Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados e as matérias para serem lidas e comentadas. Concentraremos aqui o antigo Clipping.

Redação

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  1. Homofobia, até quando?

    [Nota de comentarista: a mídia, como o mundo, não é apenas composta de “sempre bons” ou de “sempre maus”. Se há momentos em que a Veja derrapa (como três matérias em 10 meses em posição contrária a direitos civis LGBTs), e há momentos em que as Organizações Globo derrapam (como manter espaço para programas humorísticos com gosto para lá de duvidoso, até resvalando no racismo), há também a circunstância que a maior parte da ‘blogosfera progressista’ (com a honrosa exceção de Cynara Menezes e GGN) não dá (ou finge não dar) importância à questão da homofobia no Brasil. Nesse contexto deve ser reconhecido o mérito da coluna Opinião do Globo de domingo passado.]

    http://oglobo.globo.com/opiniao/homofobia-ate-quando-10666674

    Homofobia, até quando?

    À época, os jovens que os atacaram justificaram sua ação dizendo tê-los confundido com um casal gay. A barbárie está para toda a gente.

    Recentemente aconteceu uma morte que chocou a cidade de Palmas, Tocantins. Um professor de português de 56 anos foi morto a pedradas na saída da escola onde trabalhava. A barbárie de sua morte teve motivação: o professor assumiu ser gay. Infelizmente, o crime ainda não foi esclarecido. Neste contexto, a demora na apresentação dos culpados acena para um problema ainda maior: o fracasso do poder público em garantir o pleno exercício dos direitos humanos no Brasil. A história da morte desse professor que era pai de três filhas nos faz pensar se o brasileiro está sabendo lidar com as questões ligadas à livre manifestação de afetos, também estas, um direito humano. Não é de hoje que o MEC vem tentando apresentar material didático que possa contemplar as carências de abordagem sobre o tema. Os parâmetros curriculares mencionam a necessidade de trabalhar a diversidade sexual nas unidades escolares como tema transversal, mas falta ainda capacitação adequada ao corpo docente.

    Alguém ainda se lembra do pai que teve a orelha decepada num rodeio em São Paulo só porque estava abraçado ao seu filho? À época, os jovens que os atacaram justificaram sua ação dizendo tê-los confundido com um casal gay. A barbárie está para toda a gente e por todos os lados! Quem será a próxima vítima?

    Vivemos em tempos nos quais a capacidade humana de racionalizar e reagir se mostra condicionada a uma matriz que nos estagna e corrompe. Num contexto onde a revolução digital proporciona ao homem avanços significativos, assistirmos ainda e de forma recorrente casos de homofobia e, muitos deles, sem que a vítima possa se defender; é um retrocesso.

    O que falta para que o poder legislativo compreenda a emergência de atuar no combate às mortes por crime de ódio? Os jovens ou adultos que cometeram esse ato de crueldade com o professor tocantinense continuarão no anonimato e serão incentivados por nossa indiferença. Já é hora de o Brasil acordar!

    Vergonhoso para um país como o nosso ter em sua gente alguém que julga ser legítimo decidir e executar a morte daqueles que se declaram gays. Já não basta a chacota diária que sofrem todos os efeminados? Faz décadas que Chico Buarque compôs “Geni e o Zepelim” e a pedra lançada contra Geni, destituída de sua força poética, ainda sustenta os que valem pela homofobia e por tantas outras ações preconceituosas. Enquanto negarmos direitos às mulheres, aos negros, aos portadores de necessidades especiais, reconhecer a diversidade sexual como uma questão legítima e humana será uma premissa sempre relegada a segundo plano. Enrijecemos muito nosso olhar e nossa sensibilidade com essa pseudotolerância. O comandante do Zepelim que o diga!

    Espero ainda viver num país em que nossas escolas possam ter professores capazes de se assumirem sexualmente sem correrem o risco de serem apedrejados. Que nossas autoridades possam assegurar os direitos de todos, garantindo sua cidadania e dignidade.

    Moisés Guimarães

  2. Menos Médicos. Mais detentos.

    Médico preso por só bater ponto fazia campanha contra o “Mais Médicos”

    Tijolaço

    É triste ter de voltar a isso.

    Mais uma denúncia, desta vez resultando em prisão em flagrante, sobre um médico que só comparecia ao posto público de saúde onde “trabalhava” apenas para bater o ponto.

    O Dr. Jetson Luís Franceschi chegava às sete da manhã, estacionava seu BMW, junto da Unidade Básica de Saúde do Bairro Faculdade, em Cascavel (PR).  batia o ponto e saía para atender em sua clínica particular. Perto de dez da amanhã, voltava ao posto, passava algum tempo e saía.

    Não fez isso eventualmente, para atender algum compromisso, uma emergência, como poderia acontecer e seria até compreensível.

    Era sistemático, diário.

    O mês inteiro.

    O Dr. Jetson mantém uma página no Facebook.

    Nela, quase todos os dias, posta fotos e textos atacando o “Mais Médicos”, o governo e a qualidade dos médicos estrangeiros, em especial os cubanos.

    O Dr. Jetson pode ser um bom médico e tem o direito, querendo, de ser médico apenas em consultório particular.

    Mas não tem o direito de ocupar “ausente” um lugar que precisa ser ocupado por alguém que possa estar presente para atender mulheres – e gestantes, ainda por cima.

    E muito menos de criticar e agredir quem está disposto a fazê-lo.

    Menos ainda de, com um caso destes, ajudar a formar na população um conceito sobre os médicos que eles – inclusive a maioria dos que são contra o Mais Médicos – não merecem.

    O problema da saúde brasileira não é o de médicos “picaretas”. Muito do que dizem os adversários do Mais Médicos sobre precariedades na rede de Saúde é verdade e é um déficit histórico que vai custar a ser resolvido.

    E um bom caminhos é que haja médicos nas Unidades Básicas de Saúde como aquela em que o Dr. Jetson deixava abandonada.

    cartao

     

     

     

  3. Haddad diz que há ‘nichos de corrupção’ em outras …

    Haddad diz que há ‘nichos de corrupção’ em outras quatro secretarias em SP

    Por iG São Paulo |

    05/11/2013 17:09

    Prefeito afirma que a controladoria municipal, criada em seu governo, está ‘fazendo um grande pente-fino em todas as secretarias e subprefeituras da cidade’

    O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (5) que, além do esquema de fraudes que desviava R$ 500 milhões e foi desbaratado pela Controladoria Geral do Município (GCM), já foram identificados “nichos de corrupção” em pelo menos outras quatro secretarias: a do Verde e Meio Ambiente, a de Habitação, a das Subprefeituras e a do Trabalho.

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    Leia mais: MP investiga enriquecimento ilícito de 40 fiscais da Prefeitura de São Paulo

    Em entrevista à rádio CBN, Haddad afirmou que a CGM, criada em seu governo, está “fazendo um grande pente-fino em todas as secretarias e subprefeituras da cidade comparando o patrimônio declarado dos servidores. “Montamos um regime de cruzamento de informações de cartório, Receita Federal e bancos para identificar os poucos e maus servidores que montaram um esquema de corrupção na Prefeitura de São Paulo”, afirmou.

    Leia também:

    Operação prende auditores suspeitos de desvio milionário

    Haddad manterá secretário e convocará construtoras para esclarecer fraude

    MP pede prisão preventiva de fiscais suspeitos de fraude em SP

    Sobre o secretário de Governo, Antonio Donato, citado em escutas da investigação sobre fraude no Imposto sobre Serviços (ISS), o prefeito voltou a repetir que a postura do petista vai na contramão do que sugere a gravação. Vanessa Caroline Alcântara, ex-companheira do auditor fiscal Luís Alexandre Magalhães, apontado como um dos membros da quadrilha, afirmou em uma escuta que ele teria dado R$ 200 mil à campanha de Donato.

    Ontem, o prefeito anunciou que irá convocar construtoras para representarem a documentação do imposto sobre serviços (ISS) dos últimos cinco anos, dando uma “oportunidade” para elas colaborarem com as investigações.

    Entenda o caso

    As investigações lideradas pela CGM revelaram um esquema liderado por quatro agentes públicos ligados à subsecretaria da Receita da Prefeitura de São Paulo, na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). Os suspeitos foram presos na última quarta-feira (30), acusados de integrar um esquema de corrupção que teria causado prejuízos de pelo menos R$ 200 milhões aos cofres públicos, somente nos últimos três anos. Valor que pode chegar a R$ 500 milhões se considerado todo o tempo em que os operadores do grupo atuaram no esquema desvendado.

    Na Operação Necator foram presos o ex-subsecretário da Receita Municipal, Ronilson Bezerra Rodrigues (exonerado do cargo em 19/12/2012); o ex-diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança, Eduardo Horle Barcelos (exonerado do cargo em 21/01/2013); o ex-diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis, Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral (exonerado do cargo em 05/02/2013), e o agente de fiscalização Luis Alexandre Cardoso Magalhães. Todos são investigados pelos crimes de corrupção, concussão, lavagem e dinheiro, advocacia administrativa e formação de quadrilha.

    Com Agência Estado

    http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2013-11-05/haddad-diz-que-ha-nichos-de-corrupcao-em-outras-quatro-secretarias-em-sp.html

     

  4. Dilma acerta com cota para negros no serviço público

    Dilma acerta com cota para negros no serviço público

    Com urgência para projeto de lei, presidente faz aceno à esquerda a fim de recuperar cacife 

    Num aceno à esquerda, a presidente Dilma Rousseff anunciou hoje que vai encaminhar ao Congresso um projeto de lei com pedido de votação em regime de urgência a fim de reservar para negros 20% das vagas nos concursos do Executivo federal. É uma medida correta.

    No Brasil, tem havido um debate sobre priorizar o corte de renda ou o corte racial na política de cotas. Trata-se de uma discussão algo improdutiva, porque devem ser levados em conta os dois critérios.

    O corte social é importante. No entanto, entre os mais pobres, os negros têm menos renda e sofrem mais violência. Os dados objetivos estão todos aí para evidenciar isso. Nas periferias, morrem mais jovens negros do que brancos. Entre as mulheres pobres, as negras ganham menos do que as brancas.

    Portanto, acerta a presidente quando pretende que o Executivo dê um bom exemplo aos demais poderes e à iniciativa privada. É uma questão de reparação histórica com a qual toda a sociedade brasileira deveria se comprometer. Basta frequentar uma repartição pública para ver quão raro se vê negros. O mesmo vale para as redações dos veículos de comunicação. Vale também para as cúpulas das empresas em geral.

    Dilma tem sido cobrada por um público tradicional do PT, mais à esquerda, a tomar medidas concretas. O MST (Movimento Sem Terra) e o movimento indígena têm queixas. O movimento negro, também.

    Portanto, a decisão de hoje da presidente de assinar o projeto e o pedido de urgência deve ser vista dentro do contexto de sua estratégia para recuperar cacife político. Após as manifestações de junho e julho, Dilma perdeu apoio de parcelas conservadoras. Tenta compensar de alguma maneira reforçando o suporte entre as forças mais progressistas.

    http://blogdokennedy.com.br/dilma-acerta-com-cota-para-negros-no-servico-publico/

  5. A biografia da atriz Chica Xaxier

    Atriz Chica Xavier, que acaba de ganhar

     

    biografia, é mãe de santo em Sepetiba

    Bruno Cunha – Jornal Extra

    A atriz Chica Xavier na entrada da Irmandade do Cercado de Boiadeiro, o terreiro que fundou em casaA atriz Chica Xavier na entrada da Irmandade do Cercado de Boiadeiro, o terreiro que fundou em casa Foto: Pauty Araujo / ExtraBruno CunhaTamanho do texto A A A

    Torço de seda, pano da costa e saia engomada toda baiana tem. Mas um tabuleiro com 57 anos de carreira artística nem a personagem cantada na letra de Carmem Miranda tem. Só mesmo ela, a moradora de Sepetiba, nascida em Salvador, que agora dispõe de uma biografia para servir aos fãs.

    Nas 178 páginas do livro “Chica Xavier – Mãe do Brasil”, a escritora Teresa Montero registra a trajetória da atriz global na TV, no cinema e no teatro, onde estreou na carreira. Era dia 25 de setembro de 1956 quando Chica pisou no palco do Teatro Municipal como a Dama Negra, em Orfeu da Conceição.

    – Vim para o Rio para estudar mesmo a arte de fazer arte – relembra a atriz.

    Para Teresa, a viagem até aqui é um dos momentos mais marcantes.

    – Imagina deixar a mãe em busca de um sonho, o de ser atriz, e realizá-lo? E isso nos anos 50 – afirma.

    Tempo de casada é o mesmo de carreira

    Na busca pelo amor de sua vida, o teatro, Chica Xavier descobriu um outro no coração. E que atende pelo nome de Clementino Kelé, também ator e marido. O então amigo da atriz, em Salvador, virou namorado quando soube da viagem dela ao Rio.

    Ele não pensou duas vezes: apareceu de surpresa no ônibus, quando ela fazia o primeiro trajeto Salvador-Rio, para acompanhá-la. De mala e cuia, é claro.

    – E o mais interessante é que foi o meu primeiro namorado. Por ele, eu sou capaz de qualquer loucura. Até fiquei inimiga de um colega que agiu com falsidade com Kelé.

    Com o tempo de casamento, que é o mesmo de carreira, vieram os quatro filhos (um deles é o ator e diretor Miguel Falabella, o amigo considerado filho). E depois outros, que nasceram da relação espiritual de Chica, mãe de santo na Irmandade do Cercado do Boiadeiro, o terreiro que fundou há aproximadamente 34 anos.

     

    A atriz mostra a biografia, que acaba de ser lançadaA atriz mostra a biografia, que acaba de ser lançada Foto: Pauty Araujo / Extra

     

    Exú foi quem levou Chica para Sepetiba

    Para acolher todos os filhos de santo, Chica precisava de uma casa. E Exú, o mensageiro dos orixás, também. O apartamento no Humaitá, onde a atriz morava, não dava conta.

    – Não se pode ter assentamento (representação) de Exú acima da cabeça das pessoas. Ele deve ficar sempre no chão – revela.

    É por isso que Exú foi o primeiro a entrar (e morar) no terreno de Sepetiba, onde Chica vive com Kelé e alguns filhos. E onde já dirigiu muita sessão de umbanda e consultas.

     

    Chica Xavier no quintal de casaChica Xavier no quintal de casa Foto: Pauty Araujo / Extra

     

    Os encontros espirituais costumam acontecer uma vez por mês e são sempre restritos a amigos e familiares. Mas, atualmente, também são comandados por Luana Xavier, neta de Chica, já escolhida como sua sucessora pelo caboclo Boiadeiro, mentor da casa.

    – Em algumas cenas que fiz, ligadas à religião, as pessoas ficaram arrepiadas no estúdio – lembra.

    Foi o caso do teste para viver a mãe de santo Magé Bassã, na minissérie “Tenda dos Milagres” (1985).

    – Cantei a cantiga de Exú durante o teste. Consegui o papel – festeja ela, até então vista como muito nova para a personagem.

     

    Estreia na TV foi em ‘A Cabana do Pai Tomás’

    Magé Bassã foi um dos marcos na carreira da atriz, que viveu mãe Setembrina em “Duas Caras” (2007), Inácia em “Renascer” (1993) e Nhá Rita em “Esperança” (2002), além da Bá, de “Sinhá Moça”. São mais de 50 personagens em novelas como “A Cabana do Pai Tomás” (1969), onde estreou.

    — A partir de “Tenda dos Milagres”, ela começou a ser chamada para papéis ligados às religiões de matrizes africanas — observa Bela D’Oxóssi, uma das filhas.

     

    Chica em cena, como Magé Bassã, em ‘Tenda dos Milagres’Chica em cena, como Magé Bassã, em ‘Tenda dos Milagres’ Foto: Arquivo pessoal / Reprodução

     

    E aí é que Chica não tirava mesmo da orelha os brincos coral, usados por mães de santo de Iansã, a exemplo dela.

     

    No ar, como Bá, em Sinhá MoçaNo ar, como Bá, em Sinhá Moça Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução

     

    — Nenhuma figurinista me tira esse brinco. Algumas até falaram: bota esse aqui. Mas digo que de jeito nenhum. Não tiro nem para dormir — avisa.

    E assim, respirando o ar puro da chácara, vai vivendo, rezando antes de dormir (‘sou católica, ela diz’) e até cozinhando.

    — Baiana que não sabe cozinhar não arranja marido. Acho que o bife na manteiga com farofa conquistou o meu — brinca.

     

    A atriz na novela ‘Força de um desejo’A atriz na novela ‘Força de um desejo’ Foto: Extra

     

     

     

  6. Ela é chamada de a Albina Mais Linda do Mundo.

    Albina russa é a mulher mais linda do mundo

     

    05

    nov

    Nastya Zhidkova é uma modelo russa e em seu país ela é conhecida como a “Rainha Elfo”. Ela é chamada de a Albina Mais Linda do Mundo.

    Nastya é dona de uma pela quase transparente, e uns olhos que não tem mais o que serem azuis, sua figura lembra muito um anjo ou um personagem de filme.

    Linda não. Lindíssima. E você o que achou?

    As fotos são de Danil Golovkin.

     

    http://sacizento.bol.uol.com.br/blog/?p=9227

  7. http://www.newyorktalksandwal

    http://www.newyorktalksandwalks.com/nm/publish/news_58.html

    FIORELLO LA GUARDIA – Há exatamente 80 anos Fiorello La Guardia era eleito Prefeito de Nova York. Tornou-se um simbolo da administração municipal nos Estados Unidos, um Prefeito energico, inovador, incorruptivel, reeleito por duas vezes, transformou a cidade com grandes e pequenas obras de infraestrutura e principalmente combate a imensa corrupção na administração municipal de uma ciade que era simbolo da roubalheira no Pais.

    Apesar de ser do Partido Republicano, La Guardia teve todo o apoio do Presidente Roosevelt, eleito no mesmo ano.

    La Guardia teve uma vida agitada, filho de imigrantes italianos, pai catolico e mãe judia de Triestre, naquela época a capital dos judeus italianos, sendo Triestre parte do Imperio Austro Hungaro, La Guardia trabalhou nos consulados americanos de Budapest, Triestre e Rijeka, foi interprete da Junta de Imigração na Ellis Island, porta de entrada dos imigrantes europeus que chegavam aos EUA, entrou para a politica e foi eleito para o Congresso.

    Foi considerado o melhor Prefeito de Nova York de todos os tempos, deixou sua marca e seu nome para a Historia.

    Baixinho e autoritario, sabia mandar e comandar, não tinha medo das mafias que até então controlavam a politica novaiorquina, a “turma do Tammany Hall”, com nomes emblematicos de grandes ladrões municipais.

    A atriz Deanna Durbin estrelou em um filme sobre a corrupção de Nova York no começo do século XX..

    A personagem é imigrante irlandesa, chega com o velho pai analfabeto à cidade, sem dinheiro e sem saber o que fazer,os imigrantes são recepcionados no porto por agentes do Prefeito que dão as boas vindas e fazem o alistamento para votar na eleição de prefeito que seria no dia seguinte. Fazem o pai da mocinha votar quinze vezes em diferentes seções, o Prefeito agradece a filha pelos votos do pai e pergunta se ele tem emprego, a menina diz que não e que será dificil porque o pai é analfabeto embora seja um jardineiro experiente.

    O Prefeito abre um sorriso, ” mas é dele mesmo que precisamos, está nomeado Superintendente do Central Park” queriam um analfabeto para poder roubar a vontade, o filme é sobre a corrupção desenfreada na velha Nova York.

    O titulo do filme em português é ” um Sonho Desfeito” .

    Fiorello La Guardia tinha tambem agudo senso de proteção e amparo social, ajudou muito os pobres com programas inovadores de apoio à saude e  educação, melhorou as areas mais carentes da cidade, deixou Nova York uma cidade muito melhor e acolhedora do que encontrou, morreu cedo, em 1947, com 64 anos.

  8. CPI da Espionagem quer explicações sobre 841 antenas dos EUA no

    CPI da Espionagem quer explicações sobre 841 antenas dos EUA no Brasil

    A presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem, senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), disse que o órgão quer explicações sobre o uso de 841 antenas pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil para suas comunicações. O dado foi repassado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). As antenas têm autorização da Anatel e a maioria é móvel, segundo a senadora.

     

    “Estamos estudando tecnicamente o potencial e localização de todas elas. Já era de conhecimento que a embaixada dos Estados Unidos tinha autorização (da Anatel) para o funcionamento. O que não sabíamos é que são 841 antenas, sendo a maioria móveis”, disse a senadora.

     

    Saiba MaisMinistro: espionagem do Brasil e dos EUA são ‘completamente diferentes’Para Senado, chefe do GSI não precisa falar sobre denúncias de espionagemDilma assina decreto para criação de sistema de e-mail ‘antiespionagem’Agência brasileira espionou diplomatas de três países, diz jornal

    Para saber se outras embaixadas também dispõem de antenas, a CPI solicitou informações sobre pedidos similares feitos pelas representações dos países à Anatel. “Vimos que outros três países têm antenas homologadas, mas em número muito menor”, informou. De acordo com a senadora, a Romênia têm autorização para usar 20 antenas; França, cinco; e Chile, dois.

     

    Para Vanessa Graziotin, os Estados Unidos precisam dar “uma explicação sólida” sobre o uso e propósito dessas antenas. “Eles alegam serem necessárias para suas comunicações. Não sei por que fora da embaixada e do consulado”, disse, em referência às antenas móveis, após audiência que ouviu representantes das empresas de telefonia móvel TIM, Oi, Vivo e Claro.

     

    A comissão pretende averiguar também quantas antenas o Brasil utiliza em outros países.

     

    Agência Brasil  http://noticias.terra.com.br/brasil/cpi-da-espionagem-quer-explicacoes-sobre-841-antenas-dos-eua-no-brasil,cdbdb3f00a622410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

     

  9. Rússia ameaça liberdade de imprensa

    http://www.pinknews.co.uk/2013/11/05/russia-norwegian-journalists-detained-and-threatened-with-imprisonment-for-criticising-sochi-olympics/

    Russia: Norwegian journalists detained, and threatened with imprisonment for criticising Sochi Olympics

    A Norwegian news crew say they were detained, harassed and threatened with imprisonment whilst reporting on the Sochi 2014 Winter Olympics in Russia.

    Over the course of three days, the Russian authorities repeatedly detained and questioned the crew from Norway’s TV2 television station, which is the official broadcaster in Norway of the Sochi 2014 Winter Olympic Games, according to Human Rights Watch.

    “The government’s treatment of TV2’s crew should shock the International Olympic Committee,” said Jane Buchanan, associate director for Europe and Central Asia at Human Rights Watch.

    “The IOC needs to demand a full explanation from the Russian authorities about the bullying of an Olympic broadcaster’s staff and insist that no other journalists suffer this kind of intimidation and harassment.”

    The Human Rights Watch condemned the arrests, and said that Russian authorities should immediately stop such arrests and intimidation of journalists.

    Between 31 October and 2 November, Russian traffic police stopped Oystein Bogen, a reporter for TV2, and cameraman Aage Aunes six times while the men were reporting on stories in the Republic of Adygea, which borders Sochi to the north along the Black Sea coast.

    According to the pair, officials took the journalists into police custody three times. At every stop and in detention, officials questioned the journalists aggressively about their work plans in Sochi and other areas, their sources, and in some cases about their personal lives, educational backgrounds, and religious beliefs. In several instances they denied the journalists contact with the Norwegian Embassy in Moscow. One official threatened to jail Bogen.

    Bogen told Human Rights Watch that their research and reporting aimed to shed a critical light on different aspects of the preparations for the Olympic Games in Sochi.

    “The Russian authorities tried almost every pressure tactic in the book to try to scare these journalists away from critical reporting on Sochi and other Olympics-related topics,” Buchanan said. “Thousands of reporters will visit Sochi for the Games and it is one of the central requirements of hosting the Olympics that they can report without interference and intimidation.”Press freedom is expressly guaranteed and protected under the Olympic Charter, which dedicates an entire section to “Media Coverage of the Olympic Games.” The IOC is obligated to take “all necessary steps in order to ensure the fullest coverage by the different media.” Other bylaws require that “media coverage of the Olympic Games shall not be impaired in any way….”

  10. USP: professora diz que seu projeto foi atribuído a José Gregori
     

    Idealizadora da BVDH vê apropriação indébita na troca de seu nome pelo de José Gregori nos créditos do projeto

     

    do sítio da ADUSP: http://www.adusp.org.br/index.php/sem-categoria/1800-idealizadora-da-bvdh-ve-apropriacao-indebita-na-troca-de-seu-nome-pelo-de-jose-gregori-nos-creditos-do-projeto

     

    Idealizada e implantada em 1998 pela professora Maria Luiza Marcílio, a Biblioteca Virtual de Direitos Humanos (BVDH) acaba de propiciar um caso clamoroso de apropriação indébita. Não se pense que alguma obra literária foi objeto de atribuição indevida de autoria, ou de plágio. Não: é a própria BVDH que está em questão. Trata-se de um caso de “desapropriação autoral”. A professora Maria Luiza deixou de figurar, nos créditos virtuais, como autora do projeto. Em troca, aparece o nome do ex-ministro José Gregori.

    Maria Luiza Marcílio - Dep. de História da FFLCH/USP

    Maria Luiza, que presidiu a Comissão de Direitos Humanos (CDH-USP) entre 1997 (na gestão do reitor Jacques Marcovitch) e 2010, é professora titular aposentada do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Em agosto último, ela constatou que seu nome como responsável pela BVDH havia sido substituído pelo de Gregori, atual presidente da CDH e ligado a Fernando Henrique Cardoso, de quem foi ministro em duas pastas (Direitos Humanos e Justiça). “Fiquei assustada com essa mudança do nome, uma surpresa desagradável”, conta a docente.

    Além disso, na seção destinada à apresentação da equipe do BVDH (http://goo.gl/ZvqjPh), a “Concepção e Coordenação do Projeto” também são atribuídas a Gregori. No entender de Maria Luiza, a mudança de nomes configura “crime de direitos autorais” e mostra fragilidade com relação à devida manutenção do banco de dados criado por ela. “A equipe que está escrita ali já não existe mais. Eram nomes de ex-alunos, estagiários que não correspondem mais. Só foi mudado o nome do ministro como responsável pela concepção da Biblioteca Virtual”, relata. “Desde que eu sai da CDH, em 2010, o site da BVDH está parado, ninguém o está abastecendo. A única coisa que se observa são as consultas, que continuam”, completa.

    Frente à apropriação indevida da autoria do projeto, Maria Luiza protocolou na Reitoria, em 18/10, carta exigindo a “restituição do Direito Autoral da Biblioteca Virtual de Direitos Humanos da USP à sua autêntica criadora”. No documento, destaca: “A BVDH da USP tomou tamanho vulto que passou a ser considerada a maior do gênero em língua portuguesa e a quinta maior do mundo. O número de visitantes, que fui registrando ao longo de sua história, dos modestos 1.540 consulentes, até 13 de setembro de 1998, chegou em final de 2010 a 2.783.210”. No dia de fechamento desta edição, o número total de acessos à biblioteca virtual era superior a 4 milhões.

    Indignação

    Avaliando a importância e a visibilidade conquistadas pelo site, a professora considera que a troca de seu nome como idealizadora do projeto está associada ao “poder”. “Isso foi uma vontade de aparecer. Não haveria necessidade de fazer uma apropriação indébita dessas. Ele [Gregori] já teve cargos de ministro na gestão do FHC”.

    José Gregori - Ministro da Justiça no governo FHC

    A indignação de Maria Luiza está relacionada, ainda, ao esforço empregado na criação da biblioteca. “Para criar a BVDH, organizei junto aos meus alunos-estagiários todas as leis que existem no Brasil referentes aos direitos humanos. O conteúdo sobre a Unesco [organização das Nações Unidas dedicada à cultura] montamos juntos e não se encontra isso organizadamente em lugar nenhum. Tive ajuda de juristas como [Fábio] Konder Comparato e outros para irmos montando, desde o Código de Hamurabi até hoje, quais foram os passos mais importantes na elaboração dos direitos humanos em âmbito universal. Isso é uma pesquisa árdua, representa estudos meus feitos ao longo de 12 anos”, explica a professora.

    Como não obteve respostas da Reitoria com relação à carta protocolada em 18/10, Maria Luiza entrou em contato com Isília Aparecida Silva, ouvidora da USP, em 25/10 e 31/10. Da segunda vez, informou, por telefone, que estava em contato com a Adusp para denunciar o caso publicamente. “A ouvidora imediatamente ligou para Gregori e para o reitor. Segundo ela me informou, eles falaram que não sabiam de nada, mas que iriam fazer as devidas mudanças”, conta Maria Luiza.

    A ouvidora da Universidade também informou que o ex-ministro José Gregori iria lhe pedir desculpas — o que ainda não ocorreu. Por intermédio da Ouvidoria, Gregori atribuiu a responsabilidade pela troca a “um técnico que mudou os nomes no site por conta própria, sem pedir autorização”, e que “iriam procurar saber quem era o técnico responsável pela alteração”, conta Maria Luiza. “Mas como um técnico vai fazer uma mudança desse tipo sem a autorização da autoridade?”, questiona. Até a publicação desta nota, Gregori constava no site da BVDH como responsável pela concepção do projeto.

  11. O que é o Instituto Royal?

    CORREIO DA CIDADANIA

    O que é o Instituto Royal? Todo aquele que vive da ciência é mesmo cientista?

    ESCRITO POR CARLOS A. LUNGARZO   

    SEGUNDA, 04 DE NOVEMBRO DE 2013

    Há alguns dias, ativistas dos direitos animais, desarmados, entraram num bunker de tortura de bichos protegido por guardas, para liberar 178 beagles, o que deve ser considerado um gesto até agora ímpar no Brasil, análogo aos feitos dos ecologistas e os pacifistas no mundo desenvolvido.

    Não é por acaso que a mídia, alguns blogueiros, os profissionais da ciência e diversos membros do establishment se unificaram numa ampla perseguição contra os ativistas.

    Esta é a primeira vez que uma petição no Brasil tem 660.014 assinaturas (às 11:00, 30/10) em apenas um de vários sites que acolhem o protesto. Os especialistas em assuntos gerais dizem que o instituto era uma referência nacional. Mas, afinal, ninguém responde: o que é o Instituto Royal?

    Busca Inglória

    Durante décadas no Brasil, eu nunca havia ouvido falar do Instituto Royal de São Roque, SP. Envergonhado, comecei uma busca com pouco retorno, através da internet.

