Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados.

Redação

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  1. GERALD FORD E O INDULTO A

    GERALD FORD E O INDULTO A NIXON – Hoje faz 40 anos que Gerald Ford assumiu a Presidencia dos EUA, pela renuncia do Presidente Richard Nixon e do Vice Presidente Spiro Agnew, Ford era Presidente (Speaker) da Camara

    e o 3º na linha de sucessão (identico ao Brasil). Completou o mandato de Nixon, que estava sendo processado pelo caso Watergate. Sua primeira medida foi decretar INDULTO legal a Nixon, encerrando seu processo que seria doloroso.

    Porque Ford fez isso? Porque o processo judicial do Caso Watergate seria prejudicial ao Pais, mesmo todos reconhecendo a culpa de Nixon, cuja reputação nunca foi boa, antes ou durante a Presidencia.

    Ford tinha poder legal de indultar e o usou. Fez um balanço e viu que era melhor para o Pais se livrar desse processo penoso. Usou o senso pratico dos americanos, que não curtem espetaculos de autos-da-fé assistindo com enorme prazer o linchamento de pessoas escolhidas como bodes expiatorios. Nixon foi suficientemente punido pela perda do cargo e ostracismo publico. Crises se resolvem com sabedoria e não com circo.

    Ford morreu em 2004 com 93 anos, teve problemas com a esposa, Betty Ford, que tinha o vicio do alcoolismo, declarou isso publicamente e se curou, depois lançou um programa nacional para auxiliar vitimas do alcoolismo.

    Os americanos e o mundo em um balanço geral acharam que Ford fez o certo ao indultar Nixon, que depois disso escreveu dois excelentes livros de memoria.

    Os americanos herdaram dos ingleses e escoceses o carater pratico de encerrar crises o mais rapidamente possivel, reconhecendo as perdas e partindo para outra, mas tirando as lições para que não se repitam,

    não curtem vinganças e revanches quando podem fechar o caso. Foi assim com os paises com os quais guerrearam e depois se tornaram parceiros, como o Mexico, a Alemanha (duas vezes), a Italia, o Japão e até o Vietnam, hoje o melhor parceiro americano na Asia depois da China, do Japão e da Coreia do Sul. Os EUA são hoje os maiores investidores no Vietnam, inclusive na energia eletrica (da AES).

    Esse carater pratico se vê nas empresas americanas. Quando um investimento não dá certo e acontece muito, eles provisionam como perda total e entregam para o primeiro que aparecer, não insistem no erro e não perdem tempo com o fracasso.

    Cada povo com seu espetaculo.

  2. Ronc ronc ronc, dorme dorme carneirinho

    E a ‘Justiça’ dorme! Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa dormem!

    Por Claudinei Vieira

     

    No Brasil, a JuJus-tiça não só é cega, como também se permite dormir durante as sessões, numa boa, sem constrangimento. Não parece roncar, nem babar. Pelo menos, não em plenário.

    Ao contrário, porém, da reação de diversão e de piadinhas que encontrei em vários comentários pela web, não considero isso nada engraçado. Não é divertido observar Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa se lixando para participar ou sequer tentar disfarçar que presta atenção (algum mínimo grama de atenção) nesta farta palhaçada institucional. O desrespeito e a falta de dignidade não diz somente aos demais ‘adevogados’, ministros e ‘caros colegas’ de farra judiciária: é a mim, a você, vocês, a nós!

    Se eles abaixassem as calças e mostrassem a bunda em rede nacional, o desrespeito e a falta de vergonha seriam exatamente o mesmo.

     

     

     

     

     

  3. .

    DELÚBIO CITA MANDELA: “PODEM NOS TIRAR TUDO, MENOS NOSSA MENTE”

    Edição/247 Fotos: Ricardo Stuckert/PR | Reprodução:

     

    Perfil do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, no Twitter, publicou, em referência ao falecimento de Nelson Mandela, uma frase do ex-presidente, que se encaixa na situação pela qual passada o petista, condenado na Ação Penal 470, atualmente preso na Papuda, em Brasília

     

    5 DE DEZEMBRO DE 2013 ÀS 21:39

     

    247 – O perfil do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, no Twitter, publicou, em referência ao falecimento de Nelson Mandela, uma frase do ex-presidente, que se encaixa na situação pela qual passada o petista, condenado na Ação Penal 470, atualmente preso na Papuda, em Brasília.

    “Podem nos tirar tudo, menos nossa mente e nosso coração” foi a frase postada no microblog, seguida de uma foto de Mandela com o ex-presidente Lula. O perfil de Delúbio no Twitter é administrados “por seus companheiros do PT e da CUT”, segundo informa no próprio blog.

     

     

  4. .

    O picareta que ofereceu emprego de R$ 500 a Dirceu,  por  

     

    A Globo e outros órgãos de mídia ficaram  ouriçados com a notícia de que uma cooperativa especializada em prestar assistência a presidiários, protocolou junto ao STF uma proposta de oferecimento de empregos com salário de R$ 500 a Dirceu, Genoíno e Delúbio, para quebrar concreto e encher bolas.

    É claro que se trata de um escárnio. Genoíno está doente e vai se aposentar. Delúbio já garantiu um emprego na CUT. Dirceu é um advogado talentoso que pode arrumar um emprego melhor do que quebrar concreto.

    Entretanto, o que a Globo não contou, porque aí não interessava, é que a ONG que se prestou a esse triste papel, de participar de uma operação para humilhar presos que já estão sob forte ataque midiático, é presidida por um sujeito que ficou famoso por montar uma delegacia “falsa”.

    Era uma picaretagem braba: a delegacia foi criada no centro de São Paulo apenas para arrancar propina dos incautos.

    A “delegacia 171″ ganhou destaques em vários meios de comunicação, inclusive na Época, que pertence a Globo.

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    Será que a Globo, que foi tão implacável com o hotel que empregou Dirceu, destrinchado suas articulações no Panamá, também vai fazer o mesmo com a ONG do Dr. Jomateleno dos Santos Teixeira, Presidente da CESB – Confederação do Elo Social Brasil? Ou vai ser boazinha com Teixeira só porque este ajudou a criar um fato negativo, mais uma humilhação, contra Dirceu, Genoíno e Delúbio?

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    Dr. Jomateleno dos Santos Teixeira, Presidente da CESB – Confederação do Elo Social Brasil; e Vera Rossignoli, Diretora Nacional de Cursos Vivenciais.

     

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  5. O crepúsculo do Merval, que atuou como manda-chuva do STF

    O triste fim de Merval, por Miguel do Rosário, em seu blog

    Merval Pereira tem um blog no Globo, onde publica sua coluna. As chamadas para seus textos aparecem na capa, com destaque. Mesmo com toda essa visibilidade, é um espaço que fica às moscas. Fui lá dar uma olhada, nesta madrugada.  Tirei uma fotografia a 1:30 da manhã do dia 06/12/2013. O texto está cortado, para aparecer apenas o parágrafo inicial, a barrinha de compartilhamentos e a caixa de comentários.

    O post de hoje, publicado antes das 10 da manhã do dia 05/12/2013, passadas mais de 15 horas, só tinha um comentário – de um sujeito discordando radicalmente da opinião de Merval.

    merval

    Observe que, depois de 15 horas, o post de Merval, foi retuitado somente 4 vezes, e teve 94 curtidas.  Além de somente 1 comentário.  

