Fora de Pauta

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Luis Nassif

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  1. A publicidade do novo filme de Lars von Trier

    Charlotte Gainsbourg em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier

     

     

    Christian Slater em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Connie Nielsen em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Jamie Bell em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Jens Albinus em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Mia Goth em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Nicolas Bro em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Shia LaBeouf em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Sophie Kennedy Clark em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Stacy Martin em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Stellan Skarsgard em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Uma Thurman em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Udo Kier em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier Willem Dafoe em pôster de ‘Ninfomaníaca’, novo longa de Lars von Trier

    Elenco de novo filme de Lars von Trier simula orgasmo em pôsteres; veja imagens

    O polêmico cineasta dinamarquês Lars von Trier continua inovando na divulgação de seu novo filme, “Ninfomaníaca”, longa de temática sexual que narra a vida de uma mulher.

    Nesta quinta-feira (10), foram revelados 14 pôsteres oficiais do filme, cada um deles trazendo um dos atores do elenco nu e simulando um orgasmo.

    Entre as estrelas do longa, estão Charlotte Gainsbourg, Uma Thurman, Willem Dafoe e Stellan Skarsgard –todos presentes nos pôsteres, de olhos fechados e parecendo atingir o clímax sexual.

    “Ninfomaníaca” é um projeto de cinco horas e será dividido em dois filmes, cada um com duas horas e meia de duração.

    A história tem oito capítulos e, no site oficial do filme, Von Trier tem disponibilizado mensalmente um pequeno teaser para cada um deles.

    De acordo com a produtora Louise Vesth, o cineasta fará experimentos com estilos cinematográficos ao longo das duas partes do projeto. Haverá, por exemplo, uso de imagens de arquivo e um capítulo inteiro filmado com uma câmera parada.

    Segundo ela, o filme também terá cenas de sexo real entre dublês de corpo que, graças aos efeitos digitais, parecerão terem sido feitas entre os atores do filme.

    Notório por por suas polêmicas, seus filmes viscerais e por brigas com os atores durante as filmagens, Von Trier deixou de fazer aparições públicas depois de ter sido banido do Festival de Cannes em 2011, quando afirmou que “simpatizava com Hitler” e se considerava “nazista”.

    “Ninfomaníaca” estreia em 25 de dezembro na Dinamarca.

     

    1. Lars von Trier

      Lars von Trier definitivamente não é para todo mundo.  Depois de Anticristo -quando sai antes do final do filme, bem antes – não tenho mais vontade de vê-lo, digo….seus filmes!!  Sempre muito denso, tenso…..seus filmes sempre mexem comigo de forma angustiante.  

  2. Uma pesquisa estranha feito por telefone

    Do Facebook de ConceiçãoOliveira

    https://www.facebook.com/paula.capriglione/posts/626672644049812

    Muito bizarro!: acabo de receber uma ligação esquisitíssima no telefone fixo: uma gravação com claro sotaque gringo pede a participação em uma pesquisa. Fico na linha para ver do que se trata e começam as perguntas, uma mais estranha que a outra sobre as manifestações e política, todas com diversas opções de resposta: se participei das manifestações, se acho que as manifestações violentas assustam as pessoas, quem ou que meio eu ouço mais para me informar, quem ou que meio eu ouço mais para formar minhas opiniões, por que causa eu me manifestaria, qual minha forma preferida de me manifestar, qual candidato a presidente de minha preferência, qual minha orientação política… Meu!!! Que pesquisa!!! Será que era encomenda do Obama? Ou de quem trabalha pra ele??? Minha sugestão: se acontecer com você, GRAVE! E NÃO DÊ SUAS RESPOSTAS VERDADEIRAS, E SIM PESQUISE A PESQUISA!

  3. Republicanos acenam com acordo sobre dívida, mas Obama é cautelo

     

    Atualizado em  10 de outubro, 2013 – 21:17 (Brasília) 00:17

    John Boehner

    Boehner propôs o aumento do teto da dívida por seis semanas, mas Obama adota cautela

    A oposição republicana fez nesta 

    A oposição republicana fez nesta quinta-feira um aceno ao governo do democrata Barack Obama ao apresentar uma proposta de acordo para um aumento temporário do teto da dívida a fim de evitar um calote por parte do governo dos Estados Unidos a partir do próximo dia 17.
    O presidente da Câmara dos Representantes (deputados), o republicano John Boehner, tenta incluiu na negociação o fim de outro problema que afeta em cheio as finanças do país – a paralisação parcial do governo, após a não aprovação do orçamento de 2014, que forçou o afastamento temporário de mais de 800 mil funcionários públicos federais desde o último dia 1º.
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    Estados Unidos
    Boehner, que está na linha de frente das negociações com os democratas (e que precisa mediar inclusive as posições de republicanos linha-dura e moderados) disse que a proposta busca oferecer a Obama a possibilidade de renegociar a paralisação parcial do governo.
    “É tempo de liderança”, disse. “É tempo de de começar as negociações e as conversas”.
    ‘Pouco entusiasmo’
    Para o editor de América do Norte da BBC, Mark Mardell, “a Casa Branca está determinada a não se mostrar muito entusiasta com a oferta republicana”.
    Mardell diz que Obama, ao fim, deve aceitar a oferta, mas não sem antes tentar tomar a dianteira das negociações.
    Enquanto isso, a Casa Branca continua a apontar o dedo para os republicanos, responsabilizando a oposição para consequências que considera desastrosas na economia caso não se aumente o teto da dívida e o governo se veja repentinamente sem poder honrar parte de seus compromissos.
    Mardell cita a comparação feita por um senador democrata de que os republicanos estariam se comportando como um homem vendado caminhando em direção ao precipício.
    Obamacare
    Republicanos são contra reforma de saúde de Obama, que ganhou a alcunha de ‘Obamacare’
    “A liderança republicana tirou a venda dos olhos e está dando um passo para trás” ao fazer essa proposta, argumenta Mardell.
    ‘Cabeça fria’
    O porta-voz de Boehner disse que proposta republicana inclui o aumento temporário do teto da dívida por um período de seis meses, até o dia 22 de novembro.
    A reação da Casa Branca veio pelo porta-voz Jay Carney, que disse que o presidente Obama está satisfeito que “cabeças frias” estão prevalecendo no Congresso.
    Carney disse, no entanto, que Obama “não vão dar nada em troca aos republicanos, que estão fazendo o seu trabalho” apenas.
    O impasse já contamina o mercado financeiro, que por sua vez já aumentou os juros futuros do Tesouro americano. O aceno republicano, no entanto, foi sentido imediatamente pelas Bolsas, que voltaram a subir nesta tarde.
    Até o momento, não está claro se os republicanos estão incluindo nas negociações o adiamento da reforma da saúde. Bandeira de campanha de Obama, o programa é duramente criticado pelos rebublicanos, que tentam de toda forma barrar sua entrada em vigor.
    A oposição argumenta que a legislação, que obrigada todo americano a ter um plano de saúde, é uma interferência inaceitável do Estado na vida dos cidadãos.
    A paralisação parcial do governo, com a não aprovação do orçamento, é o último capitulo da batalha em torno do chamado “Obamacare”, já que o impasse se deu justamente porque os republicanos queriam adirar a entrada em vigor da lei.
    http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/10/131010_eua_republicanos_acordo_divida_mm.shtml

  4. ENTREVISTA-Mantega: redução gradual de estímulos nos EUA está pr

    quinta-feira, 10 de outubro de 2013 22:17 
    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chega a entrevista com a Reuters em São Paulo. 10/10/2013 REUTERS/Nacho Doce
    1 de 1Versão na íntegra
    Por Patrícia Duarte e Cesar Bianconi

    Photo

     

    SÃO PAULO, 10 Out (Reuters) – Uma redução gradual do programa de estímulos do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, já está precificada pelo mercado, mas novos desequilíbrios à economia mundial devem ocorrer quando os EUA voltarem a elevar os juros, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista exclusiva à Reuters.

    Para ele, no entanto, o aperto monetário nos EUA deve ocorrer apenas após 2014, quando já deverá ter saído do papel o fundo de contingenciamento de reservas sendo desenhado pelos Brics –grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, o que reduziria o impacto do juro norte-americano maior sobre os emergentes.

    O Fed vem injetando mensalmente 85 bilhões de dólares na economia dos EUA através da compra de títulos de dívida para estimular a atividade. Os mercados financeiros globais estão em compasso de espera pela redução dos estímulos há meses, depois que autoridades do BC norte-americano começaram a dar sinais nessa direção.

    “Se (os EUA) anunciarem: ‘nós vamos diminuir 10 bilhões de dólares por mês, em vez de 85 bilhões, serão 75 bilhões’, certamente uma decisão como essa, a meu ver, tende a não ter efeito nenhum”, afirmou Mantega. “Não estamos falando de enxugamento da liquidez internacional, estamos falando de uma expansão (monetária) menor”, acrescentou.

    Para cuidar de questões internas, o ministro optou por não ir ao encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington nesta semana e quando representantes do G20 se reunirão. Ele defendeu que seria importante o comunicado do G20 incluir três objetivos: resolução do teto da dívida dos EUA, melhora na comunicação do Fed e trabalhar para melhorar a atividade europeia.

    Mostrando-se cautelosamente otimista com o futuro da economia mundial, o ministro disse ainda que a atual política monetária do Brasil não inibe o crescimento e os investimentos, argumentando que a taxa real de juros (descontando a inflação) continua baixa. “Não me parece necessário que a gente volte para taxas reais de juros de 8 ou 10 por cento”, afirmou.

    Na noite de quarta-feira, o Banco Central elevou a taxa básica de juro Selic em 0,50 ponto percentual, a 9,5 por cento, no quinto movimento de alta seguido e deixando claro para economistas e o mercado que deve levá-la a 10 por cento em novembro.

    Veja a seguir os principais trechos da entrevista com Mantega.

    REUTERS – Como o senhor avalia o impasse nos EUA sobre a elevação do teto da dívida?

    MANTEGA – Hoje esse é o problema mais emergente para a economia global, porque caso não prevaleça o bom senso, de fato teremos um problema sério na economia mundial. Os EUA estão em recuperação e a continuidade disso é muito importante para a economia mundial. Eu acho improvável um default nos EUA, teria que acontecer uma insensatez, seria a reversão da reversão: a política monetária é a única arma que restaria para ajudar a economia. Ficamos com uma situação esdrúxula nos EUA, uma política monetária expansionista e uma política fiscal contracionista, os EUA ficaram mancos, com uma pata a menos.

    – A nomeação da Janet Yellen como chairwoman do Federal Reserve, banco central dos EUA, é benéfica para os países emergentes, para o Brasil?

    MANTEGA – A nomeação da nova presidente do Fed é importante. Eu acredito que a Yellen vai dar continuidade à política e filosofia do (atual chairman) Ben Bernanke, parece que é a pessoa mais alinhada com ele. A política de “soft landing” dos estímulos é a mais adequada para os EUA e para o mundo, é obrigatório que se faça a redução de estímulos, mesmo porque os EUA não estão demonstrando todo esse desempenho, não estão ainda com uma recuperação consolidada da economia. Uma retirada gradual significa maior estabilidade nos fluxos de capitais e cambiais.

    – A redução dos estímulos já está precificada nos ativos, embora ela ainda não tenha começado?

    MANTEGA – Com certeza já está precificada. Veja, não estamos falando de enxugamento da liquidez internacional, estamos falando de uma expansão (monetária) menor. É algo que não deveria ter uma repercussão tão grande, o que tem mais repercussão seria a subida dos juros norte-americanos, isso pode causar desequilíbrios na economia mundial. Mas a elevação do juro (nos EUA), pelo visto, está postergada para não sei quando, para além de 2014 aparentemente.

    – Isso significa que os mercados não reagirão quando o Fed efetivamente reduzir os estímulos?

    MANTEGA – Se eles anunciarem ‘nós vamos diminuir 10 bilhões de dólares por mês, em vez de 85 bilhões serão 75 bilhões’, certamente uma decisão como essa, a meu ver, tende a não ter efeito nenhum. Agora, se tomarem uma decisão mais forte, poderá haver. Acho que o mercado já precificou uma redução de 10 bilhões a 15 bilhões. O termômetro para isso é a economia norte-americana. Se o desempenho continuar moderado, ainda mais atrapalhado por essa história fiscal que causou certamente algum retrocesso na economia dos EUA que não vai crescer 2 por cento (em 2013), isso vai refletir na política do Fed. Não é possível uma reação tempestiva do Fed.

    – Os Brics estão criando um fundo virtual de reservas de 100 bilhões de dólares que poderia ajudar os emergentes a lidarem com a volatilidade resultante da elevação do juro nos EUA no futuro. Esse fundo estará operacional quando o Fed começar a subir o juro?

    MANTEGA – Eu acredito que sim, vai depender do empenho dos países na aprovação em seus congressos. O fundo contingente de reservas está avançando bem porque todos os países concordam que ele é necessário e importante. Provavelmente na reunião de Fortaleza, de março de 2014, poderemos firmar esse acordo de reservas, não há divergência quanto ao valor, há discussões de alguns detalhes. Se pode sacar 30 por cento da sua cota sem maiores burocracias, depois disso vai para análise do FMI.

    – Representantes do G20 se reúnem nesta semana durante encontro do FMI e do Banco Mundial em Washington. O que o senhor espera do comunicado do G20 após a reunião?

    MANTEGA – As preocupações principais são resolver o impasse (sobre o teto da dívida dos EUA) e moderar a redução dos estímulos, porque isso causou turbulências nos últimos meses, agora deu uma acalmada, mas sempre é um problema potencial. Certamente o comunicado deve ter uma referência para que haja uma comunicação clara e mais precisa (sobre a redução dos estímulos pelo Fed). Um terceiro ponto é no sentido de trabalhar pela recuperação europeia, ela está dando os primeiros sinais, está engatinhando, mas ela tem que acontecer. Os emergentes foram atingidos não por excesso de liquidez como diz o FMI, mas pelo retrocesso econômico dos países europeus. Os europeus têm que se esforçar mais.