    Encontrei o verbete “Instituto Royal” no Google, mas associado apenas a protestos contra o trato cruel de animais (desde 2012), ou, a partir do dia 18/10/13, associado com a liberação dos beagles. Não encontrei nenhum site nem página que indicasse a estrutura, função, staff, propósitos e história do Instituto. Quase toda ONG tem pelo menos um pequeno site com todos esses dados, salvo que…

    (Procure no Google a palavra “instituto”, e acrescente diversos nomes. Verá que todos os institutos têm um site com uma aparência como a deste aqui.)

    O único que encontrei foi uma página de 23 linhas, criada nas coxas e claramente às pressas pouco após a libertação dos cachorrinhos, explicando, superficialmente e sem dados, que o Royal era muito bom e tudo estava nos conformes.

    Obviamente, essa “informação” só serviu para aumentar as suspeitas. A maior dúvida era: que tipo de coisa seria o Royal?

    Um instituto dentro de uma estrutura pública, por exemplo, da USP? Ou um instituto dentro de uma estrutura privada, por exemplo, da PUC? Um instituto federal, como o IMPA? Ou estadual, como o BUTANTAN? Ou ainda privado, como o ETHOS? Uma empresa com fins lucrativos? Uma ONG?

    Alguém me disse que era uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e procurei nos registros de domínios da Internet. As OSCIPS são um tipo de organização semelhante às ONGs, mas que podem ter parceria com o poder público, gozam de muitos direitos e outros tantos deveres, alguns dos quais nem sempre são bem usados. Vide.

    Eis o que achei no Registro.br

    Domínio: institutoroyal.org.br

    Servidor DNS: ns11.srv22.netme.com.br

    Servidor DNS: ns12.srv22.netme.com.br

    Expiração: 2014-07-02

    Status: Publicado

    domínio: institutoroyal.org.br

    titular:       Inst. de Ed. p/ Pesq. e Desenv. Inov. tec. Royal

    documento:     007.196.513/0001-69

    responsável:   Silvia Ortiz

    país:          BR

    c-titular:     INROY

    c-admin:       INROY

    c-técnico:     INROY

    c-cobrança:    INROY

    servidor DNS: ns11.srv22.netme.com.br

    status DNS:    29/10/2013 AA

    último AA:     29/10/2013

    servidor DNS: ns12.srv22.netme.com.br

    status DNS:    29/10/2013 AA

    último AA:     29/10/2013

    criado:        02/07/2009 #5725335

    expiração:     02/07/2014

    alterado:      25/10/2013

    status:        publicado

    Contato (ID):  INROY

    nome:          Instituto Royal

    e-mail: royalinstituto(0)gmail.com

    criado:        25/10/2013

    alterado:      25/10/2013

    Agora, com o CPNJ, procurei no módulo de Oscips do Ministério da Justiça e encontrei apenas isto, posto acima. Veja a exagerada pompa do nome oficial do Royal.

    O link da direita conduz a uma rendição de contas que não acrescenta nenhuma informação interessante para nosso fim. Então, o problema continua. Onde a gente encontra tudo isto: o histórico “científico” do Royal, seus protocolos experimentais, a lista de seus colaboradores e clientes, os produtos realmente aplicáveis que foram viáveis graças a seus testes, os registros de suas experiências longitudinais etc.?

    Aliás, é o Royal conhecido no exterior? Qualquer instituição brasileira respeitável é conhecida em todo o ocidente, ao menos pelos especialistas. Esta pergunta é relevante, porque nem organizações radicais de defesa dos animais, como PETA (vide), incluem o Royal na sua lista de desafetos. Ou seja, para os ecologistas, Royal nem merece aparecer na lista dos vilãos.

    Formulo em minha própria linguagem uma pergunta que já fez a atriz Luisa Mell: por que ninguém, salvo as elites e as forças repressivas, consegue entrar nesse maravilhoso instituto? (Veja o blog de Luisa aqui)

    Aliás, o Royal obteve seu credenciamento pelo CONCEA (Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal) somente em 2013, mais precisamente há poucas semanas. O deputado estadual por São Paulo, Fernando Capez, fez notar, num incisivo e emocionante discurso na ALESP, que, sendo assim, nos anos anteriores de funcionamento, as experiências não eram supervisionadas. Mas as coisas estranhas continuam: em 2012, apesar disso, o Royal recebeu oficialmente R$ 5.249.498,52. Para quê? O lugar onde está instalado o Royal foi declarado para funcionar como canil. (Vide). Estranho, se até poucas semanas atrás a finalidade era outra e não havia fiscalização do CONCEA, então os testes e as torturas de animais poderiam ser aplicados sem qualquer protocolo a verificar.

    De acordo com as generosas regras, uma Oscip tem cinco anos para se credenciar. Então, o Royal não estava em infração de acordo com a lei. Mas, seus trabalhos começaram, dizem, em 2005. Assim, como é possível que as autoridades do Royal digam ao jornal O Estado de São Pauloque os ativistas defensores dos animais “fizeram perder 10 anos de pesquisa”? (vide, 2º par.)

    Isto significa que, nos primeiros cinco desses 10 anos, o patrimônio genético coletado estava em outros institutos e foi transferido ao criar o Royal, ou que foi acumulado por pesquisadores individuais ou pequenos grupos que se uniram para formar o Royal, ou alguma outra coisa igualmente espúria.

    Intermezzo: ciência e ética

    A ofensiva dos mercadores de animais para tortura tem atraído o mais sujo e infame da mídia, como a famosa revista subvencionada por racistas sul-africanos. Esta, em maior medida, mas também outras, aparentemente menos rasteiras, fazem gozação dos argumentos dos defensores de animais (DA, doravante) como: “você nunca deu um remédio a seu filho doente? Ele foi testado em animais”. Estas insanidades confundem os leigos, que passam a ter um ódio irracional pelos ativistas, mas a motivação é apenas a sede de lucro.

    Cuidado! Muitos defensores de animais, especialmente líderes, aconselham calma e mesura aos seus colegas em suas ações, porque a comunidade científica está quase totalmente contra os ativistas. E como se pode pensar que a ciência, que foi a arma maior da racionalidade contra a superstição e o preconceito, possa incorrer nas mesmas provocações? Por exemplo, o ministro de Ciência, Marco A. Raupp, doutorado na University of Chicago sob a orientação de Jim Douglas Jr. com uma tese sobre métodos de Galerkin, uma tese séria, diz coisas como “isto se faz em todo o mundo, não apenas no Brasil”. Isso é um argumento próprio, ou melhor, suficiente para um matemático?

    Bom, os DA’s, mas especialmente os de esquerda, como em meu caso (há DA’s de diversos estilos: religiosos, apolíticos e até de direita, como Brigitte Bardot), devemos nos confrontar com uma nova massa poderosa: além dos que têm as armas, o poder institucional e o dinheiro, agora aparecem os cientistas. Nossa! Um caso para que Clark Kent se transforme em Super Homem.

    No entanto, as coisas não são assim tão lineares. A relação entre ciência e sociedade é um problema complexo com séculos de história, começando com o confronto de Marx e Engels com os positivistas e malthusianos. Podemos, pelo menos, fazer uma observação geral até retomar a questão em outro texto.

    O que hoje se chama “ciência” (chamada até 1844 Filosofia Natural, quando Wheeler aplicou a ela o termo science) foi filha da velha filosofia especulativa, cujos mitos e divagações combateram desde a época antiga (Epicúreos contra os dogmas Aristotélicos) e a época medieval (Escola de Oxford contra as invencionices de Santo Tomás), até crescer e poder prescindir totalmente da filosofia especulativa, com Galileu, Newton e a brilhante era da razão dos séculos 17 e 18. Quando Newton inicia seus Princípios Matemáticos da Philosophia Natural, deixa claro: a física (filosofia natural) se ocupa da matéria.

    Ora, se a ciência está fundada sobre o empirismo e o racionalismo em ação conjunta, como é possível que a grande massa dos cientistas esteja equivocada? Esse é o ponto.

    Os cientistas não estão equivocados. Mas nós devemos diferenciar entre racionalidade científica e racionalidade ética. Quando estas estiverem integradas o mundo será uma maravilha; agora podemos reconhecer essa integração nas obras de algumas poucas figuras brilhantes da história da ciência do século XX, como Bertrand Russell, Linus Pauling, Noam Chomsky… E muitos seguidores desconhecidos.

    Muitas pessoas bem intencionadas, mas que desconhecem o ventre do mundo científico, confundem um fato absolutamente verdadeiro – a ciência é a única forma de conhecimento objetiva, justificável, sistemática, aproximadamente explicativa e produtora de enunciados crescentemente confirmáveis – com um falso: os cientistas são atores sociais que usam esse conhecimento para o bem do mundo, de maneira ética e generosa.

    Esta fábula pintada minha geração leu quando criança, nos livros da moral oficial, mas bastou chegar à adolescência para saber que não é assim a coisa real. As provas são esmagadoras: alguém duvida que o 3º Reich teve de seu lado não apenas engenheiros, médicos e tecnocratas, mas também grandes cientistas, físicos, químicos e biólogos? Quantos prêmios Nobel em física trabalham na produção de bombas atômicas? Seria possível a guerra química sem especialistas na área? Quantos prêmios Nobel norte-americanos trabalham para o Pentágono, para a NSA, para a CIA? Quantos químicos e biólogos se especializam em drogas usadas em tortura?

    A ciência é, grosseiramente falando, um conhecimento verdadeiro. Saber a verdade permite a você gerar ações com alta probabilidade de sucesso. Essas ações, porém, não têm moral própria. É o ator social quem as dota de moral. Uma mesma teoria pode servir para construir um mundo melhor, ou para enriquecer donos de laboratórios, fabricantes de armas, exércitos, vigaristas e genocidas.

    Portanto, os cientistas com ética pragmática não são inimigos novos. Eles são apenas executores, numa área da sociedade, dos interesses dos antigos inimigos: os grandes grupos econômicos.

    Este foi um intermezzo. Volto ao Instituto Royal.

    Dramatis Personae

    No rodapé da página que o Royal colocou na Internet (institutoroyal.org.br), há um link que promete mais informação. Clicando, aparece um vídeo onde uma senhora fala das virtudes do Royal e da malignidade dos invasores.

    Essa senhora é mencionada pela mídia como Silvia Ortiz, mas também aparece em alguns outros lados como Sílvia Barreto Ortiz.

    O único lugar onde existem dados que podem dar um perfil de Ortiz é na biblioteca da UNICAMP, onde aparece sua dissertação de mestrado. Aí, ela está inscrita como Silvia Colletta Barreto da Costa Ortiz.

    Entretanto, seu nome não aparece na plataforma de currículos Lattes. Nesta plataforma, mais de um milhão de pessoas vinculadas com o mundo da ciência inscrevem seus currículos. Qualquer pessoa interessada em atuar na área científica pode fazer isso: doutores, mestres, graduados, estudantes, técnicos, até autodidatas.

    Na busca que fiz com os indicadores “silvia ortiz” e os expandidos “silvia barreto”, com ou sem acento, seu currículo não é encontrado. Se quiser experimentar por sua conta, procure “cnpq”. Todo cientista tem interesse em figurar no Lattes, inclusive aqueles que abandonam definitivamente a ciência. Meu currículo, desatualizado, é claro, ainda se conserva, após sete anos de aposentado da vida científica.

    Procurando no buscador do Google, encontrei 34 referências a Silva Barreto Ortiz, a maioria vinculada com o incidente dos Beagles. Veja aqui. Nunca vi um cientista, mesmo jovem, ter menos de um milhar de referências. Poder-se- ia supor que Ortiz tem algum interesse em passar despercebida.

    Mas ela aparece sim no depósito virtual de dissertações e teses da UNICAMP. Este é um procedimento padrão da Universidade, e não depende da vontade do autor. Em 02-12-1996, defendeu uma dissertação de mestrado no Programa de Genética e Biologia Molecular.

    Nesse acervo (vide) a busca devolve apenas um resultado, que é uma dissertação de mestradoorientada por Julia K. Sakurada. A dissertação pode ser baixada por qualquer pessoa que preencha um breve cadastro no mesmo site. O trabalho estuda os aspectos genéticos da resistência de camundongos a certo agente patógeno. A dissertação confirma afirmações feitas por Ortiz nos últimos dias sobre a necessidade de usar animais saudáveis em experimentação, para evitar contaminação. Seu mestrado parece atentar à criação de um biotério de animais sãos, como sua atual atividade na USP confirma. Nesta universidade, Ortiz aparece como diretora dos biotérios, mas não temos encontrado nenhum dado relativo a seu doutorado.

    No site do Institut Pasteur, de Paris (vide), encontramos 81 referências a “Ortiz”, mas todas elas se referem a pessoas com nomes diferentes de “Silvia” ou qualquer outro da gerente do Royal. Doutorado não significa sabedoria, muito menos ética, mas fico intrigado por saber onde Ortiz fez o seu. Fez?

    Silvia Barreto Ortiz é também presidente do COBEA (Colégio Brasileiro de Experimentação Animal). O colégio aparece em seu estatuto (vide) como uma “sociedade civil, de caráter científico cultural, sem fins lucrativos”. Segundo isso, se sustenta com as mensalidades dos sócios.

    Não Apenas Animal Testing

    O fato de que Ortiz estivesse vinculada à UNICAMP e à USP foi usado como uma credencial de virtude por parte de cientistas e comunicadores. Não se pode criticar esta adoração quase religiosa pelas pessoas instruídas (que raramente se vê em outros países) numa sociedade onde até ter uma escola primária de mínima qualidade é um grande privilégio, e onde as grandes universidades, especialmente as paulistas, se gabam de seu ranço elitista.

    Contudo, apesar de estar num dos setores com menos demanda por parte do capitalismo (lógica matemática e história da ciência), nos 19 anos na Unicamp pude perceber que era difícil encontrar algum colega do campus que não fizesse parte de um convênio, ou tivesse uma consultoria paga através de fundações da mesma universidade, ou superpusesse mais de uma dedicação “exclusiva”, ou que não desse prioridade ao seu consultório, escritório, empresa de planejamento ou assessoria, e assim em diante, sem faltar o caso de acúmulo de salários de dois países, embora esses casos fossem raros.

    Porém, também a UNICAMP tem um histórico sobre experimentação animal muito especial. Pelo menos no único caso que foi divulgado, usaram-se membros da espécie homo sapiens para experimentos com anticoncepcionais NORPLANT, que produziram danos catastróficos pelos quais ninguém foi responsabilizado. Não é possível dar referências online, porque os sites que denunciaram o caso foram desativados pouco depois, por causa de ordens de ninguém-sabe-quem. Era o período entre 1985 e 1993, e a Unicamp coordenou uma ação da qual umas vinte universidades brasileiras se tornaram cúmplices.

    A médica Giselle Israel e a socióloga Solange Dacach se arriscaram a fazer uma detalhada pesquisa num universo de 3.544 mulheres das favelas do Rio de Janeiro, até onde os experimentadores chegaram com suas amostras de Norplant. O trabalho das denunciantes foi publicado no Brasil, mas anos depois saiu de circulação. Finalmente, o livro foi publicado no Texas. O leitor encontra uma versão no setor Google books, aqui:

    The Norplant Routes-Detours of Contraconception

    Os experimentos em mulheres, pobres e afrodescendentes, em sua maioria, foram feitos no Brasil, pois na Finlândia, pátria da matriz, bem como em outros países, as leis proibiam a experimentação em humanos, salvo no caso de voluntários. No caso em apreço, as mulheres nem sabiam exatamente o que estavam recebendo. A droga não apenas barrou a concepção, como também deixou muitas mulheres estéreis. Além disso, as vítimas sofreram cefaleias (26%), agitação, ansiedade, confusão e agressividade (20%), obesidade (18%) e uns 10% de cistos, queda do cabelo, lesões ao útero e infecções.

    Mesmo assim, o coordenador do experimento da UNICAMP, o ginecologista LB, afirmava que o Norplant era totalmente confiável.

    Nosso atual ministro de Ciência talvez teria dito: “por que tanto alvoroço? Não somos os únicos em fazer experimentos”. Com efeito, o Norplant foi experimentado em 24 países, míseros quintais do terceiro mundo habitados por pessoas esfomeadas e marginalizadas, e alguns deles governados por ditaduras.

    Não é raro, então, que os cientistas apoiem sem qualquer restrição experiências em animais não humanos, sendo que os experimentos com humanos só podem ser feitos em lugares muito afastados e discretos, o que custa dinheiro.

    Quem tem possibilidade de fazer pesquisa de arquivos de jornais pode ler a reportagem doJornal do Brasil, caso a página não tenha sido censurada.

    LEAL, L. N. Entrevista com Marinete Souza de Farias. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 18 de maio 1997.

    Algumas pessoas talvez ainda guardem o livro original: ISRAEL, G; DACACH, S. As rotas do Norplant: desvios da contracepção. Rio de Janeiro: Redeh, 1993.

    O Mistério do Royal

    É óbvio que o Royal e seu staff estão tentando se esconder, e isso parece ter sido sua atitude desde o começo. As hipóteses sobre as causas deste mistério podem ser várias, mas todas são da mesma índole.

    A “fabricação” de animais sãos, para serem alvo de experimentos e depois descartados, deve ter parecido um negócio original e graúdo aos misteriosos e anônimos fundadores do Royal. Com efeito, tendo como padrão de comparação o trato dos doentes pobres nos hospitais, é evidente que os animais usados em experimentação deviam estar eivados de diversas pestes, e os efeitos neles não poderiam ser apreciados. Então, uma ideia brilhante: laboratórios estrangeiros pagariam muito bem por experimentos feitos em animais saudáveis.

    Ora, sendo que o Brasil não assina quase nenhum acordo internacional sobre proteção aos animais, e os poucos porventura assinados não respeita, esse mistério não seria necessário. Mas há outras razões; algumas são mais sociais, outras mais econômicas.

    Uma razão é que o povo brasileiro, com seu singular naturalismo e sua sensibilidade com os animais, promoveria, como aconteceu neste caso, uma reação muito grande se todas as atrocidades ficassem óbvias como estas. Mas a quem beneficiam estes atos de sadismo na experimentação com animais? Se descartarmos as disfunções psiquiátricas de alguns pesquisadores (Vide), fica o grande negócio da produção de animais para experimentos tortuosos.

    Com efeito, a realização de numerosos experimentos cruéis, onde se mutilam, esquartejam, cegam, queimam e matam milhares de animais, diminui as despesas dos laboratórios, pois é menos caro que experimentos In silico (simulação com computador) ou in vitro (ensaio com culturas).

    Estas duas são formas que, combinadas com experimentações reversíveis e indolores em animais não humanos e em voluntários humanos, substituiriam totalmente a prática atual de tortura e extermínio massivo de bichos. Por sinal, os argumentos que pretendem que as culturas também exigem experimentação animal são falaciosos. O soro fetal bovino usado em muitas culturas pode ser extraído mediante uma cirurgia com anestesia. Isto se faz com cavalos de raça e touros reprodutores, cuja saúde é cuidada pelos veterinários dos magnatas muito mais que a de qualquer humano. Quanto à extração do feto sob anestesia, é, simplesmente, um aborto. Sendo o aborto aceitável em humanos, por que não seria em animais?

    É de se imaginar que os principais clientes sejam laboratórios estrangeiros, sendo que, qualquer que seja o grau de civilização de um país, os capitalistas preferem dinheiro e não direitos, sejam animais ou humanos.

    Neste sentido, em muitos países da Europa, e inclusive nos EUA, há restrições para o uso de animais em experimentos. O Animal Welfare Act (Laboratory Animal Welfare Act of 1966, P.L. 89-544) restringe o uso de animais de sangue quente, salvo algumas espécies de ratos. Obviamente, proíbe totalmente a tortura de bichos domésticos, especialmente gatos e cães, que não podem ser utilizados mesmo mortos, por causa da dificuldade para saber de que maneira morreram.

    A União Europeia possui diversas restrições de acordo com o país, mas o Testing ban de cosméticos é válido em todos eles (vide). É muito provável que o Royal tenha nesses laboratórios de cosméticos, bem como nos dos produtos de limpeza, seus principais fãs. Um especialista não identificado que colaborou no exame dos beagles teria dito que as raspagens de pele em frio eram típicas de experimentos com cosméticos.

    Se os ativistas se informam o suficiente com cientistas sensíveis (que existem) e pressionam seus parlamentares, poderão conseguir que o Instituto seja desativado, e seus responsáveis indiciados por crimes ambientais. É possível que haja pessoas que sabem exatamente o que acontece no Royal, e que, se lhes fosse dada proteção, talvez falassem. Essa é a esperança. E permitirá um grande avanço ético na ciência.

    Carlos Lungarzo é professor aposentado da Unicamp, ativista dos direitos humanos e membro da Anistia Internacional.

  12. WikiLeaks publica primeiros vídeos de Edward Snowden em Moscou

    WikiLeaks publica primeiros vídeos de Edward Snowden em Moscou

    “Se não pudermos compreender as políticas e os programas de nosso governo, não poderemos dar nosso consentimento sobre sua regulação”, disse o ex-agentepor AFP — publicado 12/10/2013 17:22, última modificação 14/10/2013 08:51      snowden.jpg

    Snowden em Moscou, em imagem capturada de um dos vídeos do ex-agente divulgados pelo WikiLeaks

    Moscou (AFP) – O WikiLeaks publicou na noite de sexta-feira os primeiros vídeos do ex-consultor da inteligência americana Edward Snowden desde que ele recebeu asilo na Rússia, nos quais ele fala dos perigos que pesam sobre a democracia durante a entrega de um prêmio.

    “Se não pudermos compreender as políticas e os programas de nosso governo, não poderemos dar nosso consentimento sobre sua regulação”, disse Snowden em um breve vídeo postado no site do WikiLeaks, especializado em vazar informações confidenciais.

    Segundo o site, o vídeo foi gravado na quarta-feira quando Snowden se encontrou com um grupo de quatro ex-agentes da inteligência americana e com ativistas.

    “Como alguém muito inteligente disse recentemente, ‘não temos um problema de vigilância, mas um problema de falta de conhecimento'”, declarou Snowden aos agentes na cerimônia em Moscou.

    De acordo com o WikiLeaks, na cerimônia em questão o ex-oficial da CIA Ray McGovern entregou o “Prêmio da Integridade” a Snowden.

    “Acreditamos que outras pessoas da mesma qualidade moral seguirão seu exemplo, iluminando zonas escuras e trazendo à tona crimes que colocam em risco nossos direitos civis como cidadãos livres”, disse McGovern citado pelo WikiLeaks.

    Nos vídeos é possível ver Snowden e os quatro ex-funcionários da inteligência americana conversando e sorrindo em um jantar, em uma sala em um local que não foi identificado.

    Snowden reiterou os riscos da vigilância exercida pela NSA (Agência Nacional de Segurança), afirmando que a espionagem indiscriminada está muito longe de ser um programa de segurança legítimo.

    “É como uma rede de vigilância maciça, que coloca populações inteiras sob a vigilância de um olho que vê tudo, embora não seja necessário”, disse.

    “Gente de todo o mundo está dizendo que estes programas não nos tornam mais seguros; prejudicam nossa economia, nossos países, limitam nossa capacidade de nos comunicarmos, de pensar, viver, ser criativos, ter relações e nos associarmos livremente”, disse Snowden aos presentes.

    O evento também contou com a presença de Sarah Harrison, cidadã britânica funcionária do WikiLeaks que tem acompanhado Snowden desde que ele chegou à Rússia, além de seu advogado russo Anatoly Kucherena.

    Uma das participantes, a ex-conselheira de ética do Departamento de Justiça Jesselyn Radack, declarou que Snowden parecia “muito saudável”.

    “Ele estava engraçado e envolvente, não parecia preocupado, não parecia ter perdido peso e não aparentava estar pálido ou doente de forma alguma”, declarou ela em um discurso televisionado, prevendo que mais pessoas poderão seguir seu exemplo.

    “Eu realmente acho que ele teve um efeito maravilhoso para os Estados Unidos e para o mundo”, declarou. “A coragem é contagiosa”, completou.

    ———————————————-

    http://www.cartacapital.com.br/internacional/wikileaks-publica-videos-de-edward-snowden-6065.html

  13. A “liberdade de imprensa” britânica

    Jean charles, Assange, David Miranda…

    do terra:

    Reino Unido: parceiro de Greenwald está envolvido em ‘terrorismo’

    David Miranda (esquerda) conversa com seu parceiro, o jornalista Glenn Greenwald, durante audiência em comitê do Senado sobre espionagem norte-americana, em Brasília, em outubro. 09/10/2013 Foto: Ueslei Marcelino / ReutersDavid Miranda (esquerda) conversa com seu parceiro, o jornalista Glenn Greenwald, durante audiência em comitê do Senado sobre espionagem norte-americana, em Brasília, em outubro. 09/10/2013 Foto: Ueslei Marcelino / Reuters  

    Autoridades britânicas afirmaram que o parceiro do jornalista Glenn Greenwald estava envolvido com “terrorismo” quando foi detido durante uma escala no aeroporto de Londres, em agosto, tentando transportar documentos do ex-agente de inteligência americano Edward Snowden, segundo a polícia e documentos de inteligência.

     

    O brasileiro David Miranda, parceiro de Greenwald, foi detido e interrogado durante nove horas pelas autoridades britânicas no aeroporto de Heathrow, em 18 de agosto, quando chegou em Londres, vindo de Berlim, para uma escala com destino ao Rio de Janeiro.

     

    Após a sua libertação e retorno ao Rio, Miranda entrou com uma ação judicial contra o governo britânico exigindo a devolução dos materiais apreendidos com ele por autoridades britânicas e uma revisão judicial da legalidade de sua detenção.

     

    Durante uma audiência nesta semana relacionada à ação de Miranda em um tribunal de Londres, um documento chamado Folha de Circulação de Portos foi lido para constar nos registros. O documento foi elaborado pela Scotland Yard, em consulta com a agência britânica de contraespionagem MI5, e distribuído aos postos fronteiriços britânicos antes da chegada de Miranda. A data precisa do documento não é clara.

     

    “A inteligência indica que Miranda provavelmente está envolvido em atividades de espionagem, com potencial para agir contra os interesses da segurança nacional do Reino Unido”, segundo o documento. “Nós avaliamos que Miranda transportava conscientemente material cuja divulgação colocaria em risco a vida das pessoas”, diz.

     

    “Além disso, a divulgação, ou a ameaça de divulgação, pretende influenciar um governo e é feito com a finalidade de promover uma causa política ou ideológica. Isso, portanto, corresponde à definição de terrorismo.”

     

    Miranda não foi acusado de qualquer crime, embora autoridades britânicas disseram em agosto que tinham aberto uma investigação criminal depois de inicialmente examinarem materiais apreendidos com o brasileiro. Elas não esclareceram os objetivos do inquérito.

     

    Uma importante audiência sobre a ação de Miranda está marcada para a semana que vem. Os novos detalhes de como e por que as autoridades britânicas decidiram agir contra ele, incluindo trechos dos documentos da polícia e da agência MI5, foram divulgados durante uma audiência preparatória no início desta semana.

     

    Autoridades britânicas disseram no tribunal que os itens apreendidos com Miranda incluíam mídia eletrônica contendo 58 mil documentos da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e da agência britânica de monitoramento eletrônico GCHQ.

     

    Greenwald, que já trabalhou para o jornal britânico The Guardian, reconheceu que Miranda estava transportando material fornecido por Snowden quando ele foi temporariamente detido em Londres.

     

    Em um e-mail à Reuters, Greenwald condenou o governo britânico por rotular as ações de seu parceiro como “terrorismo”. “Eles estão absolutamente e explicitamente igualando o terrorismo ao jornalismo”, disse o jornalista.

     

    O especialista em sigilo da Federação de Cientistas Americanos, Steven Aftergood, disse que, dada a natureza do material que Miranda estava carregando, uma resposta dura por parte das autoridades britânicas não era inesperada. “Parece que as autoridades britânicas estavam tentando apreender ou recuperar documentos oficiais, os quais sem dúvida reivindicam”, disse Aftergood. “A ação das autoridades foi dura, mas não incompreensível ou obviamente contrária à lei.”

     

    Em um documento separado lido na audiência, a MI5, também conhecida como Serviço de Segurança, indicou que o interesse das autoridades britânicas em Miranda foi estimulado por seu aparente papel de mensageiro, transportando o material de Laura Poitras, uma cineasta sediada em Berlim, para Greenwald, que vive com Miranda no Rio de Janeiro.

     

    “Avaliamos fortemente que Miranda está carregando itens que ajudarão Greenwald a revelar mais material da NSA e da GCHQ que julgamos estar em posse de Greenwald”, de acordo com o documento, descrito como Justificativa de Segurança Nacional, preparado para a polícia.

     

    “Nossos principais objetivos contra David Miranda são compreender a natureza de qualquer material que ele esteja transportando, mitigar os riscos para a segurança nacional que este material representa”, acrescentou o documento.

     

    Um porta-voz da embaixada britânica em Washington não fez nenhum comentário sobre o processo judicial ou documentos.

    http://noticias.terra.com.br/brasil/reino-unido-parceiro-de-greenwald-esta-envolvido-em-terrorismo,05e345fa11f02410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

     

     

  14. Pastores quenianos começam a apoiar direitos LGBT

    http://www.gaystarnews.com/article/kenya-christian-pastors-start-gay-rights-group-and-fly-rainbow-flag041113

    Kenya Christian pastors start gay rights group and fly rainbow flag

     Pro-LGBTI Christian pastors say homophobia goes against God’s love. Gay-friendly church services start in Nairobi04 NOVEMBER 2013 | BY TRIS REID-SMITHOMAR KUDDUSPastor Joseph Tolton is spearheading a movement to get Kenyan churches to welcome LGBTI people and argue for gay rights. 

    Christian leaders in Kenya have launched a movement to champion gay rights.

    The pastors say some religious people have ‘gone against God’s love by condemning gays’.

    And one church has now put a rainbow flag above its door and is inviting LGBTI people to come and experience ‘liberated worship’.

    Reverend Michael Kimindu, president of the Kenya chapter of United Coalition of Affirming Africans, vowed his new group of over 50 pastors would fight for gay rights.

    Gay male sex is still criminalized in Kenya – punishable by 14 to 21 years in prison. While the conviction rate is relatively low, LGBTI people face police harassment, blackmail and persecution.

    But the Christians in the Kitengela area south of the capital Nairobi say a new approach is needed.

    Kimindu said: ‘Some religious leaders have gone against God’s love by condemning gays.

    ‘We will mobilize church leaders to accept the idea and condemn those who say homosexuals are outcasts.’

    The movement is being spearheaded by Pastor Joseph Tolton, previously listed by US gay media advocacy group GLAAD as one of the ‘10 pro-LGBT faith voices of 2012’.