    E isso porque ele é o colunista político mais famoso da Globo: tem coluna diária no jornal impresso, fala na CBN, aparece na Globonews, é eleito para ABL, recebe ligações de ministros do Supremo, seu livro vem com prefácio de Ayres Brito, ex-presidente do STF na época do julgamento do mensalão.

    Eu acho que o título do post de hoje reflete bem o papel hoje de Merval Pereira no cenário político. Só que às avessas do sentido que ele queria impor. Ele, Merval, é um triste fim. Como diria Bezerra da Silva, é fim de comédia.

    MERVAL E CIA

     

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  6. Luciano Martins Costa sobre o propinão tucano

    A conta de padeiro

    Por Luciano Martins Costa

    Depois de pronta, a pauta pode parecer óbvia, mas é importante observar a reportagem publicada peloEstado de S.Paulo na edição de quinta-feira (5/12, ver aqui), e incluir essa questão nas discussões sobre casos de propina, formação de cartel e outras maracutaias com dinheiro público.

    Diz o jornal paulista que a Prefeitura de São Paulo aumentou em 42% a arrecadação do Imposto sobre Serviços  (ISS) vinculado à concessão de licenças imobiliárias, com a interrupção das atividades da “máfia dos fiscais”. O texto afirma que esse resultado foi produzido também com a substituição de funcionários e mudanças em processos de fiscalização, além da revisão de contratos de terceirização.

    A economia no custeio dos serviços chega a R$ 810 milhões, somente com o corte de terceirizados. As mudanças fizeram cair em quase doze meses o tempo de espera pela concessão do “Habite-se”.

    O eixo da estratégia é simples: aumentando-se a eficiência do serviço, reduz-se a corrupção, sempre vinculada à equação conhecida como “criar dificuldade para vender facilidade”.

    Além do aumento nominal da arrecadação, as medidas produzem uma redução drástica na evolução dos custos administrativos para a cobrança de tributos, que vinham subindo exponencialmente desde 2009. Como os custos cresciam mais rápido que a receita, a cidade se tornava insustentável, com o endividamento progressivo e a perda da capacidade de investimento.

    Numa outra reportagem, duas páginas adiante (ver aqui), o mesmo jornal trata de negociações com o governo federal sobre a questão da dívida do município, mas não faz referência ao texto anterior, no qual se demonstra como a corrupção e a irresponsabilidade administrativa afetam a vida do cidadão.

    Agora o leitor(a) atento deixe um pouco de lado as informações sobre o descalabro em que foi lançada a administração da maior cidade do país e lembre dos argumentos levados às ruas, no mês de junho, pelo Movimento Passe Livre.

    De posse dos dados trazidos seis meses depois pela imprensa, podemos chegar à conclusão de que, reduzindo a corrupção e melhorando a gestão financeira, o município pode oferecer transporte de melhor qualidade, talvez a custo zero, para milhões de pessoas, estimulando a mobilidade, o turismo, a cultura, a educação e o comércio.

    O domínio do fato

    Estamos falando de um conceito muito simples, conhecido popularmente como “conta de padeiro”: se a receita cai e as despesas aumentam, o negócio não se sustenta.

    Na vida real, a expressão tem outra origem, vinculada à atitude de padeiros ingleses no século 16, que inventaram a dúzia de treze pães para evitar o risco de virem a ser multados e castigados publicamente por enganar clientes.

    No caso da prefeitura de São Paulo, o que o jornal está dizendo, sem afirmar, é que, durante muitos anos, as autoridades responsáveis pela arrecadação reduziram o imposto cobrado de empresas, tirando da diferença uma porcentagem que era paga como propina.

    O que falta acrescentar na reportagem é o cálculo de quanto teria sido desviado, com base no valor médio do imposto realmente devido por algumas das grandes incorporadoras que entraram no negócio. Basta mandar um repórter à Secretaria de Finanças do Município e pedir cinco ou seis modelos de planilhas originais e comparar com o que foi realmente pago por essas empresas. A média pode ser multiplicada pelo número de contribuintes suspeitos de haver participado do esquema, somando-se o número de anos durante os quais a quadrilha esteve no poder.

    Pode-se fazer o mesmo com o caso do sistema de transporte sobre trilhos, que alguns ainda chamam de “cartel da Siemens”. Nos jornais de quinta-feira (5), ainda discute-se a responsabilidade de secretários de Estado e dos políticos que governaram São Paulo na última década.

    Mas essa questão está superada pelo princípio do “domínio do fato”: não há como alegar inocência em esquemas que duram anos e que afetam o próprio funcionamento do sistema administrativo. Ou se foi cúmplice, ou se foi complacente. Segundo a interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470, uma autoridade somente pode ser considerada inocente em casos pontuais de corrupção, não em esquemas estruturados de longo prazo.

    Depois da reportagem do Estado de S.Paulo, a próxima pauta é a mesma conta de padeiro, que vai servir para tudo, desde as trambicagens no metrô de São Paulo até o preço dos parafusos nas arenas da Copa do Mundo.

    Depois, é mandar a conta para grandes construtoras, incorporadoras, e quem mais aceitou alimentar a corrupção, e confiar na eficiência do sistema judiciário, que, como todos sabemos, vive agora um novo tempo.

     

     

  7. Eugênio Bucci defende a grande imprensa

    A lógica de Eugênio Bucci sobre a imprensa, por Weden

     

     

    Weden

     

    Uma resposta ao gran-corporativismo de Eugênio Bucci (USP), sempre pronto a defender as corporações mídiaticas Uso boa parte de suas próprias palavras, devidamente aspeadas, para mostrar a lógica destrosa de um defensor absolutamente cego ao poder dos meios.

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    Neste final de semana, o professor da USP Eugênio Bucci reclamou da reclamação de Lula com relação à imprensa e de novo saiu em defesa das grandes corporações. Nenhuma palavra sobre o processo difamatório que vitimou, por exemplo, o padre Julio Lancelotti, entre outros. Nada sobre exemplos clássicos de denúncias políticas não confirmadas e desculpas não pedidas. Nada contra casos de erros cometidos contra pessoas, empresas e servidores públicos, com graves danos à sociedade.

    “Na sequencia”, Bucci também lançou “uma acusação baixa contra” Lula. Lula perguntou: Vocês já viram banqueiros nos jornais? São eles que pagam as publicidades na mídia. Segundo Lula, os anunciantes estão a salvo, porque os meios evitam ter problemas com os anunciantes.

    Bucci pode estar cego aos fatos, mas nós não. È verdade o que Lula disse. E ele usou banqueiros, claramente, como artifício retórico, por meio de metonímía, a grandes anunciantes.

    Exemplos não faltam. Quando a Chevron derramou milhões de litros de óleo na Bacia de Campos, os jornais levaram dez dias para fazer a primeira denúncia. Quando Daniel Dantas, o banqueiro, foi preso, toda uma mobilização para denunciar uma suposta arbitrariedade da Polícia Federal e de juízes que estavam à frente da Operação Satiagraha partiu das redações e dos aquários. Também houve o caso mais recente e gravíssimo de Carlinhos Cachoeira, chamado até o último momento de “empresário de jogos” pela Folha de S. Paulo, quando na verdade se tratava de um bicheiro e criminoso. Tudo isso compõe uma lista de exemplos gravíssimos de omissões, quando se tratam de anunciantes e empresários amigos.

    Em nenhum desses casos tivemos demonstrações de independência crítica. Mas Eugênio Bucci não consegue ver. E parece também não ter tanta independência crítica com relação aos meios.