    – A queda do comércio global, então, prejudicou mais os emergentes do que as políticas monetárias expansionistas nas economias desenvolvidas?

    MANTEGA – O principal problema para os países emergentes foi a queda do comércio internacional, não vamos escamotear e dizer que foi o excesso de liquidez. Os países emergentes se ressentiram, principalmente a China, pela queda da exportação. E a China tem um impacto no mundo e nos emergentes. Os outros problemas mundo afora são decorrência disso: déficit em transações correntes, crescimento menor e queda da renda. Os fenômenos monetários são a consequência.

    – O que pode ser feito para garantir uma recuperação mais consistente da Europa?

    MANTEGA – É preciso balancear melhor as políticas fiscal e monetária. Melhorou um pouco porque alguns países flexibilizaram um pouco a política fiscal, tem que se insistir nisso, de países europeus com situação fiscal mais equilibrada, a Alemanha, a Holanda, os países do norte da Europa, a própria França. É fazer uma política de ajuste fiscal mais de longo prazo do que de curto prazo.

    – Mas não há muita visibilidade sobre quando o comércio internacional vai melhorar…

    MANTEGA – No fim de 2013 e em 2014 poderemos ter uma ligeira recuperação da economia mundial, com os EUA um pouco melhor superando o problema fiscal, a China voltando a crescer um pouquinho mais e a União Europeia crescendo um pouquinho mais. Os emergentes não deixaram de crescer, eles continuam crescendo mais. Os emergentes, principalmente os Brics, vão continuar puxando o crescimento da economia internacional.

    – E o Brasil?

    MANTEGA – Estamos aumentando gradualmente o crescimento, no primeiro semestre crescemos mais do que muitos países, inclusive emergentes.

    – O comércio internacional não ajuda e o consumo já não cresce como antes. Há alternativa para o Brasil crescer que não seja pelo investimento?

    MANTEGA – O crescimento da economia brasileira já está sendo puxado pelo investimento. É a variável que mais cresce, principalmente produção de máquinas e equipamentos. O consumo vai voltar a crescer, não esqueça que o Brasil constituiu um grande mercado de consumo, ele está avançando, só que num ritmo menor. Você tem 100 milhões de pessoas na classe média, e a massa salarial continua crescendo, vai crescer este ano de 1,5 a 3 por cento. O vetor mais importante é o investimento em infraestrutura, onde o governo está dando muitos estímulos.

    – Qual o efeito dos investimentos em infraestrutura na economia do Brasil em 2014?

    MANTEGA – Se conseguirmos realizar boa parte das concessões e fazê-las funcionar, só em 2014 teremos 30 bilhões a 40 bilhões de reais só com essas concessões, isso dá 0,8 ponto percentual do PIB, mais o efeito multiplicador disso.

    – Aqui no Brasil vimos bastante turbulência no câmbio por causa do Fed, mas há algumas semanas ele ronda os 2,20 reais. É esse o patamar?

    MANTEGA – A volatilidade diminuiu, ela é ruim para os negócios e para os mercados, então a situação já melhorou. Aonde o câmbio vai se situar eu não sei, estamos hoje com câmbio mais dependente dos fundamentos e do mercado, ele vai continuar flutuando, mas estava flutuando em demasia. Se espera que diminua (a volatilidade) e o governo trabalha para isso.

    – O dólar a 2,20 reais ajuda nas exportações?

    MANTEGA – A armadilha é o ministro dizer qual é o câmbio desejável. Eu posso dizer que o câmbio nesse patamar está, sim, estimulando exportações. Eu verifico que as exportações de manufaturados têm melhorado, embora tenhamos um comércio internacional contraído… Vai ser favorável mesmo quando a economia internacional voltar a funcionar numa velocidade maior e quando o comércio mundial estiver se recuperando.

    – E a política monetária do Banco Central, ela está influenciando a atividade econômica? O BC elevou o juro básico para 9,5 por cento e indicou que deve continuar subindo a Selic.

    MANTEGA – Estamos falando de variação de taxa de curto prazo. Ela flutua de acordo com as necessidades da política monetária do BC. Se olharmos a taxa de juros real, ela é uma das mais baixas que o Brasil teve nos últimos tempos. Lembre-se que o Brasil já teve juro real de 8 por cento, 10 por cento. A taxa real de juro que temos hoje não inibe o crescimento, o investimento.

    – Há tabu em levar a Selic para dois dígitos?

    MANTEGA – Eu não vi essa discussão, as pessoas inventam e depois derrubam tabu. Nunca o governo falou: ‘não pode ser dois dígitos, um dígito ou meio dígito’. A taxa tem que ser adequada para a política monetária e para o crescimento. O importante é que não está se retornando ao passado. Agora, nós nunca dissemos não pode passar de X, Y ou Z. Assim como o câmbio, a taxa de juro de curto prazo tem que ser flexível e de acordo com a necessidade da política monetária. Além disso, com a situação fiscal sólida que temos, você precisa de taxas de juros menores para administrar a política monetária.

    – Recentemente as agências de risco S&P e Moody’s rebaixaram a perspetiva para o rating do Brasil e citaram preocupação com a situação fiscal…

    MANTEGA – Não se esqueçam que nos últimos dois, três anos o Brasil galgou níveis de risco menores, até 2008 o país não era grau de investimento. O viés se adapta a situações circunstanciais. E não se alterou o rating. A Fitch, por exemplo, não alterou nem a tendência. Cada agência faz o seu julgamento. Não vejo grandes problemas nisso, e nós temos uma situação mais sólida do que vários países emergentes, e continuamos reduzindo nossa dívida líquida.

    – Mas a dívida bruta sobe.

    MANTEGA – Há uma controvérsia a respeito da dívida bruta. Devemos enviar uma equipe técnica para tentar explicar ao FMI que a nossa dívida bruta não é aquela que diz o fundo, o fundo se equivoca ao dizer que nossa dívida bruta é de 68 por cento do PIB. Vamos mandar uma missão técnica para o FMI, falei com a (a diretora-gerente Christine) Lagarde um mês atrás em São Petersburgo. Eles se equivocam, nossa dívida não é 68 por cento, eles fazem dupla contagem de dívida. O Tesouro emite títulos da dívida que estão na carteira do BC, porque ele não pode emitir títulos. Ele usa o título para fazer política monetária, essa dívida não está no mercado. E há também os aportes no BNDES, que vai devolver o dinheiro ao Tesouro.

    – Sobre combustíveis, há algum aumento da gasolina encaminhado até o fim do ano?

    MANTEGA – Não há nenhuma previsão no momento. O que eu posso dizer é que no momento não há. Mas isso não é pré-estabelecido e as bases de referência têm se alterado bastante, o câmbio foi e voltou e o preço do petróleo, com Síria, foi e voltou. São muitas variáveis que estão nesse jogo, a tendência é que haja uma convergência de preços.

    (Reportagem adicional de Silvio Cascione)

    © Thomson Reuters 2013 All rights reserved.

  5. Novo cenário eleitoral inquieta PMDB, que espera definições de D

    quinta-feira, 10 de outubro de 2013 22:17 
    Por Jeferson Ribeiro

    BRASÍLIA, 10 Out (Reuters) – A aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos, as migrações de parlamentares para outros partidos e cenários eleitorais nos Estados têm deixado as bancadas do PMDB no Congresso, em especial no Senado, inquietas e os senadores querem que a presidente Dilma Rousseff comece a definir já algumas alianças regionais.

    A pressão do PMDB se dá justamente num momento em que o próprio governo refaz seus cálculos eleitorais depois da surpreendente aliança entre a ex-senadora Marina e o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Campos, anunciada no último sábado e cujo o impacto eleitoral ainda é incerto.

    Esse novo cenário foi alvo inclusive de uma longa reunião no Palácio da Alvorada entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira.

    Após o encontro de aproximadamente quatro horas, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que também participou da reunião, disse que a avaliação é de que é muito cedo para traçar estratégias. Segundo ele, as candidaturas de oposição ainda podem passar por mudanças até o ano que vem e ainda não se sabe o impacto da união entre Marina e Campos.

    “A presidenta tem os principais palanques praticamente em todos os Estados do país”, disse Mercadante aos jornalistas.

    Essa vantagem, porém, pode se desfazer na avaliação dos peemedebistas caso Dilma e o PT não comecem a definir prioridades em algumas disputas.

    Uma reclamação corrente no PMDB do Senado, por exemplo, é a situação do Ceará. Lá, o líder da bancada de senadores, Eunício Oliveira, quer disputar o governo, mas está inseguro sobre como montar a aliança e teme que Dilma não apoie apenas a sua candidatura.

    O atual governador, Cid Gomes, rompeu com o PSB para apoiar a reeleição de Dilma e se filiou ao recém-criado Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e, agora, deve indicar um sucessor para disputar o governo. Essa possibilidade pressiona o senador peemedebista, que quer uma definição de Dilma.

    “Nossa preocupação é resolver a questão dos cenários regionais. A pressão vem da base para Brasília”, disse à Reuters o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

    “O desafio que esse cenário (eleitoral) exige é que tenhamos atores claros”, acrescentou. Rêgo, aliás, é alvo de outra polêmica recente entre Dilma e os peemedebistas do Senado.

    O PMDB queria que ele fosse indicado para assumir o Ministério da Integração Nacional no lugar do ex-ministro Fernando Bezerra, que deixou o governo após seu partido, o PSB anunciar que não faria mais parte da coalizão de Dilma.

    A presidente, porém, só quer nomear novos ministros efetivos para as pastas em dezembro, quando muitos auxiliares deixarão o governo para disputar as eleições estaduais. A decisão contrariou os peemedebistas, mas eles terão que aceitar a determinação da presidente.

    Preocupada com essa insatisfação do maior partido da aliança de Dilma no Congresso, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, fez um intensivão de reuniões com a bancada nessa semana.

    Se reuniu duas vezes com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), conversou com Rêgo, com Eunício e com o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), para aparar arestas e impedir que as votações sejam contaminadas pelo mau humor do partido.

    Um senador peemedebista resumiu o momento: “estamos fazendo um alerta de que precisa conversar, mas não é uma crise”, disse pedindo para não ter seu nome revelado. “Essas conversas não podem ficar para a última hora”, acrescentou o parlamentar.

    Um outro peemedebista do governo avalia que é cedo para tratar de todos os cenários regionais, mas já está na hora de definir algumas variáveis das equações estaduais para garantir palanques unidos e competitivos.

    Ele aponta os casos da Bahia, onde Geddel Vieira Lima já avisou que fará campanha contra o PT, caso o governador petista Jacques Wagner não aceite fazer uma aliança com o PMDB; do Ceará, onde há dúvidas sobre os movimentos de Cid Gomes; e do Rio de Janeiro, onde PT e PMDB também devem se enfrentar.

    “Se os projetos regionais do PMDB ficarem em xeque, a aliança nacional com o PT pode se enfraquecer”, avisa esse parlamentar.

    Por enquanto, porém, esse peemedebista diz que os senadores estão passando por uma “angústia de grávida nos meses finais de gestação.”

    © Thomson Reuters 2013 All rights reserved.

    http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE99909O20131011?sp=true

     

    1. Sem haver nada que não apenas

      Sem haver nada que não apenas melhora mais as condiões para Dilma, se a turma do PMDB aperta a corda, Dilma pode até dispensar alguns desses mais corrupto, pois pode se eleger sem precisar desses votos.

  6. Partido de oposição

    A grande mídia é de fato o maior partido de oposição do Brasil, condição assumida por Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e executiva do grupo Folha de S.Paulo que afirmou:
    “… esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada.”

    Pois bem,

    Enquanto o governador Geraldo Alckmin, sobre os corredores exclusivos de ônibus implementados pelo prefeito Haddad, declara:

    “Os corredores são um espetáculo”

    O Estadão no  editorial  “A demagogia da mobilidade”, publicado nesta quinta-feira 10 , diz:

    …”No lugar de implantar, sem planejamento e a toque de caixa, as faixas exclusivas que servirão de cenários para os próximos programas eleitorais do PT na campanha para o governo do Estado, Haddad e Tatto deveriam adotar um plano capaz de harmonizar a utilização de carros com o transporte público, de acordo com as necessidades das várias regiões da cidade.”…

  7. Lula: “Estou acostumado a

    Lula: “Estou acostumado a tomar bordoadas”

     

    Ex-presidente acelera na estratégia de ocupar espaços à esquerda; é o dublê de candidato a presidente que ele prometeu ser; “Tenho casco de tartaruga, estou acostumado a levar bordoadas”, disse Lula na 3ª Conferência Global sobre Trabalho Infantil, em Brasília; irônico, defendeu sua opção preferencial pelos pobres: “Para eles”, disse, referindo-se à elite nacional, “tudo o que a gente dá para os ricos, é investimento, mas tudo o que a gente dá para os pobres é gasto”; defendeu Bolsa Família e atacou bancos; “Setor financeiro irresponsável já foi socorrido com US$ 10 trilhões desde 2008. Esse dinheiro acabaria com a fome no mundo”

    O ex-presidente Lula está na estrada. Ele cumpre, à risca, e com o pé no acelerador, a estratégia de ser o que chamou de “candidato dublê” da presidente Dilma Rousseff. Na manhã desta quinta-feira 10, ele subiu à tribuna da 3ª Conferência Global sobre Trabalho Infantil, em Brasília, para reforçar sua associação ao Programa Bolsa Família, atacar a ajuda dos países ricos ao setor financeiro internacional e para mandar recados aos adversários.

    – Estou acostumado a tomar borduadas. Mas tenho casco de tartaruga. Essa luta nós já vencemos, disse ele, aplaudido, à audiência da

    Conferência. Lula deu números sobre conquistas sociais alcançadas em seu governo, como a criação de 50 mil creches e a implantação de escolas em tempo integral. “Neste ponto, quero agradecer a Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, que nos anos 80 já apontavam a escola de tempo integral com a alternativa ao trabalho infantil”.