    He preached at a 10am service yesterday (3 November) in Nairobi with the church advertising: ‘Come and experience liberated worship – at last the Lord has made room for us’.

    The rainbow flag hanging outside the church carried the words ‘All are welcome’ underneath it.

    Tolton has previously lobbied for marriage equality in the US, bringing together black faith leaders to speak for it.

    He also helped mobilize religious leaders in the States against Uganda’s Anti-Homosexuality Bill, dubbed the Kill the Gays Bill.

    Leading Kenyan gay rights advocate Denis Nzioka told Gay Star News: ‘The call by the clerics was unexpected and encouraging.

    ‘Unexpected in that there have been no courageous clerics before in Kenya who spoke out on behalf of LGBT persons, either Christian, Muslim or traditional African religion. And encouraging because most LGBTI persons have become disillusioned and left mainstream churches or religion over their anti-gay stand, based, largely, on their scriptures and sacred texts.

    ‘Affirming Africans-Kenya will seek to bridge sexuality and faith. It will also engage other religious leaders in a bid to make them inclusive and open to dialogue on sexuality, faith and spirituality.

    ‘The formation of what I call an “LGBTI-spirituality” perhaps, is the answer that LGBT persons are seeking given they cannot be accommodated at other churches.’

     

  15. Índia lança sonda Mangalyaan rumo a Marte

    Índia lança sonda Mangalyaan rumo a Marte

    Redação do Site Inovação Tecnológica – 05/11/2013

    Índia lança sonda Mangalyaan rumo a Marte
    [Imagem: ISRO] 

    Corrida espacial asiática

    A Índia lançou hoje (5) com sucesso sua primeira missão a Marte.

    A sonda Mangalyaan (veículo de Marte) permanecerá em órbita da Terra até 1º de dezembro, quando seus motores serão acionados para aproveitar a janela de proximidade de Marte com a Terra.

    Começará então a jornada de 400 milhões de quilômetros, que deverão ser percorridos em 300 dias. A expectativa é que a Mangalyaan chegue a Marte em 24 de setembro de 2014.

    Se todas as etapas forem cumpridas com sucesso, a Índia passará ao seleto grupo de países com tecnologia para exploração interplanetária.

    Apenas Estados Unidos, Rússia e União Europeia conseguiram enviar sondas a Marte até agora.

    O Japão (2003) e a China (2011) também tentaram, mas sem sucesso. Por isso, já se fala em uma “corrida espacial asiática”.

    Superar a China não será um feito pequeno para o programa espacial indiano, que conta com 16 mil cientistas e um orçamento de US$ 1 bilhão.

    Metano de Marte

    A sonda Mangalyaan pesa 1.340 quilos e leva cinco instrumentos para estudar a topografia, a mineralogia e a atmosfera de Marte.

    Como vem sendo construído há vários anos, o projeto indiano centrou-se sobretudo na procura por metano.

    Em 2009, a NASA anunciou a descoberta de volumes enormes de metano na atmosfera de Marte.

    Contudo, em Setembro deste ano, quando a Mangalyaan já estava pronta, o robô Curiosity desmentiu as conclusões anteriores:

    http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=india-sonda-mangalyaan-marte&id=010130131105

  16. Fome violenta: mulher atropela namorado porque ele não parou no

    Fome violenta: mulher atropela namorado porque ele não parou no McDonald’s

    Fato aconteceu no estado norte-americano do Tennessee. Homem sobreviveuPor Claudia Borges em 05/11/2013 Fonte da imagem: Shutterstock Fome violenta: mulher atropela namorado porque ele não parou no McDonald’s

    Tem muita gente por aí que perde a cabeça quando está com fome. Porém, uma mulher do estado norte-americano do Tennessee levou esse fato a outro patamar. Tudo aconteceu no final de uma noite de bebedeira entre Cristal Greer Brooks, seu namorado, Santiago Hernandez e mais um amigo.

    Já era dia, quando os três estavam na caminhonete de Hernandez, Cristal pediu para ele parar no McDonald’s e ele não obedeceu, passando direto. De acordo com um relatório do Departamento de Polícia de Kingsport, a mulher ficou furiosa e pediu para o namorado parar o veículo.

    Quando ele obedeceu (dessa vez), Brooks tomou o seu lugar no volante da Chevrolet S-10, colocando ele para fora. Foi então que ele cometeu o erro de ficar na frente da caminhonete e Brooks arremessou o carro direto nele, que caiu no chão. Não satisfeita, ela passou em cima dele mais duas vezes.

    Cristal Greer Brooks Fonte da imagem: Reprodução/The Smoking Gun

    Apesar da violência, o namorado (que provavelmente deve gostar mais de Burger King ou Pizza Hut) teve escoriações nos braços e costas, ficando com as roupas todas rasgadas de arrastar no asfalto.

    A mulher faminta negou à polícia que passou por cima de Hernandez, alegando que ele tinha realmente pulado sobre o capô da caminhonete. Mas, devido às evidências, ela foi presa e permanece sob custódia. O que a fome não faz, hein…

    http://www.megacurioso.com.br/policia/39834-fome-violenta-mulher-atropela-namorado-porque-ele-nao-parou-no-mcdonald-s.htm

  17. Fracasso de um, sucesso de outro

    “HÁ apenas duas maneiras de obter sucesso neste mundo: pelas próprias habilidades ou pela incompetência alheia”.

    – Jean de La Bruyère,(1645  – 1696), escritor francês  

     

  18. Deputados redefinem tráfico de pessoas e aprovam penas maiores

    http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/11/deputados-redefinem-trafico-de-pessoas-e-aprovam-penas-maiores.html

    A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada na Câmara para investigar o tráfico de pessoas aprovou nesta terça-feira (5) um relatório parcial que amplia o conceito e as punições para pessoas envolvidas nesse tipo de delito. Atualmente, a pena para esse crime varia de 3 a 8 anos de prisão. Para se tornar lei, o projeto ainda passa pelo plenário da Câmara e pelo Senado.

    A proposta inclui no tipo penal o tráfico para trabalhos forçados, a guarda de crianças e adolescentes e a remoção de órgãos. A pena mínima passaria para 5 anos e a máxima permaneceria em 8 anos de reclusão para quem transportar, recrutar ou acolher pessoas nessas situações.

    Vários artigos do projeto de lei proposto buscam agravar a pena quando o crime for cometido por servidor público que teria o dever de fiscalizar a situação ou quando a vítima for criança ou adolescente.

    O tráfico de pessoas é caracterizado não só apenas quando ocorre por ameaça ou violência. Mesmo a vítima consentindo, a ação é considerada crime. Será levado em conta a situação de vulnerabilidade da pessoa ao consentir em ser levada e as promessas feitas a ela.

    Para facilitar a investigação criminal, foi fixado um prazo de 24 horas para as respostas às requisições feitas por delegados de polícia encarregados da apuração. Empresas de transporte e concessionárias de telefonia terão que guardar informações por cinco anos, e os provedores de internet, por um ano.

    saiba maisUm terço dos indiciados por tráfico de pessoas foram pegos na fronteiraMinistério e ONU lançam campanha contra o tráfico de pessoas

    Trabalho escravo e adoção
    No caso do trabalho análogo ao escravo, a proposta sugere mudanças no Código Penal para que a pena de reclusão aumente de no mínimo 2 para 4 anos, sendo que a pena máxima permaneceria em 8 anos.

    Também ficou especificado que esse trabalho não se dá apenas quando existem condições degradantes e jornada exaustiva. O trabalhador ainda pode estar sendo forçado a contrair dívidas com o empregador ou sendo impedido de rescindir o seu contrato de trabalho.

    A proposta ainda veda qualquer forma de intermediação por pessoa física nos processos de adoção internacional. A adoção, assim, deverá sempre passar pelo aval de órgãos do governo. O adotante residente em outro país terá que conviver com a criança no Brasil durante 45 dias antes da conclusão do processo. O período atual é de 30 dias.

    O relatório final da CPI, ainda em elaboração, deverá trazer análises de mais de 30 casos de tráfico acompanhados pela comissão, além de sugestões de procedimentos que a CPI fará a diversas instâncias do Poder Público.

     

     

  19. Projeto de regulamentação da profissão de prostituta parado

    [Sem esquecer que Pastor Eurico é do PSB]

    http://www.agenciadenoticias.uniceub.br/index.php/10/2013/projeto-de-regulamentacao-da-profissao-de-prostituta-enfrenta-resistencias-e-para-na-camara/

    Projeto de regulamentação da profissão de prostituta enfrenta resistências e para na Câmara

    Diferenciar o que é trabalho sexual de exploração criminosa. Eis o objetivo central do polêmico projeto de lei “Gabriela Leite” (PL-4211/2011), de autoria do deputado federal Jean Wyllys de regulamentar a profissão de prostituição. “Considera-se profissional do sexo toda pessoa maior de 18 anos e absolutamente capaz que voluntariamente presta serviços sexuais mediante remuneração”. É o que prevê o Art. 1º do projeto que ainda não tem data para votação. Se por um lado, pode atender às demandas das profissionais, por outro, ganhou resistência da bancada religiosa e de setores conservadores da sociedade. A Comissão de Direitos Humanos, por exemplo, rejeitou em junho o projeto com um parecer do deputado Pastor Eurico. “A suposta tolerância diante da prostituição não existe nessa ou em qualquer passagem do Novo Testamento”, escreveu o parlamentar esquecendo-se do fato que o Estado é laico. No mês passado, o presidente da Câmara decidiu criar uma comissão especial para dar um parecer ao projeto.

    pastor

    Pastor Eurico: resistência

     

    De acordo com Jean Wyllys, em entrevista para a Agência de Notícias UniCEUB, o objetivo da proposta é dar dignidade, condições mais seguras de trabalho e acesso às mesmas políticas públicas já disponíveis a outras categorias profissionais. “O Projeto de Lei regulamenta a prostituição para garantir os direitos das trabalhadoras sexuais e distinguir claramente na lei o trabalho sexual voluntário praticado por pessoas adultas da exploração sexual e o abuso sexual de crianças como atividade econômica”, declara Jean Wyllys.

    Segundo o deputado, o projeto prevê para as profissionais o direito de se organizar profissionalmente, de estarem protegidas por leis trabalhistas, livres de extorsão e exploração, ter acesso a programas de saúde e educação, entre vários outros direitos que já assistem a qualquer profissional de outras classes trabalhistas.

     Além disso, de acordo com Jean Wyllys, o projeto estabelece que as trabalhadoras sexuais tenham direito à aposentadoria especial de 25 anos e que as “casas de prostituição” são permitidas desde que não ocorra exploração sexual. “A legalização das casas de prostituição foi a principal reivindicação das prostitutas que se organizaram para elaborar e discutir o projeto. Ela é fundamental para tirar o trabalho delas da clandestinidade”, afirma.

     O deputado ressalta ainda a importância da regulamentação para a segurança das prostitutas. Para ele, as atividades tidas como ilegais pela legislação se desenvolvem sob o manto da corrupção policial e governamental. “Manter as casas de prostituição na ilegalidade é lucrativo para estas redes de corrupção e interessante para a prática de outros crimes, como exploração sexual e o próprio tráfico de pessoas”, declara o deputado.

     Sem recursos

    Apesar de nunca ter ouvido falar na proposta, a garota de programa que usa o nome fictício de Angel, confessa que a profissão não traz qualquer garantia de segurança. “Já passei por poucas e boas. Quando acontece de algum cliente não querer pagar pelo serviço ou me ameaçar, eu tenho que simplesmente ficar calada. Não tenho a quem recorrer”, afirma Angel. Segundo a garota a única medida a ser tomada é não fazer mais programa com esse tipo de cliente.

     Para a antropóloga e feminista Manuela Moraes, a possível aprovação do projeto de lei é um ganho para as mulheres que trabalham com a prostituição. “Sabemos que esse segmento é composto em sua maioria por mulheres, que nesse caso são ainda mais “invisibilizadas” e agredidas que o normal”, afirma. Segundo a antropóloga, com a regulamentação da profissão, uma mulher profissional do sexo poderá ser levada a sério quando for à polícia fazer uma denúncia de agressão. “Sabemos que muitas prostitutas são estupradas e nem sequer lhes é dada a oportunidade de denunciar o agressor. Se a vítima já é “culpabilizada” em outros casos, imagina nesse cenário”, esclarece.

     Preconceito social

     De acordo com o deputado Jean Wyllys, a sociedade é induzida a achar que deve manter a marginalização da atividade como uma forma de proteção para a comunidade. O que na visão dele é uma posição equivocadíssima, pois é útil apenas aos crimes. “Programas de distribuição de preservativos já foram vilões dos ‘defensores da moral e dos bons costumes’, como se a simples distribuição fosse incentivar as pessoas a fazerem sexo indistintamente. Hoje se vê os resultados positivos”, aponta.

     Segundo a antropóloga Manuela Moraes o sexo em si ainda é um tabu muito forte na sociedade cristã ocidental. E as prostitutas estão intimamente ligadas a esse tabu. “A sociedade subverte a ideia de que sexo é sujo e feio, de que as mulheres têm que ser comportadas e recatadas e não podem ou devem gostar de sexo”, aponta. Manuela ressalta que a discussão do projeto sobre mulheres que escolheram a prostituição como profissão e que prostituição e exploração sexual são duas coisas muito diferentes.

    Por Camila Muguruza – Agência de Notícias UniCEUB

  20. EUA avançam contra discriminação sexual no trabalho

    http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/eua-avancam-contra-discriminacao-sexual-no-trabalho

    EUA avançam contra discriminação sexual no trabalho

    O Senado dos Estados Unidos decidiu avançar na aprovação de uma lei que proíbe todo tipo de discriminação no trabalho em relação à orientação sexual

    Mark Wilson/Getty Images/AFP

     

    Prédio de escritórios do Senado dos EUA com a bandeira americana

     

    Senado dos EUA: proposta é a primeira legislação contra a discriminação no trabalho de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais na história dos EUA

     

    Washington – O Senado dos Estados Unidos decidiu nesta segunda-feira em avançar na aprovação de uma lei que proíbe todo tipo de discriminação no trabalho em relação à orientação sexual, uma medida que pode, no entanto, não contar com votos suficientes na Câmara dos Representantes.

     

    A proposta da Lei de Não Discriminação no Emprego (ENDA, sigla em inglês) é a primeira legislação contra a discriminação no trabalho de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais na história dos Estados Unidos.

    A votação para fazer avançar o projeto de lei contou com 61 votos a favor (sete deles republicanos) e garante que o texto será finalmente aprovado antes do final desta semana, para passar depois para os debates na Câmara, dominada pelos republicanos.

    O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, apressou-se hoje em dizer que não é a favor da nova legislação porque “aumentará os processos judiciais e vai custar empregos, especialmente nas pequenas empresas”.

    O presidente americano, Barack Obama, publicou no domingo um artigo de opinião pedindo que o Congresso aprovasse essa lei o mais rápido possível para que, assim como não é permitida a discriminação racial, também não se permita a segregação por orientação sexual.

    “Em muitos estados, uma pessoa ainda pode ser despedida de seu emprego simplesmente por ser lésbica, gay, bissexual ou transexual”, disse Obama em sua coluna, publicada no jornal online “The HuffingtonPost”.

    “É ofensivo, é errado e necessitamos acabar com isso porque, nos Estados Unidos, quem você é e quem você ama não deve ser motivo de demissão”, argumentou o presidente.

    Hoje, após conhecer o avanço da ENDA no Senado, Obama disse durante um ato com simpatizantes democratas em Washington que “pouco a pouco” começamos a perceber que “algo de bom senso começa a prevalecer” no Congresso, mas lembrou que a lei encontrará “resistência” na Câmara.

    O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, agradeceu em comunicado aos senadores que votaram pelo avanço da lei, pois defenderam “valores fundamentais” como a equidade e a igualdade.

     

  21. Integrante das Pussy Riot transferida para prisão na Sibéria

    [Liberdade de expressão ao estilo russo]

    http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/32242/integrante+das+pussy+riot+sera+transferida+para+prisao+na+siberia.shtml?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

    Integrante das Pussy Riot será transferida para prisão na Sibéria

    Segundo marido, ativista irá para campo de trabalho a mais de 4.000 quilômetros de MoscouNadezhda Tolokonnikova, uma das integrantes da banda Pussy Riot, está a caminho de um campo de trabalho na região de Krasnoïarsk, na Sibéria Oriental, na localidade de Nijni Ingach, a 4.400 quilômetros de Moscou. As informações foram anunciadas por seu marido, Pyotr Verzilov, via Twitter.

    Leia mais:
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    A jovem “foi exilada para o fundo da Sibéria. É uma punição pelo impacto de sua carta”, disse Verzilov, em referência às recentes denúncias feitas pela detenta sobre as más condições da prisão onde se encontrava. A ativista, que cumpre dois anos de prisão e fará 24 anos na quinta-feira (07/11), “vai festejar seu aniversário numa célula de isolamento numa parte qualquer de Krasnoïarsk”, lamentou o marido.

    Agência Efe (28/05)

    Nadezhda Tolokonnikova (à direita) foi transferida para um centro prisional na Sibéria

    Há duas semanas ninguém fora do sistema prisional russo sabia onde Nadezhda se encontrava. Na segunda-feira, e pelo terceiro dia seguido, amigos e familiares da ativista russa montaram piquete à porta da sede dos Serviços Prisionais de Moscou, para saber para onde ela foi transferida.
     

     

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    O marido convocou protestos desde sábado, depois de o órgão ter emitido um comunicado afirmando que Nadezhda não desapareceu, mas estava “em trânsito” para outro centro prisional.

    “Este é o modo como o sistema faz uma pessoa desaparecer sem deixar vestígios ao longo de semanas”, disse Verzilov ao site Buzzfeed. Ele disse estar convencido de que a decisão da transferência partiu de Moscou: “Querem cortar suas ligações com o mundo exterior”.

    Tolokonnikova estava detida na colônia prisional IK-47, em Mordóvia (445 km de Moscou), onde já chegou a fazer duas greves de fome alegando protestar contra maus-tratos. A transferência teria ocorrido em 21 de outubro, mas pela lei, os parentes podem ser comunicados até dez dias após a transferência ter ocorrido.

    Leia mais:
    Milhares protestam na Rússia por libertação de “presos políticos”

    Em agosto de 2012, as três integrantes da banda punk russa Pussy Riot foram consideradas culpadas por hooliganismo e incitação ao ódio religioso por terem realizado uma performance musical na Catedral do Cristo Salvador, em Moscou, onde criticaram a Igreja Ortodoxa russa e o presidente Vladimir Putin.

    Nadezhda foi condenada a dois anos de prisão, juntamente com Maria Aliokhina e Iekaterina Samutsevich. A última foi libertada por estar grávida.

    No último dia 19, numa carta enviada à sua advogada e que foi divulgada na internet, Nadezhda dizia temer pela sua vida: “Não sei o que os carrascos do sistema prisional da Mordóvia vão fazer comigo”. A advogada da cantora, Violetta Volkova, após a última visita que lhe fez, escreveu no seu blog que, “se Nadezhda fosse vista hoje na rua, não seria reconhecida”.
     

     

     

     

     

  22. Associação lança vídeo em apelo contra leis antigays russas

    http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2013/11/associacao-lanca-video-em-apelo-contra-leis-antigays-russas-para-sochi.html

    Associação lança vídeo em apelo contra leis antigays russas para Sochi

    Vídeo pede que COI se posicione contra legislação do país, que prevê punição a gays

    Vídeo faz apelo contra leis antigays da Rússia antes de Sochi (Reprodução / Youtube AllOutorg)

    A “All Out”, organização internacional que luta pela igualdade de direitos dos homossexuais, lançou um vídeo contra as leis antigays da Rússia. No clipe, uma patinadora, logo após vencer uma competição nos Jogos de Inverno de Sochi, vê sua amada na plateia. Mas, apesar da vontade de beijá-la e de imaginar a cena, a atleta se mantém imóvel por conta das proibições russas. No fim, o vídeo pergunta: “E se viver o seu sonho significasse viver uma mentira?”. Confira o vídeo.

    Um dos fundadores da associação, Andre Banks, ressaltou a importância da defesa dos direitos dos homossexuais durante os Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi.

    – As leis da Rússia não deixam claro se demonstrações públicas de afeto, ou declarações na televisão sobre o amor de um atleta, ou até mesmo se abraçar seu parceiro após uma medalha de ouro poderão resultar em penas ou deportação. (Vladimir) Putin (presidente da Rússia) diz que gays e lésbicas serão bem-vindos durante as Olimpíadas, mas ninguém se sentirá seguro e bem-vindo com essa lei – afirmou.

    Segundo Banks, o vídeo é um apelo para que o Comitê Olímpico Internacional se posicione a favor dos direitos de todos que forem a Sochi.

    – Este filme pede que o COI fale e se posicione a favor dos princípios olímpicos de não-discriminação, solicitando que as leis antigays sejam revogadas antes do início dos Jogos de Sochi – disse Banks.

  23. A direita brasileira desembarcando dos exageros neocon

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-que-esta-por-tras-dwww.diariodocentrodomundo.com.br/o-que-esta-por-tras-do-ataque-de-miriam-leitao-a-direita-hidrofoba-que-emburrece-o-pais/o-ataque-de-miriam-leitao-a-direita-hidrofoba-que-emburrece-o-pais/

    O que está por trás do ataque de Míriam Leitão à ‘direita hidrófoba’ que emburrece o país

    Paulo Nogueira

    Tinha já prometido a mim mesmo não falar mais num determinado blogueiro de extrema direita que, em poucos dias, foi transformado num minizoo por três mulheres. Uma o chamou de rottweiller, por latir, outra de pato, por fazer várias coisas e todas mal, e a terceira de burro, por razões fáceis de entender.

    Mas a repercussão alcançada sobretudo pela última delas – a que chamou o blogueiro de burro, Míriam Leitão — me obriga a voltar a ele. Porque se instalou uma perplexidade: o que está acontecendo na mídia corporativa e conservadora? Por que a dissonância recente depois de tanta concordância?

    O marco zero, para mim, foi um artigo em que Noblat bateu forte em Joaquim Barbosa, tratado como semideus pela mídia. Aquilo não estava no roteiro, não em Noblat, não no Globo.

    Notei. E especulei, na época, que poderia estar havendo um cansaço nos colunistas que, para encurtar, são pagos para defender os interesses e privilégios de seus patrões.

    Mesmo os melhores salários são insuficientes quando você olha o espelho pela manhã e se diz: lá vou eu contribuir, como faço todos os dias, por um país tão iníquo quanto este.

    E existe também a questão da posteridade. Carlos Lacerda fez o mesmo em seu tempo: hoje é amplamente desprezado pela história como um canalha que usou o jornalismo para defender os poderosos.

    Ninguém quer ser tido pela posteridade como um canalha, um vendido, um homem vil como Carlos Lacerda.

    Que os bilionários donos de empresas de mídia se batam fervorosamente pelas mamatas – benesses estatais — que os fizeram acumular fortunas fabulosas é compreensível. Mas que jornalistas assalariados os ajudem nisso, em detrimento da sociedade, dos pobres, dos favelados, isso é outra questão.

    Chega uma momento em que você explode.

    É dentro desse contexto que entendo Suzana Singer qualificar certo novo colunista como ‘rottweiler’. Ela não aguentou. Jorrou dela, no instinto e não na razão, a coluna revoltada não contra o colunista, mas contra o jornal que o convidou.

    Tenho para mim que este tipo de coisa vai acontecer cada vez mais: revoltas nas redações explosivas, súbitas contra empresas jornalísticas que, como a Folha de Singer, radicalizaram sua luta por privilégios e contra um Brasil socialmente justo.

    Também Míriam Leitão escreveu com o instinto, mas com seus cuidados habituais de boa funcionária da Globo. Falou na “direita hidrófoba” representada por certo colunista, mas não citou expoentes desse grupo dentro da Globo, como Jabor. Falou em Rodrigo Constantino, mas para este ninguém liga, dada sua irrelevância.

    É divertido ler, em retrospectiva, um catatau em que o alvo de Míriam Leitão a atacava. Nele, era cobrado dela que se desculpasse ao senador Demóstenes Torres, que ela chamara de ‘famoso sem noção’. Ela é tratada como vigarista, mentirosa, falaciosa,  e recebe patéticas lições de economia sobre a questão cambial — tudo isso na defesa de Demóstenes.

    Veja aqui quem quiser.

    Há, também, uma outra lógica no ataque aos hidrófobos. Eles atrapalham a causa pela qual atabalhoadamente se batem. Não conquistam adeptos, mas afastam as pessoas que não são fundamentalistas como eles mesmos.

    O certo polemista tratado como burro, pato e rottweiler: que eleição ele ganhou desde que apareceu, já na meia idade, para o jornalismo hidrófobo graças à radicalização da Veja?

    Me parece que Míriam Leitão está sugerindo ao PSDB que se afaste dos hidrófobos de direita. Serra, por exemplo, é amplamente associado ao blogueiro-zoológico, e tão rejeitado na política como ele é entre os jornalistas de verdade.

    Nisso, e pelo menos nisso, Míriam Leitão está certa: ou o PSDB se afasta dos hidrófobos, e sai da direita vociferante rumo ao centro em que surgiu, ou os hidrófobos acabam com o PSDB.

  24. Milhares de nacionalistas russos protestam contra imigração

    http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/11/milhares-de-nacionalistas-russos-protestam-contra-imigracao.html

    Milhares de nacionalistas russos protestam contra imigração

    Segundo autoridades, várias pessoas foram presas.
    Analistas e críticos do Kremlin acusam Putin de promover nacionalismo.

    Manifestantes protestam nas ruas contra a presença de imigrantes na Rússia nesta segunda-feira (4) (Foto: Olga Maltseva/ AFP)Manifestantes protestam nas ruas contra a presença de imigrantes na Rússia nesta segunda-feira (4) (Foto: Olga Maltseva/ AFP)

    Cerca de 10 mil ultranacionalistas russos protestaram nesta segunda-feira (4), em Moscou, contra a presença de imigrantes das ex-repúblicas soviéticas no país, o que resultou na prisão de dezenas de pessoas.

    As autoridades moscovitas indicaram ter prendido cerca de 30 jovens que fizeram a saudação nazista e quebraram vidros de automóveis.

    “Por que há estrangeiros em nossas cidades? Esta é a nossa casa”, afirmou uma jovem manifestante.

    Analistas e críticos do Kremlin acusam o presidente russo Vladimir Putin de promover o nacionalismo na Rússia com o objetivo de consolidar sua autoridade.

    O chefe do movimento “Os Russos”, o ultranacionalista Dmitri Demuchkin, figurava entre os manifestantes que exibiam cartazes com dizeres como “Hoje uma mesquita, amanhã a jihad”.

    Esta manifestação aconteceu três semanas depois dos violentos protestos anti-imigrantes ocorridos depois da morte de um jovem russo assassinado por um azeri em Biriulevo, bairro do sul da capital.

     

  25. Pais adotivos poderão ter salário-maternidade de 120 dias

    http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2013/10/pais-adotivos-poderao-ter-salario-maternidade-de-120-dias

    Medida também vale para casais adotantes do mesmo sexo

    Nesta sexta-feira (25), a presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 12.873  que garante salário-maternidade de 120 dias para o segurado ou segurada da Previdência Social que adotar um filho, independente da idade da criança. A nova regra também equipara homem e mulher no direito ao benefício em caso de adoção. Por exemplo, se em um casal, a mulher adotante não é segurada da Previdência Social, mas o marido é, ele pode requerer o benefício e ter o direito ao salário-maternidade reconhecido pela Previdência Social. A mesma regra vale para casais adotantes do mesmo sexo.

    A Lei também estende para o cônjuge ou companheiro o pagamento do salário-maternidade no caso de falecimento da segurada ou segurado. Até então, com a morte do segurado o pagamento do salário-maternidade era cessado e não podia ser transferido. Com a transferência, o pagamento do benefício ocorrerá durante todo o período ou pelo tempo restante ao qual teria direito o segurado que morreu.

    No entanto, para que o cônjuge tenha direito a receber o benefício ele deverá ser segurado da Previdência Social. O salário-maternidade percebido será calculado novamente de acordo com a remuneração integral – no caso de segurado e trabalhador avulso – ou com o último salário-de-contribuição, para o empregado doméstico.

    Para garantir o direito de receber o salário-maternidade após o falecimento do segurado (a) que fazia jus ao benefício, o cônjuge ou companheiro deverá requerer o benefício até o último dia do prazo previsto para o término do salário-maternidade originário.

    Segurados especiais

    A nova lei contempla, ainda, os segurados especiais que trabalham no campo. A partir de agora, esta categoria pode participar de sociedade empresária ou ser empresário individual sem perder a qualidade de segurado especial. Contudo, a pessoa jurídica deve ser de objeto ou de âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, e o segurado ainda deve manter o exercício da sua atividade rural.

    Outra limitação especificada na lei – feita para garantir a economia da região – é que a empresa deverá ter em sua composição apenas segurados especiais. A sede do estabelecimento terá que ser na sede do mesmo município onde trabalham os trabalhadores rurais ou em cidades vizinhas.

    Mesmo sem participar de pessoa jurídica, o segurado especial pode contratar empregados para ajudar no trabalho do campo. Antes dessa publicação, a contratação só poderia ser feita em períodos de safra. Nesse caso, as informações relacionadas ao registro de trabalhadores era feita via GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de informações à Previdência Social).

    Agora, a contratação pode ser feita a qualquer tempo e as informações dos empregados contratados serão computadas em sistema eletrônico com entrada única de dados de informações relacionadas aos ministérios da Previdência Social, Trabalho e Emprego e da Fazenda. A nova regra simplificou o processo de registro de trabalhadores, unificando informações previdenciárias, trabalhistas e tributárias em um único sistema.

    A Lei nº 12.873 altera, além de outras normas, dispositivos das leis 8.212/91 e 8.213/91 que regulamenta a organização da Seguridade Social.

     

  26. “Rebeldes” sírios: entre a Al-Qaeda e Washington

    “Rebeldes” sírios: entre a Al-Qaeda e Washington

    Por Pepe Escobar– on 01/10/2013Categorias: Geopolítica, Mundo, Posts 131001-AlNusra

    “Rebeldes” da Al-Nusra: por desejarem Síria talibanizada, eles voltam-se agora contra antigos aliados, que acusam de “desejarem a democracia”

    Depois de apoiar “oposição”, Washington perde controle sobre ela. Agora, quem dá cartas são gangues ultra-fundamentalistas, bem armadas e financiadas pela Arábia Saudita

    Por Pepe Escobar, Asia Times Online | Tradução Vila Vudu 

    Se ainda faltasse alguma prova extra para destroçar o mito de uma luta “revolucionária” para alguma futura Síria “democrática”, as manchetes da semana acabaram com qualquer dúvida remanescente.