    Comportanto-se como uma espécie de anti-Jânio de Freitas, Bucci continua a lançar impropérios contra qualquer um que ouse se levantar contra alguns equívocos evidentes dos meios. Na Inglaterra, ele possivelmente estaria a favor de Murdoch e contra Leveson.

    Segue Bucci: “essa história de político falando mal de jornais…”. Não entendemos seriamente esta sacralização da imprensa. Não se pode criticar? Não há o direito social à crítica dos meios? Ora. Mídia esculacha padres, faz acusações impróprias contra médicos e professores, pratica denuncismo sem fundamento contra pessoas comuns, faz ilações sobre a vida privada, e nada pode ser dito contra ela?

    “Desta vez, porém, uma resposta” a Bucci “não pode faltar”. “O julgamento” desse professor da USP “está baseado em quatro grandes” inverdades, “que desinformam a sociedade e podem indudiz a enganos desastrosos. Por isso tratemos de pôr às coisas a limpo”.

    Primeira inverdade de Bucci. Banqueiros como Daniel Dantas foram sim pouco incomodados pela imprensa. Aliás, não foram. Portanto, dependendo do grau de vinculação com o meio o banqueiro pode estar a salvo de denúncias sim. Uma citação aleatória de alguns casos não explica as outras omissões.

    Segunda inverdade. Não é verdade que os bancos privados não sejam os maiores anunciantes do Brasil. Os dados citados por Bucci dizem respeito aos anúncios em geral, mas não os concentrados nos grandes meios. A Caixa investe de forma pulverizada também a motivar outras formas de comunicação. Além disso, a presença de outros anunciantes não altera a lógica de que bancos privados têm presença forte no caixa das empresas de mídia. E geralmente são poupados. O caso da compra da briga dos bancos contra a baixa de juros pela imprensa é só um caso que atesta o que o ex-presidente disse.

    Terceira inverdade. “Não é verdade que qualquer acusação contra político vira manchete assim sem mais nem menos”. Poderíamos concordar. Mas isso é uma verdade subreptícia. Quando o político é de partido aliado á mídia, nada se denuncia. Portanto, há uma omissão grave por parte de Eugênio Bucci.

    Quarta inverdade. A Chevron saiu bem na foto sim. E somente quando as redes começaram a divulgar maciçamente é que os mieos se mobilizaram. Portanto, o grau de independência com relação a anunciantes não se confirma para todos os casos.

    Cuidado leitores. Não caiam no gran-corporativismo destes defensores a todo custo das corporações. Eles não estão preocupados com os jornalistas (aqueles do chão de fábrica) nem com a sociedade em geral.

    Mas, sim, com os donos. E quem assim pensa não tem qualquer compromisso com a verdade.

    Abaixo o texto contra o qual argumento.

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    Publicado originalmente na revista Época.

    A lógica desastrosa de Lula sobre a imprensa – EUGÊNIO BUCCI

    Há coisa de dez dias, em Paris, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou dos jornais. De novo. “Quando político é denunciado, a cara dele sai noite e dia nos jornais”, disse ele. Na sequência, lançou uma acusação baixa contra a imprensa: “Vocês já viram banqueiro nos jornais? São eles que pagam as publicidades da mídia”. Segundo Lula, os anunciantes estão a salvo das reportagens investigativas, pois os repórteres e os editores não têm a dignidade de apurar os fatos e de publicá-los com um grau mínimo de independência crítica. 

    Claro: os jornalistas de brio, honrados, foram ultrajados por ele. O interessante é que quase ninguém se deu ao trabalho de responder à ofensa. Por que será?

    Existe uma explicação. Essa história de político falando mal dos jornais e das revistas já se banalizou. Virou uma epidemia. Lula não é o único, embora seja dos mais reincidentes. Há cerca de dois meses, no final da campanha municipal, em São Paulo, o então candidato a prefeito José Serra (PSDB) deu de acusar os repórteres que formulavam perguntas incômodas (na opinião dele) de ser agentes de “pautas petistas”. Ao desqualificar os profissionais que cumpriam seu dever de perguntar, procurava se esquivar das indagações e, em parte, foi bem-sucedido na manobra. Lula, outra vez, lança mão do mesmo truque. Quando lhe cobram explicações sobre os escândalos de seu partido, investe contra a reportagem. Como ele fala isso a toda hora, seus vitupérios já não chamam a atenção. Deixaram de ser notícia. Daí que os próprios jornalistas não se dão ao trabalho de responder.

    Desta vez, porém, uma resposta não pode faltar. O julgamento de Lula está baseado em quatro grandes mentiras, que desinformam a sociedade e podem induzir a enganos desastrosos. Por isso, tratemos de pôr as coisas a limpo.

    Primeira mentira. Não é verdade que a imprensa não publica reportagens que incomodam banqueiros. Você, leitor, há de se lembrar. Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos; Luís Octávio índio da Costa, do Banco Cruzeiro do Sul; Salvatore Cacciola, do Banco Marca; Silvio Santos, do Banco Panamericano; Katia Rabello, do Banco Rural; Ricardo Guimarães, do Banco BMG; entre outros, muitos outros, também se lembram muito bem.

    Segunda mentira. Não é verdade que os bancos privados são os maiores anunciantes do Brasil. Segundo um levantamento do anuário Mídia Dados, o Bradesco investiu, em 2011, R$ 905 milhões em publicidade. É muito dinheiro. Mas atenção: a Caixa, que pertence ao governo federal, investiu mais que o Bradesco: R$ 1,092 bilhão. E os dois maiores anunciantes privados do país em 2011 não têm nada a ver com bancos: Casas Bahia (R$ 3,3 bilhões) e Unilever (R$ 2,6 bilhões).

    Terceira mentira. Não é verdade que qualquer acusação contra político vira manchete assim sem mais nem menos. A imprensa erra, claro que erra, deve ser criticada com rigor – mas a imprensa não é uma instituição corrupta, vendida. Nos escândalos recentes (mensalão etc), acertou muito e ajudou a flagrar os bandidos de colarinho branco.

    Quarta mentira. Não é verdade que os anunciantes saem sempre bem na foto. Se assim fosse, nenhuma revista, nenhum jornal, ninguém falaria mal dos governos (federal e estaduais), que anunciam bem mais que os banqueiros privados. Já vimos que a Caixa é um anunciante mastodôntico, assim como o Banco do Brasil (R$ 587 milhões em 2011), e, não obstante, alguns de seus dirigentes andaram frequentando o noticiário. Somente o ministério da educação, segundo estimativas do mesmo Mídia Dados, veiculou anúncios no valor de R$ 298 milhões em 2011 – e nem por isso está a salvo de críticas. Essas quatro grandes mentiras põem em marcha uma lógica desastrosa. Nos dois governos de Lula, os gastos de dinheiro público em publicidade se mantiveram em crescimento. Hoje, o governo federal, com suas estatais, é um dos maiores anunciantes do mercado. Agora que sabemos que, na opinião de Lula, os jornalistas são comprados pelos anunciantes, é o caso de perguntar: com que propósito o governo gasta fortunas em comunicação? Será que pretende comprar jornalistas? Será que os anúncios governamentais são uma tentativa de suborno?

    Cuidado. Não caia em embromação. A imprensa pode perfeitamente brigar com os anunciantes, sejam eles estatais, governamentais ou privados. Ela pode até perdê-los. O que ela não pode perder é a confiança do leitor, a sua confiança, que vale mais que banco, mais que ouro. A boa imprensa, aquela que realmente conta, é refém apenas da verdade. Não cede ao dinheiro do anunciante nem aos gritos dos políticos.