    Pelo campo da esquerda, Lula está privilegiando conceder entrevistas às mídiais sociais. A mídia tradicional só foi contemplada numa entrevista que ele concedeu à jornalista Tereza Cruvinel, sua amiga pessoal, hoje no jornal Correio Brasiliense. Antes, falara à TV CUT e, ontem, ao site Carta Maior.

    “A gente não consegue resolver os desmandos de cinco séculos em uma década, mas posso dizer a vocês que, conhecendo a alma da presidente Dilma, no próximo governo o trabalho infantil estara erradicado. Isso é mais que um compromisso político, é uma profissão de fé”.

    Mais campanha impossível. Lula, por exemplo, contou passagens de sua infância.

    – Fui vendedor de laranjas, de amendoim, engraxate e auxiliar de tituraria até encontrar, aos 15 anos, minha profissão de torneiro mecânico, lembrou. “Tive meu primeiro pedaço de pão para comer aos sete anos de idade”.

    O ex-presidente não poupou críticas, para explicar porque o trabalho infantil atinge mais de 80 milhões de crianças em todo o mundo, aos recursos repassados por governos de países ricos em ajuda ao setor financeiro.

    – Desde 2008, o setor financeiro irresponsável já foi socorrido com US$ 10 trilhões nos países ricos. Só guerra do Iraque custou US$ 2 trilhões. É claro que com todo esse dinheiro seria possível acabar com a fome no mundo e, assim, exterminar com o trabalho infantil.

    Com esse discurso emotivo e técnico, Lula encerrou o encontro sob aplausos. Ao entrar na sala, foi cercado por crianças que lhe pediram autógrafos. Jogando em dobradinha com a presidente Dilma, Lula será mesmo um osso duro de roer na campanha eleitoral de 2014. E, como continuam dizendo em vários setores da mídia, se houver alguma indecisão da presidente em concorrer, o “dublê” não pensará duas vezes em assumir o papel principal.

    http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/117396/Lula-%E2%80%9CEstou-acostumado-a-tomar-bordoadas%E2%80%9D.htm

  8. CFM se rende ao Mais Médicos

    CFM se rende ao Mais Médicos cantando vitória

    Um dos maiores críticos do programa do governo, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto D´Ávila, declarou hoje que defenderá no Senado a Medida Provisória da iniciativa já aprovada na Câmara; mas bate o pé e afirma que a categoria saiu vitoriosa, mesmo com as entidades de classe tendo perdido o direito de conceder registros profissionais; “Penso que fomos vitoriosos. Foi um sucesso, uma vitória para os médicos”; diante das críticas de que traiu os profissionais, D´Ávila afirma ter a consciência “tranquila”; no auge dos ataques, o representante das entidades médicas chamou o programa de “demagógico, eleitoreiro, populista e atrasado”

    O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d’Avila, disse hoje (10) que vai defender no Senado a manutenção do texto da Medida Provisória que cria o Programa Mais Médicos, que foi aprovada ontem (9) na Câmara. Apesar do texto transferir para o Ministério da Saúde a atribuição de conceder aos médicos estrangeiros o registro provisório, o presidente do CFM avaliou que a categoria saiu vitoriosa do embate.

    “Quem cedeu muita coisa foi o governo. Penso que fomos vitoriosos. Foi um sucesso, uma vitória para os médicos”, disse em entrevista à imprensa. A concessão dos registros provisórios provocou divergências entre o governo e os conselhos regionais de medicina. Alguns deles entraram com ações na Justiça pelo direito de não conceder o registro aos médicos estrangeiros do programa. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu das ações e conseguiu decisões favoráveis.

    O presidente do CFM minimizou a retirada da atribuição dos conselhos regionais. O texto que segue para o Senado prevê que caberá ao Ministério da Saúde essa ação. “Isso agradou a muitos presidentes de conselhos porque retira uma grande responsabilidade desses conselhos. Quem vai se responsabilizar como cosolidário é quem assinou o registro. Caberá a nós fiscalizar”, disse.

    Embora defenda a manutenção do texto como foi aprovado na Câmara, Roberto d’Avila reforçou que isso não significa que o CFM aprove o programa. “Não aderimos ao Programa Mais Médicos, continuamos com as mesmas críticas”, disse.

    Um dos pontos que o presidente ressaltou como positivo foi a retirada de um capítulo do relatório final da medida provisória que previa a instalação de fórum para estabelecer competências profissionais na área de saúde. A previsão de ser implementada uma carreira médica nacional em até três anos também foi destacada por Roberto d’Avila.

    Críticas

    Questionado sobre as críticas feitas pelo líder do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), de que teria traído a classe médica, D´Ávila responder ter a consciência “tranquila” em relação à postura adotada pela entidade. “Eu não respondo a ataques pessoais e a história julgará quem traiu na verdade, quem tem interesses eleitorais e políticos. Eu absolutamente não tenho nenhum interesse, defendo os interesses da Medicina, dos médicos e dos pacientes. Portanto, estou com a consciência tranquila e não respondo a agressões”, declarou.

    Caiado, que também é médico, acusa o CFM de ter feito um acordo com o Planalto sem consultar a classe médica. “Sinceramente, não esperava essa postura do presidente de um conselho, de trair toda a classe médica. A figura do traidor não foi perdoada nem por Jesus Cristo”, disse o deputado, no plenário da Câmara, durante a votação que aprovou a MP, na madrugada desta quarta-feira.

    Com Agência Brasil

    http://www.brasil247.com/pt/247/saudeebemestar/117416/CFM-se-rende-ao-Mais-M%C3%A9dicos-cantando-vit%C3%B3ria.htm

  9. “Sem terrinhas” ocupam

    “Sem terrinhas” ocupam Secretaria de Educação gaúcha e exigem Ensino Médio nas escolas do MST
     

    Dezenas de crianças e jovens do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocuparam durante a tarde desta quarta-feira (9) a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul para exigir melhores condições às escolas dos assentamentos no estado. Os “sem terrinhas” tiveram uma audiência com o secretário José Clóvis de Azevedo e entregaram a ele cartas de alunos dos estabelecimentos de ensino dos assentamentos gaúchos.

    Uma das demandas dos jovens é a inclusão do Ensino Médio nas escolas do movimento, além da ampliação da rede de educação nos assentamentos. A Secretaria informou que está em andamento o projeto para a construção de seis novas escolas e que pelo menos outras sete já estão sendo reformadas.

    Veja fotos do ato protagonizado por crianças e adolescentes do MST

     | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

    | Foto: Ramiro Furquim/Sul21 

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     | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

    | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

     | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

    | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

     | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

    | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

    http://www.sul21.com.br/jornal/todas-as-noticias/geral/sem-terrinhas-ocupam-secretaria-de-educacao-gaucha-e-exigem-ensino-medio-nas-escolas-do-mst/

     

  10. Cabeça de avestruz: Os

    Cabeça de avestruz: Os perigos da cegueira voluntária

    Michele Piacquadio:

    Muitas pessoas, ao se deparar com um fato grave e ameaçador, preferem adotar a postura do avestruz diante da tempestade: esconder a cabeça num buraco, esperando que a não visão do desastre possa anular os seus efeitos. Margaret Heffernan fala disso nesta excelente conferência pronunciada no TED

    Vídeo: TED – Ideas Worth Spreading
    Tradução: Francisco Dubiela. Revisão: Marina Murarolli

    Gayla Benefield estava apenas fazendo seu trabalho – até que ela descobriu um segredo terrível sobre sua cidade que fazia com que a taxa de mortalidade local fosse 80 vezes maior do que em qualquer outro lugar dos Estados Unidos. Mas quando ela tentou avisar as pessoas sobre isso, ela se deparou com uma verdade ainda mais chocante: as pessoas não queriam saber. Numa palestra que é parte aula de história e parte um chamado para agir, Margaret Heffernan demonstra o perigo da “cegueira voluntária” e elogia pessoas comuns como Benefield que estão dispostas a se manifestar.

    Margaret Heffernan já foi presidente de cinco empresas diversas. Ela gosta de investigar os padrões humanos de pensamento – tais como a tendência a evitar conflitos e a assim chamada “cegueira seletiva”, na qual a pessoa só consegue ver aquilo que terríveis.

    Em seu livro Willfull Blindness, Heffernan mostra como as organizações empresariais pensam. E examina também por que tantos executivos e lideres empresariais frequentemente preferem ignorar o óbvio. Falando das consequências disso, ela cita a própria crise financeira global atualmente em curso, e também o desastre nuclear de Fukushima, no Japão. Margaret Heffernan começou sua carreira como produtora de televisão.

    Vídeo:

     

    Tradução integral da palestra de Margaret Heffernan:

    “No canto noroeste dos Estados Unidos, quase na fronteira canadense, há uma cidadezinha chamada Libby, em Montana, e que está cercada por pinheiros e lagos e uma vida selvagem incrível com essas árvores enormes que alcançam os céus. No meio disso está uma cidadezinha que eu visitei, e parecia meio desolada, um pouco isolada.

    E em Libby, Montana, há uma mulher fora do comum chamada Gayla Benefield. Ela sempre se sentiu um pouco forasteira, apesar de ter vivido a maior parte de sua vida lá, uma mulher da linhagem russa. Ela me contou que quando ia à escola, ela era a única garota que decidiu fazer desenho industrial.

    Mais tarde, ela conseguiu um emprego indo de casa em casa fazendo leituras de consumo – de gás e de luz. E ela fazia esse trabalho no meio do dia, e uma coisa especial prendeu sua atenção, que era, no meio do dia ela encontrava muitos homens que estavam em casa, de meia idade, de terceira idade, e muitos deles pareciam usar tanques de oxigênio. Ela achou esquisito. Alguns anos depois, o pai dela morreu com 59 anos de idade, cinco dias antes de poder receber sua aposentadoria. Ele havia sido um minerador. Ela pensou que ele devia ter se cansado com o trabalho.

    Mas alguns anos depois, a mãe dela morreu, e isso lhe parecia estranho, pois sua mãe vinha de uma longa linhagem de pessoas que pareciam viver para sempre. De fato, o tio de Gayla ainda está vivo hoje, e aprendendo a dançar valsa. Não fazia sentido que a mãe de Gayla morresse tão jovem. Era uma anomalia, e ela continuou a refletir sobre as anomalias. E quando refletiu, outras vieram à mente. Ela se lembrou, por exemplo, de quando sua mãe quebrou uma perna e foi ao hospital, e fez vários raios-X, e dois deles eram raios-X da perna, o que fazia sentido, mas seis deles eram raios-X do peito, que não faziam sentido.

    Ela refletiu e refletiu sobre cada episódio de sua vida e da vida de seus pais, tentando entender o que ela estava vendo.

    Ela pensou sobre sua cidade. A cidade tinha uma mina de vermiculita. A vermiculita era usada em condicionadores de solo, para fazer as plantas crescerem mais rápido e melhor. A vermiculita era usada para isolar os sótãos, em grandes quantidades colocadas debaixo do telhado para manter as casas quentes durante os longos invernos de Montana. A vermiculita estava nos parques. Estava no campo de futebol. Estava no ringue de patinação.O que ela não sabia até começar a trabalhar nesse problema é que a vermiculita é uma forma muito tóxica de asbesto.

    Quando ela decifrou o quebra-cabeças, ela começou a contar a todo mundo sobre o que aconteceu, o que havia acontecido com seus pais e com as pessoas que ela viu com tanques de oxigênio em casa no meio do dia. Mas ela estava realmente assombrada. Ela pensava, quando todo mundo souber, eles vão querer fazer alguma coisa, mas na verdade ninguém queria saber. De fato, ela se tornou tão irritante quando continuava a insistir em contar essa história aos seus vizinhos, seus amigos e às outras pessoas da comunidade que, finalmente alguns deles se juntaram e fizeram um adesivo de para-choque, que orgulhosamente mostravam em seus carros, que dizia: “Sim, eu sou de Libby, Montana, e não, eu não tenho asbestose.”

    Mas Gayla não parou. Ela continuou a fazer sua pesquisa. A chegada da Internet definitivamente a ajudou. Ela falava com todo mundo que podia. Ela discutia e discutia, e finalmente ela teve um golpe de sorte quando um pesquisador veio para a cidade estudar a história das minas da área, e ela lhe contou sua história, e a princípio, é claro, como todo mundo, ele não acreditou nela, mas quando ele voltou para Seattle e fez sua própria pesquisa, ele descobriu que ela estava certa.

    Então agora ela tinha um aliado. Contudo, as pessoas ainda não queriam saber. Elas diziam coisas como: “Bom, se isso fosse realmente perigoso, alguém teria nos avisado.” “Se for por isso que todo mundo está morrendo, os médicos teriam nos dito.”Alguns dos homens que faziam trabalhos pesados diziam: “Eu não quero ser uma vítima. Eu não posso ser uma vítima, e de qualquer forma, toda indústria tem seus acidentes.”

    Mas ainda assim Gayla continuou, e finalmente teve sucesso ao fazer uma agência federal vir para a cidade e examinar os habitantes da cidade – 15 mil pessoas – e o que eles descobriram foi que a cidade tinha uma taxa de mortalidade 80 vezes maior do que qualquer lugar dos Estados Unidos. Isso foi em 2002, e mesmo naquele momento, ninguém levantou a mão e disse: “Gayla, olhe no playground onde seus netos estão brincando. É forrado com vermiculita.”

    Isso não era ignorância. Era cegueira voluntária. A cegueira voluntária é um conceito legal que significa, se há informação que você pode e você deve saber mas de alguma forma você decide não saber, a lei considera que você é um cego voluntário. Você escolheu não saber. Há muita cegueira voluntária nos dias de hoje. Podemos ver a cegueira voluntária nos bancos, quando milhares de pessoas concederam hipotecas a pessoas que não podiam pagar por elas. Podemos ver em bancos quando taxas de juros foram manipuladas e todo mundo sabia o que estava acontecendo, mas todo mundo ignorou diligentemente. Podemos ver a cegueira voluntária na Igreja Católica, onde décadas de abuso infantil foram ignoradas.