    Onze, treze ou catorze brigadas “rebeldes” (o número varia conforme a fonte) já fizeram descarrilar o tal Conselho Nacional Sírio, dito “moderado” e mantido pelos EUA, e o nada livre Exército Sírio Livre. Os líderes do bando “rebelde” são os jihadistas tresloucados da Frente al-Nusra – mas o bando inclui outras podridões, como as brigadas Tawhid e Tajammu Fastaqim Kama Ummirat em Aleppo, algumas imundícies das quais eram, até recentemente, parte do Exército Sírio Livre, já em pleno colapso.

    Na prática, os jihadis ordenaram que a miríade de “moderados” se submetesse, que se “unificasse num quadro claramente islamista” e que jurasse fidelidade a uma Síria futura na qual a lei da sharia seja “a fonte única da legislação”.

    Um certo Ayman al-Zawahiri deve estar em festa, dançando em seu esconderijo confortável, à prova de drones, em algum ponto dos Waziristões. Não só porque sua conclamação para uma jihad multinacional – à moda do Afeganistão nos anos 1980s – está funcionando; também porque o Conselho Nacional Sírio, comandado pelos EUA, já está exposto como o roedor desdentado que de fato é.

    E os fatos em campo só fazem comprovar exatamente isso. O Estado Islâmico do Iraque e do Levante, promovido pela al-Qaeda, acaba de tomar uma cidade próxima do ponto de passagem de Bab al-Salam, na fronteira com a Turquia, que estava sob controle do Exército Sírio Livre, porque o Exército Sírio Livre foi acusado de lutar por “democracia” e de manter laços com o Ocidente. Errado. O Exército Sírio Livre deseja esses laços com o ocidente, sim; mas sob regime controlado pela Fraternidade Muçulmana. E o Estado Islâmico do Iraque e do Levante – do qual a Frente al-Nusra é o principal membro sírio – deseja um Siriastão talibanizado.

    As gangues de jihadis linha duríssima na Síria somam cerca de 10 mil jihadistas; mas correspondem a cerca de 90% dos combates pesados, porque são os únicos com real experiência de combate (incluindo iraquianos que combateram contra norte-americanos, e chechenos que combateram contra russos).

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    Paralelamente, e não por acaso, desde que o príncipe Bandar bin Sultan, codinome Bandar Bush, foi nomeado pelo rei saudita Abdullah para comandar a jihad síria, com instruções para não deixar nem levar prisioneiros vivos, o Conselho Nacional Sírio, dito “moderado” e aliado da Fraternidade Muçulmana do Qatar, passou a ser cada dia mais deixado de lado.

    Whasington arma e treina oposição "rebelde" Exército Sírio Livre

    Whasington arma e treina Exército Sírio Livre

    Cortem a cabeça desses ‘pacifistas’ 

    E, em matéria de descarrilamento catastrófico, nada se compara à desculpa do governo Obama para uma “estratégia”, a qual, teoricamente, se resume a armar e treinar extensivamente o elo mais fraco – gangues selecionadas do Exército Sírio Livre infiltradas por agentes da CIA – e que “impediriam” que as armas caíssem em mãos de jihadistas. Como se a CIA tivesse inteligência local confiável sobre as fontes do Golfo que garantem dinheiro e apoio logístico aos milhares de jihadistas .

    O Conselho Nacional Sírio, o Exército Sírio Livre e o chamado “Comando Militar Supremo” (de exilados) comandado pelo grandiloquente general Salim Idriss já não passam, hoje, de piada.

    A coisa toda aconteceu enquanto o presidente da Coalizão de Oposição Síria Ahmed Asi Al-Jerba, estava na Assembleia Geral da ONU em New York – onde se encontrou com o secretário de Estado John Kerry. Kerry não falou sobre armas, mas sobre mais “ajuda” e futuras negociações na perenemente adiada Conferência Genebra-2. Al-Jerba ficou furioso. E, para piorar, várias das gangues do seu Exército Sírio Livre declaradamente bandearam-se para a al-Qaeda.

    Por que? Sigam o dinheiro. É assim que funciona. Pelo menos metade das “brigadas” do Exército Sírio Livre são mercenários – financiados do exterior. Lutam onde os patrões – que lhes pagam e lhes fornecem armas – mandam lutar. O “Comando Supremo” controla, no máximo, 20% das brigadas. E essa gente sequer vive na Síria; têm bases do lado turco ou jordaniano da fronteira.

    Em contrapartida, os jihadis mercenários combatem em tempo integral. Eles são a efetiva força combatente, recebem salários em dia e suas famílias são protegidas e mantidas.

    Assim sendo, trata-se hoje de guerra entre o Exército Sírio Árabe e um bando de jihadistas. Claro: nada disso será jamais bem explicado pela imprensa à opinião pública ocidental.

    Imaginem, então, se esses degoladores, comedores de fígados, fãs da sharia, teriam algum desejo de aparecer na conferência Genebra-2 para negociar um cessar-fogo com o governo sírio e um possível acordo de paz com o eixo OTAN-Casa de Saud. Evidentemente, nunca acontecerá – como Bandar Bush deixou bem claro, pessoalmente, em Moscou, para o presidente Vladimir Putin.

    O pior, do ponto de vista de Washington, é que não há como explicar por que não pode acontecer nenhuma negociação significativa. Até os mais descerebrados infiéis que habitam os círculos do poder em Washington já viram que há conexão direta entre todos as hordas de “rebeldes”, e também, é claro, com os “rebeldes” sírios que abraçaram a al-Qaeda imediatamente depois que o grupo al-Shabaab atacou o shopping center Westgate em Nairobi.

    Nem é preciso dizer que Bagdá entrou em surto, ante esses desenvolvimentos. O Estado Islâmico do Iraque e do Levante já aumentou os atentados com carros-bomba e homens-bomba no próprio Iraque – porque o governo de al-Maliki, “apóstata” xiita, é alvo tão preferencial quanto o governo do secular Bashar al-Assad.

    Quase nem acredito que há apenas cinco meses, eu mesmo escrevi sobre o advento do Emirado Islâmico do Siriastão [1]. Agora já está bem claro que e como o “invisível” al-Zawahiri e o esperto Bandar Bush se apropriaram da “estratégia” de Washington para chegar, realmente, onde querem chegar.

     

    http://outraspalavras.net/posts/rebeldes-sirios-a-al-qaeda-e-washington/

    1. Expansão

      Nem é preciso dizer que Bagdá entrou em surto, ante esses desenvolvimentos. O Estado Islâmico do Iraque e do Levante já aumentou os atentados com carros-bomba e homens-bomba no próprio Iraque – porque o governo de al-Maliki, “apóstata” xiita, é alvo tão preferencial quanto o governo do secular Bashar al-Assad.

      O próximo alvo será a Turquia, inimiga democrática. 

  27. SP: governo lança campanha virtual no metrô sobre homofobia

    http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/sp-governo-lanca-campanha-virtual-no-metro-sobre-homofobia,80033be6ce922410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html

    Para celebrar os 12 anos da lei estadual que pune a discriminação homofóbica no Estado de São Paulo, a Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual, da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, lança uma campanha para informar a sociedade sobre os direitos da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. A vinheta será exibida a partir do dia 6 de novembro na TV Minuto dos trens do Metrô.

    Além de divulgar a lei, a vinheta traz mensagens, esclarecendo a população que a diversidade sexual precisa ser tratada com respeito e dignidade, e um endereço eletrônico, onde as pessoas poderão fazer denúncias de discriminação. Em algumas estações do Metrô foram afixados cartazes sobre o tema.

    “O Metrô é um meio de transporte muito usado por todos, por isso consideramos que a veiculação do vídeo que visa combater à homofobia é uma boa ação de visibilidade e de divulgação da lei, pois essa é uma demanda antiga da sociedade civil”, disse Heloisa Gama, coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual da Secretaria da Justiça.

    Combate à homofobia

    O Estado de São Paulo foi o primeiro a ter a Lei Estadual 10.948/01, que pune administrativamente crimes por orientação sexual ou identidade de gênero. No período de 2002 a 2013, a Comissão Processante Especial da Secretaria da Justiça instaurou 291 processos administrativos com base na Lei.

    Para ampliar a rede de denúncias de discriminação, o governo do Estado de São Paulo lançou, em 2012, o programa São Paulo contra a Homofobia. A iniciativa proporcionou parcerias com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) e com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

    O Estado também firmou parceria com a Procuradoria Geral do Estado (PGE) para que os trâmites dos processos sejam realizados através das procuradorias regionais. Com isso, as vítimas das cidades do interior não precisam mais se deslocar para a capital para prestar depoimentos. 

  28. As esferas do preconceito

    http://nadaalemdeverdades.blogspot.com.br/2013/11/as-esferas-do-preconceito.html

    Rodrigo Oliveira

    Um dos grandes problemas que se colocam diante da compreensão dos preconceitos é uma errônea imagem de hierarquias. É como se um preconceito fosse mais ou menos importante do que outros. Isso se aplica a grupos, gêneros e etnias. Podemos dizer que alguém sofre mais do que outros? Acho que não. Uma pessoa que sofre discriminação por ser mulher se sentirá tão mal como aquela que sofreu pela cor de sua pele ou pela sua orientação sexual. Só quem sofre na carne o preconceito pode avaliar. E eu duvido que quem sofreu uma violência discriminatória vai pensar: “eu fui discriminado, mas poderia ser pior se eu fosse agredido como tal grupo”. Posso estar errado, não me apresentarei como dono da verdade. Acredito que existam “esferas do preconceito”. Claro que isso é uma leitura “academicista”, mas não tenho como escapar, como historiador sou um “cientista humano” e acabo sempre fazendo classificações para uma melhor compreensão. As “esferas” estão vinculadas ao tempo de origem da discriminação. Em nossa sociedade atual vejo vários preconceitos, mas em esferas diferentes devido a extensão no tempo em que estão em nossa sociedade.O preconceito contra a mulher é o mais antigo. Por milênios o gênero feminino sofre sob o jugo do ethos masculino. A violência contra as mulheres em todas as sociedades chega ao patamar de pandemia. No Brasil, circula a informação de que a cada doze segundos uma mulher sofre violência física e/ou sexual no país. As agressões contra as mulheres estão disseminadas. Isso se reflete em todas as classes sociais, nações, regiões. A lógica da violência se tornou de tal forma que ela passa quase que despercebida. Mas ela está sempre ali. A mulher não apanha na rua por ser identificada como mulher, mas ela pode apanhar exatamente por algum homem compreender que a sua “honra masculina” foi ferida. E o pior é que muitos acham isso normal. A questão étnica é uma coisa interessantíssima nesse quesito. Cada vez mais se percebe que a violência física tem diminuído contra certos grupos étnicos. Hoje em dia raramente observamos que negros sejam agredidos na rua pelo fato de serem negros. Acontece, mas em menor intensidade. No entanto, ainda são discriminados de várias formas: na disputa de um emprego, na indicação para determinada atividade, para o papel em uma novela (se quase 50% da população no Brasil é afrodescendente, por que os negros aparecem tão pouco nas novelas e programas de televisão?), em uma barreira policial, etc. Não esqueçamos que os negros são 50% da população brasileira e representem 70% das vítimas de assassinatos no país. Ou seja, o preconceito contra negro no Brasil já está mais enraizado. Agora, quando falamos em preconceito contra os homossexuais a questão é um pouco diferente. É um preconceito dentro da sociedade atual considerado novo. Em realidade dentro lógica judaico-cristã de nossa sociedade, a sexualidade sempre foi vista como pecaminosa e nesse “quesito” a homossexualidade teve e ainda tem um papel de destaque. Durante séculos de perseguição e discriminação os homossexuais foram obrigados a esconder-se do mundo ou reprimir a sua sexualidade, devido ao ostracismo social e violências físicas. Era quase como um “status quo” da discriminação homofóbica. Mas a sociedade evoluiu e nas últimas décadas paulatinamente foi se ampliando o princípio ao respeito às diferenças. Com isso, a sociedade passou a ter uma tolerância maior com as formas de sexualidade diversas do “heterossexualismo” dominante. Essa tolerância social, em contrapartida, entra em choque com a evolução cultural, que como nos ensinou Bloch, Febvre e outros, é de mudança mais lenta. Então nos dias de hoje homossexuais são agredidos nas ruas, diante de uma incompreensão cultural acrescido de uma acusação informal de “transgressão de gênero”. Ou seja, quando eram discriminados e perseguidos e não buscavam os seus direitos ao respeito e igualdade perante a lei, o preconceito ficava apenas latente e/ou escondido no subterrâneo social. Agora a homofobia surge com explosões de raiva e defesas desesperadas da “heterossexualidade” (como se um heterossexual pudesse ser transformado “na marra” em homossexual, por algum gay passar dez metros dele…). Antigamente (na época de Cristo), uma mulher que ousasse querer ter uma vida independente poderia ser apedrejada até a morte, por romper um padrão cultural arraigado. Até bem pouco tempo atrás, um negro poderia ser agredido por sentar no banco de um transporte coletivo. Hoje, o “discriminado da vez” pelo conservadorismo esquizofrênico são os homossexuais. Então há esferas de preconceito. Ou seja, os preconceitos mais novos são agredidos de forma mais radical, e com o passar do tempo, quando são mais “aceitos” se tornam mais “brandos” em eclosão de raiva, mas se tornam mais perenes e “ignorados” pela sociedade: a mulher não apanha por ser mulher e sim por algum homem se achar no direito de agredir por sentir sua masculinidade ferida (e assim dissemina a pandemia da violência contra a mulher). Um negro não é mais agredido por entrar numa mesma fila de um branco, mas ele sofre a violência de ver as melhores condições ser destinadas aos brancos (e isso ser encarado socialmente como normal). Como vai “evoluir” o preconceito contra os homossexuais não há como prever. No entanto, devemos nos opor a todos os tipos de preconceitos. Precisamos combater com unhas e dentes, pois preconceitos apenas nos diminuem enquanto seres humanos. Talvez um dia possamos viver em um mundo sem esferas de preconceitos. Sei que é utópico, mas vale a pena sonhar e lutar por isso…

     

  29. Após polêmica, Barilla lança ações de diversidade e inclusão

    http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2013/11/apos-polemica-com-gays-barilla-lanca-acao-de-diversidade-e-inclusao.html

    Após polêmica com gays, Barilla lança ações de diversidade e inclusão

    Entre medidas está a criação de um escritório de ‘diversidade global’.
    Presidente disse que não usaria gay em anúncio e depois pediu desculpas.

    Após virar alvo de grupos ativistas homossexuais por conta de declarações de que não usaria casais gays em propagandas da marca, a Barilla anunciou nesta segunda-feira (4) uma iniciativa de “liderança em diversidade e inclusão”.

    De acordo com comunicado divulgado pela empresa, os passos do programa incluem a criação de um conselho de “novas diversidades e inclusão” e um escritório de “diversidade global” e a participação em índice de direitos humanos e igualdade.

    “Comprometendo-se a construir uma diretriz corporativa com a diversidade, o grupo Barilla anuncia medidas para estabelecer uma posição de liderança mundial mais ativa na diversidade, inclusão e responsabilidade social”, diz o comunicado da empresa.

    A polêmica começou após o presidente do grupo, Guido Barilla, afirmar em entrevista a uma rádio italiana que “nunca faria um anúncio com uma família homossexual”. Ele disse ainda que a marca tem o conceito de família tradicional e “se os gays não gostam (da decisão) eles podem ir comer outra marca”.

    O conselho recém criado será composto por advogados que irão ajudar a marca a estabelecer metas estratégicas para melhorar a “diversidade e igualdade na força de trabalho e cultura da empresa no que diz respeito à orientação sexual, equilíbrio de gênero, direitos de pessoas com deficiência e questões multiculturais”, diz o texto.

    Entre as pessoas que atuarão no conselho está David Mixner, líder global da comunidade GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) e Alex Zanardi, um atleta paraolímpico.

    A Barilla também disse que lançará um concurso on-line global em 2014 destinado a envolver as pessoas sobre a diversidade, inclusão e igualdade. Os participantes serão convidados a criar vídeos curtos que serão julgados por especialistas.

    Desculpas
    Após a repercussão com a declaração de Guido Barilla, a empresa pediu desculpas e o executivo e chegou a divulgar um vídeo na página da Barilla no Facebook se desculpando pela declaração.

    No comunicado na página na Barilla, a empresa pediu desculpas “a todos os nossos amigos, família, funcionários e parceiros que temos magoado ou ofendido”.

    Na época da polêmica, a marca publicou na página de abertura da versão brasileira do seu site um comunicado com pedido de desculpas, no qual afirmou reconhecer e promover a diversidade.

    “Valorizamos e respeitamos as famílias com diferentes estruturas. Conforme nossa estratégia empresarial, promovemos a diversidade. Diversidade de todos os tipos é um dos claros objetivos que a empresa se propõe”, dizia o texto.

  30. Poll: 67% of Americans believe marriage equality is inevitable

    http://www.pinknews.co.uk/2013/10/25/poll-67-of-americans-believe-marriage-equality-is-inevitable-everywhere-in-us/

    Poll: 67% of Americans believe marriage equality is ‘inevitable everywhere in US’

    Figures in a new Harris Poll show how the recognition of same-sex marriages in the US has led to significant changes in public attitudes.

    67% of all Americans surveyed, regardless of their feelings of approval or disapproval, believe that marriage equality is “inevitable everywhere in the US”, according to the poll commissioned by Out & Equal Workplace Advocates.

    More than a third (35%) of heterosexual adults consider themselves to be an ally of LGBT people, compared to a quarter (27%) who declared so two years ago.

    The research also shows transgender Americans remain especially at risk of workplace discrimination, yet increased visibility can lead to more respect and acceptance.

    Nearly 8 out of 10 (77%) of heterosexual adults agree that how an employee performs in their job should be the standard for judging an employee, not whether or not they are transgender, compared to 67% of heterosexual adults tested in 2007.

    Nearly half (49%) of gay and lesbian adults surveyed would consider changing jobs if their employer required them to transfer to a state where same-sex marriages were not recognised, compared to just 30% last year.

    Also, eight out of ten (79%) gay and lesbian adults would prefer a job with an employer in a state where same-sex marriages are recognised over an employer in a state that does not recognise marriage equality.

     

  31. Há cem anos, Hitler, Stalin, Freud e Trotsky eram vizinhos

    Centro de Viena em 1913 | Foto: AFP

    Há cem anos, Viena seria o ponto de encontro de personalidades-chave do século 20

    Cem anos atrás, a região de Viena, então capital do Império Austro-Húngaro, serviu de casa para cinco homens que viriam a ter papéis determinantes no século 20: Adolf Hitler, Leon Trotsky, Joseph Tito, Sigmund Freud e Joseph Stalin.

    Em janeiro de 1913, um homem cujo passaporte trazia o nome Stavros Papadopoulos desembarcou de um trem vindo da Cracóvia, na Polônia, com um bigode típico dos camponeses e uma mala de madeira, muito simples.

    “Eu estava sentado à mesa quando a porta se abriu com uma batida e um homem desconhecido entrou. Ele era baixo, magro, sua pele, escura, coberta por pequenas marcas e cicatrizes… não vi nada em seus olhos que se assemelhasse a simpatia”, relembrou, muitos anos depois, o homem que Papadoulos tinha vindo encontrar na cidade.

    Mas a real identidade do forasteiro era outra. Nascido Iosif Vissarionovich Dzhugashvili, o homem recém-chegado à Viena era, na verdade, Joseph Stalin, também conhecido pelos amigos como Koba.

    E seu anfitrião, um intelectual dissidente russo, então editor do jornal radical Pravda (A Verdade), chamava-se Leon Trotsky.

    Disparidades

    Obviamente, nem todos os “quase vizinhos” que viriam a moldar grande parte do século 20 nos anos que se seguiram dividiam as mesmas visões de mundo, e nem todos estavam no mesmo momento de vida.

    Stalin e Trotsky, por exemplo, estavam fugindo da Rússia.

    Café Landtmann em Viena | Foto: AFP

    Favorito de Sigmund Freud, Café Landtmann ainda está em operação em Viena

    Já o psicanalista Sigmund Freud vivia um momento de exaltação por, de acordo com seus seguidores, abrir os segredos da mente, e estava bem estabelecido na rua Berggasse, onde morava e atendia seus pacientes.

    O jovem Josip Broz Tito, que mais tarde viria a ser conhecido como o marechal Tito, líder sangrento da Iugoslávia, trabalhava na fábrica de automóveis Daimler, em Wiener Neustadt, um vilarejo ao sul de Viena, e procurava emprego, dinheiro e diversão.

    E havia ainda um jovem de 24 anos do noroeste da Áustria cujos sonhos de estudar pintura na Academia de Belas Artes de Viena haviam sido destruídos duas vezes e que agora vivia numa pensão na rua Meldermannstrasse, próximo ao Danúbio.

    Frustrado, o austríaco que viria a transformar a história de maneira terrível se chamava Adolf Hitler.

    E reinando sobre todos eles, no Palácio Hofburg estava o já envelhecido imperador Franz Joseph, que detinha o trono austro-húngaro desde o ano das grandes revoluções, 1848.

    O arquiduque Franz Ferdinand, designado como seu sucessor, morava no Palácio Belvedere, nas proximidades, e aguardava com ansiedade o momento de tomar o poder. Seu assassinato, em 1914, seria o estopim da Primeira Guerra Mundial.

    Império e diversidade

    A Viena de 1913 era a capital do Império Austro-Húngaro, que consistia em 15 nações e mais de 50 milhões de habitantes.

    Mapa Viena 1913-1914 | Foto: BBC

    “Embora não fosse exatamente um caldeirão de diversidade, Viena tinha seu próprio tipo de charme cultural, atraindo os mais ambiciosos de todas as partes do império. Menos de metade dos dois milhões de habitantes da cidade eram nativos e cerca de um quarto vinha da Boêmia (região no oeste da República Tcheca) e da Morávia (no leste do mesmo país), então o tcheco era falado ao lado do alemão em muitas ocasiões”, explica Dardis McNamee, editora-chefe do “Vienna Review”, único periódico mensal em inglês da Áustria, e moradora da cidade há 17 anos.

    Ela acrescenta que, na época, os súditos austro-húngaros pertenciam a um império onde 12 línguas diferentes eram faladas.

    “Oficiais do Exército Austro-Húngaro tinham que estar aptos a dar ordens em 11 línguas além do alemão, e cada uma tinha sua própria versão do hino nacional”, diz.

    Cafés e dissidentes

    Além disso, outras características tornavam a cidade atraente, entre elas o tipo de governo e os famosos cafés, onde intelectuais de várias origens se encontravam e mantinham calorosos debates.

    “A comunidade intelectual vienense era na verdade razoavelmente pequena e todos se conheciam, o que tornava possível um intercâmbio através das fronteiras culturais”, explica Charles Emmerson, autor de 1913: Em Busca do Mundo Antes da Grande Guerra, que também atua como pesquisador sênior no instituto de política externa Chatam House, na Grã-Bretanha.

    “Não havia um Estado central muito forte. Ele era na verdade um pouco displicente. Se você quisesse encontrar um lugar para se esconder na Europa onde pudesse conhecer muitas outras pessoas interessantes, Viena era o lugar para se estar”, diz.

    Embora todos frequentassem os cafés da cidade e tivessem seus favoritos, ninguém sabe se Hitler esbarrou em Trotsky ou se Tito conheceu Stalin. Mas obras como “Dr. Freud está pronto para recebê-lo agora, senhor Hitler”, uma radionovela de 2007 escrita por Laurence Marks e Maurice Gran, dão uma amostra de como esses encontros poderiam ter se desenrolado.

    O que se sabe, de fato, é que a guerra que emergiu no ano seguinte destruiu muito da vida intelectual de Viena, levando à implosão do império anos mais tarde, em 1918, e dando a Hitler, Stalin, Trotsky e Tito papéis cruciais na História.

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/04/130418_austria_1913_personalidades_historicas_jp.shtml

  32. Almeidinha: “Direitos humanos para humanos direitos”

    Este é o lema do Almeidinha, um brasileiro médio, humano direito, para quem a “crise de segurança” é só papo de intelectual

    peter-griffin

    O Almeidinha, ativista virtual e cidadão de bem

     

    Almeidinha era o sujeito inventado pelos amigos de faculdade para personalizar tudo o que não queríamos nos transformar ao longo dos anos. A projeção era a de um cidadão médio: resmungão em casa, satisfeito com o emprego na “firma” e à espera da aposentadoria para poder tomar banho, colocar pijama às quatro da tarde, assistir ao Datena e reclamar da janta preparada pela esposa. O Almeidinha é aquele sujeito capaz de rir de qualquer piada de português, negro, gay e loira. Que guarda revistas pornográficas no armário, baba nas pernas da vizinha desquitada (é assim que ele fala) mas implica quando a filha coloca um vestido mais curto. Que não perde a chance de dizer o quanto a esposa (ele chama de “patroa”) engordou desde o casamento.

    O Almeidinha, para nosso espanto, está hoje em toda parte. Multiplicou-se em proporção geométrica e, com os anos, se modernizou. O sujeito que montava no carro no fim de semana e levava a família para ir ao jardim zoológico dar pipoca aos macacos (apesar das placas de proibição) sucumbiu ao sinal dos tempos e aderiu à internet. Virou um militante das correntes de e-mail com alertas sobre o perigo comunista, as contas no exterior do ex-presidente, os planos do Congresso para acabar com o 13º salário. Depois foi para o Orkut. Depois para o Facebook. Ali encontrou os amigos da firma que todos os dias o lembram dos perigos de se viver num mundo sem valores familiares. O Almeidinha presta serviços humanitários ao compartilhar alarmes sobre privacidade na rede, homenagens a pessoas doentes e fotos de crianças deformadas. O Almeidinha também distribui bons dias aos amigos com piadas sobre o Verdão (“estude para o vestibular porque vai cair…hihihii”) e mensagens motivacionais. A favorita é aquela sobre amar as pessoas como se não houvesse amanhã, que ele jura ser do Cazuza mas chegou a ele como Caio Fernandes (sic) Abreu.

    O Almeidinha gosta também de se posicionar sobre os assuntos que causam comoção. Para ele, a atual onda de violência em São Paulo só acontece porque os pobres, para ele potenciais criminosos (seja assassino ou ladrão de galinha) têm direitos demais. O Almeidinha tem um lema: “Direitos Humanos para Humanos Direitos”. Aliás, é ouvir essa expressão, que ele não sabe definir muito bem, e o Almeidinha boa praça e inofensivo da vizinhança se transforma. “Lógica da criminalidade”, “superlotação de presídios”, “sindicato do crime”, “enfrentamento”, “uso excessivo da força”, para ele, é conversa de intelectual. E se tem uma coisa que o Almeidinha detesta mais que o Lula ou o Mano Menezes (sempre nesta ordem) é intelectual. O Almeidinha tem pavor. Tivesse duas bombas eram dois endereços certos: a favela e a USP. A favela porque ele acredita no governador Sergio Cabral quando ele fala em fábrica de marginais. A USP porque está cansado de trabalhar para pagar a conta de gente que não tem nada a fazer a não ser promover greves, invasões, protestos e espalhar palavras difíceis. O Almeidinha vota no primeiro candidato que propuser esterilizar a fábrica de marginal e a construção de um estacionamento no lugar da universidade pública.

    Uma metralhadora na mão do Almeidinha e não sobraria vagabundo na Terra. (O Almeidinha até fala baixo para não ser repreendido pela “patroa”, mas se alguém falar ao ouvido dele que “Hitler não estava assim tão errado” ganha um amigo para o resto da vida).

    A cólera, que o fazia acordar condenando o mundo pela manhã, está agora controlada graças aos remédios. O Almeidinha evoluiu muito desde então. Embora desconfiado, o Almeidinha anda numas, por exemplo, de que agora as coisas estão entrando nos eixos porque os políticos – para ele a representação de tudo o que o impediu de ter uma casa na praia – estão indo para a cadeia. Ele não entende uma palavra do que diz o tal do Joaquim Barbosa, mas já reservou espaço para um pôster do ministro do Supremo ao lado do cartaz do Luciano Huck (“cara bom, ajuda as pessoas”) e do Rafinha Bastos (“ele sim tem coragem de falar a verdade”). O Almeidinha não teve colegas negros na escola nem na faculdade, mas ele acha que o exemplo de Barbosa e do presidente Barack Obama é prova inequívoca de que o sistema de cotas é uma medida populista. É o que dizia o “meme” que ele espalhou no Facebook com o argumento de que, na escravidão, o tráfico de escravos tinha participação dos africanos. Por isso, quando o assunto encrespa, ele costuma recorrer ao “nada contra, até tenho amigos de cor (é assim que ele fala), mas muitos deles têm preconceitos contra eles mesmos”.

    O Almeidinha costuma repetir também que os pobres é que não se ajudam. Vê o caso da empregada, que achou pouco ganhar vinte reais por dia para lavar suas cuecas e preferiu voltar a estudar. Culpa do Bolsa Família, ele diz, esse instrumento eleitoral que leva todos os nordestinos, descendentes de nordestinos e simpatizantes de nordestinos a votar com medo de perder a boquinha. Em tempo: o filho do Almeidinha tem quase 30 anos e nunca trabalhou. Falta de oportunidade, diz o Almeidinha, só porque o filho não tem pistolão. Vagabundo é outra coisa. Outra cor. Como o pai, o filho do Almeidinha detesta qualquer tipo de bolsa governamental. A bolsa-gasolina que recebe do pai, garante, é outra coisa. Não mexe com recurso público. (O Almeidinha não conta pra ninguém, mas liga todo dia, duas vezes por dia, para o primo de um conhecido instalado na prefeitura para saber se não tem uma boca de assessor para o filho em algum gabinete).

    O filho do Almeidinha também é ativista virtual. Curte PlayStation, as sacadas do Willy Wonka, frases sobre erros de gramática do Enem, frases sobre o frio, sobre o que comer no almoço e sobre as bebedeiras com os moleques no fim de semana (segue a página de oito marcas de cerveja). Compartilha vídeos de propagandas de carro e fotos de mulheres barrigudas e sem dentes na praia. Riu até doer a barriga com a página das barangas. Detesta política – ele não passa um dia sem lembrar a eleição do Tiririca para dizer que só tem palhaço em Brasília. E se sente vingado toda vez que alguém do CQC faz “lero-lero” na frente do Congresso. Acha todos eles uns caras fodásticos (é assim que ele fala). Talvez até mais que o Arnaldo Jabor. Pensa em votar com nariz de palhaço na próxima eleição (pensa em fazer isso até que o voto deixe de ser obrigatório e ele possa aproveitar o domingo no videogame). Até lá, vai seguir destruindo placas e cavaletes que atrapalham suas andanças pela cidade.