     

  8. Homenagens ao Uruguai

     

     

    Festa de rua celebra domingo, em SP, país que conquistou casamento homossexual, direito ao aborto e legalização da maconha. Que condições políticas tornaram isso possível?

     

    Por que o Uruguai não é aqui?

     

    Por Gabriela Leite, do Outras Palavras

    Às 3 da tarde deste domingo (8/12), uma bandeira uruguaia será hasteada, de modo performático, no centro de São Paulo. Estará dado o sinal de largada para uma sucessão de intervenções artísticas, oficinas, rodas de conversa, cenas de música, teatro, graffiti. Às 18p3, haverá cerimônia simbólica de casamento coletivo e beijaço. Centenas de pessoas celebrarão, em festa, as notáveis conquistas político-culturais alcançadas pelo país vizinho, nos últimos anos: reconhecimento do casamento gay, direito ao aborto e, muito em breve, legalização do uso e plantio da maconha. Tudo se dará num palco emblemático para as novas lutas sociais: o Minhocão, enorme elevado viário no centro de S.Paulo, recuperado nos últimos anos para festas que reivindicam o Direito à Cidade. Em meio ao desfrute (veja programação ao final), valerá a pena fazer duas perguntas: como isso foi possível, enquanto o Brasil se defronta com a assombrosa influência do conservadorismo em suas decisões institucionais? Que caminhos nos aproximariam de tais avanços?

     

    Natural de Montevidéu, a capital, o escritor Eduardo Galeano costuma dizer que o Uruguai é “o paradoxal país em que nasci e voltaria a nascer”. Parece palpite certeiro. A formaçãohistórica e econômica não difere muito da nossa. Colônia espanhola (disputada com frequência por Portugal), tornou-se, após a independência, exportador de matérias-primas: à época, carne e couro. Ainda hoje, os produtos primários são quase onipresentes em sua pauta de vendas ao exterior.

    Além disso o Uruguai, um “paraíso fiscal”, possui sistema financeiro agigantado. Seria de esperar, nestas condições, uma influência massacrante do conservadorismo rural e da oligarquia financeira, sempre empenhados em concentrar riquezas e investir contra direitos sociais. No entanto, a nação foi pioneira da América do Sul no reconhecimento do voto feminino (1927) e na legalização do divórcio (1907, 70 anos antes do Brasil). Garantiu educação obrigatória e gratuita ainda no século XIX. Reduziu a jornada de trabalho para 8 horas nos anos 1910 (antes dos EUA e da França) e regularizou, à época, a venda de bebidas alcoólicas, revertendo os lucros em saúde pública.

    A explicação para as contradiões destacados por Galeano está, provavelmente, na política. Desde sua formação, há duzentos anos, o Uruguai viveu três enormes impulsos transformadores. Eles abalaram as raízes conservadoras e constituíram, aos poucos, uma tradição de relativa igualdade, laicismo e rejeição de preconceitos morais. O primeiro grande movimento vem das lutas de independência.

    Ao contrário do que ocorreu no Brasil, a autonomia em relação à Espanha não foi promulgada pelo príncipe regente, mas conquistada em luta comandada por José Artigas, um militar esclarecido e republicano. Por sua inspiração, o Congresso do Oriente, formado após a independência (em 1815), estabeleceu a distribuição de terras (inclusive para os negros e viúvas), a primeira tentativa de criar a escola pública, leis aduaneiras que buscavam promover a produção nacional. O processo foi sufocado um ano depois, quando a coroa portuguesa, então sediada no Brasil, invadiu o país (submetendo-o até 1925).

    A segunda grande arrancada anti-oligárquica começou quase um século depois e foi comandada – outro paradoxo – por um membro da elite. O jornalista José Battle y Ordoñez governou o país por dois mandatos, entre 1903 e 1915. Vinha de uma família de políticos (o pai fora presidente) e de um dos dois partidos tradicionais, o Colorado. Mas encerrou a última guerra civil e estava em contato com o clima de agitação social e questionamento da ordem burguesa que marcava a Europa. Era um admirador da Revolução Soviética e de Lênin, sobre quem escreveu um obituário digno¹.

    Coerente com a ideia de superar as antigas relações sociais, canalizou a riqueza agrícola de um país pouco povoado (3,5 milhões de habitantes hoje; apenas 1 milhão, à época) para construir o que foi, provavelmente, o primeiro estado de bem-estar social do mundo. Estatizou e universalizou os serviços públicos e de infra-estrutura, estendeu a previdência social para todos. No campo do trabalho, novas leis instituíram, além da redução da jornada, a indenização para os demitidos. No terreno moral, o direito ao divórcio estabelecia que a separação poderia ser requerida por simples manifestação de vontade da mulher, algo quase inconcebível para a América do Sul de então.

    O Uruguai não ficou imune, ao longo do século XX, às turbulências e retrocessos que marcaram a região. Uma tentativa de industrialização, iniciada no pós-II Guerra, fracassou em pouco tempo, sufocada pelo peso dos setores primário e financeiro. Uma ditadura militar, instaurada “a convite” de um presidente civil estendeu-se entre 1973 e 85. Ao se esgotar foi substituída, como em toda a América Latina, por uma sucessão de governos claramente identificados com a ideia de supremacia dos mercados sobre as sociedades.

    Mas as tradições igualitária e libertária, além do apreço pelos serviços públicos voltariam a se manifestar já em 1992, num episódio inesperado. No período em que o pensamento neoliberal era mais forte, um plebiscito convocado por iniciativa popular interrompeu, com apoio de 72% dos eleitores, as privatizações. Uma década depois, quebrava-se um século e meio de domínio da política institucional pelos partidos Colorado e Blanco. A Frente Ampla, formada em 1971 por socialistas, comunistas e battlistas (a corrente que tem como referência as ideias do presidente Battle) – e clandestina durante toda a ditadura militar –, conqusitava a presidência.

    Os mandatos dos dois presidentes que governaram desde então (Tabaré Vasquez e José Mujica) também não são isentos de contradições. A economia continua baseada em agropecuária e finanças. No mandato de Tabaré, o Uruguai envolveu-se numa áspera disputa com a Argentina (a “crise das papeleras”), ao autorizar a instalação, em seu território, da empresa finlandesa de celulose Botnia, rechaçada no país vizinho por provocar poluição.

    Mas certas particularidades têm impedido que o Uruguai escorregue para o pântano de democracia esvaziada que se propaga em todo o mundo. Num quadro institucional menos fisiológico e confuso que o brasileiro, a Frente Ampla tem conquistado maiorias parlamentares e governado sem recorrer a coalizões de ocasião. Seu programa econômico e sua visão das relações intenacionais são heterogêneos. Talvez o que melhor a caracterize e unifique seja, precisamente, o compromisso com os serviços públicos, o laicismo e a rejeição aos preconceitos.

    Suas relações com os movimentos sociais e a sociedade civil seguem ativas, depois de dez anos no governo. Um grupo de militantes, em seu interior (as Redes Frenteamplistas) mobiliza-se para articular formas de democracia direta, em especial as articuladas pela internet. Teve papel importante nas disputas internas da Frente Ampla que definiram a candidatura de José Mujica às eleições presidenciais de 2009. O perfil despojado e irreverente do atual chefe de governo somou-se a sua coragem para levar adiante as propostas de libertárias do partido. A legalização do aborto até a 12ª semana de gravidez veio em 2012. O o casamento gay foi acolhido pela legislação neste ano, apesar dos questionamentos da igreja católica. Inclui a adoção de crianças por casais homossexuais.

