louboutin

     

  33. Nada como a inoperância da

    Nada como a inoperância da administração pública: após 33 anos  de completo abandono(olha que eu conheço o imóvel a mais tempo), foi só alguém querer ar um destino que preste, aparecem os que se arvoram defendendo sabe-se lá o quê.

    Grupo que ocupou casarão no bairro Santa Efigênia promete fazer passeata hoje Justiça determinou reintegração de posse do casarão da rua Manaus, no bairro Santa Efigênia

    Iracema Amaral

    Publicação: 02/11/2013 10:50 Atualização: 02/11/2013 14:27

    Grupo que ocupou casarão continua na porta do imóvel. Concentração para passeata contra desocupação começa a partir das 14 horas deste sábado (Angelo Petinatti/Esp. EM/D.A Press) Grupo que ocupou casarão continua na porta do imóvel. Concentração para passeata contra desocupação começa a partir das 14 horas deste sábado

    O Grupo Espaço Comum Luiz Estrela promete para este sábado uma passeata pelas ruas do bairro Santa Efigênia, região Leste da capital. Na fun page do grupo no Facebook, 19.458 estavam registrados na manhã de hoje como convidados. Desse total, 1.276 confirmaram participar da manifestação pela doação do casarão da rua Manaus, também localizado no Santa Efigênia, para que o grupo possa transforma-lo em um centro cultural.

    Saiba mais…Grupo ocupa casarão no Santa Efigência para transformá-lo em espaço cultural Justiça manda desocupar casarão no Bairro Santa Efigênia

    No último sábado (26), cerca de 50 pessoas ocuparam o casarão, que estava abandonado desde 1980. O imóvel sediou o primeiro Hospital Militar da capital, em 1913, e suas portas foram fechadas em 1980.

    Há uma polêmica envolvendo a propriedade do casarão. As lideranças do movimento que querem transformar o espaço em um central cultural acreditam que o imóvel pertenve ao estado. Entertanto, na última quinta-feira (31), a Justiça concedeu a reintegração de posse à Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma), mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas, e determinou que os ocupantes do casarão deocupassem o imóvel.

    Próximos passos

    O assessor de imprensa e relações públicas do Espaço Comum Luiz Estrela, Victor Diniz, informou neste sábado que o grupo conta com a assessoria jurídica do Coletivo Margarida Alves – que defende causas dos movimentos populares-, e já ficou decidido que o grupo vai recorrer da sentença da Justiça para desocupação do imóvel.

    Eles ainda não definiram a data para entrar com o recurso judicial. Antes disso, eles pretendem ouvir representantes do governo de Minas, em reunião marcada para a próxima terça-feira (5), às 10 horas, na Cidade Administrativa, região Norte de Belo Horizonte. O Grupo vai se reunir com servidores da Polícia Militar, Fundação Hospital do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e Secretaria de Cultura.

    No dia seguinte à reunião com os representantes do governo de Minas, na quarta-feira (6), às 9 horas, está marcada uma audiência pública para discutiro assunto, na Assembeia Legislativa de Minas Gerais, no bairro santo Agostinho, na região Centro-Sul.

    1. Evandro, sinto muito, voce

      Evandro, sinto muito, voce foi enganado.  Essa “materia” eh tao fuzzy e tao caotica que ta parecendo armacao do proprio governo de Minas.  Materia plantada estritamente para mineiros mas desconheco a razao -nem como item jornalistico isso passaria qualquer fronteira de redondezas de BH.  Mas nem com traseiro pintado de ouro.  Nao ha gasolina suficiente no item mesmo com vinte mil “curtidas” ou um milhao:  nao bate com nada que eu conheco de Belo Horizonte.

      1. Ivan, meu caro, moro a tres

        Ivan, meu caro, moro a tres quarteirões do local, conheço o prédio que vem se desmoronando aos poucos há décadas. Situa-se entre um escola para alunos com deficiência e centro de atendimento a pessoas com grau de deficiência mais grave – Lar Amparo Cepai Fhemig(que por sinal também pedem melhorias). Se quiser e tiver saco, acesse:

        http://www.advocaciageral.mg.gov.br/images/stories/downloads/advogado/pareceres2013/parecer-15.260.pdf

  34. .

    Do Mingau de Aço

    Por Alexandre Figueiredo

     

    A INCOMPREENSÃO QUANTO AOS TRUQUES DA “CULTURA DE MASSA”

     

    O que são as esquerdas médias. No Facebook, na comunidade Socialista Morena, de Cynara Menezes,foi mostrado o clipe do grupo de axé-music As Meninas, aquele sucesso de 1999 chamado “Xibom Bombom”, e ele foi creditado como “canção esquerdista”, apenas porque aparentemente descreve uma letra de protesto.

    Deve ser a influência dos colunistas do Farofafá, abrigados no mesmo portal da Carta Capital da Socialista Morena, que empurram tudo que é breguice como se fosse algum movimento libertário. O que Pedro Alexandre Sanches, com seu jeito Francis Fukuyama de pensar a cultura brasileira, é capaz de fazer…

    Reproduzi uma série de comentários, a maior parte deles entre ingênuos e engraçadinhos, a respeito da música, de autoria de Rogério Gaspar e do empresário Wesley Rangel, dentro daquela linha mercadológica de “canção de protesto”, feita de carona na comoção popular consequente da morte de Renato Russo, ocorrida poucos anos antes.