    Podemos ver a cegueira voluntária na véspera da Guerra do Iraque. A cegueira voluntária existe em escalas épicas como essas, e também existe em escalas muito pequenas, nas famílias das pessoas, nas casas das pessoas e nas comunidades, e especialmente nas organizações e instituições. Às companhias que foram avaliadas por cegueira voluntária podem ser feitas questões como: “Há problemas no trabalho que as pessoas têm medo de levantar?” E quando os acadêmicos fizeram estudos como esse das corporações nos Estados Unidos, o que eles descobriram foi que 85% das pessoas dizem sim. 85% das pessoas sabem que há um problema, mas elas não dizem nada. E quando eu repeti essa pesquisa na Europa, perguntando as mesmas questões, eu encontrei exatamente o mesmo número. 85%. É um bocado de silêncio. É um bocado de cegueira. E o que é realmente interessante é que quando vou à companhias na Suíça, eles me dizem: “Este é um problema só da Suíça.” E quando vou para Alemanha, eles dizem: “Ah sim, isto é uma doença alemã.”E quando vou para companhias na Inglaterra, eles dizem: “Ah sim, os ingleses são muito ruins nisso.” E a verdade é que isso é um problema humano. Todos nós somos, sob certas circunstâncias, voluntariamente cegos.

    O que a pesquisa mostra é que algumas pessoas são cegas por medo. Elas têm medo de retaliação. E algumas pessoas são cegas pois elas pensam que reparar em tudo é fútil. Nada vai mudar. Se fizermos um protesto contra a Guerra do Iraque, nada vai mudar, então por que se importar? É melhor não reparar nisso.

    E o tema recorrente que encontro o tempo todo é as pessoas dizendo: “Bom, sabe, as pessoas que reparam, elas são dedos-duros, e todos sabemos o que acontece com elas.”Há esta mitologia profunda sobre os dedos-duros que diz, em primeiro lugar, que eles são malucos. Mas o que descobri viajando pelo mundo e conversando com dedos-duros é que, na verdade, eles são pessoas muito leais e frequentemente conservadoras. Elas são muito dedicadas com as instituições para as quais trabalham, e a razão delas se manifestarem, a razão delas insistirem em reparar, é porque elas se importam muito com a instituição e querem mantê-la saudável.

    E a outra coisa que as pessoas sempre dizem sobre os dedos-duros é: “Bom, não tem saída, pois você pode ver o que acontece com eles. Eles são esmagados. Ninguém gostaria de passar por algo assim.” E ainda assim, quando converso com dedos-duros, o tom recorrente que escuto é orgulho.
    Eu penso em Joe Darby. Todos nos lembramos das fotografias de Abu Ghraib, que chocaram tanto o mundo e nos mostraram o tipo de guerra que estava sendo travada no Iraque. Mas eu me pergunto se alguém se lembra de Joe Darby, o bom e obediente soldado que encontrou essas fotografias e as entregou. E ele disse: “Sabe, não sou o tipo de cara que dedura as pessoas, mas algumas coisas passam dos limites. A ignorância é uma benção, dizem, mas não podemos tolerar coisas como essa.”

    Eu conversei com Steve Bolsin, um médico inglês, que lutou por cinco anos para alertar sobre um perigoso cirurgião que estava matando bebês. E eu perguntei por que ele fez isso, e ele disse: “Bom, na verdade foi minha filha que me motivou a fazer isso. Ela veio a mim numa noite, e ela apenas disse: ‘Pai, você não pode deixar crianças morrerem.'”

    Ou penso em Cynthia Thomas, uma filha e esposa de militares, que, ao ver seus amigos e parentes voltarem da Guerra do Iraque, ficou tão chocada com suas condições mentais e a recusa das forças armadas em reconhecer e admitir a síndrome de estresse pós-traumático que ela estabeleceu um café no meio de uma vila militar para dar a eles assistência legal, psicológica e médica. E quando ela falou comigo, ela disse: “Sabe, Margaret, eu costumava dizer que não sabia o que eu queria ser quando eu crescesse. Mas eu me encontrei nessa causa, e nunca mais serei a mesma.”

    Todos nós aproveitamos tantas liberdades hoje em dia, liberdades conquistadas a muito custo: a liberdade de escrever e publicar sem medo de censura, uma liberdade que não havia aqui na última vez que fui para a Hungria; a liberdade de votar, pela qual as mulheres em particular tiveram de lutar muito; a liberdade de pessoas de diferentes etnias e culturas e orientação sexual viverem da maneira que quiserem. Mas a liberdade não existe se você não usá-la, e o que os dedos-duros fazem, e o que pessoas como Gayla Benefield fazem é usar a liberdade que elas têm. E o que elas estão muito preparadas a fazer é reconhecer que sim, isso vai ser uma discussão, e sim, eu vou ter um monte de brigas com meus vizinhos e meus colegas e meus amigos, mas eu vou me virar muito bem neste conflito. Eu vou confrontar meus opositores, pois eles tornam meu argumento melhor e mais forte. Eu posso colaborar com meus oponentes para me tornar melhor no que eu faço. Estas são pessoas de persistência imensa, paciência incrível, e uma determinação absoluta para não ficar cegas nem silenciosas.

    Quando fui a Libby, Montana, visitei a clínica de asbestose que Gayla Benefield criou, um lugar onde a princípio algumas das pessoas que queriam ajudar e precisavam de ajuda médica entravam pela porta dos fundos pois não queriam admitir que ela estava certa. Eu fui a um restaurante, e observei os caminhões indo e vindo pela rodovia, carregando a terra fora dos jardins e a substituindo por solo fresco e não contaminado.

    Eu levei minha filha de 12 anos comigo, pois eu queria que ela conhecesse a Gayla. E ela perguntou: “Por que? Qual a importância disso?”
    Eu respondi: “Ela não é uma estrela de cinema, e ela não é uma celebridade, e ela não é uma expert, e Gayla é a primeira pessoa que afirmaria que ela não é uma santa. O que é realmente importante sobre a Gayla é que ela é comum. Ela é como você, e ela é como eu. Ela tinha liberdade, e ela estava pronta para usá-la.” Muito obrigada.”

    http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/117247/Cabe%C3%A7a-de-avestruz-Os-perigos-da-cegueira-volunt%C3%A1ria.htm

     

  11. Neoliberalismo e manifestações: o que uma coisa tem a ver com a
    Os movimentos das décadas de 1970-1980 lutavam pela democracia e pelo Estado de Bem-Estar. Hoje, questionam a qualidade da democracia 

    Por Eduardo Fagnani- Carta Capital

    Entre 1998 e 2013, por diversas vezes as ruas ganharam, mas não levaram. As elites dirigentes várias vezes conseguiram mudar para conservar o status quo. Essas manobras, iniciadas na transição democrática, foram aprofundadas entre 1990 e 2002, quando se formou no Brasil o grande consenso favorável ao projeto neoliberal.

    No campo político, inicia-se o longo ciclo de crise da democracia participativa, a mesma que agora, em 2013, está sendo contestada. Assiste-se, nessa quadra, à remontagem da tradicional coalizão que tem sustentado o poder conservador no Brasil. Políticos identificados com a ditadura e outros identificados com o projeto reformista democrático dos anos 1970 passaram a ser a base de sustentação do antagônico projeto liberalizante.

    No campo da cidadania social, a conservação do status quo social passava a exigir a eliminação do capítulo sobre a “Ordem Social” da Constituição da República. O Estado mínimo, cerne da agenda liberalizante, é a antítese do Estado de Bem-Estar Social, cujos valores foram consagrados na Carta de 1988 (e, em tese, assegurariam o tal “padrão Fifa” exigido pelas ruas).

    É verdade que o neoliberalismo corresponde à etapa da concorrência capitalista no contexto da globalização. Mas muitos autores sustentam que no Brasil houve opção “passiva” ao projeto. No próximo artigo analisaremos o caso brasileiro. Neste, serão privilegiadas as mudanças ocorridas no plano internacional.

    A partir do final dos anos de 1970, a ideologia neoliberal ganha expressão no cenário internacional. Para José Luis Fiori, essa ascensão inicia-se nos anos de 1960, quando as teses de Friedrich von Hayek e Milton Friedman e de tantos outros começaram a ganhar espaço acadêmico, sobretudo nas universidades norte-americanas. O fator decisivo da passagem da teoria para a prática ocorreu com a chegada ao poder das forças liberal-conservadoras, a partir da vitória eleitoral de Margaret Thatcher (1979), Ronald Reagan (1980), e Helmut Kohl (1982). Nesse contexto, destacou-se o pioneirismo da experiência de Thatcher, organizada sobre o tripé da desregulação, da privatização e da abertura comercial. Nos anos de 1980, essas ideias foram consagradas pelas organizações multilaterais que se transformaram no núcleo de formulação do pensamento e das políticas neoliberais voltadas para o ajustamento econômico da periferia capitalista. O neoliberalismo ganhou expressão ainda maior após a queda do Muro de Berlim (1989). De lá para cá, essas ideias se transformaram no “pensamento único”, uma espécie de “utopia quase religiosa”, afirma o autor.

    No plano econômico, a estratégia imposta aos países subdesenvolvidos para ajustarem-se à nova ordem capitalista mundial foi sintetizada no chamado Consenso de Washington, que impunha condicionalidades aos países periféricos para renegociação das dívidas externas agravadas pela crise de 1982. A readmissão no sistema financeiro internacional dependia da adoção de programa de “ajuste” macroeconômico ou de estabilização monetária, tendo como prioridade absoluta a obtenção de superávit fiscal primário que envolvia, invariavelmente, a revisão das relações fiscais intergovernamentais e a reestruturação dos sistemas de previdência pública. O ajuste macroeconômico era complementado por um conjunto de reformas estruturais voltadas à liberação financeira e comercial, desregulação dos mercados, privatização das empresas estatais e redução do Estado. No início dos anos 1990, essas regras já haviam sido impostas a mais de sessenta países, sobretudo da periferia subdesenvolvida.

    No campo político, “o capitalismo transformado em sentido neoliberal minou as bases da democracia liberal representativa” e ocorre “ampla submissão da sociedade civil e do Estado à economia”, afirma Joachim Hirsch. Para ele, o processo de globalização é na essência um ataque às conquistas democráticas do século 19 e, sobretudo, do século 20. O objetivo exitoso da “grande contraofensiva neoliberal” era criar um sistema político-econômico livre de “interferências democráticas”. Estabeleceu-se “um sistema mundial de Constitucionalismo neoliberal” que, na prática, “retirou de cada Estado a possibilidade da influência política democrática”.

    Nesse processo, o caráter do sistema político também sofreu modificações essenciais. O sistema fordista de “partidos populares”, que aglutinavam amplos interesses sociais e procuravam influenciar os processos políticos decisórios, passou a ser “coisa do passado”. Esse modelo foi substituído pela ideia da “individualização“, impulsionada pelos próprios partidos, pela qual o comportamento de mercado penetra em todas as áreas da vida, desde a família até as escolas e as universidades. Para Hirsch, o indivíduo como “empresário de si mesmo“ torna-se a figura central das relações sociais.

    Com a hegemonia dos mercados desregulados, a política deixou de tutelar a economia. A sociedade perdeu a capacidade de conter o ímpeto desagregador das forças de mercado. Na percepção dos críticos da Golden Age (1947-1973), “havia Estado demais, regulamentação demais, controles demais, sindicatos demais, proteção social demais, intervenção demais. Enfim, política demais!” A partir de meados da década de 1970, “a economia passou a se vingar da política”, afirma Frederico Mazzucchelli.

    O neoliberalismo é um produto da “derrota da luta social”. A partir do final dos anos 1960, começou a haver certo incômodo com o poder dos sindicatos e com a interferência do Estado. Para Luiz Gonzaga Belluzzo, “a primeira coisa que Reagan e Thatcher fizeram foi derrotar os sindicatos”. Esse foi o fator decisivo para impulsionar o neoliberalismo.

    De fato, o “ataque” aos direitos trabalhistas constitui um dos núcleos da ofensiva dos mercados.  “Na base de tal ‘redirecionamento’ estava a vontade de quebrar a espinha dorsal dos sindicatos e dos movimentos organizados da sociedade”, segundo Sônia Miriam Draibe. De acordo com Jorge Mattoso, configurou-se uma situação de “desordem do trabalho”, percebida pela crescente ampliação da insegurança observada em diferentes níveis: no mercado de trabalho, no emprego, na renda, na contratação e na representação do trabalho. Houve aumento das demandas pela “flexibilização” e desregulamentação dos mercados de trabalho, segundo Carlos Alonso Barbosa de Oliveira.

    Outro foco da revanche dos mercados foi o Estado de Bem-Estar, tido como manifestação do excesso da intervenção estatal durante a Golden Age. O ideário do Estado do Bem-Estar Social foi esconjurado em favor do ideário do Estado mínimo, que representa sua negação: focalização versus universalização; assistência versus direitos; seguro social versus seguridade social; mercantilização versus serviços públicos; contratos flexíveis versus direitos trabalhistas e sindicais.

    O núcleo do Estado mínimo é ocupado por políticas focalizadas de combate à pobreza extrema. Essa “estratégia única” também abria as portas para a privatização dos serviços sociais. Ao Estado cabe somente cuidar dos “pobres” eleitos pelos organismos internacionais (aqueles que recebem até US$ 2 por dia). Os que estão “acima” dessa arbitrária “linha de pobreza” precisam buscar no mercado privado os serviços de saúde, previdência, saneamento, transporte público, educação e outros bens e serviços sociais básicos.