    Caso aprovada, nos próximos dias, a legalização do uso da maconha será um exemplo internacional. É bem mais completa que a vigente em países na Holanda, por exemplo. Segundo a nova lei, a ser votada em dias no Senado, o plantio para consumo próprio é permitido (dentro de limites); e o Estado controlará a venda do psicoativo, fazendo registro de seus usuários e estabelecendo tetos para consumo. Mujica, prefere afirmar que não está legalizando a maconha, mas regulamentando seu uso – ao invés de conformar-se à hipocrisia.

    Por isso, a celebração em São Paulo, neste domingo, é mais que uma festa. Ela oferece a oportunidade de refletir sobre como ainda é possível – mesmo em tempo de declínio da política – explorar as contradições do sistema, alcançar vitórias parciais importantes e sondar caminhos para reinventar a democracia.

    Domingo, 8/12
    O Uruguai é aqui
    Manifestação pela legalização do aborto, casamento gay e maconha

    Convidam:

    Marcha da Maconha São Paulo, Marcha Mundial das Mulheres, Coletivo Anastácia Livre, Liga Brasileira de Lésbicas, Bloco da Esquerda Canábica, Coletivo Desentorpecendo a Razão, Associação Cultural Cannábica de São Paulo e Centro de Convivência É de Lei.

    Programação:

    15h
    – Hasteamento da bandeira uruguaia
    – Grafite
    – Grupo de palhaços
    – Oficina de cartazes
    – Música temática

    16p0
    – Rodas de conversa sobre legalização das drogas, do aborto e do casamento homoafetivo

    17p2
    – Banda Chaiss na Mala
    – Banda Emblues
    – Grupos de dança e teatro

    18p3
    – Cerimônia simbólica de casamento coletivo e beijaço
    – Intervenção de redução de danos

    ¹ – Lá se lê, por exemplo, que “Esta revolução [soviética] sacudiu em sua medula uma nação que, em pleno século XX, conservava a estrutura dos tempos bárbaros. Tem de ser fecunda e positiva, apesar de seus erros e contradições, que são os companheiros inseparáveis de todo empreendimento humano”

     

  9. Artistas e intelectuais pedem aprovação da lei contra a discrimi
    Artistas e intelectuais pedem aprovação de projeto de lei contra a discriminação

    Chico Buarque, Cissa Guimarães, Emir Sader, Ney Matogrosso e Chico César, entre outros, já assinaram manifesto pela aprovação do PLC 122/2006

    Por Redação

    Artistas e intelectuais assinaram o documento “Manifesto por um Brasil Sem Preconceito” pedindo a aprovação do Projeto de Lei Complementar 122/2006. O projeto de lei pretende combater todas as formas de discriminação e já está há 12 anos tramitando no Congresso Nacional. Chico Buarque, Cissa Guimarães, Emir Sader, Ney Matogrosso, Leonardo Boff, Daniela Mercury, Paulinho da Viola, Fafá de Belém, Alcione, Margareth Menezes, Eric Nepomuceno, Dira Paes, Geraldo Azevedo, Chico César, Alceu Valença, Cacá Diegues, Malu Verçosa, Miguel Faria Jr, Márcia Miranda e Maitê Proença já deram apoio ao manifesto, segundo a Secretaria de Direitos Humanos.

    O Conselho Nacional Contra a Discriminação LGBT é uma das organizações que coletam assinaturas ao manifesto. O PLC 122/2006 já foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2006, e atualmente aguarda ser votado na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. Recentemente, Paulo Paim (PT-RS) tornou a proposta mais ampla, pedindo a punição dos crimes de ódio motivados por preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, gênero, sexo, orientação sexual, identidade de gênero ou condição de pessoa idosa ou com deficiência.

    Se aprovado pelo Senado, o projeto poderá mudar o Código Penal e a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes motivados por preconceito. Uma das medidas que consta na proposta é a punição de até cinco anos de reclusão a quem impedir promoção de um funcionário por preconceito com gênero ou orientação sexual.

    O projeto também prevê punições a quem recusar atendimento aos homossexuais em estabelecimentos comerciais ou locais abertos ao público, assim como para quem impedir manifestações de afetividade em local público ou privado aberto ao público. Entretanto, a proposta ainda resguarda o respeito aos espaços religiosos. O crime de injúria também ganhará alterações, sendo punido com três anos de reclusão e pagamento de multa se for motivado por preconceito.

    Confira o “Manifesto por um Brasil sem Preconceito” assinado pelos artistas e intelectuais:

    “Pela aprovação do PLC 122/2006

    O Brasil é o país da diversidade. Somos homens, mulheres, crianças, jovens, adultos, idosos, brancos, negros e indígenas. Somos heterossexuais, bissexuais, gays, lésbicas, travestis e transexuais. Somos humanos!

    Todos, independente de sexo, orientação sexual, identidade de gênero, etnia, idade, classe social, religiosidade ou qualquer outra característica, somos cidadãos e cidadãs. Temos o direito de viver em uma sociedade onde não se tolere nenhum tipo de discriminação, preconceito ou violência.

    Respeitar as diferenças e valorizar a diversidade humana é um valor essencial para nossa afirmação enquanto país livre e democrático, um Brasil de todos os brasileiros e brasileiras.

    É neste espírito que nós que subscrevemos este manifesto conclamamos os senadores e senadoras a aprovarem o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, na forma do substitutivo do senador Paulo Paim, que define e pune os crimes de ódio e intolerância resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, gênero, sexo, orientação sexual, identidade de gênero ou condição de pessoa idosa ou com deficiência.

    Esta proposta tramita no Congresso Nacional há doze anos. Sua aprovação significa um avanço para a garantia de direitos e afirmação da cidadania plena de todas as pessoas.

    O Brasil não pode mais esperar! A hora de mudar essa história é agora! Aprovação do PLC 122/2006 já!”

     

  10. Portais jornalísticos investem em blogs para aumentar audiência

    O ano de 2013 nem terminou e, pelo menos, 100 novos blogs foram lançados nesses meses. O investimento nítido feito pela imprensa tem motivo: ampliar o conteúdo e aumentar a audiência. O Comunique-se conversou com quatro veículos que começaram o ano com projetos voltados para o online e descobriu quais foram os resultados alçados até o momento. Estadão, Carta Capital, R7 e GQ Brasil, que somados são responsáveis por colocar no ar 69 novas páginas, falaram, também, sobre planos para 2014.

    “Hoje, os blogs são tratados como extensão de conteúdo do Estadão”, enfatiza o editor-executivo de conteúdos digitais do Grupo Estado, Luiz Fernando Bovo. De acordo com ele, 25 colunas digitais foram lançadas em 2013. Mas, para melhorar a audiência, foi preciso, inclusive, se desfazer de algumas. “Retiramos muitos blogs que não eram atualizados, incrementamos a lista com novos e passamos a trabalhar as redes sociais”.

    Bovo conta que, atualmente, 4% da audiência registrada pelo site do Estadão vêm dos blogs, que são escolhidos de acordo com critérios como afinidade com a política editorial do jornal. “Entendemos que os blogs agregam conteúdo de qualidade, ampliando e diversificando a oferta de conteúdo numa linguagem estritamente digital”. Até o fim deste ano e o começo do próximo, novas apostas serão feitas pelo grupo.