    Os comentários foram escritos até a noite de ontem, e impressiona a ingenuidade dos internautas que imaginam que a música tem uma tese “quase marxista”, numa letra tendenciosa feita apenas numa perspectiva de transformar a canção de protesto em mercadoria.

    Eu tentei esclarecer o pessoal, é verdade, conforme se nota na lista de comentários. Mas o pessoal acredita mesmo que a canção é “de protesto mesmo”. Claro, o Brasil não é um país de tradição socialista, e aqui até chiclete de bola, se for de sabor cereja, vira logo “socialista” ou “comunista”. Como eu questionei, se for assim, a MC Donald’s seria “comunista” só pela cor vermelha.

    As pessoas não têm a menor ideia do que é “cultura de massa” no Brasil. Lá fora, o nível de desconfiômetro é tanto que, mesmo com uma reputação associada a causas libertárias, ninguém esconde que um dos músicos pioneiros, o falecido Johnny Ramone dos Ramones, era um reacionário doentio.

    Lá fora, intelectuais sérios da Comunicação, do nível de Umberto Eco, não têm ilusões quanto ao processo de transformação dos fenômenos sócio-culturais em mercadoria. Estou lendo a História Social do Jazz, do saudoso historiador marxista Eric Hobsbawm, e ele mesmo admite que a indústria cultural é capaz de transformar até linguagens artísticas “difíceis” em mercadorias.

    EMPRESÁRIO DE AXÉ-MUSIC PROMOVIDO A “NOVO VANDRÉ”?

    O aspecto mais surreal disso tudo é que “Xibom Bombom”, ao ser considerada “canção de protesto”, acaba promovendo um influente e rico empresário de estúdios de gravação, Wesley Rangel, co-autor da canção, em um “compositor de protesto” como se ele tivesse o mesmo peso artístico de um Geraldo Vandré, por exemplo.

    Os internautas ignoraram as intenções mercadológicas de trabalhar uma letra “de protesto” como forma de atrair os consumidores de baixa renda, uma letra que nada tem de espontânea, até pelo contexto que se tem desde os anos 80, quando a axé-music, o brega e a música infanto-juvenil pegaram carona no carisma de Renato Russo, o falecido vocalista da Legião Urbana.

    Entre o sucesso do grupo brasiliense e o falecimento do cantor, entre 1987 e 1996 (e um pouco além desse ano), produziram canções diversas como “Tô P da Vida”, gravada pelo Dominó e composta por Edgard Poças, “Boas Notícias”, gravada por Xuxa, composta por Michael Sullivan e “Apocalipse”, da fase brega de Roberto Carlos composto em parceria com Erasmo Carlos.

    Na axé-music, além de “Xibom Bombom”, tivemos os casos de “Feijão com Arroz”, de Zé Paulo e cantada pelo próprio, do refrão “Chega de bobeira / Chega de bobagem / Já virou sacanagem”, e no brega nortista, também tomado por empréstimo pela axé-music, há a música “Vermelho”, de David Assayag, sucesso da banda Carrapicho. 

    Seriam elas também canções “esquerdistas”? Assim Reinaldo Azevedo se diverte com esquerdas assim, que fazem Rodrigo Constantino, lá das profundezas do Instituto Millenium, escrever um livro chamado Esquerda Caviar, se aproveitando de algumas debilidades observadas nas esquerdas brasileiras.

    Na sociedade midiatizada e mercantilizada que é o Brasil, deveria-se ter cautela. Na música comercial, até letras “de protesto” ou de um ufanismo “esquerdista” – como “Vermelho” – soam bastante tendenciosas, não tendo a espontaneidade das verdadeiras canções de protesto.

    Por isso, é risível que essas mesmas pessoas que acham que “Vermelho” e “Xibom Bombom” são “canções esquerdistas”, acham Michael Sullivan o máximo de marxismo musical e pensam que o É O Tchan e o “funk” inauguraram o Modernismo venham esculhambar Chico Buarque, cantor que, em que pese seus erros pessoais, é muito mais substancial e, de fato, esquerdista.

    “XIBOM BOMBOM” ROUBOU VERSOS DE CHICO SCIENCE

    O que o pessoal também não sabe é que dois versos da música “Xibom Bombom” foram roubados da música “A Cidade”, gravada cinco anos antes do sucesso do grupo As Meninas, pelo grupo pernambucano Chico Science & Nação Zumbi.

    O grupo, que virou Nação Zumbi depois da morte de Science, fez muito sucesso com a referida canção, e, com uma letra bastante inteligente a respeito do cotidiano da vida urbana, colocava no seu refrão “A cidade não pára / A cidade só cresce / O de cima sobe / O de baixo desce”.

    Os dois últimos versos foram surrupiados por Gaspar e Rangel através da estrofe que antecede o refrão: “E o motivo / Todo mundo já conhece / E que o de cima sobe / E o de baixo desce”, dentro de uma letra chavão sobre os “problemas sociais”, de conteúdo crítico vago e genérico e que mais parece vindo de uma redação escolar medíocre.

    Portanto, num país sem tradição socialista como o Brasil, percebe-se o deslumbramento de pessoas sem qualquer tipo de discernimento, fazendo Contracultura em copo d’água e procurando socialismo até em tinta guache vermelha. Isso é que é a esquerda que a direita gosta, e que dá a deixa para Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino e companhia darem suas gargalhadas.

    http://mingaudeaco.blogspot.com.br/2013/11/a-incompreensao-quanto-aos-truques-da.html

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