    O Chile foi o laboratório do paradigma liberalizante para os países subdesenvolvidos. Com base nessa experiência, desenvolvida no início dos anos de 1980 por delegação de Pinochet a Milton Friedman, o Banco Mundial elaborou o conhecido “modelo dos três pilares”. Ao Estado cabia somente atuar de forma focalizada no “pilar inferior”, onde se concentra a “pobreza” arbitrada pelas agências internacionais. Para os “pilares intermediários e superiores”, as “soluções” seriam ditadas pelo mercado. A privatização foi imposta para setores essenciais, como saúde, previdência, saneamento e transporte público. No Chile, a educação também foi privatizada. No caso da previdência, nos anos de 1990 nove países de América Latina e treze da Europa Oriental e Ásia fizeram as reformas paradigmáticas propostas pelo Banco Mundial.

    O que isso tudo tem a ver com as marchas de 2013? De um lado, porque por esse processo se fez o esvaziamento da política e da democracia. De outro, pelas contramarchas impostas à cidadania social (o tal “padrão Fifa”). A Constituição de 1988 instituiu um sistema de proteção social inspirado nos valores dos regimes de Estado de Bem-Estar Social (Direitos, Igualdade, Universalidade e Seguridade Social). Mas isso passou a ser incompatível com o ajuste macroeconômico e a reforma liberal do Estado. Essas faturas estão sendo cobradas pelas marchas populares de 2013.

    http://www.cartacapital.com.br/saude/neoliberalismo-e-manifestacoes-o-que-uma-coisa-tem-a-ver-com-a-outra-6156.html

  12. O fim da polarização. Um discurso antigo

    O fim da polarização 

    Nada de PT ou PSDB: a verdadeira força hegemônica da política brasileira é o pemedebismo.

    por Marcos Nobre – revistapiaui –  Dezembro de 2010

    A partir das eleições de 2006, a disputa pelo título de “melhor governo da história deste país” foi politicamente decidida a favor de Lula, contra a era FHC. Já o debate acadêmico, em sentido contrário, parecia se encaminhar para entronizar (para o bem ou para o mal, dependendo da avaliação) o Plano Real como marco de um novo período da história brasileira. Foi quando o cientista social André Singer, num artigo publicado em 2009 na revista Novos Estudos do Cebrap, resolveu comprar a briga e estabelecer o lulismo como momento inaugural de uma nova era. Segundo suas análises, o governo Lula construiu um programa político ao longo de dois mandatos, cuja base social estaria na massa popular desorganizada que conquistou, nesse período, substanciais melhorias em seu padrão de vida. Lula teria realizado uma operação política de troca de sua base eleitoral e de apoio entre as eleições de 2002 e de 2006. Conforme a tese, ele abandonou a base tradicional na classe média em favor de um “subproletariado”, caracterizado por um profundo e disseminado conservadorismo. Foi nesses termos que Singer deu corpo e densidade à expressão até então vaga do “lulismo”, levando a discussão a outro patamar.

    Em textos mais recentes, Singer deu a esse suposto conservadorismo de massa profundidade histórica, em registro local e internacional, por assim dizer. O lado nacional conecta a nova base social de Lula a uma corrente social subterrânea que o levaria a Getúlio Vargas e à “herança populista dos anos 1940/1950” e que estaria ligada, no presente, a um “povo lulista que deseja distribuição de renda sem radicalização política”, como afirmou em artigo publicado na Folha de S.Paulo.

    Já é suficientemente inquietante a aproximação com um paternalismo avesso à democracia. Tanto mais que Singer nem mesmo distingue entre o Getúlio Vargas da ditadura do Estado Novo e o presidente eleito da década de 50. Mas a complicação fica ainda maior quando aproxima o lulismo do New Deal dos Estados Unidos da década de 30, como fez em ensaio publicado na edição de outubro de piauí. Essa comparação com um momento passado da história norte-americana pretende, na verdade, apontar para o futuro – para o Brasil que teria sido inaugurado pela era Lula e que teria como imagem a formação da nova classe média dos Estados Unidos depois do período do presidente Franklin D. Roosevelt.

    A comparação com o New Deal parece deslocada por várias razões. A começar pelo fato de que, nos Estados Unidos, ele se seguiu a nada menos do que a crise de 1929. Ao contrário de Obama agora, Roosevelt chegou três anos depois da maior catástrofe econômica da história do capitalismo em tempos de paz e encontrou o terreno propício – não obstante a derrota histórica nas eleições legislativas de 1938 – para alcançar um novo grande acordo social. Sem falar no fato elementar de que o patamar de desenvolvimento social, econômico e democrático dos Estados Unidos pré-1929 não tem base de comparação com o Brasil de 2002. E, tudo somado, um vaivém entre o New Deal, Lula e o Estado Novo nem de longe pode ser considerado como uma operação inofensiva.

    Seja como for, está ausente a referência à democracia e a uma cultura política democrática – tanto no caso dos Estados Unidos como no caso do Brasil. Como se a presença ou ausência da tradição e da prática democráticas não fosse elemento estrutural para pensar qualquer aproximação ou comparação entre situações sociais e históricas distintas. De maneira crua, o que se tem na argumentação de Singer é o suposto de que aumentar a renda da população pobre tem resultados conservadores. Um pressuposto, aliás, que não é demonstrado. Surge como um economicismo de novo tipo. Não apenas por ignorar o papel das instituições e de uma cultura política democrática – fenômenos “superestruturais”, como se costumava dizer no velho jargão marxista –, mas por reduzir a política ao reflexo de uma população que compra e consome.

    Com essa redução, desaparece do horizonte também a crítica. Desaparece todo o universo de obstáculos à efetiva democratização da sociedade que caracteriza a política do país. Desaparece a imagem de uma sociedade amputada por uma representação política excludente, como é o caso da brasileira. Supor conservadorismo sem examinar as condições políticas concretas do desenvolvimento da democracia naturaliza esse mesmo conservadorismo.

    A situação é outra quando se olha tanto o período FHC como o período Lula do ponto de vista mais amplo do processo de redemocratização iniciado nos anos 80. Dessa perspectiva, tanto o marco representado pelo Plano Real quanto aquele representado pelo governo Lula se apresentam como momentos de inflexão em uma linha de desenvolvimento que os precede e, em boa medida, os determina. Ao mesmo tempo, é apenas essa ampliação do horizonte que permite enxergar a cultura política mais duradoura que caracteriza a sociedade brasileira, juntamente com sua forma mais relevante e estrutural de obstrução democrática. A essa cultura política herdada dos anos 80 dou o nome de “pemedebismo”.

    É possível ver o desenvolvimento da política do país desde então como uma sequência de tentativas de lidar com esse fenômeno fundamental, seja para combatê-lo, seja para neutralizá-lo, seja para dirigi-lo. De maneiras diferentes, tanto o Plano Real como o “lulismo” foram tentativas de controlar o pemedebismo de fundo da política brasileira. Por isso, por mais importantes que pareçam e de fato sejam, são momentos de inflexão em uma linha de força muito mais duradoura e consistente.

    A pemedebização não tem a ver apenas com o crescimento ou a eventual hegemonia de um partido dentro de um governo. Tem a ver com uma lógica. A título de exemplo, basta pensar que uma figura como Aécio Neves pode perfeitamente ser pensado nesse registro. Se tiver a oportunidade e as condições políticas para isso, certamente ele será um símbolo do pemedebismo, mesmo que nunca se transfira partidariamente para o PMDB e continue no PSDB.

    O pemedebismo significa uma lógica, portanto. Lógica que, sim, se formou e se consolidou a partir da configuração concreta do PMDB na década de 80, nas condições específicas em que se deu a redemocratização. Mas que se autonomizou em relação ao partido, mesmo que este continue ainda hoje a ser o seu fiel depositário na política brasileira.

    Para entender esse movimento, é preciso voltar três décadas e puxar o fio da meada desde lá. O que é um exercício bem distante de ser óbvio no momento atual, em que a euforia da irresistível ascensão do país à condição de potência mundial deixa ver com dificuldade o fato elementar de que períodos de crise não foram a exceção, mas a regra, no quarto de século que vai de 1978 a 2003.

    Com a reforma partidária de 1980, o MDB, já então PMDB, ganhou o importante problema de saber como não se esvaziar, de como manter dentro da mesma legenda correntes, tendências e mesmo partidos inteiros que tinham poucas afinidades além da unidade da luta contra a ditadura. Com o pluripartidarismo, parecia que o sentido do MDB também havia se esgotado.

    Ocorre que não só o MDB guardava um capital político de altíssimo valor. Dispersar forças naquele momento poderia significar também colocar inteiramente nas mãos dos militares a transição democrática. Pois a antiga Arena tinha se tornado o PDS e conseguira manter a maior parte de seus quadros. Se a oposição se dispersasse naquele momento, o Colégio Eleitoral de 1985 poderia eleger um nome civil do PDS como presidente da República, em lugar de Tancredo Neves.

    Para conseguir manter dentro de um mesmo partido correntes e tendências tão heterogêneas, a nova sigla aperfeiçoou um sistema interno de regras de disputa que já funcionara durante a década de 70 e que, a partir de 1983, precisava também incluir figuras de uma nova ordem de grandeza: governadores de estado. Esse sistema pode ser descrito de maneira simples como um sistema de vetos. (Coisa muito diferente – e ainda mais complicada – seria a de circunscrever a “base social” desse pemedebismo, de tão impressionante longevidade e vitalidade na política nacional, uma tarefa que não cabe aqui).

    É um modo de fazer política que franqueia entrada no partido a quem assim o deseje. Pretende, no limite, engolir e administrar todos os interesses e ideias presentes na sociedade. Em segundo lugar, garante a quem entrar que, caso consiga se organizar como grupo de pressão, ganhará o direito de vetar qualquer deliberação ou decisão que diga respeito a seus interesses. Foi assim que o PMDB se organizou a partir da década de 80. Como se o partido fosse, em si mesmo, um governo de união nacional.

    Foi uma resposta tipicamente conservadora ao brutal descompasso entre uma democracia sem instituições e a altíssima participação popular nos anos 80, especialmente visível no período da Constituinte. Em lugar de democratizar aceleradamente as suas instituições, a política brasileira, liderada pelo PMDB, construiu um sistema de filtros, obstáculos e vetos que procurava represar e atender seletivamente à verdadeira enxurrada participativa que se viu naqueles tempos, inédita na história do país.

    O essencial da cultura política inaugurada pelo PMDB na década de 80 é o fato de que, desde o declínio da ditadura militar, sua identidade deixa de se construir por oposição a um inimigo, real ou imaginário, e passa a ser construída com base em um discurso inteiramente anódino e abstrato, sem inimigos, cujo sentido mais importante é garantir o sistema de ingresso universal e de vetos seletivos.

    Reafirma-se, então, a visão realista de que a democracia não passa do exercício da capacidade de bloquear o oponente, não de enfrentá-lo abertamente no espaço público. Pressupõe que maiorias não se formam positivamente em favor de políticas determinadas, mas sim porque se mostram capazes de desviar, contornar ou neutralizar vetos. No mais, é uma cultura política que aceita mecanismos de participação e deliberação democráticos. Desde que não ameacem seriamente o sistema de vetos.

    Mas essa lógica, digamos, inclusiva do pemedebismo tem seus limites. A política simplesmente deixa de funcionar quando a polarização desaparece. Quando todos estão, por assim dizer, incluídos, quando estão aPTos e organizados para vetar, em algum momento vem a paralisia, uma tendência inscrita no próprio pemedebismo.

    Na década de 80, a paralisia política coincidiu com a desorganização econômica. Produziu uma Constituição que contém muitas e diferentes constituições dentro de si – o que, por razões que não vêm ao caso aqui, acabou por ser positivo para a sua consolidação. E culminou com uma inflação inteiramente fora de controle e com a humilhante derrota de Ulysses Guimarães na eleição presidencial de 1989.

    A desorganização econômica tinha nome e sobrenome conhecidos. Chamava-se inflação, “inflação inercial”. Teve papel central na manutenção do pacto de desigualdade brasileiro dos anos de nacional-desenvolvimentismo, entre as décadas de 30 e 80. Nos limites rígidos de uma economia fechada e, na maior parte do século XX, de regimes autoritários e/ou coronelistas, a inflação auxiliou na promoção de desenvolvimento econômico rápido e intenso sem alterar fundamentalmente os padrões desiguais de distribuição de renda. Um pacto que pretendia se sustentar na melhoria geral dos padrões de vida. Não foi por acaso que um dos primeiros atos da ditadura militar de 1964 tenha sido o de institucionalizar a inflação sob a forma da “correção monetária”.

    Em um determinado momento, entretanto, a inflação deixou de ser o mecanismo mais eficiente para a manutenção do pacto de desigualdade que caracteriza a história brasileira, revelando divisões e disputas potencialmente desagregadoras no interior dos próprios estratos sociais privilegiados. Esse foi não apenas o momento em que a inflação se tornou hiperinflação. A hora histórica coincidiu também com o declínio da ditadura militar, com a redemocratização e com o esgotamento do modelo chamado nacional-desenvolvimentista. Foi esse nó social que coube ao pemedebismo não desatar.

    A coincidência histórica de hiperinflação e redemocratização moldou um sistema político programado para o quanto possível impedir a formação de blocos hegemônicos capazes de impor perdas definitivas a terceiras partes. E não é difícil ver que a tarefa de superar simultaneamente a hiperinflação e o modelo nacional-desenvolvimentista sem regressão autoritária não é factível em uma configuração política como essa.

    Para mostrar isso, basta lembrar que, até 1994, governos estaduais tinham no Brasil relevantes instrumentos para fazer política econômica, independentemente do chamado governo central. E que os tímidos ensaios de abertura econômica da década de 80 – como a abertura para o investimento, por exemplo – foram feitos na margem e por políticas específicas de ministérios e órgãos da área econômica.

    Dito de outro modo, a resposta pemedebista canônica é a do adiamento permanente de soluções definitivas. Normalmente considerada como o período do “ajuste estrutural” à nova etapa do capitalismo mundial, a década de 80 foi, na verdade, a do adiamento do ajuste mediante a manutenção da hiperinflação e do fechamento da economia. Não é de estranhar, portanto, que esse adiamento estrutural leve, mais cedo ou mais tarde, à paralisia.