    Quinze novas páginas foram lançadas pelo site de Carta Capital de maio até agora. O mês cinco marcou, também, a ida de Lino Bocchini para o veículo, que criou o cargo de editor de mídia online para receber o jornalista e reforçar o investimento. Por lá, os resultados podem ser comemorados: os blogs representam quase a metade da audiência do site. “Estamos indo na contramão, investindo e conseguindo bons resultados”, comenta o editor.

    Bocchini diz que conteúdo vindo dos blogs possui o mesmo tratamento que as reportagens e que a experiência tem sido positiva. Ele explica que não há equipe suficiente para falar de todos os assuntos e, neste ponto, as páginas administradas pelos colaboradores são essenciais. “Todos os espaços lançados pela Carta tem curadoria, as pessoas que escrevem levam o nome da revista para mais lugares e conseguimos conversar com público muito maior”. Em 2014, a ideia é que seja colocado no ar um primeiro blog bilíngue do veículo.

    Diretor geral do R7, Antonio Guerreiro afirma que a Record tem no DNA o investimento no online. Neste ano, foram 21 blogs lançados com a proposta original que deu vida a outros espaços: interagir com leitores e investir no relacionamento deles com as pessoas que fazem a marca. “Temos mais de 100 blogs e o resultado em audiência é bastante significativo. Mas, evidentemente, o grande ganho é na variedade de conteúdo e ponto de vista”, avalia o executivo.

    Guerreiro ainda conta que cerca de 14% das visitas do R7 vêm dessas páginas. O executivo anuncia que o site é aberto a ideias. “Todos podem lançar blogs no nosso site, basta ter coisas interessantes para falar”.

    O início de julho registrou o lançamento do primeiro blog da versão online da revista GQ Brasil. Editora digital, Erin Mizuta afirma que o investimento não foi somente para conquistar audiência. “Alguns temas eram de interesse do nosso público, mas não tinham força ou gancho suficiente para gerar uma matéria. Além disso, outros assuntos pediam uma abordagem mais subjetiva e analítica”.

    Todas as páginas da GQ Brasil, oito no total, são assinadas por integrantes da redação. “A ideia era que o blog fosse uma voz da redação, uma linha mais direta e pessoal com o leitor. É um projeto que foi bem acolhido por todos, que pesquisam, entrevistam e se dedicam para falar sobre os assuntos que mais gostam com propriedade”. Atualmente, aproximadamente 3% da audiência do site vêm dos blogs.

    Todos os veículos concordam que, além de bons resultados numéricos, a possibilidade de ter diversidade de conteúdo e opinião é um dos principais ganhos para quem investe nessas plataformas.

    http://portal.comunique-se.com.br/index.php/entrevistas-e-especiais/73383-portais-jornalisticos-investem-em-blogs-para-aumentar-audiencia

  11. Na Europa, bancos estão à deriva e na mira do fisco

    Ficou famosa no mundo a manipulação da Libor britânica, em prejuízo dos clientes e a favor dos spreads bancários e outras manipulações. A descoberta do procedimento, que consistia em cartelizar os juros bancários, elevando-os ou baixando-os à conveniência das instituições financeiras envolvidas, a investigação subsequente e o estabelecimento de responsabilidades levaram a uma maré de multas dentro do sistema bancário britânico.

    Agora a maré espalhou-se pelo continente. A Comissão Européia, com sede em Bruxelas, decidiu multar seis instituições com vastas operações internacionais em 1,7 bilhão de euros, por idêntica manipulação do Euribor que, como a Libor do outro lado do Canal da Mancha, serve de referência para o estabelecimento, digamos grosso modo, do “preço do dinheiro”.  O Deutsche Bank (DB) operava com três outros bancos manipulando as taxas de acordo com os preços vigentes em Londres (que já eram manipulados) e Tóquio.

    A maior instituição multada foi o DB – vaca mais que sagrada do sistema financeiro alemão, europeu e mundial: 725 milhões em multas. Além dele, foram atingidos o JP Morgan (para variar), o Société Génerale francês, o Citigroup, além do RBS e do RPMartin.

    Porém, advertem especialistas e autoridades da Alemanha, este foi apenas o começo para o Deutsche Bank. Há mais um potencial ‘tsunâmico’ de multas a ser provocado pela fiscalização.

    O banco está envolvido no processo do governo norte-americano contra o JP Morgan, que já concordou em pagar uma indenização de 13 bilhões de dólares. Se o DB for condenado, as indenizações também irão para a casa dos bilhões, mas ainda não existe estimativa segura de qual será ou serão os algarismos na frente dos zeros.

    Na Alemanha há um processo contra o DB dos herdeiros do finado empresário Leo Kirch, do setor de comunicação, no valor de 2 bilhões de dólares. A alegação é de que o banco provocou a falência do grupo, consequência de suas operações irregulares. O DB perdeu em primeira instância, mas recorreu.

    Consta que o FBI também está investigando operações internacionais do DB, mas ainda em caráter inicial. Não há ainda um processo formal na justiça. Autoridades britânicas estão retraçando um possível envolvimento do DB no caso da Libor britânica, e mesmo na Alemanha poderá haver novas multas caso se constatem outros prejuízos causados pelas manipulações.

    A atual direção do banco – além de reconhecer o malfeito – tem procurado assegurar que está assumindo atitudes mais rigorosas nas investigações internas e também nas operações presentes e futuras.  Houve dispensas de executivos e renovação das estruturas internas. O fato é que segundo informações do semanário Der Spiegel, o banco reservou mais de 4 bilhões de euros para atender as possíveis demandas dos processos em que está ou ainda virá a estar envolvido.

    Mas potencialmente o pior ainda está por vir, não apenas na forma de multas.  Assim como a indústria automobilística, o Deutsche Bank é um dos pilares identitários da economia alemã frente à Europa (inclusive o Banco Central Europeu) e o mundo. Uma perda desta condição de credibilidade poderá significar novas perdas financeiras, pela perda de clientes, no futuro.

    Às vezes, ser banqueiro também pode ser muito perigoso…

    http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-do-velho-mundo/2013/12/na-europa-bancos-estao-a-deriva-e-na-mira-do-fisco-5512.html

     

  12. O cronista da Bahia

    Fenômeno do samba, Riachão recupera parte de seu acervo.
     

    No fim da década de 1950, uma baleia parou Salvador. O bichão embalsamado foi colocado numa carreta para exibição pública. A iniciativa partiu de empresários norte-americanos, que cobravam ingresso para ver Moby Dick. Acompanhado de dois amigos, Clementino Rodrigues preparava-se para um gole de cachaça, quando atentou para o movimento. Feito o “perguntado”, veio o estranhamento. “Baleia aqui na Praça da Sé, se o mar está lá embaixo?” Sem querer gastar o sagrado dinheiro reservado à branquinha, foi falar com o policial que controlava a entrada. “Meu grande amigo, muito boa tarde. Não leve a mal não, somos da imprensa e queríamos permissão para ver a baleia. ‘Oh, pois não’, disse, e liberou a passagem. Quando comecei a olhar para aquela baleia enorme, Jesus mandou a música.”

    Clementino Rodrigues é Riachão, lenda viva do samba baiano, menino buliçoso hospedado no corpo de um homem de 92 anos que transborda vivacidade e fé na vida. “Sou feliz da hora que acordo, como está no samba minha vida é alegria,/ à tristeza não dou bola,/ se surgir algum problema,/ com o samba resolvo na hora, diz, ou melhor, canta. A memória de Riachão é musical. A quase tudo responde cantando. É assim com o caso da baleia. Ele recorda com clareza o episódio ocorrido em 1959 e de seus arquivos mentais saca a canção completa (Baleia da Sé), tremendo sucesso que fascinou especialmente as crianças, deslumbradas com o gigante marinho e embaladas pelo refrão: Eu vi o caminhão da baleia/ eu vi o cabeção da baleia/ eu vi o barrigão da baleia/eu vi o umbigão da baleia/ só não vi uma coisa – diz! – da baleia.