    Como o pai, o filho do Almeidinha tem respostas e certezas para tudo. Não viveu na ditadura, mas morre de saudade dos tempos em que as coisas funcionavam. Espera ansioso um plebiscito para introduzir de vez a pena de morte (a única solução para a malandragem) e reduzir a maioridade penal até o dia em que se poderá levar bebês de oito meses para a cadeia. Quer um plebiscito também para acabar com a Marcha das Vadias. O que é bonito, para ele, é para se ver. E se tocar. E ninguém ouve cantada se não provoca (a favorita dele é “hoje não é seu aniversário mas você está de parabéns, sua linda”. Fala isso com os amigos e sai em disparada no carro do pai. O filho do Almeidinha era “O” zoão da turma na facul).

    Pai e filho estão cada vez mais parecidos. O pai já joga Playstation e o menino de 30 anos já fala sobre a decadência dos costumes. Para tudo têm uma sentença: “Ê, Brasil”. Almeidinha pai e Almeidinha filho têm admiração similar ao estilo civilizado de vida europeu. Não passam um dia sem dizer que a vida, deles e da humanidade em geral, seria melhor se o país fosse dividido entre o Brasil do Sul e o Brasil do Norte. Quando esse dia chegar, garantem, o Brasil enfim será o país do presente e não do futuro. Um país à imagem e semelhança de um Almeidinha.

    http://www.cartacapital.com.br/politica/direitos-humanos-para-humanos-direitos

  33. Instituto Royal: o que é e como funciona?

    Professor aposentado da Unicamp Carlos Alberto Lungarzo tenta desvendar o que faz o instituto, quem são seus clientes, que experimentos fazia com os beagles resgatados e como garantir o avanço ético da ciência

    instituto royal Instituto Royal (divulgação)

    Que é o Instituto Royal? ou (…) Todo aquele que vive da ciência é mesmo cientista?

    Ativistas dos direitos animais, desarmados, entraram num bunker de tortura de bichos protegido por guardas, para liberar 178 beagles, o que deve ser considerado um gesto até agora ímpar no Brasil, análogo aos feitos dos ecologistas e os pacifistas no mundo desenvolvido.

    Não é por acaso que a mídia, alguns blogueiros, os profissionais da ciência e diversos membros do establishment se unificaram numa ampla perseguição contra os ativistas.

    Esta é a primeira vez que uma petição no Brasil tem 660.014  assinaturas (às 11:00, 30/10) em apenas um de vários sites que acolhem o protesto.

    Os especialistas em assuntos gerais dizem que o instituto era uma referência nacional. Mas, afinal, ninguém responde:

    O que é o Instituto Royal?

    Busca Inglória

    Durante décadas no Brasil, eu nunca havia ouvido falar do Instituto Royal de São Roque, SP. Envergonhado, comecei uma busca com pouco retorno, através da internet.

    Encontrei o verbete “Instituto Royal” no Google, mas associado apenas a protestos contra o trato cruel de animais (desde 2012), ou, a partir do dia 18/10/13, associado com a liberação dos beagles. Não encontrei nenhum site nem página, que indicasse a estrutura, função, staff, propósitos e história do Instituto. Quase toda ONG têm pelo menos um pequeno site com todos esses dados, salvo que…

    (Procure no Google a palavra “instituto”, e acrescente diversos nomes. Verá que todos os institutos têm um site com uma aparência como a deste aqui.)

    O único que encontrei foi uma página de 23 linhas, criada nas coxas e claramente às pressas pouco após a libertação dos cachorrinhos, explicando, superficialmente e sem dados, que o Royal era muito bom e tudo estava nos conformes. Obviamente, essa “informação” só serviu para aumentar as suspeitas.

    A maior dúvida era que tipo de coisa era o Royal:

    Um instituto dentro de uma estrutura pública, por exemplo, da USP? Ou um instituto dentro de uma estrutura privada, por exemplo, da PUC? Um instituto federal, como o IMPA? Ou Estadual como o BUTANTÃ? Ou Privado como o ETHOS? …. Uma empresa com fins lucrativos? Uma ONG?

    Alguém me disse que era uma OSCIP e procurei  nos Registros de domínios da Internet. As OSCIPS são um tipo de Organizações semelhantes as ONGs, mas que podem ter parceria com o poder público, e gozam de muitos direitos e outros tantos deveres, alguns dos quais nem sempre são bem usados. Vide.

    Eis o que achei no Registro.br

    Domínio: institutoroyal.org.br
    Servidor DNS: ns11.srv22.netme.com.br
    Servidor DNS: ns12.srv22.netme.com.br
    Expiração: 2014-07-02
    Status: Publicado
    domínio: institutoroyal.org.br
    titular: Inst. de Ed. p/ Pesq. e Desenv. Inov. tec. Royal
    documento: 007.196.513/0001-69
    responsável: Silvia Ortiz
    país: BR
    c-titular: INROY
    c-admin: INROY
    c-técnico: INROY
    c-cobrança: INROY
    servidor DNS: ns11.srv22.netme.com.br
    status DNS: 29/10/2013 AA
    último AA: 29/10/2013
    servidor DNS: ns12.srv22.netme.com.br
    status DNS: 29/10/2013 AA
    último AA: 29/10/2013
    criado: 02/07/2009 #5725335
    expiração: 02/07/2014
    alterado: 25/10/2013
    status: publicado
    Contato (ID): INROY
    nome: Instituto Royal
    e-mail: [email protected]
    criado: 25/10/2013
    alterado: 25/10/2013

    O problema continua. Onde a gente encontra tudo isto: o histórico “científico” do Royal, seus protocolos experimentais, a lista de seus colaboradores e clientes, os produtos realmente aplicáveis que foram viáveis graças a seus testes, os registros de suas experiências longitudinais, etc.

    instituto royal(Divulgação)

    Aliás, é o Royal conhecido no exterior? Qualquer Instituição Brasileira respeitável é conhecida em todo Ocidente, pelo menos, pelos especialistas. Esta pergunta é relevante, porque nem organizações radicais de defesa dos animais, como PETA (vide), incluem o Royal na sua lista de desafetos. Ou seja, para os ecologistas, Royal nem merece aparecer na lista dos vilãos.

    Formulo em minha própria linguagem uma pergunta que já fez a batalhadora atrizLuisa Mell: Por que ninguém, salvo as elites e as forças repressivas, consegue entrar nesse maravilhoso instituto? (Veja o blog de Luisa aqui?).

    Aliás, o Royal obteve seu credenciamento pelo CONCEA (Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal) somente em 2013, mais precisamente há poucas semanas. O Deputado Estadual por São Paulo, Fernando Capez fez notar, num incisivo e emocionante discurso na ALESP que, sendo assim, nos anos anteriores de funcionamento as experiências não eram supervisionadas. Mas as coisas estranhas continuam: Em 2012, apesar disso, o Royal recebeu oficialmente R$ 5.249.498,52. Para quê? O lugar onde está instalado o Royal foi declarado para funcionar comocanil. (Vide). Estranho, se até poucas semanas atrás a finalidade era outra e não havia fiscalização do CONCEA, então os testes e as torturas de animais poderiam ser aplicados sem qualquer protocolo a verificar.

    De acordo com as generosas regras, uma Oscip tem cinco anos para se credenciar. Então, o Royal não estava em infração de acordo com a lei. Mas, seus trabalhos começaram, dizem, em 2005. Então, como é possível que as autoridades do Royal digam ao jornal O Estado de São Paulo, que os ativistas defensores dos animais “fizeram perder 10 anos de pesquisa”? (vide, 2º par.)

    Isto significa que, nos primeiros 5 desses 10 anos, o patrimônio genético coletado estava em outros institutos e foi transferido ao criar o Royal, ou que foi acumulado por pesquisadores individuais ou pequenos grupos que se uniram para formar o Royal, ou alguma outra coisa igualmente espúria.

    Intermezzo: Ciência e Ética

    A ofensiva dos mercadores de animais para tortura tem atraído o mais sujo e infame da mídia, como a famosa revista subvencionada por racistas sul-africanos. Esta, em maior medida, mas também outras, aparentemente menos rasteiras, fazem gozação dos argumentos dos defensores de animais (DA, doravante) como: “Você nunca deu um remédio a seu filho doente? Ele foi testado em animais.” Estas insanidades confundem os leigos, que passam a ter um ódio irracional pelos ativistas, mas a motivação é apenas sede de lucro.

    Cuidado! Muitos defensores de animais, especialmente líderes, aconselham calma e mesura aos seus colegas em suas ações, porque a comunidade científica está quase totalmente contra os ativistas. E como se pode pensar que a ciência, que foi a arma maior da racionalidade contra a superstição e o preconceito, possa incorrer nas mesmas provocações? Por exemplo, o ministro de Ciência, Marco A. Raupp, doutorado na University of Chicago sob a orientação de Jim Douglas Jr. com uma tese sobre métodos de Galerkin, uma tese séria, diz coisas como “isto se faz em todo o mundo, não apenas no Brasil”. Isso é um argumento próprio, ou melhor, suficiente para um matemático?

    Bom, os DA’s, mas especialmente os de esquerda, como em meu caso (há DA’s de diversos estilos: religiosos, apolíticos e até de direita, como Brigitte Bardot), devemos nos confrontar com uma nova massa poderosa, além dos que têm as armas, o poder institucional e o dinheiro, agora aparecem os cientistas. Nossa! Um caso para que Clark Kent se transforme em Super Homem.

    instituto royalMulher, integrante de grupo de ativistas durante resgate de cães no Instituto Royal (Avener Prado/Divulgação)

    Mas, as coisas não são assim tão lineares. A relação entre ciência e sociedade é um problema complexo que têm séculos de história, começando com o confronto de Marx e Engels com os positivistas e malthusianos. Podemos, pelo menos, fazer uma observação geral até retomar a questão em outro texto.

    O que hoje se chama “ciência” (chamada até 1844 Filosofia Natural, quando Wheeler aplicou a ela o termo science) foi filha da velha filosofia especulativa, cujos mitos e divagações combateu desde a época antiga (Epicúreos contra os dogmas Aristotélicos) e a época medieval (Escola de Oxford contra as invencionices de Santo Tomás), até crescer e poder prescindir totalmente da filosofia especulativa, com Galileu, Newton e a brilhante era da razão dos séculos 17 e 18. Quando Newton inicia seus Princípios Matemáticos da Philosophia Natural, deixa claro: a física (filosofia natural) se ocupa da matéria.

    Ora, se a ciência está fundada sobre o empirismo e o racionalismo em ação conjunta, como é possível que a grande massa dos cientistas esteja equivocada? Esse é o ponto.

    Os cientistas não estão equivocados. Mas nós devemos diferenciar entreracionalidade científica e racionalidade ética. Quando estas estiverem integradas o mundo será uma maravilha, agora podemos reconhecer essa integração nas obras de algumas poucas figuras brilhantes da história da ciência do século XX como Bertrand Russell, Linus Pauling, Noam Chomsky… e muitos seguidores desconhecidos.

    Muitas pessoas bem intencionadas, mas que desconhecem o ventre do mundo científico, confundem um fato absolutamente verdadeiro: (a) A ciência é a única forma de conhecimento objetiva, justificável, sistemática, aproximadamente explicativa, e produtora de enunciados crescentemente confirmáveis; com um falso: (b) Os cientistas são atores sociais que usam esse conhecimento para bem do mundo, de maneira ética e generosa.

    Esta fábula pintada em (b), minha geração leu quando criança nos livros da moral oficial, mas basta chegar a adolescência para saber que não é assim a coisa real. As provas são esmagadoras: Alguém duvida que o 3º Reich teve de seu lado não apenas engenheiros, médicos e tecnocratas, mas também grandes cientistas, físicos, químicos e biólogos? Quantos prêmios Nobel em física trabalham na produção de bombas atômicas? Seria possível a Guerra química sem especialistas na área? Quantos prêmios Nobel americanos trabalham para o Pentágono, para a NSA, para a CIA? Quantos químicos e biólogos se especializam em drogas usadas em tortura?

    A ciência é, grosseiramente falando, um conhecimento verdadeiro. Saber a verdade permite a você gerar ações com alta probabilidade de sucesso. Essas ações, porém, não têm moral própria. É o ator social que as dota de moral. Uma mesma teoria pode servir para construir um mundo melhor, ou para enriquecer donos de laboratórios, fabricantes de armas, exércitos, vigaristas e genocidas.

    Então, os cientistas com ética pragmática não são inimigos novos. Eles são apenas executores, numa área da sociedade, dos interesses dos antigos inimigos: os grandes grupos econômicos.

    Este foi um intermezzo. Volto ao Instituto Royal.

    Dramates Personae

    No rodapé da página que o Royal colocou na Internet  institutoroyal.org.br, há um link que promete mais informação. Clicando, aparece um vídeo onde uma senhora fala das virtudes do Royal e da malignidade dos invasores.

    Essa senhora é mencionada pela mídia como Silvia Ortiz, mas também aparece em alguns outros lados como Sílvia Barreto Ortiz.

    No único lugar onde existem dados que podem dar um perfil de Ortiz é na biblioteca da UNICAMP onde aparece sua dissertação de mestrado. Aí, ela está inscrita como:Silvia Colletta Barreto da Costa Ortiz.

    Mas, seu nome não aparece na plataforma de currículos  Lattes. Nesta plataforma, mais de um milhão de pessoas vinculadas com o mundo da ciência inscrevem seus currículos. Qualquer pessoa interessada em atuar na área científica pode fazer isso: doutores, mestres, graduados, estudantes, técnicos, até autodidatas.

    Procurando no buscador do Google, encontrei 34 referências a Silva Barreto Ortiz, a maioria vinculada com o incidente dos Beagles. Veja aqui. Nunca vi um cientista, mesmo jovem, ter menos de um milhar de referências. Poderia supor-se que Ortiz tem algum interesse em passar despercebida.

    Mas, ela aparece sim no depósito virtual de dissertações e teses da UNICAMP. Este é um procedimento padrão da Universidade, e não depende da vontade do autor. Em 02-12-1996, defendeu uma dissertação de mestrado no Programa de Genética e Biologia Molecular.

    Nesse acervo (vide) a busca devolve apenas um resultado, que é uma dissertação demestrado orientada por Julia K. Sakurada. A dissertação pode ser baixada por qualquer pessoa que preencha um breve cadastro no mesmo site. O trabalho estuda os aspectos genéticos da resistência de camundongos a certo agente patógeno. A dissertação confirma afirmações feitas por Ortiz nos últimos dias sobre a necessidade de usar animais saudáveis em experimentação, para evitar contaminação. Seu mestrado parece atentar à criação de um biotério de animais sãos, como sua atual atividade na USP confirma. Nesta universidade, Ortiz aparece como diretora dos biotérios, mas não temos encontrado nenhum dado relativo a seu doutorado.

    No site do Institut Pasteur, de Paris (vide), encontramos  81 referências a “Ortiz”, mas todas elas se referem a pessoas com nomes diferentes de “Silvia” ou qualquer outro da gerente do Royal. Doutorado não significa sabedoria, muito menos ética, mas fico intrigado por saber onde Ortiz fez o seu. Fez?

    Silvia Barreto Ortiz é também presidente do COBEA (Colégio Brasileiro de Experimentação Animal). O colégio aparece em seu estatuto (vide) como uma “sociedade civil, de caráter científico cultural, sem fins lucrativos”. Segundo isso, se sustenta com as mensalidades dos sócios.

    Não apenas Animal Testing

    O fato de que Ortiz estivesse vinculada à Unicamp e a USP foi usado como uma credencial de virtude por parte de cientistas e comunicadores. Não pode criticar-se esta adoração quase religiosa pelas pessoas instruídas (que raramente se vê em outros países) numa sociedade onde até ter uma escola primária de mínima qualidade é um grande privilégio, e onde as grandes universidades, especialmente as paulistas, se gabam de seu ranço elitista.

    Contudo, apesar de estar num dos setores com menos demanda por parte do capitalismo (lógica matemática e história da ciência), nos 19 anos na Unicamp pude perceber que era difícil encontrar algum colega do campus que não fizesse parte de um convênio, ou tivesse uma consultoria paga através de fundações da mesma universidade, ou superpusesse mais de uma dedicação “exclusiva”, ou que não desse prioridade a seu consultório, escritório, empresa de planejamento ou assessoria, e assim em diante, sem faltar o caso de acúmulo de salários de dois países, embora esses casos fossem raros.

    Mas, também a Unicamp tem um histórico sobre experimentação animal muito especial. Pelo menos no único caso que foi divulgado, usaram-se membros da espécie homo sapiens para experimentos com anticoncepcionais Norplant, que produziram danos catastróficos dos quais ninguém foi responsabilizado.

    Não é possível dar referências on-line, porque os sites que denunciaram o caso foram desativados pouco depois, por causa de ordens de ninguém-sabe-quem. Era o período entre 1985 e 1993, e a Unicamp coordenou uma ação da qual umas vinte universidades brasileiras se tornaram cúmplices.

    A médica Giselle Israel e a socióloga Solange Dacach se arriscaram a fazer uma detalhada pesquisa num universo de 3.544 mulheres das favelas do Rio de Janeiro, até onde os experimentadores chegaram com suas amostras de Norplant. O trabalho das denunciantes foi publicado no Brasil, mas anos depois saiu de circulação. Finalmente, o livro foi publicado em Texas. O leitor encontra uma versão no setor Google books, aqui:

    The Norplant Routes-Detours of Contraconception.

    Os experimentos em mulheres, pobres e afrodescendentes em sua maioria, foram feitas no Brasil, pois na Finlândia, pátria da matriz, bem como em outros países, as leis proibiam a experimentação em humanos, salvo no caso de voluntários. No caso em apreço, as mulheres nem sabiam exatamente o que estavam recebendo.

    A droga não apenas barrou a concepção, como também deixou muitas mulheres estéreis. Além disso, as vítimas sofreram cefaleias (26%), agitação, ansiedade, confusão e agressividade (20%), obesidade (18%) e uns 10% de cistos, queda do cabelo, lesões ao útero e infeções.

    Mesmo assim, o coordenador do experimento da Unicamp, o ginecologista LB, afirmava que o Norplant era totalmente confiável.

    Nosso atual ministro de ciência talvez teria dito: “Por que tanto alvoroço? Não somos os únicos em fazer experimentos.” Com efeito, o Norplant foi experimentado em 24 países, míseros quintais do 3º mundo habitados por pessoas esfomeadas e marginalizadas, e alguns deles governados por ditaduras.

    Não é raro, então, que os cientistas apoiem sem qualquer restrição experiências em animais não humanos, sendo que os experimentos com humanos só podem ser feitos em lugares muito afastados e discretos e isso custa dinheiro.

    Quem tem possibilidade de fazer pesquisa de arquivos de jornais, pode ler a reportagem do Jornal do Brasil, caso a página não tenha sido censurada.

    LEAL, L. N. Entrevista com Marinete Souza de Farias. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 18 de maio 1997.

    Algumas pessoas talvez ainda guardem o livro original

    ISRAEL, G; DACACH, S. As rotas do Norplant: desvios da contracepção. Rio de Janeiro: Redeh, 1993.

    Na busca que fiz com os indicadores “silvia ortiz” e os expandidos “silvia barreto…”, com ou sem acento, seu currículo não é encontrado. Se quiser experimentar por sua conta, procure “cnpq”. Todo cientista tem interesse em figurar no Lattes, inclusive aqueles que abandonam definitivamente a ciência. Meu currículo, desatualizado, é claro, ainda se conserva após de 7 anos de aposentado da vida científica.

    O mistério do Royal

    É óbvio que o Royal e seu staff estão tentando se esconder, e isso parece ter sido sua atitude desde o começo. As hipóteses sobre as causas deste mistério podem ser várias, mas todas são da mesma índole.

    A “fabricação” de animais sãos, para serem alvo de experimentos e depois descartados, deve ter parecido um negócio original e graúdo aos misteriosos e anônimos fundadores do Royal. Com efeito, tendo como padrão de comparação o trato dos doentes pobres nos hospitais, é evidente que os animais usados em experimentação deviam estar eivados de diversas pestes, e os efeitos neles não poderiam ser apreciados. Então, uma ideia brilhante: laboratórios estrangeiros pagariam muito bem por experimentos feitos em animais saudáveis.

    Ora, sendo que o Brasil não assina quase nenhum acordo internacional sobre proteção aos animais e os poucos que por ventura tenha assinado não respeita, esse mistério não seria necessário. Mas há outras razões; algumas são mais sociais, outras mais econômicas.

    Uma razão é que o povo brasileiro, com seu singular naturalismo e sua sensibilidade com os animais, promoveria, como aconteceu neste caso, uma reação muito grande se todas as atrocidades ficassem óbvias como estas.

    Mas, a quem beneficiam estes atos de sadismo na experimentação com animais?

    Se descartarmos as disfunções psiquiátricas de alguns pesquisadores (Vide) fica o grande negócio da produção de animais para experimentos tortuosos.

    Com efeito, a realização de numerosos experimentos cruéis onde se mutilam, esquartejam, cegam, queimam e matam milhares de animais, diminui as despesas dos laboratórios, pois é menos caro que experimentos In silico (simulação com computador) ou in vitro (ensaio com culturas).

    Estas duas são formas que, combinadas com experimentações reversíveis e indolores em animais não humanos e em voluntários humanos, substituiriam totalmente a prática atual de tortura e extermínio massivo de bichos.

    Por sinal, os argumentos que pretendem que as culturas também exigem experimentação animal são falaciosos. O soro fetal bovino usado em muitas culturas, pode ser extraído mediante uma cirurgia com anestesia. Isto se faz com cavalos de raça e touros reprodutores, cuja saúde é cuidada pelos veterinários dos magnatas muito mais que a de qualquer humano. Quanto à extração do feto sob anestesia é, simplesmente, um aborto. Sendo o aborto aceitável em humanos, por que não seria em animais?

    Imagino que os principais clientes sejam laboratórios estrangeiros, sendo que, qualquer que seja o grau de civilização de um país, os capitalistas preferem dinheiro e não direitos, sejam animais ou humanos.

    Neste sentido, em muitos países de Europa, e inclusive nos EUA, há restrições para o uso de animais em experimentos. O Animal Welfare Act (Laboratory Animal Welfare Act of 1966, P.L. 89-544) restringe o uso de animais de sangue quente, salvo algumas espécies de ratos. Obviamente, proíbe totalmente a tortura de bichos domésticos, especialmente gatos e cães, que não podem ser utilizados mesmo mortos, por causa da dificuldade para saber de que maneira morreram.

    A União Europeia possui diversas restrições de acordo com o país, mas o Testing ban de cosméticos é válido em todos eles (vide). É muito provável que o Royal tenha nesses laboratórios de cosméticos, bem como nos dos produtos de limpeza, seus principais fãs. Um especialista não identificado que colaborou no exame dos beagles teria dito que as raspagens de pele em frio era típica de experimentos com cosméticos.

    Se os ativistas se informam o suficiente com cientistas sensíveis (que existem) e pressionam seus parlamentares, poderão conseguir que o Instituto seja desativado, e seus responsáveis indiciados por crimes ambientais. É possível que haja pessoas que sabem exatamente o que acontece no Royal, e que, se lhes fosse dada proteção, talvez falassem. Essa é a esperança. E permitirá um grande avanço ético na ciência.

    Carlos Alberto Lungarzo é matemático, nascido na Argentina, e mora no Brasil desde sua graduação. É professor aposentado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), São Paulo, e milita em Anistia Internacional. Tem escritos vários livros e artigos sobre lógica, estatística e computação quântica, mas seu interesse tem sido sempre os direitos humanos. (Revista Fórum)

    http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/11/instituto-royal-funciona.html

  34. Guinada à direita

    Há uma década, escrevi um texto em que me definia como “meio intelectual, meio de esquerda”. Não me arrependo. Era jovem e ignorante, vivia ainda enclausurado na primeira parte da célebre frase atribuída a Clemenceau, a Shaw e a Churchill, mas na verdade cunhada pelo próprio Senhor: “Um homem que não seja socialista aos 20 anos não tem coração; um homem que permaneça socialista aos 40 não tem cabeça”. Agora que me aproximo dos 40, os cabelos rareiam e arejam-se as ideias, percebo que é chegado o momento de trocar as sístoles pelas sinapses.

    Como todos sabem, vivemos num totalitarismo de esquerda. A rubra súcia domina o governo, as universidades, a mídia, a cúpula da CBF e a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, na Câmara. O pensamento que se queira libertário não pode ser outra coisa, portanto, senão reacionário. E quem há de negar que é preciso reagir? Quando terroristas, gays, índios, quilombolas, vândalos, maconheiros e aborteiros tentam levar a nação para o abismo, ou os cidadãos de bem se unem, como na saudosa Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que nos salvou do comunismo e nos garantiu 20 anos de paz, ou nos preparemos para a barbárie.

    Se é que a barbárie já não começou… Veja as cotas, por exemplo. Após anos dessa boquinha descolada pelos negros nas universidades, o que aconteceu? O branco encontra-se escanteado. Para todo lado que se olhe, da direção das empresas aos volantes dos SUVs, das mesas do Fasano à primeira classe dos aviões, o que encontramos? Negros ricos e despreparados caçoando da meritocracia que reinava por estes costados desde a chegada de Cabral.

    Antes que me acusem de racista, digo que meu problema não é com os negros, mas com os privilégios das “minorias”. Vejam os índios, por exemplo. Não fosse por eles, seríamos uma potência agrícola. O Centro-Oeste produziria soja suficiente para a China fazer tofus do tamanho da Groenlândia, encheríamos nossos cofres e financiaríamos inúmeros estádios padrão Fifa, mas, como você sabe, esses ágrafos, apoiados pelo poderosíssimo lobby dos antropólogos, transformaram toda nossa área cultivável numa enorme taba. Lá estão, agora, improdutivos e nus, catando piolho e tomando 51.

    Contra o poder desmesurado dado a negros, índios, gays e mulheres (as feias, inclusive), sem falar nos ex-pobres, que agora possuem dinheiro para avacalhar, com sua ignorância, a cultura reconhecidamente letrada de nossas elites, nós, da direita, temos uma arma: o humor. A esquerda, contudo, sabe do poder libertário de uma piada de preto, de gorda, de baiano, por isso tenta nos calar com o cabresto do politicamente correto. Só não jogo a toalha e mudo de vez pro Texas por acreditar que neste espaço, pelo menos, eu ainda posso lutar contra esses absurdos.

    Peço perdão aos antigos leitores, desde já, se minha nova persona não lhes agradar, mas no pé que as coisas estão é preciso não apenas ser reacionário, mas sê-lo de modo grosseiro, raivoso e estridente. Do contrário, seguiremos dominados pelo crioléu, pelas bichas, pelas feministas rançosas e por velhos intelectuais da USP, essa gentalha que, finalmente compreendi, é a culpada por sermos um dos países mais desiguais, mais injustos e violentos sobre a Terra. Me aguardem.

    Antonio Prata

    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2013/11/1366185-guinada-a-direita.shtml

  35. Os 50 anos de “Os Pássaros”, de Alfred Hitchcock

    Os pássaros (The birds, 1963), uma das obras mais apocalípticas do mestre Alfred Hitchcock, está fazendo, no ano em curso, meio século desde a sua realizaão. 50 anos de Os pássaros? Filme da fase derradeira do exitoso realizador britânico, que a partir da década de 40 se fixou nos Estados Unidos a convite do produtor David Selznick, The birds, no entanto, ainda é de uma época na qual Hitchcock tinha controle absoluto sobre os filmes que fazia na Universal. Em 1964, com o fracasso de Marnie, confissões de uma ladra (Marnie), talvez a sua obra mais pessoal, “o filme doente de Hitchcock”, segundo palavras de François Truffaut, Hitch perdeu a sua unidade de produção dentro da companhia, e, para o filme seguinte, Cortina rasgada (Torn courtain, 1966), viu-se na incômoda situação de receber ordens superiores. Numa delas, o produtor não aceitou a partirura de Bernard Herrmann, seu partiturista preferido, e obrigou o mestre a aceitar uma trilha mais palatável de John Ascott, “menos clássica” do que a de Herrmann, segundo o produtor. E assim a carreira de Hitch, ainda que mantendo suas constantes temáticas e estilísticas, foi se afunilando. Topázio (1968) foi mal recebido pela chamada crítica, mas, revisto hoje, é um filme de atributos inegáveis. Saiu do sufoco com Frenesi (Frenzy, 1972), quando voltou a seu torrão natal, Londres, para realizar uma pequena obra-prima. E seu canto de cisne, quatro anos depois, deu-se com Trama macabra (Family plot, 1976), não à altura de obras pretéritas, mas, como todo Hitchcok, obra não menos importante.

    Grace Kelly, tornada princesa de Mônaco, desapareceu, como seria evidente, dos filmes de Hitch. E Kelly veio a conhecer o Príncipe Rainier, quando filmava, em Mônaco, Ladrão de casaca, que tem como seu parceiro o indefectível Cary Grant. A perda de Grace abalou Hitchcock, que amaldiçoou para o resto da vida a sua ideia de ir a Europa filmar os exteriores desse filme. Assim, sempre à procura de louras, colocou Kim Novak em Um corpo que cai (Vertigo), Vera Miles em O homem errado, Eve-Marie Saint em Intriga internacional, Janet Leigh em Psicose. Mas para Os pássaros, ao conhecer Tippi Hedren, pensou em fazê-la a substituta definitiva de Grace Kelly. Hedren sofreu o diabo em mãos do grande mestre e, para piorar a situação, Hitch se apaixonou por ela e lhe fez um convite, que ela, prontamente, recusou. Para se vingar, na cena em que ela é atacada, no final, pelos pássaros em fúria, o cineasta, desobedecendo as ordens do domador de aves, não suspendeu as filmagens, com o “corta”, quando ela começa a ser picada pelos ‘birds’. Resultado: toda ferida, passou uma semana em leito hospitalar.

    O momento em que, atiçado fogo num posto de gasolina, que provoca terrível explosão, por causa de um desavisado homem que atira um fósforo depois de acender um cigarro, e a câmera, subjetiva, toma o lugar de uma ave no céu e o que se descortina no enquadramento é a visão da Terra pelo pássaro,surpreende pela magia. A sequência que mostra Tippi Hedren atravessando, num pequeno barco a motor, para entregar os love birds a Rod Taylor é antológica. Feita como homenagem ao cinema mudo (e a Murnau, segundo Hitch), o itinerário da personagem é percorrido sem nenhum som, apenas, perto do final da sequência, o som de um pássaro que, de repente, a agride na testa.  Muitos outros momentos são para ficar em antologias do cinema, a exemplo do restaurante, quando várias pessoas, reunidas por causa do ataque, começam a conversar: o bêbado apocalíptico; a ornitóloga que se mostra indiganada com a notícia da invasão das aves, que implica em elogiá-las como pacíficas, mas, paradoxalmente, pede uma galinha assada; a mãe assustada que protege seus filhos etc.