    O que explica também, do lado oposto, que a década tenha se encerrado com a opção antipemedebista por excelência, com a eleição de Fernando Collor. A paralisia pemedebista trouxe seu oposto para o centro da arena política: Collor, com uma única bala, queria matar a inflação e o nacional-desenvolvimentismo. No fundo, a oscilação entre os extremos da paralisia pemedebista e do cesarismo alucinado de Collor colocou as bases para o surgimento da nova versão do pacto de desigualdade brasileiro representado pelo Plano Real.

    A reorganização que veio com o Plano de 1994 não alterou substancialmente a lógica pemedebista – o que, aliás, não surpreende, se lembrarmos que o próprio FHC se formou na política partidária dentro do MDB/PMDB. Mas o novo modelo de gerenciamento político do período FHC deu ao pemedebismo direção e sentido, submetendo essa cultura política a um sistema bipolar que o conteve em limites administráveis.

    Em lugar dos dois extremos – pemedebismo ou Collor – FHC colocou a ponta seca do compasso em um novo centro político, estabelecendo a partir daí dois polos no sistema, um liderado pelo PSDB, o outro pelo PT. Além dos aliados históricos de cada um dos lados, a regra seria construir uma coalizão de “A a Z” sob a liderança do polo no poder.

    Como já deve estar claro a esta altura, controlar a inflação significava ao mesmo tempo controlar a tendência pemedebista da política brasileira. É nesse sentido que a aliança PSDB/PFL foi, literalmente, a outra face da moeda, do Real. Controlar a inflação não dependia apenas de um aprendizado técnico-econômico com os sucessivos fracassos dos planos anti-inflacionários de 1986 a 1991: Cruzado (I e II), Bresser, Verão, Collor (1 e 2). Dependia ao mesmo tempo da construção de um bloco político capaz de superar a crise estrutural de hegemonia da redemocratização que é chamada aqui de pemedebismo. Ou seja, há um vínculo interno entre a “inflação inercial” e a “política inercial” que se cristalizou sob a forma de sistema político a partir da década de 80.

    Ao se aliar ao PFL e, posteriormente, a quem mais estivesse disponível, o governo FHC estabeleceu um campo de forças em que ao PT só restariam duas possibilidades: permanecer indefinidamente na oposição ou fazer um movimento em direção ao centro político, com uma nova e mais “flexível” estratégia de alianças.

    No caso de um movimento do PT em direção ao centro, a condição propriamente partidária imposta pelo modelo era uma só: o partido conseguiria vir a governar o país se, além dos parceiros históricos, viesse a se aliar ao PMDB. O que efetivamente aconteceu no governo Lula, ainda que somente depois do cataclismo do “mensalão”. “Mensalão”, aliás, que marca o ponto de chegada e o apogeu da engenharia política do Plano Real. Foi quando, pela primeira vez em 25 anos, uma crise política não afetou a economia.

    Mas a história ainda não chegou a 2005. Para chegar ao primeiro mandato de Lula é preciso ainda lembrar de pelo menos mais uma das mudanças estruturais decisivas introduzidas pelo Plano Real e que marcou o ocaso do poder dos governadores de estado, tradicionais candidatos a gerentes do condomínio político pemedebista brasileiro. O primeiro movimento de neutralização veio com a própria estabilidade da moeda, que teve um efeito devastador sobre a dívida pública. Sem o permanente adiamento representado pela inflação, os governadores se viram em dificuldades orçamentárias intransponíveis e, do outro lado, encontraram no governo federal um duro negociador na reestruturação das dívidas estaduais.

    O segundo movimento foi concomitante. Retirando do âmbito dos estados praticamente toda e qualquer possibilidade de praticar política fiscal e monetária – o que era comum no período inflacionário – o governo federal garantiu o monopólio da irresponsabilidade fiscal, julgada então necessária para alcançar a estabilização econômica pretendida. A mesma irresponsabilidade que negou aos estados. Não por acaso, foi o tempo mais quente da chamada “guerra fiscal”, em que os governadores lançaram mão dos parcos e únicos recursos que lhes restaram para obter investimentos em troca de isenções e benefícios tributários e fiscais.

    A concentração dos principais instrumentos de política fiscal e monetária nas mãos do governo federal foi essencial para neutralizar essa que foi uma das principais fontes de alimentação do pemedebismo na década de 80. E seu episódio inaugural e mais marcante ocorreu antes mesmo da posse de FHC como presidente: a intervenção no Banco do Estado de São Paulo, o Banespa, realizada às vésperas da posse do governador do estado, até então principal líder do PSDB, Mario Covas.

    Depois de perder sua segunda eleição presidencial em 1994, Lula tomou a decisão de fazer mudanças significativas no PT, reorientando radicalmente sua estratégia. Tinha chegado à conclusão de que o Plano Real havia alterado profundamente a lógica da política brasileira, a começar pelo fato de ter resolvido o principal problema nacional, a inflação. Foi nesse momento que começou a ser construída tanto uma maioria partidária disciplinada como uma nova política de alianças partidárias e eleitorais.

    O movimento inaugural nessa direção foi a eleição de José Dirceu para a presidência do PT. A partir de 1995 – e não sem conflitos com o próprio Lula, diga-se – Dirceu implementou à risca o plano, isolando ou mesmo expulsando militantes e grupos políticos inteiros que se opunham à nova orientação, construindo um sólido bloco de apoio majoritário, e buscando estabelecer pontes com partidos e figuras políticas até então consideradas como inimigos. O ápice dessa estratégia se deu na eleição de 2002 e seu símbolo é a candidatura a vice-presidente na chapa de Lula do empresário José Alencar, então senador do hoje extinto PL.

    Lula ganhou a eleição sem o apoio formal do PMDB. Mas não conseguiu estabilidade para governar até o momento em que cumpriu o destino que lhe tinha sido reservado pelo arranjo imposto pelo Plano Real. Não que Lula não tenha tentado fugir a essa camisa de força herdada. Ao contrário, escolheu inicialmente construir novas alianças apenas com a miríade de pequenos e médios partidos à disposição e fazer acordos individuais com parlamentares do PMDB, não com o partido como um todo, ou pelo menos com a porção dele que pudesse ser atraída para a base do governo.

    Nesse momento de seu primeiro mandato, Lula operava ainda como árbitro do PT e não como presidente da República. O governo estava dividido essencialmente entre facções do partido que continuavam a se digladiar por espaço como antes. E Lula continuava a ocupar a posição de “último recurso” que sempre ocupou nas disputas internas do partido, interferindo diretamente apenas quando o seu próprio prestígio estava em causa.

    Essa situação fez com que as figuras de José Dirceu e de Antonio Palocci se sobressaíssem e passassem como que a canalizar todas as disputas internas ao governo em duas facções concorrentes. Dirceu apoiado no PT, Palocci como porta-voz de outras forças partidárias dentro do governo e do mercado financeiro. Por essa época, as negociações políticas eram extremamente delicadas, já que Lula não autorizava (nem desautorizava, ao mesmo tempo) ninguém a negociar em seu nome.

    Foi essa instabilidade estrutural que o levou a recusar, em 2004, o acordo com o PMDB construído durante meses por José Dirceu. Entre outras coisas, porque isso significaria também, nesse contexto, dar poder demais a Dirceu na disputa interna. O resultado foi o abismo do “mensalão”. E a consequente aliança formal com o PMDB, em 2005, momento em que Lula finalmente assumiu a Presidência da República e o papel de articulador político de seu próprio governo.

    E, quando parecia que o scriPT traçado em 1994 estava sendo seguido à risca, Lula deu o troco. Em lugar de apenas se limitar a trazer o PMDB e o estritamente necessário para a sustentação política do governo, passou a ampliar sistematicamente o centro político estabelecido a partir do Plano Real e a tornar quase impossível a vida de um oposicionista. Com taxas de aprovação popular jamais vistas, Lula investiu contra a lógica da polarização que organizava todo o sistema. Manteve-a apenas nos limites do necessário para alcançar os efeitos eleitorais pretendidos. Mas, de fato, roubou o chão do polo liderado pelo PSDB.

    Lula esteve em condições de ampliar de tal maneira o centro político que a polarização praticamente desapareceu. Deu à oposição a alternativa de aderir ou de se encantoar na extrema-direita. Ou seja, não lhe deu alternativa. Ou lhe deu uma alternativa ainda mais estreita do que aquela que lhe tinha sido imposta por FHC.

    Esse movimento solapou de tal maneira as bases do sistema político do Plano Real que é difícil imaginar como elas poderiam ser hoje recompostas. O acordo selado em torno do centro político se tornou de tal maneira amplo que toda e qualquer polarização parece artificial. Artificialismo, entretanto, que tem sua utilidade eleitoral, sem dúvida. E que explica também por que a eleição de 2010 ficou entre o chocho e o abstruso, sem nada de realmente relevante entre as duas coisas.

    Em uma sociedade que – por muito boas razões, diga-se – não acredita em consensos, o primordial é tentar garantir não ser atropelado por um dos propalados “consensos” do momento. Como por toda a América Latina, as eleições da última década significaram a ascensão de pobres e remediados à condição de representados políticos.

    O que talvez seja específico do caso brasileiro é a maneira como ocorre a “inclusão”. Também no caso da representação do que André Singer chamou de subproletariado, tento mostrar aqui que é o mesmo mecanismo característico da cultura política brasileira que se encontra em ação: o de igualar “estar incluído” com “ter poder de veto”.

    Lula representa quem nunca teve verdadeiramente representação, não porque simbolize um conservadorismo que seria próprio aos excluídos políticos, mas porque é o fiador de que não haverá retrocesso nesse avanço democrático à brasileira. Ao contrário da ladainha conservadora, ser representado não é apenas ser objeto de políticas públicas; é igualmente acreditar que não será atropelado por mais um dos muitos “consensos” que o país produz de quando em quando.

    É por tudo isso que penso que André Singer tem razão em dizer, no ensaio de piauí, que “durante um tempo longo o norte da sociedade será dado pelo anseio histórico de reduzir a pobreza e a desigualdade no Brasil”. Como me parece ter razão ao acrescentar em seguida: “Em que grau e velocidade, a luta de classes dirá.” Ocorre que a determinação do “grau e velocidade” depende também de análises políticas concretas, que sejam capazes de mostrar as tendências do sistema. Depende de uma análise política capaz de vincular esse movimento à própria lógica da democracia brasileira, com os potenciais e os obstáculos ao seu aprofundamento. Do contrário, a posição do lulismo como pretenso momento inaugural de uma era perde o gume analítico e seu eventual poder explicativo.

    O que tento mostrar aqui é que há uma tendência à paralisia no sistema político brasileiro cuja lógica chamo de pemedebista, cujas raízes devem ser buscadas na década de 80, no início da redemocratização brasileira. Tento mostrar também que essa tendência intrínseca impõe dificuldades estruturais à produção de polarizações consistentes e duradouras. E que o momento atual é de enfraquecimento da polarização, um momento em que a paralisia pode suplantar uma vez mais o sistema bipolar instituído pela lógica política do Plano Real.

    No caso da reviravolta política de Lula examinada aqui, por exemplo, o alargamento do centro político e o enfraquecimento da polarização tiveram por consequência trazer para o primeiro plano justamente o pemedebismo, até então subordinado e subterrâneo. E essa novidade é um elemento determinante do “grau e velocidade” em que poderão se dar ou não as transformações no país.

    O marco do novo surto pemedebista pode ser representado pela resistência de José Sarney na presidência do Senado apesar de uma saraivada de denúncias, em 2009. O apoio decisivo de Lula à permanência de Sarney na presidência do Senado selou a aliança com o PMDB para a eleição presidencial de 2010 e, ao mesmo tempo, marcou a volta do pemedebismo à disputa pela hegemonia da gramática política brasileira. Ao contrário de casos anteriores, que resultaram em renúncia ou cassação de mandatos, a permanência de Sarney mostrou que o centro político ganhou tal amplitude e poderio que pode em grande medida ignorar protestos sistemáticos e generalizados da sociedade.

    Uma contraprova do caráter determinante dessa cultura política de fundo pemedebista está em que, desde o primeiro mandato, Lula caminhou justamente por onde não encontrou vetos: nos aumentos reais do salário mínimo, na ampliação dos programas sociais, nas reformas microeconômicas do crédito. Mas isso estava ainda longe da política desenvolvimentista do segundo mandato, que induziu a criação de oligopólios nacionais com pretensões de internacionalização.

    Na nova política, os grupos escolhidos pelo governo como vencedores tinham todas as razões para comemorar, assim como os demais tinham motivo de sobra para se recolherem, evitando possíveis represálias. Além disso, o crescimento econômico expressivo e praticamente contínuo tornou os reais perdedores apenas residuais. Seja por que razão for, o fato é que a nova orientação desenvolvimentista não encontrou resistência social e política relevantes. E, coincidência ou não, esse desenvolvimentismo movido a subsídios, desonerações e subvenções só deslanchou com a entrada definitiva do PMDB no governo, depois do “mensalão”.

    Tão ou mais importante que isso, a chegada do PMDB ao governo Lula trouxe ainda um elemento novo ao modelo de liderança bipolar herdado da engenharia política imposta por FHC. Lula criou onde e como pôde políticas sociais compensatórias. Só que repartiu de maneira desigual os seus dividendos políticos.

    O PT ficou com a formulação, com o controle dos projetos e com o crédito de paternidade (ou maternidade, como se queira). E o PMDB recebeu a maior parte da execução das políticas – justamente a parte que contempla o poder local e abastece a política miúda. O programa Luz para Todos, não por acaso criado por Dilma Rousseff quando ministra das Minas e Energia, pode ser visto como caso exemplar dessa lógica lulista de repartição de dividendos políticos.

    É justamente essa lógica de repartição de dividendos políticos que está ameaçada de agora em diante. E não apenas porque a própria repartição terá de ser negociada. O sucesso do Plano Real e a popularidade de Lula conseguiram ainda contrabalançar, conter e direcionar em alguma medida o pemedebismo. Mas são eventos passados e irrepetíveis.