    Depois do drible de mestre no segurança foi a vez de dar volta no gringo. “Eu ali, pequeninho, perto do americano alto. Toquei nele e disse, ‘ó, samba em homenagem à baleia’. Ele falava um pouco de brasileiro e ficou encantado, queria gravar. Pedi 5 mil-réis, era um bom dinheiro. Comprei quatro acetatos, três ficaram com ele, que usou a música para fazer publicidade.”

    A gravação foi feita por um amigo da Rádio Sociedade da Bahia, onde Riachão se apresentou durante as décadas de 1930 e 1940, sempre com repertório próprio. Foi ali que desapareceram muitas de suas músicas. “Teve um incêndio na rádio e tudo o que eu havia copiado estava num rolo que virou pó. Quem dera eu pudesse lembrar todas elas”, lamenta. O compositor e intérprete contabiliza 500 composições, uma avalanche de criatividade que começou a se manifestar aos 14 anos.

    “Eu ia passando no bairro da Misericórdia para comprar material para a alfaiataria Spinelli, onde comecei a trabalhar aos 12 anos, quando vi no chão um pedaço de revista. Não tive escola, como digo no samba (Menino de Rua), mas Jesus fez eu ler. Estava escrito ‘se o Rio não escrever, a Bahia não canta’. Fiquei com aquilo no juízo. Contando parece mentira. Na manhã seguinte Jesus mandou minha primeira música (eu sei que sou malandro sei,/ conheço o meu proceder,/ deixa o dia raiar,/ a nossa turma é boa, é boa somente para batucar). A partir dessa nunca mais faltou música. Vem tudo junto no pensamento e aí faço força pra ficar na mente.”

    Riachão se define como um malandro da velha-guarda. Para honrar a categoria, apresenta-se de terno e sapatos brancos, anéis coloridos, correntes e pulseiras, lencinho no bolso do paletó a combinar com a camisa e o chapéu. No pescoço, uma onipresente toalhinha, resquício dos tempos de capoeirista, arte praticada pelo pai, também “sambador e carroceiro”. “A malandragem é uma coisa, a vagabundagem é outra”, esclarece. “Malandro trabalha, vive cantando pra levar alegria, só coisa boa. O vagabundo, como se sabe, é traiçoeiro e aí por diante.”

    Alegre, farrista, orgulha-se de sempre ter tido parceiro para tudo, “pra música e pra velório”. Em seu currículo, que incluiu mais de 20 anos como contínuo do Banco de Desenvolvimento da Bahia, onde cantava enquanto distribuía documentos, consta a função de sentinela. “Quem não queria passar a noite no velório me chamava. A gente ficava do lado do morto, tomando cachaça e conversando, inventando histórias. Ia pra casa de manhã e voltava à tarde para o enterro.” Os parentes do finado se encarregavam de comprar vários litros da branquinha. “Bebo desde os 9 anos. Não tenho o que falar da cachaça, nunca passei mal. Parei faz seis anos, mas sinto falta.”

    Clementino virou Riachão por obra e graça dele mesmo. “Minha família é de Santo Amaro da Purificação e naquele tempo a palavra riachão era para os homens que brigavam muito.” Nascido no Bairro do Garcia, reduto do samba de rua, onde vive até hoje, mantém interação simbiótica com o ritmo que venera e associa à suprema divindade: “O samba é Deus, é alegria. Nasci com o samba no pé, no duro da cebola.”

    Para ele não existe controvérsia: o samba nasceu na Bahia e deve ser tratado com mais cuidado e carinho. “Agora está melhor, a turma está sambando mais, mas ainda falta um pouquinho de amor. Hoje o samba é diferente, o acompanhamento é outro. O jovem não tem o mesmo sentimento, mas cada macaco no seu galho”, diz e remete a um de seus grandes sucessos, Chô Chuá, que ganhou popularidade na voz de Gilberto Gil e Caetano Veloso no disco Expresso 2222.

    Conforme consta da cartilha, malandro que é malandro tem o lado romântico aflorado. “Se não fosse Deus e a mulher eu não estava aqui, por isso dou valor e sempre enalteço a mulher.” Paquerador, certa vez Riachão deixou os amigos falando sozinhos para acompanhar com solenidade a malemolência de uma baianinha que cruzou seu caminho. “Estava com os malandros, cada um contando suas histórias. De repente vi uma gatinha que vinha da Praça Municipal. Quando ela foi passando eu disse ‘peraí, não fale comigo agora’. Eles tomaram um susto. Fiquei olhando. Depois que ela sumiu voltei pra conversa. E aí Jesus mandou o samba.”
    As duas grandes paixões de Riachão foram Lalinha, com quem teve oito filhos, e Dalvinha, quatro. Para homenagear as mulheres de forma geral criou a organização Humanenochum (nome de seu segundo CD, lançado em 2001), uma das muitas palavras brotadas de seu imaginário fecundo. Ao se perguntar o que quer dizer, faz mistério. “É uma brincadeira masculinástica.”

    Com uma produção caudalosa, é de estranhar que o artista tenha apenas dois CDs gravados (o primeiro é Sonho de Malandro, de 1981). Esse jejum acaba de ser quebrado. Graças à iniciativa e ao empenho da cantora e produtora baiana Vânia Abreu, Riachão lança Mundão de Ouro. Num trabalho amoroso e paciente, o sobrinho do músico, Jacson Paim, acompanhou-o três vezes à produtora Comando S Discos, em São Paulo. O método de “extração” consistiu em colocar Riachão no estúdio e puxar conversa. À medida que os assuntos surgiam, as músicas brotavam. “O grande projeto é registrar a obra. Quando chegou aqui, ele tinha 33 músicas editadas, chegamos a 71. É um acervo que estava na cabeça dele e será registrado”, diz o produtor Serginho Rezende.

    Mundão de Ouro traz dez canções inéditas, mais Chô Chuá e Vá Morar com o Diabo, contagiante samba jocoso que ganhou versão de Cássia Eller em 2001 (Acústico MTV). Esta é justamente a música que o autor menos gosta. “Jamais mandaria mulher nenhuma para o Diabo.” Como em quase todas as suas composições, surgiu de conversa com um amigo, danado da vida com a preguiça da mulher. Depois de enumerar tudo o que ela não faz, resolve a questão mandando-a “morar com o sete pele”.

    O novo disco é um deleite caprichosamente concebido. Os arranjos de Cássio Calazans recuperam o que Vânia descreve como “a sonoridade das ruas da Bahia”.  Ao ouvir Mundão de Ouro pela primeira vez, o sambista recorreu diversas vezes à toalhinha de pescoço para enxugar as lágrimas. “Estou felicíssimo com o trabalho desses meninos. Me sinto abençoado.”

    http://www.cartacapital.com.br/revista/777/o-cronista-da-bahia-6986.html/view

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=56OVcVTaut0%5D

     

  13. O Grande Nelson Mandela

    E SE NELSON MANDELA TIVESSE NASCIDO NO BRASIL E LUTADO PELOS DIREITOS DO POVO BRASILEIRO, ELE ESTARIA SOLTO E SERIA TÃO ELOGIADO?