    Sérgio Augusto, que atualmente escreve uma coluna em O Estado de São Paulo, e já foi um excelente crítico de cinema, escreveu o seguinte (2 de novembro deste ano): “Albert Camus, cujo centenário se comemora na próxima quinta-feira, é um fantasma em nossas vidas. Com frequência, o encontramos citado ou evocado, às vezes em obras e circunstâncias inesperadas. Não consigo ver Os Pássaros, de Hitchcock, sem me lembrar de A Peste. Na cena em que Suzanne Pleshette depara-se com uma gaivota morta na porta de sua casa, Bodega Bay transfigura-se em Oran, com pássaros no lugar dos ratos. A sequência de Deus e o Diabo na Terra do Sol em Monte Santo, com o vaqueiro Manuel carregando uma pedra na cabeça, sempre me lembrou a passagem do cozinheiro que paga similar promessa em A Pedra que Cresce, a derradeira narrativa de O Exílio e o Reino, por sinal inspirada num ritual místico presenciado por Camus em Iguape, no interior de São Paulo, na companhia de Oswald de Andrade e um motorista que era a cara de Augusto Comte.”

    Em Os pássaros, Tippi Hedren faz uma milionária que se apaixona por solteirão que mora na cidade litorânea de Bodega Bay em San Francisco. Durante um fim de semana, presencia, aterrorizada, ataques de gaivotas, pardais, corvos, até que toda a população entra em pânico como se estivesse diante de um apocalipse. Para a época, os efeitos especiais intrigaram os espectadores, porque os pássaros são verdadeiros e domados, para as filmagens, por um especialista. A inspiração de Hitch veio de um livro de Daphne de Maurier. O compositor preferido do mestre, Bernard Herrmann, compôs uma trilha com o barulho das aves, original e insólita.

    Segundo Antonio Moniz Vianna, em crítica ao filme feita quando do seu lançamento no Rio no segundo semestre de 1963), no já extinto jornal Correio da Manhã:  “(…)O fato é que se revoltaram, e o que The birds narra é essa revolta organizada, ou a vingança dos pássarosa contra a civilização – ou contra a humanidade, que por séculos e séculos  os tem caçado e comido, quando não os faz prisioneiros e lhes transforma a vida em artifício. Motivos, tem todos. A sua revolta pode ser absurda, mas é sobretuda legítima – e por que absurda, se a fantasia tem a sua lógica poderosa, e se Hitchcock observa essa lógica sem explicações desnecessárias e com o cinismo mais brilhante e eficiente? Como fantasia, The birds se desvincula de toda a filmografia de Hitchcock sem deixar, por isso, de refletir o estilo do cineasta, tanto na qualidade de seu suspense como na sua afinidade com várias daquelas ‘histórias que eles não me permitirão contar na tv’ – segundo o título da coleção de contos editada por Hitchcock e na qual caberia perfeitamente The birds.”

    P.S: TABU, de Miguel Gomes

    Com o reinado do ditador Salazar, o cinema português, honradas as poucas exceções, entrou numa era de mediocridade, mas nas últimas décadas, desaparecido o gestor autoritário e com a emergência da Revolução dos Cravos, em 1974, a cinematografia lusitana renasceu para ver povoar os corações e mentes dos cinéfilos do mundo inteiro as obras importantes de um Manoel de Oliveira (que, na verdade, centenário hoje, filma desde os anos 40), João Paulo Rodrigues, Ricardo Costa, entre outros, e nos últimos anos o florescimento da filmografia de Miguel Gomes, que, com Tabu, em cartaz pelo Brasil, está a deixar (como diz o português) os cinéfilos assombrados com a sua verve criativa.  Inspirado livremente, e, também, uma homenagem de cinéfilo, ao grande Friedrich Wilhelm Murnau (Nosferatu, A última gargalhada…), autor do Tabu de 1931, que realizou em parceria com o documentarista Robert Flaherty, este recente Tabu (que seria mais surpreendente ainda se não se conhecesse Aquele querido mês de agosto) constitui-se numa obra que é uma verdadeira expressão genuina da arte do filme.

    O crítico luandense Saymon Nascimento assim se manifestou no Facebook: “Incrivelmente bonito o Tabu, de Miguel Gomes, fábula colonial meio muda e em preto e branco cheia de um romantismo antiquado que grita em todas as cenas:

    P O R T U G A L. Há uma beleza indescritível na voz de um velho contando a história do amor de sua vida, com o cinema ilustrando a sua memória dele do mesmo jeito que os nossos pensamentos vêm à mente ou, talvez, reproduzindo a nossa capacidade de recriar mentalmente histórias que ouvimos: não há som, é pura imagem estimulada pelo relato externo. Que raio de filme lindo!

    Aliás, dava uma bela sessão dupla com Vocês Ainda Não Viram Nada, de Resnais, outro filme deste ano sobre histórias contadas e completadas apenas na cabeça de quem ouve, ganhando particularidades, multiplicidades. Ambos os filmes têm interesse metalinguístico nesse processo de continuidade do cinema/narrativa na cabeça de quem é público. São filmes que manifestam interesse em não ser apenas a história contada, e sim a história projetada.”

    http://terramagazine.terra.com.br/blogdoandresetaro/blog/2013/11/05/1282/

     

  36. Propinoduto de trens, metrô e construtoras em SP custa 1 bilhão

    Construtoras subornavam funcionários da prefeitura de São Paulo para pagar menos impostos sobre imóveis novos. Gatunagem no ISS estimada em R$ 500 milhões. Operações do tempo em que Kassab era o prefeito.

    As multinacionais Alstom e Siemens pagavam propinas a funcionários do governo de São Paulo para ganhar contratos de trens e metrô. O superfaturamento beira outros R$ 500 milhões.

    Depois de perdida a solicitação de investigação numa gaveta do Ministério Público em São Paulo, mas com novo pedido encaminhado pela Suíça o MP vai voltar a vasculhar o caso Alstom.

    Investigar subornos que teriam sido pagos, segundo revelações das próprias empresas, nas licitações de trens e metrôs em São Paulo ao longo de 20 anos, em governos do PSDB.

    Assim está montado o cenário para batalhas do ano eleitoral de 2014: a oposição atacará com o caso chamado “mensalão do PT”. Apontará para os condenados já presos, ou cobrará: -Por que os condenados ainda não estão presos?

    Os governos federal e o municipal de São Paulo terão dois alvos: a corrupção na licitação de trens e metrô e a roubalheira na prefeitura. Mas, antes, terão que explicar: Kassab e seu PSD são ou não são aliados do governo, dos governos?

    Antonio Donato, secretário de governo de Haddad, recebeu ou não R$ 200 mil para campanha eleitoral?

    Doação que, segundo escutas, teria sido feita por um dos fiscais presos, Luis Alexandre Cardoso de Magalhães. Respondidas tais perguntas, virão os tiros na oposição.

    Mauro Ricardo foi secretário das Finanças de Serra na prefeitura. Foi secretário da Fazenda no governo Serra. Voltou a ser secretário das Finanças com Kassab e era chefe imediato de Ronilson Bezerra Rodrigues.

    Ronilson foi Subsecretário da Receita na gestão Kassab. Ronilson é, por ora, o principal suspeito nesse propinoduto de R$ 500 milhões.

    Em dezembro, Mauro Ricardo mandou arquivar denúncia contra Ronilson. Mauro Ricardo agora se diz “traído”, se verdadeiros os fatos. Alega que a assessoria jurídica concluiu não existirem indícios contra Ronilson.

    A prefeitura vai investigar ao menos 15 construtoras suspeitas de envolvimento no esquema. A multinacional canadense Brookfield já admitiu ter pago R$ 4 milhões para fiscais da prefeitura.

    Tais construtoras, incorporadoras, são poderosas. Mesmo quando não contribuem legalmente para campanhas políticas ajudam como podem.

    Cabe então uma dúvida.

    Por que, quando as construtoras, as incorporadoras foram achacadas por fiscais, um executivo ou mesmo o dono não deu um mero telefonema?

    Por que não ligou para o prefeito Kassab, ou para o secretário Mauro Ricardo e denunciou:

    -Prefeito… secretário… seus fiscais estão pedindo propina para liberar prédios novos…e assim eu pagaria menos ISS…

    Talvez tenham tido problemas na linha. Esse silêncio súbito nas linhas telefônicas levou gigantes do setor da construção a uma grande economia. E custou R$ 500 milhões à cidade de São Paulo.

    Assim não há IPTU que pague a conta.

    http://terramagazine.terra.com.br/bobfernandes/blog/2013/11/05/propinoduto-de-trens-metro-e-construtoras-em-sp-custa-1-bilhao/

  37. A lei que condena trabalho escravo mas protege o latifúndio

    PEC do Trabalho escravo: não ao retrocesso!

    *Por Valmir Assunção

    O Senado Federal deve votar o PLS 432/2013, projeto que regulamenta a PEC do Trabalho Escravo, que, na casa, é conhecido como PEC 57-A/1999. Sem quase nenhuma cobertura da imprensa, é preciso alertar para o que pode significar um retrocesso do objetivo desta proposta.

    Aprovada pela Câmara como PEC 438 em maio passado e extremamente comemorada, o projeto corre sérios riscos de ser apenas uma legislação sem nenhuma aplicabilidade que resolva o problema do trabalho escravo no Brasil. Primeiro, por que o texto de regulamentação traz uma mudança grave. O relator incluiu a exigência de que a expropriação de imóveis rurais, ou urbanos somente ocorrerá quando a exploração de trabalho escravo for cometida diretamente pelo proprietário.

    Ora, isso é um absurdo!

    Sabemos que a função social da propriedade da terra, consolidada na Constituição de 1988, estabelece como regra o respeito às leis trabalhistas e isso envolve a fiscalização das mesmas.

    Sabemos ainda que os processos que envolvem o uso de mão de obra escrava são escamoteados, escondidos, ou não se precisaria de fiscais do trabalho.

    Essa manobra posta no texto que está no Senado é uma forma de livrar o latifúndio, àqueles que se utilizam desta forma vil de tratamento com um ser humano.

    Desde já é preciso que o Governo oriente sua base para a mudança imediata deste texto, pois devemos ser mais firmes na luta contra o trabalho escravo e não permitir que nenhuma brecha na lei sirva de desculpa para a impunidade no campo, como se não bastasse a quantidade de trabalhadores mortos sem que a justiça dê uma resposta a contento.

    Outro ponto que é preciso chamar a atenção é sobre o conceito de trabalho escravo.

    O texto quer redefinir o conceito e desconsidera artigos importantes do Código Penal, como o artigo 149, que pune com dois a oito anos de reclusão os responsáveis por reduzir alguém à condição análoga a de escravo.

    Além disso, há as normativas do Ministério do Trabalho e Emprego (tais como a Instrução Normativa nº 91, de 2011) que detalham com louvor o que é trabalho escravo, sem falar dos inúmeros dispositivos internacionais, inclusive editados pela Organização Internacional do Trabalho.

    Esses dispositivos já detalham o que é trabalho escravo, o que é condição degradante, o que é jornada exaustiva, ou seja, tudo que é preciso constar na legislação a ser votada pelos parlamentares.

    Ainda há o precedente construído pelo da Superintendência Regional do MTE em São Paulo, que elaborou um Manual de Combate ao Trabalho em Condições Análogas à de Escravo.

    São normas completamente desconsideradas pelo relator da proposta no Senado.

    A justificativa de que o Brasil não especifica o que é o conceito é desculpa de quem ainda quer utilizar deste tipo de mão de obra para desrespeitar não só a Constituição Federal, como também os direitos humanos em nome do lucro, mesmo que isso signifique a morte de pessoas e a degradação moral e física de trabalhadores.

    O texto que está no Senado, que apenas considera a submissão a trabalho forçado, sob ameaça ou punição, ou com restrição de liberdade; o cerceamento do uso de qualquer meio de transporte pelo trabalhador, como forma de mantê-lo no local de trabalho; a manutenção de vigilância ostensiva ou apropriação de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, para mantê-lo no local de trabalho; e a restrição de locomoção do trabalhador em razão de dívida contraída com o empregador, é insuficiente para resolver, em termos de arcabouço legislativo, o problema do trabalho escravo, até por que os principais casos relatados pelo MTE são de trabalhadores em situação de trabalho degradante.

    A expectativa é que os senadores não cedam à pressão da Bancada Ruralista, que desde o começo luta contra esse passo civilizatório que é a superação do trabalho escravo no Brasil.

    *Valmir Assunção é deputado federal e vice-líder do PT na Câmara.

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/trabalho-escravo.html

  38. “A terceirização é uma forma selvagem de precarização”

    do site do Tribunal Regional do Trabalho 4ª Região — Rio Grande do Sul

    Na última semana, o juíz do Trabalho da 10ª Região e ex-presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Grijalbo Fernandes Coutinho, participou de um seminário sobre terceirização realizado na Escola Judicial do TRT4. Na ocasião, Grijalbo Coutinho concedeu ao site do TRT4 a entrevista que segue, onde fala sobre a terceirização e o Projeto de Lei 4.330/04.

    Quais são os impactos da terceirização para o trabalhador?

    Na minha compreensão, os impactos são todos negativos para o trabalhador. Não há sequer uma vantagem. A terceirização surge com maior intensidade a partir dos anos 70 e ganha corpo definitivamente no Brasil na década de 90. Hoje é uma verdadeira febre.

    A terceirização tem dois propósitos muito evidentes: o econômico e o político. Sua razão econômica é permitir aos patrões a diminuição de custos com a exploração da mão de obra. Vários argumentos são usados no sentido de que se trata de especialização, de racionalização, mas tudo isso é secundário. A outra razão é a de cunho político. Nesse ponto o objetivo é dividir os trabalhadores, fragmentá-los, especialmente em suas representações sindicais.

    A ideia de que a terceirização cria novos postos de trabalho é inverídica. Os postos de trabalho são uma necessidade de determinado setor. Ou você utiliza a mão de obra contratada diretamente pelo tomador de serviços ou o faz por meio da terceirização.

    O senhor menciona um crescimento da terceirização no Brasil nos anos 90. Por que isso ocorreu?

    Esta foi uma tendência mundial. O capital se reestruturou a partir dos anos 70. Houve uma crise econômica evidente, a crise do petróleo, do capitalismo norte-americano. E o capitalismo foi bastante hábil para se reinventar, para continuar com aquela máxima de gerar lucro e criar riquezas materiais. Uma das formas de fazer isso é justamente diminuir o poder do trabalho e de todas as suas organizações. Nada foi por acaso.

    Assim como se verifica, a partir dos anos 90, um processo intenso de privatização e de esvaziamento do Estado, por outro lado há um duro golpe contra o trabalho. Houve a reestruturação dos modos de produção, com utilização intensa dos recursos da robótica e da microeletrônica, e a fragmentação da cadeia produtiva. Essa fragmentação ocorre tanto na terceirização interna quando na externa.

    A terceirização externa é observada principalmente nas grandes empresas automotivas, onde a fragmentação é total. As peças de um carro são fabricadas em diferentes regiões e países, sempre com o intuito de se conseguir o menor custo. Na terceirização interna, contrata-se um empregado e arranja-se uma pessoa para figurar como intermediário de mão de obra. As duas formas são terríveis para o trabalhador. A diferença é que na interna a fraude é escancarada, e na externa é menos perceptível.

    Em qualquer caso, o senhor considera a terceirização uma precarização da relação de trabalho?

    A terceirização é talvez a forma mais selvagem de precarização. Ela é mais selvagem do que o “negociado sobre o legislado”, porque esconde o verdadeiro empregador, o verdadeiro beneficiado com a mão de obra. Acho que os capitalistas não imaginavam, no fim do século XIX e início do século XX, que arranjariam um artifício tão bem construído para enganar os trabalhadores.

    Hoje o mundo jurídico do trabalho apresenta algumas soluções intermediárias, como se pretendesse remediar os efeitos, tapar alguns buracos. Mas isso na verdade acaba abrindo as portas para o fenômeno.

    A súmula 331 do TST, de 1993, é o exemplo de uma solução intermediária. Ela admite a terceirização naquilo que é atividade meio e proíbe a atividade fim. A partir desse parâmetro os diversos operadores de direito têm se guiado. Eu reconheço a vontade política do TST de pôr um freio no problema. Mas ao mesmo tempo, abriu-se a porta larga para terceirização. E hoje o capital se acha tão forte que súmula já não resolve seu problema. Parte considerável do capital estabelecido no Brasil, nacional e estrangeiro, quer mais. Quer a possibilidade de se terceirizar em qualquer atividade, meio ou fim, e sem quaisquer limites. É definitivamente uma era da precarização absoluta. O que o PL 4330/04 pretende é ampliar os níveis de precarização e de miséria social.

    O PL 4330/04 é um retrocesso com relação à sumula 331?

    Sem dúvida. Tenho objeção total à súmula 331, mas o PL 4330/04 é um tapa na cara dos trabalhadores brasileiros e de suas organizações sindicais. É o escárnio. Se não é o fim do Direito do Trabalho, é o mais duro golpe que se pode proferir contra ele, na sua história centenária. Nada mais grave foi praticado contra as relações de trabalho institucionalizadas desde o fim da escravidão.

    Por esse projeto, o Direito do Trabalho vai atuar de forma superficial sobre relações precarizadas, flexibilizadas, irrelevantes. Os empregadores vão se sentir à vontade para aumentar sua margem de lucro e fugir da responsabilidade que é inerente à relação entre capital e trabalho: a tensão social. Eles transferem essa tensão, de forma muito diluída, a um terceiro que não reúne condições econômicas, financeiras ou políticas de suportar qualquer pressão.

    A súmula 331, para o senhor, já era um retrocesso com relação ao enunciado 256?

    Sim. A súmula 331 é de um momento em que o trabalho começou a se fragilizar, e a terceirização a ganhar força. Alguns entendiam que era uma realidade inevitável. Não era mais aquele quadro dos anos 80. O TST, tentando se aproximar de uma dura realidade, alterou sua jurisprudência. Percebendo a correlação de forças entre capital e trabalho e vendo aquele fenômeno se alargar cada vez mais tentou por um freio. E, como disse, esse freio acabou abrindo um pouco mais a janela da terceirização.

    Mas esse projeto que aí está, o PL 4330/04, é algo sem precedentes. A súmula 331, frente ao PL 4330/04, vira uma referência de proteção. Quando na verdade não é.

    Qual é o ponto mais grave do PL 4330/04?

    É a abertura larga, sem freios e sem limites, da terceirização. É a terceirização em qualquer segmento, em qualquer atividade e sem nenhum limite quantitativo. Há outros aspectos graves, mas esse que permite terceirizar em tudo, em qualquer segmento ou atividade econômica é o central. É o mais nocivo do projeto.

    É possível fazer uma distinção clara entre atividade meio e atividade fim?

    Não, não é fácil. Embora a súmula 331 faça a distinção, ela não conceitua o que é atividade fim e o que é atividade meio. Mas a Justiça do Trabalho tem atuado, majoritariamente, com critérios e uma certa rigidez que não permite uma terceirização tão ampla como esta que se propõe.

    Não tenho dúvidas de que esse projeto, que tramita no congresso nacional há quase dez anos, ganhou força nos últimos tempos porque setores do capital já não toleram mais a súmula 331, querem mais do que isso. Se sentem incomodados com as interpretações proferidas por juízes e tribunais acerca dos limites da terceirização. O projeto foi retirado da gaveta em um movimento intenso do capital e do seu lobby.

    Alguns defensores da PL 4330/04 afirmam que ele é necessário em face da realidade brasileira, onde a terceirização é cada vez maior. Qual a sua opinião sobre isso?

    O fato de ter aumentado o número de terceirizados não significa que tenhamos que ter uma legislação para isso. O PL 4330/04 acaba por legitimar esse quadro. Eu acho que existem respostas políticas e jurídicas para resolver o problema. Esse projeto agrava a situação. Falsamente se diz que o projeto vai resolver o problema de 16, 20 milhões de terceirizados. É falso. Vai agravar a situação. Vai reduzir o salário desses 20 milhões e colocar mais 40 ou 50 milhões nesse mesmo quadro. Não vai resolver absolutamente nada, o projeto é uma falácia. É muito bom para o setor empresarial que faz uso da terceirização. Não tenha dúvida. É espetacular para todos que querem reduzir os seus custos e sua responsabilidade social.

    Qual seria a resposta adequada do Judiciário para a terceirização?

    O Judiciário tem que refletir. Eu sei que ele é composto de homens e mulheres das mais variadas tendencias ideológicas, é natural que assim o seja. E com essas diversas tendências a Justiça do Trabalho tem dado respostas. De algum modo tem impedido a consumação de uma terceirização sem limites. Já é alguma coisa.

    Na minha compreensão, deveríamos ir além. Deveríamos avançar no sentido de vetar a terceirização. Nesse ponto sou voz minoritária. Mas acho que, na medida do possível, a Justiça do Trabalho tem atuado de forma eficaz para evitar a propagação desse fenômeno econômico absurdamente terrível para a democracia no país.

  39. Estranhas ligações.Nas

    Estranhas ligações.

    Nas eleições para a prefeitura de Salvador o candidato ACM Neto rodou o pires para arrecadar o valor R$ 21.948.636,11 milhões gastos na campanha segundo dados do TSE.

    Neto foi quem mais investiu financeiramente no pleito e sua comitiva “passou o chapéu” por São Paulo na tentativa de conseguir ajuda, sobretudo do PSDB do postulante local, José Serra, segundo o colunista Lauro Jardim, de Veja:

    “Agripino Maia está em São Paulo. Apesar da reunião com Geraldo Alckmin, a disputa entre Fernando Haddad e José Serra está longe de ser a prioridade de Maia. Ele desembarcou em São Paulo para passar o chapéu e voltar com recursos suficientes para garantir a vitória de ACM Neto em Salvador”.

    Até a ida de Agripino Maia a São Paulo os parceiros só tinham conseguido arrecadar 4,3 milhões de reais de acordo com o próprio Lauro Jardim informando dados do TSE:

    “Até agora, segundo o TSE, a campanha arrecadou 4,3 milhões de reais e já desembolsou a bagatela de 3,7 milhões de reais.”

    Como em um jogo de cartas marcadas ACM Neto escolhe Mauro Ricardo Machado Costa que atuou como Secretário da Fazenda de Gilberto Kassab (PSD) em São Paulo e ex-secretário da Fazenda de José Serra tanto na capital paulista quanto no governo do Estado para ocupar a mesma secretaria, agora na administração da cidade de Salvador.

    Os escândalos envolvendo o nome de Mauro Ricardo Machado Costa não se restringem a ter mandado arquivar denúncias dos fiscais, seus subordinados, que podem ter causado prejuízo de até R$ 500 milhões à Prefeitura de São Paulo.

    As estranhas ligações são antigas.

     Em 1995, a convite do então Ministro José Serra, assumiu a Subsecretaria de Planejamento e Orçamento, no Ministério de Planejamento e Orçamento.

    Em 1999, na gestão de José Serra como ministro da saúde é convidado para Presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Por irregularidades apuradas o Ministério Público ofereceu denúncia contra Mauro Ricardo por crime de Improbidade Administrativa em um “esquema” que teria desviado R$ R$ 56.630.323,39 da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por meio da contratação de mão de obra terceirizada, inclusive para atendimento a “finalidades políticas”.

    Informação do site Bahia notícias:

    Apesar de o prefeito ACM Neto (DEM) assegurar que o secretário municipal da Fazenda goza de sua “inteira confiança” e justificar que a ação movida pelo Ministério Público do Distrito Federal não atinge o seu auxiliar, o órgão, contatado pelo Bahia Notícias, garante o contrário. Segundo a assessoria da Procuradoria em Brasília, “não resta dúvida alguma sobre a inclusão de Mauro Ricardo Costa Machado na atuação judicial do MPF-DF” que denunciou, em 2008, um “esquema” que teria desviado R$ R$ 56.630.323,39 da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por meio da contratação de mão de obra terceirizada, inclusive para atendimento a “finalidades políticas”. De acordo com o MPF-DF, o processo já está na segunda instância no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. (….)

    No que tange especificamente ao auxiliar do prefeito ACM Neto, o MPF-DF afirma categoricamente no processo, ao qual o Bahia Notícias obteve acesso à íntegra, que “o objeto da presente ação de improbidade administrativa, foi firmado no dia 18/12/2002, na gestão do então presidente Mauro, […] responsável pela contratação original da empresa Brasfort e pela celebração do Contrato 074/2002, eivado de todas as ilegalidades”. Descreve ainda que “o ex-presidente da Funasa, Mauro Ricardo, viabilizou uma contratação nula, fundamentada em um plano de cargos e salários ‘paralelo'”. O convênio foi celebrado no período com a empresa Brasfort, acusada pela procuradora de integrar uma suposta “Máfia das Terceirizadas”. “A origem de todas as ilegalidades narradas é a assinatura [por Mauro Ricardo] do próprio Contrato com desvio de finalidade , para execução de atividade-fim do órgão mediante terceirização dos serviços que, posteriormente, permitiu a contratação de parentes e ‘apadrinhados’, sem que houvesse controle da frequência dos terceirizados”, acusa Raquel Branquinho. “Ao permitir a contratação da Brasfort na forma acima narrada, o ex-presidente da Funasa Mauro Ricardo violou princípios basilares da Administração Pública”, sustenta o texto.

    A procuradora afirma que todos os acusados agiram “de forma deliberada e, com plena consciência dos seus atos, praticaram os atos de improbidade administrativa”. Raquel Branquinho lista também a responsabilidade do secretário do Município soteropolitano ao promover na Funasa “a criação de um ilícito sistema de banco de horas semanal” e reitera o que chama de “plano de cargos e salários ‘paralelo’, com critérios de ascensão funcional e remunerações bem maiores do que o legalmente vigente no órgão”.

    Conforme o MPF-DF, o período de comando do atual titular da Sefaz de Salvador na Funasa integra o quadro de “administrações totalmente descompromissadas com o interesse público, que utilizam os recursos orçamentários e extraorçamentários para fins políticos eleitoreiros e também para o desvio de dinheiro, o que tem causado um incalculável prejuízo à própria entidade”. Mauro Ricardo Machado Costa presidiu a Funasa de 26 de março de 1999 a 14 de janeiro de 2003. Clique aqui e leia a ação na íntegra.

    De acordo com o jornalista Leandro Fortes Mauro Ricardo já foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2001, e pela Justiça Federal, em 2005. https://www.facebook.com/leandro.fortes.146/posts/10202391469727530

    As estranhas ligações continuam com o convite do então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, para que Mauro Ricardo ocupasse a presidência  da Companhia de Saneamento de Minas Gerais(Copasa) de 2003 a 2004.

    1. Estranho

      Usar pedaço de fígado humano para testar drogas contra hiv, câncer, etc. Como será possível analisar o efeito da droga noutras partes do corpo humano. A revista Galileu costuma vir com essas coisas da linha Superinteressante, da Abril, sem base científica

  40. Os inconformados elegem

    Os inconformados elegem democratas em Nova York.

    Depois de sucessivos avanços naquilo que era o maior problema de Nova York, os altos índices de criminalidade, a população resolve trair os republicanos.

    Parece que o novaiorquino quer ainda mais, e resolveu pactuar com as promessas do candidato democrata Bill de Blasio que prometeu combater a desigualdade na cidade taxando os mais ricos e construir 200 mil habitações populares.

    Foram 20 anos de trabalho árduo dos republicanos para tornar Nova York uma das cidades mais seguras do mundo.

    Outra proposta de campanha foi rever a política de revistas adotada pela polícia nova-iorquina na gestão de Bloomberg e considerada discriminatória por pesquisas que apontaram que a grande maioria dos revistados sxem nenhuma motivação eram os negros e latinos.

    O  magnata republicano Michael Bloomberg deixará a prefeitura após 12 anos à frente da cidade.

     

  41. Dicas para o blog/site

    1) Não entendo o motivo do “Fora de Pauta” do GGN ser diferente do “Fora de Pauta” do luis nassif online. Matérias postadas em um deveria migrar automaticamente para o outro

    2) Voltar a janela “Clipping do Dia”.

    3) Colocar um corretou ortográfico que fosse sugerindo a correção da escrita (sem a necessidade de toda hora ter quer ativá-lo na segundo janela do ABC do editor) tal como ocorre no word e na caixa de email.

    4) Colocar data em todos os links de matérias no GGN

    5) Retirar o aplicativo de …ver mais dos comentários. Os comentários recolhidos ficam difícil de serem lidos, é improdutivo acompanhá-los tendo que acionar a opção …ver, o que ocorre muitas vezes.

     

  42. Por que livraram o JB ?

    BRASÍLIA – Por unanimidade, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a abertura de processo administrativo disciplinar contra o desembargador Ferdinaldo Nascimento, da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ele será investigado pela aquisição de um apartamento em área nobre do Rio em leilão público, por valor muito inferior ao praticado no mercado. Segundo o CNJ, mesmo se o valor do imóvel fosse plausível, a participação de juiz em leilão é uma afronta à legislação penal e ao Código de Ética da Magistratura.

     

    http://oglobo.globo.com/pais/cnj-abre-processo-disciplinar-contra-desembargador-do-tribunal-de-justica-do-rio-10695359

  43. Reforma política segue em frente: Emenda pior que o soneto

    Como o diabo gosta:

    1- Com o voto facultativo, pobre não vai se deslocar da periferia para votar, o que é péssimo para o PT, veja por exemplo no mapa do resultado das eleições em SP, que a periferia é vermelha.

    2- Voto distrital ou fortalecimento do curral eleitoral? O candidato que tiver grana, leva

    3- Continua a farra do financiamento privado, a gastança das empreiteiras e o caixa 2

    4- Nada indica que as campanhas vão ficar mais baratas, de forma a candidato pobre poder fazer sua campanha

    5- Eleição em 2 turnos, o que complica prá candidato pobre, continua

    Enfim, com essa proposta de reforma, melhor deixar como está…

     

    Texto-base elaborado após Congresso barrar plebiscito sobre mudanças na política é apresentado e entra agora em tramitação, Ricardo Della Coletta – Agência Estadoin

    Brasília – Após quatro meses, o grupo de trabalho da Câmara dos Deputados responsável pelo projeto de reforma política concluiu nesta terça-feira, 5, a redação final do texto, que prevê unificar as eleições a cada quatro anos, acabar com a reeleição e instituir o voto facultativo no País. O texto também institui o voto distrital e reformula o modelo de financiamento de campanha: doações passam a ser feitas a partidos, não mais a candidatos.