    Quanto mais se radicalizou a polarização entre PT e PSDB, tanto mais o pemedebismo se impôs. Não se trata de dizer sem mais que a polarização é falsa e que não há diferenças entre os dois polos. Mas, quanto mais o pemedebismo avança, mais a polarização é amplificada artificialmente, servindo à manutenção de uma lógica política profunda que não é nem petista nem tucana.

    Durante dezesseis anos, o sucesso do Plano Real e os altíssimos índices de aprovação do governo Lula permitiram manter sob certo controle a tendência do sistema à pemedebização. Parece que não mais. A possível oposição se encontra hoje entrincheirada justamente em governos estaduais, o lugar político menos propício para enfrentar as coalizões de “A a Z” que caracterizam os governos desde FHC. Além disso, um Congresso ainda mais fragmentado serve de caldo de cultura política ideal para a expansão do pemedebismo.

    A ironia e a tragédia da história estão em que o pemedebismo encontrou na “blindagem” da economia contra “interferências políticas” o elemento que lhe faltava para voltar a disputar a hegemonia política, para sair de sua posição de relativa subordinação de mais de quinze anos para um novo protagonismo. Note-se, aliás, que o fiel depositário do pemedebismo, o partido que lhe deu origem, procurou mesmo se mostrar fiador dessa “blindagem”, filiando quadros tão importantes e incongruentes entre si como Henrique Meirelles e Delfim Netto. O resultado regressivo desse processo é visível a olho nu: uma política que tende a se descolar da sociedade, uma política que tende a se fechar sobre si mesma. E que, no limite, pode levar à paralisia.

    Tornado aliado em sentido enfático nas eleições de 2010, o PMDB vai levar a disputa entre situação e oposição para dentro do governo. É por isso também que o tamanho nominal da bancada parlamentar que apoia o governo tem menos importância do que as matérias específicas em pauta, do que o estado da disputa interna ao governo. Ou seja, a mais importante disputa política será entre o PMDB e o pemedebismo, de um lado, e o PT e seus possíveis aliados, de outro.

    Não será uma briga bonita de ver. As fábricas de dossiês vão se multiplicar como nunca. Já durante a eleição de 2010, a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, foi a primeira baixa, o prenúncio do que virá. Sua queda dá uma pálida ideia de como serão os embates futuros.

    A primeira das duas batalhas decisivas será uma vez mais a eleição municipal – a mesma, aliás, que esteve na origem do “mensalão”, é importante lembrar. Depois de 2012, a segunda batalha acontecerá na data limite para parlamentares trocarem de partido sem penalidades, na segunda metade de 2013. Enquanto isso, o PMDB fará de tudo para colocar sob sua órbita de influência o maior número possível de parlamentares de outros partidos.

    A primeira escaramuça – que de maneira alguma será decisiva – acontecerá na eleição para a presidência da Câmara e do Senado, no início de 2011. Sendo que a figura de José Sarney é aqui emblemática: o atual presidente do Senado e candidato à recondução ao cargo foi justamente o presidente no auge do pemedebismo da década de 80. Sabe muito bem o que significa estar nas mãos de um Congresso que funciona segundo essa lógica.

    Não é nem um pouco fácil imaginar o lugar que poderá ter a oposição durante o governo Dilma. Há quem confie em supostas leis da política e ache que é assim mesmo, que a oposição vai se reorganizar e acabar aparecendo. Mas não são muitos esses otimistas científicos.

    No momento, resta à oposição formal hibernar. Aliás, tudo indica que também a disputa pela liderança do PSDB será duríssima. Aécio Neves decidiu ir para o tudo ou nada contra a pretensão de Serra de presidir o partido. Se perder para o grupo paulista, Aécio não permanecerá no PSDB senão o tempo suficiente para encontrar um solo alternativo para suas pretensões presidenciais.

    Mas, mesmo quando conseguir se reorganizar, a oposição pode, no máximo, servir de massa de manobra na disputa entre PT e PMDB. E manter a esperança de que o pemedebismo afinal vença e venha a produzir a paralisia que lhe é própria. Isso seria capaz de dar novo fôlego à oposição, talvez em aliança com o próprio PMDB. Mas também esse não é um cenário alentador para a democracia brasileira. Porque, no fundo, o jogo político não vai se dar entre situação e oposição, mas entre a crise de um sistema organizado em polos e a pemedebização.

    Uma eventual hegemonia do pemedebismo tenderia a levar a uma situação semelhante ao estado de paralisia política dos anos 80. Em termos concretos, poderia comprometer seriamente a Copa do Mundo ou as Olimpíadas, por exemplo, já que as obras de infraestrutura são as primeiras a serem afetadas por uma crise política profunda. Marcaria o retorno da concomitância entre crises políticas e abalos na economia.

    Seja como for, se não é possível prever os resultados de uma regressão política dessa magnitude, é pelo menos possível dizer que, no médio e longo prazo, sua efetiva ocorrência exigirá uma reorganização de grandes proporções. Porque o sistema político não sobrevive sem polarização. E a polarização dos últimos quinze anos não tem mais densidade suficiente para organizar e estruturar o sistema.

    Um sistema em estado de não polarização é o elemento do pemedebismo. E, se um cenário regressivo não se deixa ver hoje em toda a sua possível amplitude e gravidade, pelo menos suas marcas mais gerais são bem visíveis: um tempo de bonança, desigualdade e pequena política. Ou até que uma nova polarização se produza para superar uma vez mais a paralisia pemedebista.

    http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-51/ensaio/o-fim-da-polarizacao

  13. Ministro Marco Aurélio vota a favor de Norberto Mânica
    Ministro Marco Aurélio vota a favor de Norberto Mânica

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello que acatou a solicitação da defesa do fazendeiro Norberto Mânica, deu o seu voto a favor do peticionário ou seja, para MAM o julgamento poderá ser feito em Unaí sem prejuizos para as partes. Norberto Mânica e seu irmão, Antero, são acusados de terem mandado matar, em 2004, três fiscais do trabalho e o motorista que os conduzia pela zona rural de Unaí (MG), cidade a 160 km de Brasília e a 600 km de Belo Horizonte. Eles investigavam denúncias de trabalho escravo na região. A defesa quer que Norberto seja julgado em Unaí.

    A Ministra Rosa Weber  votou, com um certo tom de indignação pelo não recebimento da petição. Foi contra alegando sim o prejuizo para formação de um juri isento visto que os dois réus são figuras ‘ilustres’ da região e estão entre os maiores produtores de feijão do país. Antero chegou a ser eleito prefeito da cidade em 2004, mesmo estando preso.

    O Ministro Roberto Barroso se absteve de voto alegando que conhecia o advogado dos réus, o famoso Kakai e que por isso se tornava impedido de votar com isenção.

    O Presidente da Primeira Turma, Luis Fux pediu vistas a o Processo e suspendeu o julgamento. Dias Tofoli ainda não votou. Se acaso um deles votar a favor a o outro contra, será um empate: 2X2! Aí é pro reo, ou seja, o julgamento vai para Unaí.

    Em 31 de agosto, o Tribunal do Júri Federal em Minas Gerais, em Belo Horizonte, condenou três réus acusados de participação na chacina de Unaí. As penas somadas excedem os 200 anos. Erinaldo de Vasconcelos Silva, conhecido como Júnior, foi condenado a 76 anos e 20 dias de reclusão; Rogério Alan Rocha Rios, a 94 anos; e William Gomes de Miranda, a 56 anos. O início do cumprimento da pena será em regime fechado. Os réus eram acusados pelos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha. Erinaldo também era acusado de receptação. Esses réus já estavam presos.

    Além dos irmãos Mânica,caso a petição dos advogados sejam acolhidas pelo STF, o julgamento dos assassinos poderá ser anulado e refeito em Unaí.

     

  14. Ministro Marco Aurélio vota a favor de Norberto Mânica
    Ministro Marco Aurélio vota a favor de Norberto Mânica

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello que acatou a solicitação da defesa do fazendeiro Norberto Mânica, deu o seu voto a favor do peticionário ou seja, para MAM o julgamento poderá ser feito em Unaí sem prejuizos para as partes. Norberto Mânica e seu irmão, Antero, são acusados de terem mandado matar, em 2004, três fiscais do trabalho e o motorista que os conduzia pela zona rural de Unaí (MG), cidade a 160 km de Brasília e a 600 km de Belo Horizonte. Eles investigavam denúncias de trabalho escravo na região. A defesa quer que Norberto seja julgado em Unaí.

    A Ministra Rosa Weber  votou, com um certo tom de indignação pelo não recebimento da petição. Foi contra alegando sim o prejuizo para formação de um juri isento visto que os dois réus são figuras ‘ilustres’ da região e estão entre os maiores produtores de feijão do país. Antero chegou a ser eleito prefeito da cidade em 2004, mesmo estando preso.

    O Ministro Roberto Barroso se absteve de voto alegando que conhecia o advogado dos réus, o famoso Kakai e que por isso se tornava impedido de votar com isenção.

    O Presidente da Primeira Turma, Luis Fux pediu vistas a o Processo e suspendeu o julgamento. Dias Tofoli ainda não votou. Se acaso um deles votar a favor a o outro contra, será um empate: 2X2! Aí é pro reo, ou seja, o julgamento vai para Unaí.

    Em 31 de agosto, o Tribunal do Júri Federal em Minas Gerais, em Belo Horizonte, condenou três réus acusados de participação na chacina de Unaí. As penas somadas excedem os 200 anos. Erinaldo de Vasconcelos Silva, conhecido como Júnior, foi condenado a 76 anos e 20 dias de reclusão; Rogério Alan Rocha Rios, a 94 anos; e William Gomes de Miranda, a 56 anos. O início do cumprimento da pena será em regime fechado. Os réus eram acusados pelos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha. Erinaldo também era acusado de receptação. Esses réus já estavam presos.

    Além dos irmãos Mânica,caso a petição dos advogados sejam acolhidas pelo STF, o julgamento dos assassinos poderá ser anulado e refeito em Unaí.

     

  15. Escolha do Presidente da PPSA

    “Escolhido o presidente da PPSA, estatal gestora do pré-sal – Escolhido pela presidente Dilma Rousseff, o executivo que vai presidir a toda poderosa Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA) – a empresa estatal criada para coordenar a gestão e fiscalizar a exploração de petróleo dos campos do pré-sal no regime de partilha – será o engenheiro Oswaldo Pedrosa. Atualmente, ele é o gerente executivo do campo de Polvo (Bacia de Campos), da petroleira nacional HRT. O anúncio deverá ser feito oficialmente pela presidente Dilma Rousseff na próxima segunda-feira, dia 14, sete dias antes do leilão da área de Libra, na Bacia de Santos. Será o primeiro leilão do pré-sal no regime de partilha”. (O Globo, Edição Online – Publicado: 10/10/13 – 20p2; Atualizado: 10/10/13 – 23p4)

    Abaixo uma pequena amostra dos interesses que o indicado – atualmente empregado da HRT – representa. Parece que o governo petista nada aprendeu com a nomeação de fuxs, barbosas & gurgéis.

    “Oswaldo Pedrosa, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo (Abpip), se reuniu com o relator do projeto de capitalização da Petrobrás, João Maia (PR-RN). Quer convencê-lo a incluir no texto a proposta de devolução [pela Petrobrás] de cem milhões de barris em reservas de campos marginais, em contrapartida aos cinco bilhões de barris do pré-sal que a estatal receberá da União”. (O Globo, 6 de novembro de 2009, página 22 – Caderno Economia).

    “Com a operação garantida à Petrobras de todos os campos no pré-sal, a Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip) teme que a estatal adote uma postura mais ousada na conquista de blocos terrestres na próxima rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural (ANP). “Seria interessante a Petrobras conter seu ímpeto. Agora, se ela entrar com dinheiro farto, não vai sobrar nada para a gente (produtores independentes)”, alertou o presidente da entidade, Oswaldo Pedrosa”. (G1.globo.com – 02-06-2010).

  16. Desde ontem o site da carta

    Desde ontem o site da carta maior tá igual a esse aqui quando mudou: impossívek de acessar pelo firefox. Alguém tem alguma solução?

  17. o dia de festa da criança

     

     

    Decreto nº 4.867, de 5 de Novembro de 1924

     

    Institue o dia 12 de outubro para ter logar em todo o territorio nacional o dia de festa da criança

     

    O Sr. Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil: 
    Faço saber que o Congresso Nacional decretou e eu sancciono a resolução seguinte:

        Artigo unico. Fica instituido o dia 12 de outubro para ter logar, em todo o territorio nacional, a festa da criança, revogadas as disposições em contrario.

    Rio de Janeiro, em 5 de novembro de 1924, 103º da Independencia e 36º da Republica.

    ARTHUR DA SILVA BERNARDES. 
    João Luiz Alves.

     

    Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União – Seção 1 de 07/11/1924

     

    Publicação:Diário Oficial da União – Seção 1 – 7/11/1924, Página 23665 (Publicação Original) http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1920-1929/decreto-4867-5-novembro-1924-566474-publicacaooriginal-90038-pl.html

     

  18. FHC, filho dele e Mendes na reta?

    sábado, 28 de setembro de 2013

    Do site Oni presente

    Documentos revelam participação de FHC e Gilmar Mendes no ‘valerioduto tucano’

     

       

    MendesTanto FHC quanto o ministro Gilmar Mendes constam de documentação anexada a processo contra Marcos Valério 

    Documentos reveladores e inéditos sobre a contabilidade do chamado ‘valerioduto tucano‘, que ocorreu durante a campanha de reeleição do então governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, constam de matéria assinada pelo jornalista Leandro Fortes, na  revista Carta Capital. A reportagem mostra que receberam volumosas quantias do esquema, supostamente ilegal, personalidades do mundo político e do judiciário, além de empresas de comunicação, como a Editora Abril, que edita a revista Veja.