    Por se tratar de proposta de emenda constitucional (PEC), o texto agora será discutido em uma comissão especial da Câmara. Depois, precisa passar pelo plenário e seguir ao Senado. A ideia é que, após ser aprovado nas duas Casas do Congresso, a PEC seja submetida a um referendo popular.

    O objetivo é que o texto vigore nas eleições municipais de 2016, quando prefeitos e vereadores teriam, pelas novas regras, dois anos a mais de mandato para permitir que, a partir de 2018, as eleições para que todos os cargos coincidam. Os deputados prometem entregar ainda hoje o texto ao presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) a fim de que comece a tramitar na Casa.

    Criado em julho, na esteira das manifestações nas ruas, o grupo coordenado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) foi uma reação do presidente Henrique Alves à proposta da presidente Dilma Rousseff de se fazer uma ampla reforma política, aprovada em um plebiscito. Essa ideia foi rejeitada, pelos aliados e pela oposição.

    A redação da PEC que saiu do grupo de trabalho altera o sistema eleitoral e determina que as Unidades da Federação sejam divididas em circunscrições eleitorais, cada uma com direito a ocupar de quatro a sete lugares na Câmara. O objetivo é aproximar o candidato do eleitor. Segundo Vaccarezza, Estados menores teriam duas subdivisões, com quatro deputados cada. Já São Paulo, dono da maior bancada, teria 10 circunscrições, cada uma com 7 deputados.

    Quanto ao financiamento das campanhas, o texto estabelece que os partidos poderão decidir se elas serão custeadas exclusivamente com recursos públicos, privados ou por uma solução mista. A redação determina, no entanto, que os recursos não poderão ser arrecadados enquanto não for determinado, por lei, um limite máximo de gastos. Também ficam vedadas as doações diretas a candidatos, cabendo às legendas distribuir os recursos.

    A PEC também colocou cláusulas de desempenho para partidos e para candidatos. Pelo texto, terão acesso ao Fundo Partidário, a rádio e TV as siglas que tiverem obtido, na eleição anterior, ao menos 5% dos votos apurados na Câmara, distribuídos em um terço dos Estados.

    Confira o que muda:

    Reeleição. Cargos executivos teriam um só mandato de quatro anos. Eleições seriam gerais, unificadas.

    Voto facultativo. Comparecer às urnas a cada dois anos para votar deixaria de ser obrigatório.

    Sistema eleitoral. Área eleitorais seriam criadas para que parlamentares fossem eleitos a partir do voto distrital.

    Financiamento. Doações teriam de ser feitas somente aos partidos, que optariam por financiamento privado, público ou ambos.

    Desempenho. Seria criado um novo critério de desempenho para os partidos a fim de que possam usufruir do Fundo Partidário e do tempo de rádio e televisão nas eleições

     

  44. Por 2014, Serra faz cruzada espartana

    Serra ministra palestra para empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital …

    Depois de conquistar duas vezes a indicação do PSDB para disputar a Presidência contando com apoio e reverência da maioria do partido, o ex-governador José Serra está vivendo pela primeira vez a experiência de correr por fora para se viabilizar. Sua cruzada para se manter no jogo de 2014 tem sido solitária e espartana.

    Enquanto o senador mineiro Aécio Neves circula pelo Brasil a bordo de um jatinho alugado pela legenda e leva na aeronave as principais lideranças tucanas do Congresso, Serra viaja acompanhado apenas de um ajudante de ordens e enfrenta filas nos aeroportos antes de embarcar em voos de carreira.

    Por ter sido governador de São Paulo, ele tem direito a usar um veículo blindado com motorista em seus deslocamentos, além de um segurança e um ajudante de ordens. O “privilégio” dura só até o fim do ano que vem. Quando chega às cidades, é geralmente recebido por um grupo reduzido de dirigentes locais e precisa improvisar para garantir presença no noticiário do dia seguinte.

    Como não conta com assessores de imprensa, a divulgação e o roteiro são feitos pelas entidades ou organizações que o recebem. A estratégia tem sido fazer uma agenda “espelho” com a do correligionário mineiro para dividir com ele – ou superá-lo – nas manchetes de política do dia seguinte. Em alguns casos, a tática tem dado certo.

    Convite a si mesmo

    Na última semana de outubro, Serra ficou sabendo por meio de Ieda Areias, sua única aliada na executiva do diretório do PSDB paulista, que Aécio visitaria algumas cidades na região de São José do Rio Preto, no interior. O ponto alto seria o encerramento de um congresso com prefeitos em Olímpia. O ex-governador antecipou-se e desembarcou de surpresa na cidade.

    Na segunda-feira passada, ele ligou para a diretoria da Fiesp e, segundo a assessoria da entidade, se convidou para participar da reunião quinzenal da diretoria. Na próxima sexta-feira, Serra será a estrela de um evento da Juventude do PSDB-SP no mesmo dia em que Aécio desembarcará com seu séquito para um grande evento em Manaus.

    Solitário

    Essa movimentação paralela e solitária tem irritado os “aecistas”. “Ela é equivocada e preocupa a bancada do PSDB no Congresso. Parece que ele não faz parte de um time”, diz o deputado federal Carlos Sampaio, líder tucano na Câmara. Não por acaso, o senador mineiro já cogita antecipar para o fim deste mês ou o começo de dezembro o lançamento oficial de seu nome para o Planalto.

    Apesar de se apresentar pré-candidato, Serra tem agido à margem da máquina partidária do PSDB. Cada vez mais exíguo, o grupo “serrista” perdeu para Aécio alguns de seus principais expoentes. Embora ainda mantenha laços de amizade com o ex-governador, o senador Aloysio Nunes Ferreira está engajado no projeto presidencial de Aécio Neves e tem sido presença constante nas viagens do mineiro pelo Brasil.

    Outro convertido ao “aecismo” é o deputado Antonio Carlos Mendes Thame. Indicado por Serra para o cargo de secretário-geral do PSDB, ele se tornou um dos principais articuladores do mineiro nos diretórios estaduais tucanos.

    “O Aloysio e o Thame, que são dois dos mais expressivos aliados do Serra, estão absolutamente integrados ao projeto do Aécio. O ex-governador Alberto Goldman, que também é muito próximo, está coordenando a parte programática do PSDB”, diz o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro e braço direito de Aécio.

    Hoje, o staff informal do ex-governador tem apenas quatro antigos auxiliares: o presidente do Sebrae-SP, Bruno Caetano, Luís Sobral (tesoureiro de sua campanha em 2010), Ieda Areias (ex-secretaria particular) e a jornalista Paula Santamaria, que o assessorou por 15 anos. No fim, a situação dos últimos meses acabou por dar vida a uma antiga máxima de Serra: “Eu não tenho interlocutores”.

    http://br.noticias.yahoo.com/2014-serra-faz-cruzada-espartana-103800532.html

  45. BLACK MARKETING
     
    Carta

    BLACK MARKETING

     

    Carta Maior
    Os Black Block de Gravata de Seda

    por: Saul Leblon

    Há uma violência que campeia invisível no Brasil nos dias que correm. Em vez de máscaras, ternos de corte fino; as gravatas são de seda, italianas. O uniforme, de grifes famosas, que faíscam nas vitrines da Via Condotti, em Roma, adorna protagonistas  confortavelmente instalados no anonimato de uma legenda poderosa.

    Eles se avocam ‘o mercado’. Do rosto desconhecido ecoam decibéis sustenidos. Ora de forma cifrada, ora escancarada, o alarido martela diuturnamente. Suas sentenças tem a dureza dos vereditos inapeláveis. Nas chantagens irrecorríveis, opera um amplo sistema de difusão.

    Os  black blocs do dinheiro graúdo não legitimam aqueles outros, que se instalam no confortável papel de implodir  o patrimônio público nas ruas, indiferentes ao  árduo compromisso de democratizá-lo.

    Mas não são menos violentos no menosprezo pelo destino da sociedade e a sorte do seu desenvolvimento.
    Há quem arrisque dizer que são almas gêmeas, produto de um mesmo tempo e de uma mesma lógica. Diferem na escala.

    E isso deveria significar alguma coisa para aqueles que imaginam implodir o sistema chutando uma cabine de caixa eletrônico.

    As labaredas nas escaramuças de rua formam uma espécie de tanquinho de areia perto dos incêndios estruturais que ameaçam ou ardem em torno de um alvo maior.

    ‘O mercado’ não reconhece os compromissos compartilhados que tornam possível a vida em sociedade.

    Menos ainda a supremacia do interesse público sobre a ganância, que toma de assalto recursos, como se não houvesse amanhã.

    ‘O mercado’ acusa o governo Dilma de  obstruir  seu livre curso.

    Centuriões avisam que ‘o mercado’ quer um Brasil com a legislação trabalhista da China.

    Sem a contrapartida do Estado chinês.

    Quer uma taxa de desemprego espanhola, de 26%, para dobrar de joelhos o custo Brasil.

    Mas sem a indigência falimentar do Estado espanhol.

    ‘O mercado’ quer um Brasil desossado,  à moda grega.

    Mas com o charme de Paris, sem o IPTU do Haddad.

    É esse cosido de país dilacerado que os blac blocks de gravata de seda reivindicam no noticiário econômico inflamável dos dias que correm.

    Quanto custará a paralisia que essa guerra de expectativas pode trazer –já está trazendo–  ao investimento, enquanto múltiplos de bilhões se refugiam no abrigo da liquidez de curto prazo ?

    Difícil dizer. Mas não é descabido afirmar: são valores suficientes para decepar um pedaço do futuro daqueles que hoje imaginam estilhaçar o sistema chutando ícones dele na avenida Paulista.

    O Brasil, como se sabe pelas sirenes do noticiário,  patina em baixa taxa de poupança interna (embora R$ 6,7 trilhões de riqueza financeira estejam aplicados em papéis de curto prazo); seu investimento (por isso) desliza;  as exportações definham diante da competitiva manufatura chinesa (que traz embutido o comando econômico do PC da China); as importações vão  de vento em popa nas velas de um câmbio valorizado, cujo ajuste requer uma pactuação que não esfarele o poder de compra dos salários…

    E assim por diante.

    Há dois caminhos: conversar sobre o assunto e eleger linhas de passagem para superar a teia dos impasses atuais — isso quem faz é a disputa política, ou decidir que a fatalidade lacrou o futuro brasileiro.

    Há exatamente dois anos, em novembro de 2011,  indignados espanhóis ocuparam as ruas num misto de voluntarismo e aversão ao sistema político.
    Cravaram uma abstenção de 30% nas eleições gerais.

    A captura do Estado espanhol pelos mercados foi avassaladora. A vitória incondicional do extremismo conservador, com as consequências hoje sabidas, pesará sobre o futuro de sucessivas gerações de espanhóis.

    Os blac blocks de gravata de seda, extremamente competitivos, querem cumprir suas metas e bônus, não se  importam com a sorte da nação.

    É deles o lema que pulsa no noticiário isento: deve haver um abismo no mundo onde cabe esse país que só não afundou ainda por falta de uma cova do seu tamanho.

    As labaredas desse incêndio incontrolável  irrompem no jornal da manhã e reacendem no noticiário da noite.

    A mensagem das chamas tem um alvo: 2014.

    ‘O mercado’ não quer mais a ‘gastança social’ do PT, nem o   ‘intervencionista’ de Dilma.

    Mas  ‘o mercado’ quer entrar no Brasil de qualquer jeito para desfrutar da sua riqueza e do seu mercado.

    Há uma fila de espera de dez instituições financeiras internacionais querendo entrar na economia brasileira nesse momento.

    As licenças do governo demoram até dois anos para serem liberadas.

    Os gravatões de seda consideram isso um acinte.

    O insuspeito noticioso do amigável  Valor Econômico admite que o governo Dilma autorizou o ingresso de quase 8 bancos por ano desde 2011.

    Acima até da média de Lula, de seis bancos/ano.

    Mas nada que se compare ao desempenho de FHC: 18,4 bancos por ano.

    O governo Dilma acaba de autorizar os bancos Bradesco, Itaú e Banco do Brasil a aumentarem de 20% para 30% a participação estrangeira no seu capital.

    Os black blocs enrolam a gravata de seda e espiam por cima dos óculos de aro made in France.

    O problema é que Dilma quer saber exatamente o que o capital estrangeiro vem fazer aqui e que vantagem trará ao país.

    ‘O estilo ultradetalhista da presidente tem alimentado suspeitas de que existe um viés nacionalista contra o aumento da participação estrangeira em instituições financeiras’, justifica o amigável Valor.

    A presidente do Brasil só autoriza banco novo se ficar demonstrado o interesse do país na operação.

    Dilma quer saber o que o banco fará pelo financiamento de longo prazo indispensável a um novo ciclo de desenvolvimento.

    A Presidenta faz o que determina a Constituição. E o que determina a Constituição  o ‘mercado ‘ rejeita.

    Agora ela quer disciplinar o acesso à riqueza mineral do subsolo brasileiro.

    O governo quer realizar leilões de reservas minerais comprovadas, cujo risco é zero.

    E elevar de 2% para 4% os royalties sobre a atividade mineradora.

    O Brasil está entre os maiores exportadores de minério de ferro do mundo. Só o faturamento da Vale do Rio Doce em 2012 foi de R$ 90 bilhões.

    A arrecadação de royalties de todo o setor mineral brasileiro no ano passado rendeu ao caixa do Estado pouco mais de R$ 2 bilhões.

    A acusação mais branda que se ouve no setor é a de que o governo está querendo fazer caixa para persistir na gastança fiscal.

    Ideólogos dos blac blocks de gravata de seda, lotados na FGV, vaticinam: ou o Brasil derruba a política de reajuste do salário mínimo em 2014 –que beneficia também os aposentados, ou o PT vai imitar Haddad, em 2015, e taxar mais os ricos para sustentar os pobres.

    O país está entre esses dois fogos.

    Que fazer?

    Salpicar o país de  fogueiras esparsas que rendem uma manchete exclamativa na Folha de amanhã?

    Ou montar um poderoso contrafogo de barragem política, que amplie a abrangência e a profundidade da agenda progressista?

    A ver. :::

     

  46. “A exemplo do ocorrido na Era

    “A exemplo do ocorrido na Era Geisel (1974-1979), o desenvolvimentismo dilmista está presenteando a próxima gestão com pressões inflacionárias, contas públicas desarranjadas e dívidas internas e externas em níveis desconfortáveis como não se via há um bom tempo. O mérito de Lula, como antecessor e feiticeiro titular, foi justamente não ter cedido às tentações de virar a página do livro de poções para tentar mudar a realidade conforme o seu discurso ideológico.”

    Coluna Brasil S/A – Silvio Ribas – Correio Braziliense

  47. Jabuti e Elevado

    Na cidade do Rio de Janeiro, há “jabuti trepado em árvore”, coisa esquisita dado que jabuti não as escala. Um viaduto de bilhões de reais, o “Elevado da Perimetral”, via essencial de acesso ao Centro para os que vêm de parte da zona norte, Ilha do Governador, Niterói, grande Rio e grande Niterói (via Ponte Rio-Niterói) está interditado e será demolido! Totalmente demolido! Assim, os cariocas e demais fluminenses, que já tinham enormes dificuldades de mobilidade na cidade, veem tais dificuldades aumentarem, e aumentarem muito, pois os prejuízos advindos da interdição e demolição refletem-se e refletir-se-ão em toda a cidade por vários anos. É um horror. Esse horror começa agora e só terminará em 2016, quando as obras terminariam, isto se o cronograma anunciado for para valer, coisa difícil de acreditar. De se lembrar que o “Elevado da Perimetral” dá acesso diretamente a um dos dois maiores aeroportos do Rio, o Santos Dumont e é caminho para o outro, o Galeão, para os que vêm da zona sul da cidade.

    Os custos gigantescos que vão desde a destruição do patrimônio público da cidade a enormes transtornos no trânsito, transtornos que trazem prejuízos de toda ordem para a população, financeiros inclusive, são justificados pelo prefeito Eduardo Paes (também em propaganda da Prefeitura veiculada na televisão) com uma tal de “revitalização da zona portuária” do Rio (o que quer que isto signifique), argumentos estéticos (o elevado da perimetral seria feio) e a conversa fiada de que a tal da “revitalização” está sendo custeada pela iniciativa privada. Ora, o custeio pela iniciativa privada só aconteceria se ela pagasse os bilhões de reais gastos na construção do elevado, os milhões gastos na sua destruição e os bilhões gastos pela população em engarrafamentos que repetir-se-ão diariamente por anos e que não aconteceriam se o elevado fosse mantido. Evidentemente, a “inciativa privada” não está pagando por nada disto, e, portanto, quem paga e pagará ainda durante muito tempo pelo desatino “paeseano” é o público carioca, é a turma de sempre. Essa história de que a “iniciativa privada” custeia a “revitalização” da zona portuária é mentira de Eduardo Paes, e da grossa.

    O “jabuti está trepado na árvore” não apenas pela destruição do patrimônio público, equipamento essencial ao funcionamento da cidade, mas também pelo silêncio ensurdecedor da mídia. Por que ninguém fala nada? A intervenção da Prefeitura é, no mínimo, controversa, e ninguém fala nada! Quais interesses estão sendo protegidos por este silêncio? Coisas muito menos controversas, como, por exemplo, a pichação do Bieber na madrugada, merecem divulgação, enquanto sobre a intervenção “paeseana” altamente questionável não se escreve uma linha de crítica. Muito estranho.

    Outro efeito pernicioso da intervenção é a truculência oportunista da Prefeitura ao abordar comerciantes instalados na zona portuária, isto é, ao abordar munícipes que sustentam os poderes municipais. Por exemplo, agentes da Prefeitura invadiram ontem um estacionamento de automóveis localizado na zona portuária, interditando-o. Entulharam-no com pedras e entulho levados ao local por vários caminhões para impedir o uso do espaço. O comerciante que explorava economicamente o local, ou o procurador dele, não sei ao certo, reagiu no mesmo tom da agressão que sofreu da Prefeitura e deu um tabefe no secretário que se preparava para conceder entrevista à TV. O incidente foi televisionado. O que deu o tabefe foi preso; apresentou ao repórter da TV cópia de decisão judicial liminar autorizadora do funcionamento do estacionamento e cópia de alvará provisório que o secretário disse desconhecer. Deveria conhecer. Se as cópias forem de documentos autênticos, a ação da Prefeitura, ação pela qual o prefeito é responsável último, caracterizar-se-á como truculenta e ilegal. A conferir.

    Fica-se assim, ao menos em tese, por ora: o sujeito está tocando seu negócio e, de repente, aparece uma tropa da Prefeitura (com guardas municipais e tudo) que, sem prévio aviso, invade seu espaço de trabalho, fecha seu negócio e enche seu imóvel com pedras e entulho (isto foi registrado por emissora de TV); e sem qualquer mandado judicial, na marra. Mesmo que não haja autorização para a ocupação do espaço pelo comerciante e a área seja da Prefeitura (como o secretário alega), ainda assim, a Prefeitura deveria ter solicitado à Justiça reintegração de posse e agido de acordo com a lei. Isso aí é também jabuti trepado em árvore, coisa estranha: qual a razão da truculência explícita? Da urgência, a ponto de agir à margem da lei? Quem da “iniciativa privada” substituirá o pequeno comerciante na exploração do espaço? E a segurança jurídica do munícipe comum, onde fica? Parece que a Prefeitura do Rio quer reeditar práticas dos anos de arbítrio estatal, a pretexto de “revitalizar” área. Isso não é bom, pois, como todo mundo lembra, o arbítrio estatal desrespeitador da lei, que nunca é justificável, ensejou tortura e morte no Brasil em passado recente. Eduardo Paes não vai por bom caminho, e dá péssimo sinal do que seria capaz de fazer se dispusesse de mais poder.

    De todas essas coisas esquisitas, ficam, então, além da perplexidade, perguntas: a quem, quem mesmo, nominalmente, a “revitalização” da zona portuária beneficiará? Quais são os nomes dos bois? Quem anda comprando o quê, por lá, e por quanto? Qual a valorização dos terrenos e imóveis daquela área após a “revitalização”? Quanto custa para os cofres municipais a baderna, ops, a intervenção, que a Prefeitura está a promover na cidade?

    Jabuti não sobe em árvore…

  48. Receita vai leiloar jato da Igreja Mundial do Poder de Deus

    A aeronave de Valdemiro Santiago vai a leilão em 25 de novembro de 2013

    A Receita vai leiloar dois dos nove jatinhos apreendidos na Operação Pouso Forçado, em parceria com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, em 2012, que investigou um suposto esquema de compra de aeronaves de luxo no exterior sem pagamento de impostos no Brasil.

    No esquema fraudulento, empresas de fachada eram criadas no exterior e recebiam remessas de dinheiro, por meio de um banco americano, para a compra de aeronaves registradas nos Estados Unidos.

    Segundo o procurador Maurício Fabretti, o esquema usava um decreto-lei que permite que aeronaves pertencentes a empresas ou pessoas estrangeiras passem até 60 dias no Brasil sem o recolhimento de taxas.

    As investigações da Polícia Federal mostraram que os jatinhos deixavam o Brasil e retornavam, quando o prazo de admissão temporária estava perto do fim, apenas para renovar o termo.

    Análise das listas de passageiros e dos trajetos indicou que elas eram usadas por pessoas físicas e jurídicas estabelecidas em território nacional, em voos dentro do País.

    Um dos jatinhos, um Challenger 300, da Bombardier, com lance mínimo de R$ 28 milhões, encontra-se estacionado no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas.

    O Falcon 900, prefixo N900CZ, fabricado em 1987, avaliado pela PF em R$ 22,5 milhões, está em nome da Wilmington Trust Company, mas era arrendado pela Global Jet Leasing Inc. e usado pela Igreja Mundial do Poder de Deus, do pastor Valdemiro Santiago.

    Valdemiro usava o Falcon para viagens nacionais, além de visitas aos países onde a Mundial possui templos.

    N900CZ

    O pastor e sua esposa possuem passaporte diplomático, como se representassem o Brasil no exterior.

    Os portadores desse documento se livram de filas em aeroportos e, dependendo do pais, não precisam de visto de entrada.

    Os dois jatinhos serão leiloados no dia 25 de novembro – as propostas, de pessoas físicas e jurídicas, devem ser enviadas à Receita Federal até o dia 22.

    Informações do Estadão com imagens da Internet.

  49. Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural

    Produção de petróleo aumentou 4,1% em setembro na comparação com agosto
    05/11/2013—Fonte: ANP/Assessoria de Imprensa – (21) 2112-8333 – [email protected]—-Atualizado em 05/11/2013 17:30:22

    Em setembro de 2013, a produção de petróleo no Brasil foi de aproximadamente 2,094 milhões de barris por dia (bbl/d), um aumento de em torno 4,1% em relação a agosto e de 8,9% na comparação com o mesmo mês em 2012. A produção de gás natural também cresceu. Foram 78,1 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), um incremento de aproximadamente 8,9% frente ao mesmo mês em 2012 e de 1,5% se comparada ao mês anterior. A produção de petróleo e gás natural em setembro totalizou em torno de 2,585 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d).

    Ao todo 312 concessões operadas por 25 empresas foram responsáveis pela produção nacional em setembro. Destas, 79 são concessões marítimas e 233 terrestres.
    Pré-sal
    A produção do pré-sal aumentou 8,8% em relação a agosto: 328,1 mil bbl/d de petróleo e 11,1 milhão m³/d de gás natural, totalizando 397,7 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d).
    A produção foi oriunda de 25 poços: 6BRSA631DBESS, 7BAZ2ESS, 7BAZ4ESS e 7BAZ6ESS (Baleia Azul), 6BRSA806RJS (Caratinga e Barracuda), 6BRSA639ESS, 7BFR6ESS e 7JUB34HESS (Jubarte), 7LI0017DRJS, 3RJS0168RJ e 4RJS0156RJ (Linguado), 3BRSA496RJS, 9BRSA716RJS, 9BRSA908DRJS, 7LL3DRJS e 7LL11RJS (Lula), 6BRSA770DRJS (Marlim e Voador), 6BRSA817RJS, 3BRSA1054DRJS e 3BRSA1017DRJS (Marlim Leste), 3RJS0159RJ e 7PM0017DRJS (Pampo), 7PRB1ESS (Pirambu), 1BRSA594SPS (Sapinhoá) e 4RJS0265ARJ (Trilha).

    Queima de gás
    A queima de gás natural foi de cerca de 2,7 milhões de m³/d, uma redução de aproximadamente 40,1% na queima de gás natural se comparada ao mesmo mês em 2012 e de 16,8% na queima de gás natural se comparada a agosto. É a menor queima de gás natural realizada desde maio de 2000, quando foram queimados cerca de 1,9 milhões de m³/d. O aproveitamento de gás natural no mês foi de 96,5%. Este foi o melhor percentual de aproveitamento de gás desde abril de 2000, quando 96,8% do gás natural produzido foram aproveitados e a queima de gás representou apenas 3,2%.

    Campos produtores
    O campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos, foi o de maior produção de petróleo, com uma média de 284,1 mil bbl/d. O campo de Manati, na Bacia de Camamu, foi o maior produtor de gás natural, com uma média de 6,4 milhões de m³/d.
    A produção de petróleo e gás natural no Brasil foi oriunda de 8.985 poços, sendo 777 marítimos e 8.208 terrestres. O campo com o maior número de poços produtores foi Canto do Amaro, bacia de Potiguar, com 1.109 poços.

    Em torno de 92,4% da produção de petróleo e gás natural foram provenientes de campos operados pela Petrobras.

    Foram extraídos de campos marítimos 91,7% da produção de petróleo e 74,0% da produção de gás natural. A plataforma P-56, localizada no campo de Marlim Sul, produziu, através de oito poços a ela interligados, em torno de 148,2 mil boe/d e foi a unidade com maior produção;

    Os campos cujos contratos são de acumulações marginais produziram um total de 92,0 bbl/d de petróleo e 1,9 mil m³/d de gás natural. Dentre esses campos, o de Tigre, operado pela Severo Villares, foi o maior produtor de petróleo e gás natural, com 28,5 boe/d. A produção procedente das bacias maduras terrestres (campos/TLDs das bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe e Alagoas) foi de 176,9 mil boe/d, sendo 145,1 mil bbl/d de petróleo e 5,0 milhões m³/d de gás natural. Desse total, 4,1 mil boe/d foram produzidos por concessões não operadas pela Petrobras, sendo 387 boe/d no Estado de Alagoas, 1.833 boe/d na Bahia, 20 boe/d no Espírito Santo, 1.577 boe/d no Rio Grande do Norte e 286 boe/d em Sergipe.

    O grau API médio do petróleo produzido no mês foi de aproximadamente 24,5°, sendo que 10,0% da produção são considerados óleo leve (>=31°API), 62,5% é óleo médio (>=22°API e <31°API) e 27,5% é óleo pesado (<22°API), de acordo com a classificação da Portaria ANP nº 09/2000.

    Clique aqui ee veja todas as edições do Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural, incluindo a mais recente, de setembro de 2013.

    Atualizado em 05/11/2013 17:30:22 

    URL:

    http://www.anp.gov.br/?pg=68674&m=&t1=&t2=&t3=&t4=&ar=&ps=&cachebust=138

    anexo

    Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural

    Fonte: ANP———–Setembro – pdf

    Boletim mensal com os dados desagregados da produção de petróleo e gás no Brasil, informações sobre estados produtores, bacias, campos e poços produtores.

  50. O rei do camarote: a dura

    O rei do camarote: a dura vida após a fama

    Alexander de Almeida se queixa de assédio. Para quem ainda duvida: sim, ele existe. E é exatamente quem VEJA SÃO PAULO mostrou

    <p>	Nome: Alexander de Almeida, 39 anos. Profissão: dono de uma empresa despachante que presta serviços a bancos. Gasto por balada: até 50 000 reais. “Saem da minha conta de 200 000 a 300 000 reais por mês apenas com as noitadas”. Bebidas: champanhe. Cristal e vodca Cîroc</p>1 de 11 Alexander de Almeida, 39 anos, posa para foto na balada em reportagem de VEJA SÃO PAULO(Foto: Mario Rodrigues)<p>	Alexander de Almeida posa ao lado de Carol Prado e da ex-BBB Mayra Cardi</p>2 de 11 O empresário ao lado da “ficante” Carol Prado e da ex-BBB Mayra Cardi, em foto postada há quatro meses no Instagram (Foto: Reprodução)<p>	Alexander de Almeida posa ao lado da "ficante" Carol Prado em festa da Ferrari, no Hotel Unique, em foto publicada no site da revista <em>RG</em></p>3 de 11 Alexander e Carol Prado em festa da Ferrari, no Hotel Unique, em retrato publicado no site da revista RG em abril deste ano (Foto: Reprodução)<p>	Alexander de Almeida posa com garrafa de champanhe em imagem divulgada no Instagram de Jesse Valadão Filho, promoter da boate Villa Mix</p>4 de 11 Com garrafa de champanhe em imagem divulgada no Instagram de Jesse Valadão Filho, promoter da boate Villa Mix, em foto postada há 9 meses (Foto: Reprodução)<p>	Alexander de Almeida consulta sua conta no Instagram, depois apagada, durante a filmagem para o vídeo que acompanha a reportagem de VEJA SÃO PAULO </p>5 de 11 Alexander de Almeida consulta sua conta no Instagram, depois apagada, durante a filmagem para o vídeo que acompanha a reportagem de VEJA SÃO PAULO  (Foto: Diógenes Muniz)<p>	A apresentadora Helen Ganzarolli menciona o empresário Alexander de Almeida em seu perfil no Twitter</p>6 de 11 A apresentadora Helen Ganzarolli menciona o empresário em seu perfil no Twitter, em 2 de setembro de 2013  (Foto: reprodução)7 de 11 Alexander em sua casa na Zona Leste, em imagem do vídeo que acompanha a reportagem de VEJA SÃO PAULO (Foto: Adriano Conter)<p>	Carol Prado, "ficante" de Alexander de Almeida, menciona o nome do empresário em post no Twitter</p>8 de 11 Carol Prado, “ficante”, menciona o empresário em post no Twitter, em 21 de abril deste ano(Foto: Reprodução)<p>	Alexander de Almeida: "Gasto para chamar atenção das gatas"</p>9 de 11 “Gasto para chamar atenção das gatas”, diz ele em reportagem de VEJA SÃO PAULO (Foto: Fernando Moraes)<p>	Imagem postada pelo cantor Chris Vianna no Instagram menciona o empresário Alexander de Almeida</p>10 de 11 Imagem postada há 8 meses pelo cantor Chris Vianna no Instagram menciona Alexander(Foto: Reprodução)<p>	A Ferrari 458, de 2012, comprada numa concessionária na Avenida Europa pelo empresário Alexander de Almeida</p>11 de 11 A Ferrari 458, de 2012, comprada numa concessionária na Avenida Europa pelo empresário(Foto: Diógenes Muniz e Adriano Conter)AnteriorPróxima46  

    5.nov.2013 | Atualizada em 6.nov.2013 por Redação VEJA SÃO PAULO

    Quando uma pessoa vira personagem de uma capa de VEJA SÃO PAULO, é comum que sua vida mude bastante depois que a revista começa a circular. Afinal, são cerca de 300 000 exemplares impressos por semana e perto de 1 milhão de leitores, além de quase 2 milhões de visitantes únicos no site da publicação a cada trinta dias. Poucas reportagens, entretanto, se comparam à dos reis dos camarotes, da qual Alexander Augusto de Almeida, de 39 anos, é o perfilado principal.