    Estão na lista o ministro Gilmar Mendes, do STF, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os ex-senadores Artur Virgílio (PSDB-AM), Jorge Bornhausen (DEM-SC), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT), os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e José Agripino Maia (DEM-RN), o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e os ex-governadores Joaquim Roriz (PMDB) e José Roberto Arruda (ex-DEM), ambos do Distrito Federal, entre outros. Também aparecem figuras de ponta do processo de privatização dos anos FHC, como Elena Landau, Luiz Carlos Mendonça de Barros e José Pimenta da Veiga.

    Os documentos, com declarações, planilhas de pagamento e recibos comprobatórios, foram entregues na véspera à Superintendência da Polícia Federal, em Minas Gerais. Estão todos com assinatura reconhecida em cartório do empresário Marcos Valério de Souza – que anos mais tarde apareceria como operador de esquema parecido envolvendo o PT, o suposto “mensalão”, que começa a ser julgado pelo STF no próximo dia 2. A papelada chegou às mãos da PF através do criminalista Dino Miraglia Filho – advogado da família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, que seria ligada ao esquema e foi assassinada em um flat de Belo Horizonte em agosto de 2000.

    Segundo a revista, Fernando Henrique Cardoso, em parceria com o filho Paulo Henrique Cardoso, teria recebido R$ 573 mil do esquema. A editora Abril, quase R$ 50 mil e Gilmar Mendes, R$ 185 mil.

  19. A diversificação da agricultura no MA no período de estiagem

    O cultivo da cebola é uma alternativa para períodos de estiagem

    O município de Balsas, conhecido como grande produtor de soja, está se destacando atualmente com a produção de cebola. A previsão é de que em novembro os proprietários da Fazenda Cajueiro encerrem a colheita com cerca de 2.750 toneladas de cebola. O plantio foi iniciado em maio, deste ano, numa área de 42,5 hectares.
    O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cláudio Azevedo, afirmou que os produtores maranhenses estão diversificando a produção e apostando em outras culturas. “Outro cultivo que vêm se destacando no Maranhão é o de milho, principalmente aquele chamado safrinha, que sucede ao plantio de soja”, explicou ele, informando que, apesar da estiagem enfrentada pelo Maranhão, devem ser colhidas 1.331.400 toneladas do grão, representando um aumento de 82% em relação ao que foi produzido no ano passado.
    E foi justamente no período que não chove que os proprietários da fazenda viram a oportunidade de desenvolver uma estratégia de praticar uma atividade agrícola com valor agregado, buscando oportunidades no mercado. “A cebola encaixa neste perfil de produto com alto valor e ideal para cultivo no período sem chuvas. O Maranhão, assim como o Piauí e o Pará, é importador de cebola. Estudamos o mercado, encontramos parceiros certos que precisam do produto para abastecer seus mercados e Ceasas e fomos trabalhar”, contou Daniel Grolli, que, ao lado do pai, Idone Grolli, apostou na diversificação do plantio na fazenda, que também planta soja e milho.
    A cebola plantada na Fazenda Cajueiro está sendo comercializada em Belém, São Luís, Recife e Fortaleza. Para o cultivo da cebola, eles investiram em equipamentos de irrigação do tipo gotejamento e adquiriram diversos insumos agrícolas especiais vindos da Região de Petrolina, no Pernambuco, como as sementes, adubos e defensivos.
    Os primeiros talhões colhidos atingiram produtividade de 70 toneladas por hectare, surpreendendo os produtores que tinham uma expectativa de alcançar uma média de 55 toneladas. “Acreditamos que este incremento se deu devido ao uso correto de tecnologia em adubação e na escolha das sementes híbridas de alta tecnologia”, acredita Daniel Grolli. A família Grolli vai continuar investindo no plantio de cebola para, segundo Daniel Grolli, “diluir o investimento ao longo dos anos”.
    Eles acreditam que a região de Balsas tem potencial para se tornar um grande polo produtor de hortaliças e frutas. “Mas, para isso, temos que manter a oferta todos os anos e esperamos que outros agricultores vejam a mesma oportunidade que nós identificamos e, também, invistam neste segmento”, avalia o produtor.
    O município de Balsas é rota de caminhões que diariamente seguem para as Regiões Norte e Nordeste do Brasil. “A logística é vantajosa. Já começamos o estudo de viabilidade de outras culturas, como o mamão, limão, beterraba, cenoura e tomate”, revelou.
    Na safra agrícola de 2012, o Brasil produziu 1.319.402 toneladas de cebola. Os principais estados produtores são Bahia, Goiás, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A estimativa de consumo nacional em 2013 é de 110 mil toneladas por mês.
    O cultivo de hortaliças se caracteriza pelas atividades manuais, gerando diversos empregos diretos. No caso da Fazenda Cajueiro foram gerados 60 empregos diretos para cultivar 42,5 hectares no período de seis meses.
    INCENTIVOS
    Os produtores estão negociando com o governo estadual alternativa para aumentar a competitividade do estado na produção e comercialização da cebola para incentivar o setor.
    Temas como esse têm pautado as reuniões das câmaras setoriais criadas pela Sagrima. Em setembro deste ano, foi reativada a Câmara Setorial de Fruticultura e Horticultura do Maranhão. “Esse é um espaço de discussão de estratégia de fortalecimento de cadeias produtivas, coordenadas pela Sagrima e com a participação efetiva de entidades ligadas à produção rural, além de cooperativas de produtores”, explicou Cláudio Azevedo.
    Outra estratégia de fomentar a fruticultura e horticultura no Maranhão que está sendo utilizada pela Sagrima é a distribuição de 508 kits de irrigação com a utilização de sistema de gotejamento e micro aspersão, destinados ao cultivo de frutas e hortaliças, além da distribuição de 766 quilos de sementes de hortaliças que foi feita no primeiro semestre deste ano.
    Em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), mais 300 kits de irrigação foram doados a 300 famílias de agricultores familiares em 15 municípios, para o cultivo de hortaliças em pequenas áreas.

    http://www.correiodosmunicipios.com.br/2013/10/04/agricultores-do-sul-do-maranhao-investem-na-producao-de-cebola/

  20. Façamos pouco pelos moradores

    Façamos pouco pelos moradores de rua

    por Fabiana Motroni 

    Bom dia pra você que amanheceu de mau humor porque está fazendo 15 graus em plena primavera paulistana.

    A Taísa, o Tiago e o seu Francisco também amanheceram nessa mesma São Paulo. Eles são meus vizinhos aqui na Paulista, mas, diferente de mim, não dormem dentro de um apê quentinho. Eles dormem ao relento numa esquina, na frente de um Mc Donald’s. São moradores de rua na avenida mais importante da cidade.

    bob e moradores de rua.jpg

    Mesmo assim, toda manhã, não importa se quente ou fria, eles acordam de bom humor. Sorriem pra mim, me dão bom dia, e fazem festa com o Bob, meu cachorro. Às vezes estão lendo um desses jornais distribuídos gratuitamente na rua (sim, eles lêem e querem saber o que rola no mundo). Às vezes ganham um café quente de moradores ou transeuntes (sim, eles tomam café da manhã). Mas às vezes só estão olhando para as milhares de pessoas que andam pela avenida, contabilizando quantas delas os enxergarão de verdade, quantas os olharão como se fossem apenas paisagem (sim, eles existem, e sentem).

    Quando paro pra conversar com eles, algumas dessas pessoas me olham, incomodadas. Tanto as que vão e vem, quanto as que trabalham nos prédios ao lado. Incomodadas por eu atravessar a faixa imaginária que separa esses moradores de rua da sua humanidade, diariamente negada, faixa metafórica e conveniente que separa pessoas por suas supostas relevâncias humanas. Incomodadas porque se eu falo com um morador de rua, é porque ele é visível, então o incomodado se sente despido na sua farsa do não-enxergamento.

    Me lembro de uma entrevista que eu dei tempos atrás ao lado de um grupo de ativistas contra o sexismo na mídia, do qual faço parte, na qual o jornalista nos perguntava porque o ‘militante’ incomoda tanto. “Porque a gente obriga algumas pessoas a se repensarem, a reverem suas posições, saírem da inércia, e mudar incomoda… porque a gente insiste em lembrar de coisas que todo mundo tenta desesperadamente esquecer, mas que todos sabem, no fundo, que são as coisas certas a serem feitas.”

    É muita coisa a ser feita pra mudar a situação de moradores de rua — ou ‘pessoas em situação de rua’, como são eufemisticamente classificados. E já tem muita gente boa, tanto na sociedade civil organizada quanto no governo, agindo para mudar isso, trabalhando em soluções a médio e longo prazo. Podemos nos juntar a elas. Mas individualmente também podemos fazer um pouco. Podemos ao menos reconhecer as suas existências, respeitar suas presenças no local que ficam ou dormem, tratá-los com afeto, saber seus nomes, ajudá-los pontualmente quando possível.

    Isso é muito pouco e muito fácil de ser feito por quem tem onde dormir todo dia. Mas é muito, muito, para a auto-estima e a dignidade da Taísa, do Tiago e do seu Francisco. É o suficiente para fazê-los acreditar em mudanças e em dias menos frios. E é o bastante para fazê-los sorrir todo dia.

    Façamos pouco.

    http://www.cartacapital.com.br/sociedade/cccccccccccccc-281.html

  21. PROJETO DO BEM PARA AS CRIANÇAS
    Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2013PROJETO: ESCOTEIROS NA TV Caros amigos (as) hoje em dia as nossas crianças e jovens vivem num mundo muito complicado e individualista. No nosso país, não tem quase nenhum projeto na TV para incentivar, que as nossas crianças desde cedo pratiquem o bem, e saiam de frente do vídeo game, no qual  muitas vezes passam horas, jogando jogos violentos, e no sedentarismo. Pensando nisso, gostaria de sugerir um projeto, para alguma rede de televisão, que realmente se preocupe com o bem estar da nossas crianças e jovens, seria: O ACAMPAMENTO LEGAL, onde um grupo de escoteiros, se reuniria, para mostrar como é legal ser do bem, fazendo visitas em instituições de caridade e ensinando brincadeiras legais, que estão  sendo esquecidas, todo dia, eles teriam uma missão do bem, que seria contada na TV de uma forma bem alegre e criativa. O governo gasta uma grana preta com a TV Brasil, mas quase não tem retorno ou novidades, parece que tem gente, que trabalha contra, pois não é possível que não tenha gente no Brasil, que possa criar programas, que realmente traga benefícios para o nosso povo, principalmente as nossa crianças e jovens. Mas, o grande problema na TV brasileira, são as enormes panelas, onde só quem entra, são os amigos dos poderosos de plantão.    Atenciosamente: Cláudio José, um amigo do povo e da paz. 

  22. Migrando para escolas públicas

    Um fenômeno interessante que tenho observado aqui em Brasília está relacionado à matrícula nas escolas. Pode ser um fenômeno nacional, mas atenho-me ao conheço aqui no DF.

    Tem tudo a ver com as demandas da população por melhores serviços e que tará impacto na eleição de 2014.

    Devido ao aumento do custo das mensalidades escolares e o receio da ‘facada’ que virá no início de 2014, percebo muita gente da classe média que está falando de tirar os filhos destas escolas e os matricular na rede pública. Eis aí um belo movimento que provocará uma pressão pela melhoria da qualidade em tais escolas. Muitos são pais já engajados no cotidiano escolar de seus filhos e que levarão esta experiência à vivência nos estabelecimentos públicos.

    Pelo que noto, pelo menos em Brasília, o motivador ‘custo’ está também intimamente atrelado ao fator ‘qualidade’: há uma constatação geral, salvo normais exceções, de que a escola privada também já não é um modelo ou um diferencial de bom ensino, boas vivências, segurança e ‘status social’ (sim, muita gente matricula por status).

    Escolas particulares vêm sofrendo, no DF, também com a alta rotatividade de profissionais (professores e monitores) e com problemas na qualificação deles.

    Observo ainda um certo esgotamento quanto à filosofia que impera em tais estabelecimentos privados: uma formação demasiadamente individualista, uma série de ‘acessórios’ que encarecem a vida escolar (material didático privado e caro e cursos extra-curriculares pagos, por exemplo) e um modelo de convivência baseado no consumo.

    Observe-se, ainda, que algumas escolas vêm sendo adquiridas por grupos de educação maiores, empresas mesmo, nivelando ainda mais a prática pedagógica ao status quo individualista, estabelecendo uma relação de consumo por ‘serviços prestados’ entre pais e a escola e contribuindo, evidentemente, para o fenômeno da mercantilização do ensino e da proletarização dos professores.

    Claro, a escola pública possui alguns destes vícios e também outros. Soma-se a isso problemas estruturais de violência (em alguns casos), de problemas nas instalações físicas e de ordem político/ administrativa (greves, contratação de temporários, afastamentos médicos). São problemas que ficarãos mais evidentes e serão mais enfrentados à medida que a classe média fizer uso e demandar por suas soluções.

    Afora isto, assim como em outros estadosm, noto que há, por exemplo, no plano-piloto e em cidades satélites como Planaltina, Santa Maria e São Sebastião, escolas públicas consideradas de reconhecida excelência, com forte participação da comunidade e engajamento de seus profissionais e alunos. Claro, em outras cidades-satélites também há, mas cito os exemplos que pude conhecer efetivamente.

    Enfim, parece-me um movimento em gestação. Há um fator preponderante nisso tudo: a escoa pública é de graça. São 1.000 reais a menos por mês (é o preço de Brasília). Se forem dois filhos, são 2.000 reais a menos… Dá para viajar mais, para complementar a educação dos filhos com outros cursos e mesmo vivências (cinema, teatro, acampamentos lúdicos etc). Dá para ter mais qualidade de vida.

    Bom, é o que tenho percebido. Não sei se realmente todas as pessoas que dizem que vão por os filhos na escola pública o farão efetivamente. Mas é um movimento em gestação, é uma agenda que, como já vi em diversos textos neste blog, está entrando na pauta.

    Sincerament: 1000 reais, 2000 reais….

    É muito vantajoso se engajar na escola pública dos filhos…

     

     

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