    + Os sultões dos camarotes: frequentadores chegam a gastar 50 000 reais por noite em boates

    No caso dessa capa, a repercussão foi potencializada por um vídeo produzido pela equipe de VEJA SÃO PAULO, no qual ele, em seu apartamento na Zona Leste, fala sobre os dez mandamentos de um rei do camarote. Em quatro dias, o vídeo alcançou mais de 2 milhões de visualizações, virou meme em todo tipo de site e foi aproveitado por mais de vinte empresas, que lançaram campanhas inspiradas em bordões retirados da entrevista de Alexander. O empresário ganhou também uma fanpage no Facebook com mais de 120 000 fãs e o termo “rei do camarote” foi tuitado 59 000 vezes. Sua conta de Instagram saltou de 800 para 4 500 seguidores. No domingo (3), Alexander resolveu encerrá-la, assim como o perfil do Facebook. “Não aguentava mais ser zoado”, explicou ele ao repórter João Batista Jr., autor da matéria de capa, em uma longa troca de mensagens por celular.

     

     Alexander de Almeida: Gasto para chamar atenção das gatas”” />Alexander de Almeida: “Gasto para chamar atenção das gatas” (Foto: 

    Fernando Moraes

    )

     

    Em meio a toda essa repercussão, surgiram também boatos na internet, como muitas vezes acontece em situações semelhantes, de que a história poderia não ser verídica. Segundo uma dessas versões, Alexander teria sido um personagem inventado pelo programa Pânico. Em matéria veiculada na terça (5), a produção do programa negou a informação. Não teria como fazer diferente. A versão mentirosa ganhou força na manhã da própria terça, com uma entrevista da Rádio Bandeirantes na qual o jornalista iniciou a conversa com Alexander falando o seguinte: “Confesso que até hoje eu tenho dúvida se você existe de verdade”. Antes disso, disse: “Será que ele chama Alexander mesmo? Será que ele é empresário mesmo?”. O empresário respondeu: “Foi uma brincadeira que vai ser usada posteriormente. Não é real. Daqui a uns dias vai ser divulgado para o público.” A revista não foi procurada pela emissora para comentar tal absurdo.

    Pautado para cobrir os hábitos dos paulistanos que mais gastam em camarotes de casas noturnas, fenômeno que cresce na cidade, o repórter João Batista Jr. realizou mais de trinta entrevistas durante dois meses. Foi pessoalmente a seis das casas noturnas mais caras de São Paulo: Pink Elephant, Ballroom, Provocateur, Disco, Royal e Wood’s . Ele também esteve na festa The 400 Club. Logo no início dessa apuração, o nome de Alexander foi um dos mais citados por hostesses, barmen, donos e frequentadores de boates como um dos fregueses que mais esbanjam nesses locais.

    + Em vídeo: os dez mandamentos do rei do camarote

    O repórter esteve com ele em três baladas diferentes: Pink Elephant, Provocateur e Ballroom. Nesta última, na madrugada do dia 19 de outubro, Alexander gastou cerca de 50 000 reais. Na ocasião, pediu sessenta garrafas de champanhe Perrier-Jouet, cinco garrafas de champanhe Cristal (só não encomendou mais porque a casa não tinha mais produtos disponíveis em seu estoque), seis garrafas de vodca Absolut Flex, uma garrafa de uísque Royal Salute e incontáveis latas de Red Bull. Nas baladas, o empresário andava com um bolo de notas de 50 reais no bolso. “É para gorjetas”, explicou ele, que em uma das ocasiões da noite deu 150 reais para uma pessoa que conseguiu vaga para ele estacionar sua Ferrari na porta da Provocateur.

     

     A Ferrari 458, de 2012, comprada numa concessionária na Avenida Europa pelo empresário Alexander de AlmeidaA Ferrari 458, de 2012, comprada numa concessionária na Avenida Europa pelo empresário Alexander de Almeida (Foto: 

    Diógenes Muniz e Adriano Conter

    )

     

    A repercussão da reportagem e do vídeo que retrataram seus hábitos o deixou assustado. “Tem muita gente me ligando para criticar, comprei ontem mesmo dois carros blindados, pois estou com medo de sequestro”, contou na manhã de domingo. “Também tenho medo da Receita Federal vir atrás de mim”. Proprietário da Organização e Assessoria em Despachos 3A Ltda., registrada em 4 de abril de 2010 na Junta Comercial do Estado de São Paulo, Alexander queixou-se também da reação de alguns de seus clientes. “O Pan diz que irá me descredenciar”, afirmou, referindo-se ao ex-banco Panamericano. Procurado por VEJA SÃO PAULO, o banco não quis falar sobre o assunto.

    A empresa de Alexander, A 3A, é especializada em administrar para alguns bancos a frota de veículos recuperados de pessoas inadimplentes. Entre outros serviços, ela atualiza a documentação, retira os automóveis dos antigos proprietários e guarda a frota em pátios de São Paulo até a realização do leilão judicial. É em nome da 3A que Alexander registrou a sua Ferrari 458, ano 2012, cuja placa começa com a letra F. Ela foi comprada da Auto Rosso Comércio de Veículos, uma concessionária de importados da Avenida Europa. Na segunda passada (4), Alexander contou a Diógenes Muniz, editor de vídeos da VEJA SÃO PAULO, que estava pensando em contratar uma assessoria para lidar com o assédio da imprensa. “Já procurei a 9Nine, do Ronaldo, para tratar disso”, disse. “Eles falaram para eu desaparecer, sumir do mapa.” Em nota oficial, a 9Nine, especializada em marketing esportivo e conhecida por ter o craque Ronaldo entre seus sócios, confirma a conversa, mas diz que o contato não foi adiante, pois a empresa trabalha exclusivamente com artistas e atletas.

    Alexander também lamentou a Diógenes que não poderia ir a uma festa na noite da mesma segunda no Pikadeiro, em Moema, por causa do assédio que sofreria no local. “Vários amigos do Pânico vão estar lá”, disse. “Já implorei para eles não me zoarem no programa.” Antes de aparecer nas páginas da revista, Alexander já era uma figura bem conhecida na vida noturna da cidade. Em abril, por exemplo, apareceu numa festa da Ferrari realizada no hotel Unique e aproveitou para fazer fotos ao lado da modelo Carol Prado. No Instagram e no Facebook, postou dezenas de fotos mostrando cenas de sua vida de baladeiro.

    Portanto, sim, Alexander existe. Mais do que isso, é um exemplo de um tipo que vem se proliferando nas casas noturnas paulistanas. Foi retratado nas páginas de VEJA SÃO PAULO, sem qualquer tipo de julgamento, por ter um comportamento que é comum entre um grupo de pessoas – por mais ultrajante que isso possa soar para alguns. O fato de ter gente gastando 50 000 reais em uma noitada é notícia – apesar de alguns jornalistas não entenderem ou fingirem que não entendem. É assim desde sempre. Em 1943, por exemplo, ficou famosa a reportagem do lendário jornalista Joel Silveira sobre as festa das famílias quatrocentonas de São Paulo, publicada em oDiário da Noite.

    Alexander é mais um personagem retratado nos 28 anos de circulação de VEJA SÃO PAULO, que dedica suas páginas aos mais variados e relevantes temas da cidade: dos buracos de rua aos problemas de segurança, do desempenho dos prefeitos a campanhas como a despoluição dos nossos rios, do respeito ao meio ambiente a questões ligadas à diversidade, da discussão em torno das soluções para o trânsito à história da cidade, passando pelo que a capital oferece de melhor nas áreas de gastronomia e entretenimento – sem esquecer, é claro, dos personagens que chamam a atenção na cena paulistana. Independente do tema abordado, o rigor na apuração é sempre o mesmo. E os únicos compromissos da revista são com a verdade e com os leitores.

     

  51. Ivana Bentes e “os garotos do tráfico”

    Alguém pode me dizer o que é que a professora/diretora Ivana Bentes (ECO/UFRJ ) tem na cabeça além de barulho de carroça? O artigo para a Revista forum é um descalabro de ponta a ponta. “Percussão, música, funk, Pink Bloc, Black Bloc, socorristas e movimentos de periferia…”, ou seja, um happening!  Em que mundo vive essa pessoa? Ivana Bentes, a lúdica. 

    “E se os garotos do tráfico estão chegando junto das manifestações e se misturando nelas não se trata de expulsa-los ou denuncia-los, mas trazer para o lado de cá! Ou teremos fracassado não como manifestantes, mas como sociedade!”

    Uma fofura os “garotos do tráfico” misturados nas manifestações, uma fofura!

    Dos Black Bloc aos Big Brothers: formação política por contágio
    Percussão, música, funk, Pink Bloc, Black Bloc, socorristas, advogados e movimentos da periferia participaram juntos da retomada do território urbano

    Por Ivana Bentes

    Entre os Black Blocks e os Big Brothers cabe um mundo de desejos, táticas, articulações em nome de um Comum (Mídia NINJA)

    O Grito da Liberdade começou com uma ala de Black Block de braços dados e em silêncio e acabava com uma ala muito maior de Policiais no final. Entre esses dois extremos um mar de gente, movimentos, desejos.

    Emocionante calar a Av. Rio Branco inteira com 2 mil pessoas atravessando em silêncio a avenida ao som compassado e solene das batidas de tambores, só cortado pelos nomes lembrados de presos nas manifs, ativistas e sonhadores de todos os tempos.

    O Grito, como todas as manifestações têm sido, foi um ato de formação política, que teve que superar a autofagia (antropofagia dos fracos que comem e detonam o parceiro mais próximo) para tomar as ruas de forma linda e potente, recuperando o sentido estético e das diferentes linguagens nas manifestações políticas.

    O que prova essa manif? Que é inútil e simplista dividir os manifestantes entre “vândalos”, “mascarados” e os manifestantes pacíficos. Se gritam é uma dor que dói. Ou uma intensa alegria. Estamos todos juntos!

    É impressionante ver como os garotos da periferia do Rio estão se apropriando e emponderando da linguagem politica e estética das manifestações e vice-versa. Porque ali, de máscara ou cara lavada, com táticas lúdicas (performance, fantasias, carnaval politico) ou violência real e simbólica o que está sendo viralizado e se propaga por contagio e intensos debates é um desejo de transformação. Uma escola de ativismo em fluxo, processo político.

    Os Black Blocks, mas não só eles, todos os que sofrem o poder no corpo (jovens negros das favelas, população de rua e agora ativistas e midialivristas) colocam de forma muito explicita uma questão decisiva para todos nós: o monopólio da violência pelo Estado. E toda a pauta politica que isso implica: do fim das mortes nas favelas até a total desmilitarização da policia e a neutralização do poder de morte do Estado. Biopoder, poder sobre a vida, escancarado e colocado em xeque.

    Ao mesmo tempo está tomando corpo uma guerrilha popular de combate aos poderes nas ruas. Não se trata aqui de ficar com medo ou condenar. Mas de observar eentender, antes de tudo.

    E se os garotos do tráfico estão chegando junto das manifestações e se misturando nelas não se trata de expulsa-los ou denuncia-los, mas trazer para o lado de cá! Ou teremos fracassado não como manifestantes, mas como sociedade!

    Entre os Black Blocks e os Big Brothers (policia, mídia, todos os poderes) cabe um mundo de desejos, táticas, articulações em nome de um Comum.

    Fica menor (mesmo que necessário e parte do processo) o debate mal colocado contra os atores e atrizes “da” Globo que apoiaram o Ato, se posicionando como sujeitos políticos nessa disputa. É possivel e preciso politizar tudo, em diferentes níveis e esferas, inclusive a escolha dos aliados, nem sempre óbvia. Quem quiser apostar nos dualismo, no purismo, no moralismo, já perdeu! .

    O final do ato na Lapa _depois de uma manifestação com percussão, música, funk, Pink Bloc, Black Bloc, socorristas, advogados que estão nas ruas, garotos recém saídos das prisões arbitrárias, movimentos de periferia, silêncios, gritos de retomada dos territórios urbanas _ ainda vimos a aparição do Batman forte e do Batman pobre nos Arcos da Lapa junto com uma faixa pedindo a liberdade dos presos nas manifs.

    As manifestações brasileiras estão reinventando os super-heróis! Vindos das ruas e/ou dos quadrinhos. Batman “rico” e pobre, homem-aranha, um bandeirante, Saci Pererê…

    A Lapa virou uma praia noturna, onde ficaram todos pelo simples prazer de estar juntos. O fato destoante era o helicóptero da policia rondando do alto como num game em que se procura um alvo no chão, ameaçadoramente. Nós somos o alvo de um poder que foi por nós constituido? Nós, poder constituinte (Antonio Negri), a nós nos cabe romper com esse estado de coisas.

    Em um momento de tensão se descobriu um P2 no meio da dispersão. O que poderia virar um ataque ou linchamento no corre-corre foi desarmado e contido pelos próprios manifestantes e pelos Black Blocs, tornados força de paz.

    Ao final, os “quinhentos” (eram muitos!) policiais também fizeram a sua rodinha de convivência e bate-papo, tão a vontade que ficaram de costas para a aglomeração na praça tomada da Lapa.

    O que prova esse Grito no meio de uma escalada de repressão e ódio?

    Que podemos recomeçar tudo de novo e reinventar as manifestações e a cidade do Rio de Janeiro, todo dia.

    (Rio, 31/10/2013)

     

    Ivana Bentes é professora e diretora da Escola de Comunicação da UFRJ, coordenadora do Pontão de Cultura Digital da ECO/UFRJ.

     

     

  52. Declaração à opinião pública

    Declaração à opinião pública e à mídia, do biógrafo de Battisti

    06/11/2013 | Leituras

    Por Carlos Alberto Lungarzo.

    707697_3_46ba_cesare-battisti-a-paris-le-13-mars-2004Em minha qualidade de coordenador do grupo de apoio ao escritor italiano Cesare Battisti, venho por meio desta, explicar as circunstâncias em que foi cancelada a participação deste escritor no evento “Quem tem o Direito ao Dizer”, que devia acontecer no dia 6 no Departamento de Letras da UFSC.

    Há quase 15 meses, os membros do PET desse departamento, bem como outras pessoas da universidade, convidaram a Battisti e a mim a participar deste evento, um convite que muito nos honra, e pelo qual estamos profundamente gratos, não apenas a eles, mas a todo o pessoal e público da universidade que fez possível o convite.

    Hoje, dia 5, fui informado por Battisti de que tinha recebido uma “recomendação” de um alto escalão do governo, veiculada através de um alto representante do Parlamento, para não comparecer ao evento. O parlamentar também falou comigo, fazendo uma referência, que não entendi muito bem, à relação entre este evento e o processamento do RG para estrangeiros (RNE) de Battisti que ainda não lhe foi entregue. Outrossim, o Exmo. Parlamentar me informou de que a divulgação feita pelos organizadores do evento revelavam uma implicação política que tornava altamente inadequada a participação de Battisti.

    Desejo salientar, a título pessoal:

    1. Não acredito que, no atual momento da história, possa ainda confudir-se ação políticacom defesa dos direitos humanos, que é o objetivo deste evento, e ao qual manifesto minha admiração pela coragem, inteligência e profundidade com que foi programado.

    2. Contrariamente ao habitualmente divulgado, Battisti não é refugiado político. Seu refúgio, concedido pelo então ministro Tarso Genro em 2009, foi cassado pelo STF em 09/09/2009.. Após sua soltura em 09/06/2011, Battisti recebeu do Conselho de Imigração um visto de permanência definitiva no país, que é uma condição de estrangeiro idêntica a de milhares de imigrantes, incluído eu.

    3. De acordo com a CF, os Direitos Humanos fazem parte dos princípios em que se baseia a República Brasileira, assim sendo, não podem ser negados a ninguém em função de sua nacionalidade. Se é impedido a um escritor falar de seus livros, e se considera que literatura e direitos humanos significam ação política (e até, segundo parece, ação política ilegal), quero manifestar minha perplexidade sobre o que devemos entender por democracia e estado de direito.

    4. Não só agradeço como me solidarizo totalmente com a Magnífica Reitora e toda a comunidade da UFSC pelo que, segundo entendo, deve entender-se como um ato de desrespeito à autonomia de uma universidade. Mesmo que seja  Federal, a UFSC é um ente autônomo e não uma dependência do núcleo  estratégico do estado. É perigoso para o direito de expressão interferir no convite a uma pessoa que está legalmente no país, cuja vida é totalmente pública e cujo único objetivo era falar sobre os quase 30 livros que escreveu, muitos dos quais tiveram grande sucesso de crítica e leitores no exterior, especialmente na França.

    Finalmente, quero fazer notar um paradoxo. A gente queria falar sobre “Quem tem direito ao dizer”, mas nós mesmos ficamos sem esse direito.

    Somos condenados ao silêncio. É verdade que o silêncio pode ser uma maneira de expressar-se, mas a expressão através do silêncio pode ser ambígua. Aliás, nem sempre o silêncio fica registrado na história.

    Carlos Alberto Lungarzo
    Professor titular (ap.) UNICAMP; Ex-pesquisador 1 do CNPQ

    http://desacato.info/2013/11/declaracao-a-opiniao-publica-e-a-midia-do-biografo-de-battisti/

  53. “Isso é uma invenção do Aécio”

    Fernanda Venturini descarta qualquer possibilidade de Bernardinho ser candidato no Rio

    Bernardinho e Fernanda Venturini posam com a filha Julia, hoje com 11 anos (Foto Anderson Borde /AgNews 09.05.2009)

     POR RODRIGO RODRIGUES A ex-levantadora de vôlei Fernanda Venturini, esposa do técnico Bernardinho, descartou nesta quarta-feira (06) qualquer possibilidade do marido ser candidato ao governo do Rio de Janeiro, como quer o PSDB fluminense e o senador Aécio Neves, pré-candidato à presidência da República. “O Bernardo não vai se candidatar a nada. O PSDB queria, mas ele não aceitou. Isso é uma invenção do Aécio, que vai fazer pressão até o dia da eleição. Ser governador nunca passou pela cabeça dele”, disse a levantadora por telefone.  Casados desde 1999 e com duas filhas, Venturini afirma que a decisão do marido passou por uma junta familiar que inclui ela, o filho Bruninho (fruto do relacionamento de Bernardo com Vera Mossa) e a mãe do Bernardinho. “Nós conversamos desde que essa história começou e pesamos que não é bom para a vida dele e nem para a família no momento. Entre a política e a família, a opção do Bernardo foi pela família”, disse a atleta.  Medalha de Bronze nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, sob o comando do marido, Venturini disse que a filiação de Bernardinho ao PSDB fluminense foi fruto de pressão de Aécio e Fernando Henrique Cardoso, figuras que gozam da intimidade do atual técnico da seleção masculina de vôlei. Mas segundo Venturini, desde o início ele já demonstrava resistência em concorrer a qualquer coisa. “Isso nunca foi uma coisa que a gente quis e buscou. É uma coisa inventada, que não estava nos nossos planos. Foi invenção do Aécio, que sabe que o Bernardo é uma pessoa idônea, que tem total confiança do povo brasileiro, exatamente o contrário da política de hoje, que só tem gente corrupta e com processos mil atrás”, resume a levantadora. A esposa de Bernardinho também afirma que o marido já deu todos os sinais ao PSDB fluminense de que não será candidato e que não sabe o motivo das lideranças do partido ainda alimentarem esses boatos. “Esse papo já morreu há muito tempo na família. A decisão está tomada. Ele não quer e escolheu a família e não a política. Ele sempre teve vontade de construir um Rio de Janeiro melhor para as nossas filhas e nossos amigos, mas infelizmente a política não é simples assim”, argumenta a levantadora, que foi eleita melhor do mundo no Grand Prix de 1994.  A reportagem do Terra Magazine tentou contato com Bernardinho através da assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), mas não conseguiu agendar uma entrevista até agora, por problemas de agenda do técnico. Ele está concentrado em Saquarema, no Rio, onde prepara a seleção brasileira para enfrentar um novo desafio no Japão, a partir do dia 19, onde a equipe disputa a Copa dos Campeões Mundiais. O embarque da seleção para o Japão acontece amanhã. Sem a candidatura de Bernardinho, o PSDB fica sem palanque no Rio de Janeiro para alavancar a candidatura de Aécio Neves à presidência da República. O partido não tem nome forte no estado e os outros quatro candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto (Garotinho, Crivella, Pezão e Lindberg Farias) fazem parte da base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso e já negociam um palanque quadruplo para a atual presidenta no Estado.  Na última eleição municipal na capital fluminense, o candidato do PSDB foi o deputado federal Otávio Leite, que obteve apenas 2,47% dos votos válidos, somando apenas 80.059 votos.  O Rio de Janeiro é o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, somando cerca de 11,89 milhões de eleitores. Perde apenas para São Paulo e Minas Gerais. http://terramagazine.terra.com.br/bobfernandes/blog/2013/11/06/fernanda-venturini-descarta-qualquer-possibilidade-de-bernardinho-ser-candidato-no-rio/

  54. Um Black Bloc abandonado à própria sorte.

    Pessoalmente sou totalmente contra a tática Black Bloc (ela até faria sentido num regime de excessão, o que não é o caso no Brasil, hoje).

    Apesar disso, não dá para aceitar o comportamento da Justiça em manter preso um único rapaz,  simplesmente por ter sido o único a ser identificado por não usar ou ter perdido a máscara.

    O cara está jogado lá, não tem o apoio nem dos “companheiros” de “tática” e ninguém mais toca no assunto.

    Aqui o relato do professor dele:

    Metástase

     

    Um aluno meu preso pela polícia porque estava na manifestação na qual um coronel da PM foi espancado . Foi acusado de formação de quadrilha e tentativa de homicídio, sem provas ou sequer indícios. Estava lá sim, inclusive era um dos poucos que não escondiam o rosto.

    Foi preso em flagrante, o que, contrariamente ao que pensa o senso comum, não significa, necessariamente, ser pego “com a boca na botija”, mas apenas que foi detido, nas circunstâncias do ato criminoso, em situação que se faça presumir que seja o autor.

    Via de regra, quem alega o flagrante é a polícia. Ela pode fazer isso discricionariamente, não necessitando de indícios, provas nem sequer “atitude suspeita”, como na brilhante e atual crônica de Luis Fernando Veríssimo.

    Por estar na manifestação, Paulo Henrique Santos está, até hoje, no centro de detenção provisória. Sem provas ou indícios, ele teve um Habeas Corpus negado pelo juiz Alberto Anderson Filho, baseado única e exclusivamente no “flagrante” e nas acusações da polícia.

    “O fato de o indiciado ser primário, estar cursando universidade, e ter respaldo familiar, não o afastou da participação em baderna na via pública”. Segundo o juiz, se trata “de manutenção da ordem pública”.

    Lá se vão 12 dias que o estudante, com residência fixa e primário, encontra-se preso, sem direito a responder as acusações em liberdade. O próprio Ministério Público recomendou a soltura de Paulo Henrique Santos, até agora em vão.

    Não se trata de culpado ou inocente. Se trata de respeito ao devido processo legal, de provas e contra-provas. Alias, as imagens divulgadas pela própria polícia mostram que Paulo Henrique não agrediu o coronel.

    Este é o aparato repressivo da polícia. Sim, da polícia primariamente, depois do Estado e seus amigos.

    Há muito ela se distanciou das leis, criando espaços de anomia e suas próprias regras. Isso é confortável para a classe média, que vive pedindo mais polícia, mais energia e mais sangue.

    Potência e desejo se encontram. Se encontram nas hierarquias e nas .40 no coldre. Ou melhor, nas .40 fora do coldre, apontadas soberanamente para alguém, para qualquer um. Esta é a nossa ordem. Esta é a nossa barbárie diária.

    A pior das barbáries, porque acima da lei, inimputável. Barbáries cotidianas de arbítrio e força mais que conhecidas da periferia, desde que o samba é samba é assim. Mas fica um aviso: o monstro descontrolado e incensado não reconhece barreiras geográficas. Se ainda havia um constrangimento para a atuação da polícia, não há mais.

    Paulo Henrique está preso arbitrariamente simplesmente porque, conforme o juiz citado, estava na manifestação. O policial que matou uma pessoa “sem querer” dois dias depois do protesto no qual Paulo se encontrava, foi solto.

    Este aluno está detido, e foi transferido para o centro de detenção provisória sem Habeas Corpus. Estudante, residência fixa, sem antecedentes. Sem Habeas Corpus

    A potência policial encontra o desejo do judiciário e da classe média. Pura força.

    A nossa metástase e nossa tragédia.

       

    1. “Por estar na manifestação,

      “Por estar na manifestação, Paulo Henrique Santos está, até hoje, no centro de detenção provisória”:

      Marco, em geral eh isso mesmo na jurisprudencia internacional:  como nao ha video segundo-por-segundo, quem aceita estar em uma manifestacao onde um policia eh agredido eh co-autor.  Ate prova em contrario -como uma confissao ou video detalhado- o ato esta feito (nao o ato de ir pra manifestacao mas o ato da agressao a agente do estado) e a co-autoridade eh dificilima de provar sem video.

      Sim, esse eh um caso de culpado instantaneo.  Pode ate nao ser culpado do que o estao acusando, mas eh culpado por associacao.

  55. Um tira e um Prata

    Um tira e um Prata

    Inácio Araújo: http://inacio-a.blogosfera.uol.com.br/

    Li o artigo do Antonio Prata na Folha de domingo apenas depois de ler a espantosa, antológica coluna de cartas ao leitor da segunda-feira.

    Não é apenas o direitismo agora atrevido das pessoas que assusta.

    Somos um povo de direita, ao menos nós da classe média, marcados profundamente pela ditadura e pelo rancor (não sei se um e outro vêm juntos) – isso é sabido.

    Queremos lei e ordem, sobretudo aparência de lei e ordem contra os fracos, contra os pobres. Penso nisso cada vez que vejo um desses carrões de vidros escuros fazendo conversões absolutamente proibidas, ou subindo na faixa de pedestres como quem entra em casa… Estamos construindo um novo Brasil, dizem. Ok.

    Mas o que mais me espantou foi essa incapacidade tão paulista para o humor.

    Quer dizer: de quatro pessoas que escreveram, três ao menos não perceberam que se tratava de um texto inteiramente sarcástico, uma paródia do que fazem os colunistas de direita.

    Quem me ensinou a gostar do Antonio Prata foram os meus filhos. Eu sou da geração do pai, que é um grande e bem humorado sujeito.

    Acho mais difícil a vida do jovem Prata.

    Lida com uns caras que, num parágrafo, gritam contra o que chamam de politicamente correto e no momento seguinte se queixam de bullying

    Mas, como dizia, o problema não são os escribas. São os leitores.

    Essa gente que emporcalha a internet com sua bela ausência de cérebro, por exemplo.

    Eles é que mantêm o debate ao rés do chão e se deleitam que ele esteja ali, onde acreditam poder entender alguma coisa.

    Mas não entendem nem um humor um pouco mais sofisticado.

    Sim, só lhes resta o Pânico. Em todos os sentidos.

    Quero dizer: essa crônica de tantos méritos do Prata tem seu maior mérito fora dela. Vem desses boçais, desses bárbaros que compõem a classe semi-alfabetizada de São Paulo.

    A meritocracia

    Ele apareceu domingo no TV Folha. E hoje apareceu numa bela entrevista.

    Um homem muito inteligente. Não esperava isso de um ex-PM.

    Mas é justamente a questão da polícia que ele aborda em sua tese, que vai ser lançada em livro, que foi orientada por Celso Lafer.

    Em resumidas contas diz: o espírito policial é herdado da ditadura (eu diria que vem de muito antes, vem de Canudos pelo menos, mas isso é detalhe); diz que o criminoso suposto é visto como inimigo, portanto deve ser morto (por isso ele fala de ditadura: é da guerra contra a guerrilha); diz que a polícia incentiva os assassinatos, isso é bem visto e premiado pela direção; diz que quando a coisa esquenta, sai na mídia, dá rolo, as chefias tiram o corpo fora e falam de “falha individual”; diz que se há tantas falhas individuais o sistema policial é perfeito.

    Diz muitas outras coisas, que traduzo no meu estilo tacanho: a polícia foi feita para perseguir, prender e eventualmente matar, ou seja foi feita para oprimir pobres e pretos por todos os meios disponíveis.

    Isso que alguns dos meus colegas favoritos chamam de meritocracia.

  56.  
    Hello —
    This week, the

     

    Hello —

    This week, the U.S. Senate voted to consider the Employment Non-Discrimination Act, or ENDA. This legislation has a very clear purpose: to make sure that no one can be fired for who they are or who they love.

    Right now, only 17 states prohibit employment discrimination against LGBT workers. That leaves millions of Americans who go to work every day fearing that they could lose their job because of who they are.

    As the President said earlier this week, that’s not acceptable.

    A majority of Americans assume there is a prohibition against discrimination based on sexual orientation in the workplace. There’s not, and that’s exactly why this is so important — and why we need your help to get the word out. Yesterday, Press Secretary Jay Carney explained what ENDA does, and why it’s so important in the fight for equality.

    Watch the video — and pass it on so that other people know what a big deal this is.

    At a time when Washington is spending so much of its time bickering over partisan issues, Congress has an opportunity to make a real difference in the lives of millions of Americans by passing this commonsense — and overdue — law.

    It’s not just civil rights advocates who support ENDA. Business leaders know that prohibiting employment discrimination is good for business. Inclusive workplaces attract the best and brightest employees, and improve their bottom line.

    ENDA is set for a final vote in the Senate, and then the House needs to pass it. Americans need to know where members of Congress stand, and what is at stake.

    We need your help — please watch this video, and forward it on so that all Americans learn how important this is, too.

    Thanks,

    Valerie

    Valerie Jarrett
    Senior Advisor
    The White House
    @VJ44

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