    Morreu uma das lideranças mais importante de todos os tempos. O homem que lutou pela liberdade de seu povo, contra o racismo, contra uma discriminação brutal e assassina que prendeu, torturou, e executou dezenas de milhares de negros iguais a ele, em praça pública e nas masmorras de um dos regimes mais criminosos e truculentos da história da humanidade.

    E aqui, no Brasil, uma mídia nazi-fascista, desonesta, manipuladora, covarde e tão criminosa quanto o outrora regime de discriminação racial sul-africano, fatura alto com a morte do grande líder ao se arvorar defensora de sua luta pela integração da Africa do Sul. Em letras garrafais e em manchetes sensacionalistas semelhantes, dizem: “morre o líder sul-africano que derrotou o regime do apartheid (Folha de São Paulo); ou então, “Nelson Mandela, o maior ícone da luta contra o apartheid morre aos 95 anos” (Estado de São Paulo). Nos telejornais, as mesmos frases ôcas de “reconhecimento” pela luta do grande Nelson Mandela. E os brasileiros de boa fé engolem essa xaropada, esse espetáculo deprimente de hipocrisia e manipulaçao e, aqueles que não são racistas, se irmanan nesse momento de luto universal pela morte deste grande homem.

    E as perguntas que eu faço são as seguinte: se Nelson Mandela tivesse vivido aqui no BRASIL e desempanhado o seu trabalho de combate ao racismo, à miséria, à fome, e às desigualdades sociais, se ele tivesse se engajado na luta pela democracia e pelo direito de todos, negros e brancos, terem uma vida digna e justa, ele teria morrido aqui em liberdade? Sua luta teria triunfado?

  14. Para Uip, reduzir filas na

    Para Uip, reduzir filas na saúde é missão para dono de fast-food

     

    por Cida de Oliveira, da RBA publicado 05/12/2013 08:56, última modificação 05/12/2013 15:19

     

    Em palestra a empresários e amigos, secretário estadual de São Paulo diz que indicou dono do Habib’s para conselho de saúde porque ele ‘consegue vender 600 milhões de esfirras em 400 unidades’

     

    São Paulo – O secretário estadual de Saúde de São Paulo, David Uip, encerrou na noite de terça-feira (3) o calendário 2013 da Lide Saúde, série de seminários do Lide – Grupo de Líderes Empresariais, maior organização do setor no país. O evento foi realizado na capital paulista, na sede da Omint, empresa de plano de saúde premium.

    À vontade entre seus amigos empresários que lotaram o auditório, como ressaltou diversas vezes, o secretário fez piadas ao longo de sua apresentação sobre saúde pública de qualidade e eficiência de gestão e também durante a rodada de perguntas da plateia.

    Questionado sobre propostas para reduzir as filas para a realização de exames e procedimentos, como a hemodiálise, por exemplo, ele disse: “Um dos membros do Conselho de Gestão é o Alberto Saraiva, médico pela Santa Casa e dono do Habib´s. Muitos me perguntaram o que o Habib´s tem a ver com o conselho. Ora, se o cara vende mais de 600 milhões de esfirras por ano em 400 unidades, ninguém entende mais do que ele em atendimento e logística”, disse, em meio a muito riso e aplausos da plateia.

    O conselho de gestão a que Uip se referiu é o Conselho Superior de Gestão em Saúde do Estado de São Paulo. Criado pelo Decreto 59.564, publicado em 30 de setembro no Diário Oficial do Estado, o colegiado que tomou posse no mesmo dia 30, em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, é presidido pelo professor e médico Adib Jatene e por David Uip e reúne grandes empresários (veja composição abaixo). Não há um único representante de movimentos sociais da área ou dos trabalhadores na saúde.

    De acordo com o portal do governo do estado, “[O conselho] não é formado só por médicos, mas também por lideranças da comunidade. Essa heterogeneidade é muito positiva porque conta com a presença de vários setores da sociedade,” explicou o governador Geraldo Alckmin (PSDB), durante a cerimônia de posse.

    Ainda segundo o portal, as reuniões serão mensais e terão uma pauta pré-discutida e estabelecida para trazer soluções e progredir na gestão publica. “Tenho certeza [que o conselho] vai ajudar muito São Paulo, que já está na ponta do país em termo de saúde pública, para que a gente possa aprimorar ainda mais o trabalho e a gestão de atendimento e oferecer melhor qualidade de saúde para nossa população e todos os 645 municipais de São Paulo,” finalizou o governador.

    Aos empresários, Uip revelou que o conselho pensado por ele foi batizado por João Doria Junior, à frente do Lide. “Liguei pro meu guru, o Doria, que disse que eu tive uma boa ideia, e deu o nome para o grupo”, disse o secretário.

    Ainda segundo Uip, a formação do grupo levou em conta algumas características. “A primeira delas que fossem empresários de primeira linha, de sucesso e, em segundo lugar, com espírito público de entender o momento”.

    A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde afirmou que não havia, na tarde de ontem (4), fontes que pudessem dar mais esclarecimentos sobre o caráter do conselho e se os conselheiros serão remunerados.

    Ao contrário de outras ocasiões, em que criticou o programa federal Mais Médicos, o secretário de saúde paulista chegou a defender a iniciativa.

    Concordou que faltam médicos para o atendimento à saúde básica, mas ressalvou seu desacordo com o pagamento de bolsas, defendendo a contratação formal, por meio de concursos. E como não podia deixar de ser, alfinetou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao criticar a redução nos repasses de verbas federais à saúde nos últimos 20 anos. Segundo Uip, que foi professor de Padilha durante a residência médica, falar mal do ministro seria  falar mal dele próprio.

    Conheça a composição do Conselho Superior de Gestão:

     

    Conselheiro,Origem

     

    Adib Domingos Jatene – Cardiologista, cirurgião e ex-ministro da Saúde de FHC

    Antonio Alberto Saraiva – Médico, é dono do Habib´s, maior franquia de fast food árabe do mundo

    Antonio Carlos Forte – Médico, é superintendente da Santa Casa de São Paulo

    Beatriz Braga Settle – Empresária do setor de transportes no ABC paulista

    Caio Auriemo – Médico, dono dos laboratórios Delboni Auriemo e Lavosier

    Claudio Luiz Lottemberg – Médico, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein

    Eduardo Souza Ramos – Empresário, velejador e sócio da Mitsubishi Motors no Brasil

    Flávio Fava de Moraes – Ex-reitor da USP e diretor geral da OS Fundação Faculdade de Medicina

    Giovanni Guido Cerri – Médico, diretor da Faculdade de Medicina da USP, do conselho de

    administração do Hospital Sírio-Libanês e ex-secretário estadual de Saúde

    Horácio Lafer Piva – Economista, principal acionista da Klabin, gigante do setor papeleiro

    Ives Gandra da Silva Martins – Advogado tributarista, professor emérito da Universidade

    Mackenzie

    João Doria Junior – Empresário do Grupo Doria, com empresas na área de eventos, entretenimento

    e comunicação

    José da Silva Guedes – Médico, professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa

    Linamara Rizzo Battistella – Professora da Faculdade de Medicina USP

    Luiz Fernando Furlan – Presidente do conselho de administração da Sadia

    Manuel Tavares de Almeida Filho – Banqueiro, diretor do grupo Tavares de Almeida

    Marcelo Drugg Vianna – Vice-presidente da Câmara de Comércio Internacional

    Marcos Arbaitman – Empresário do setor de turismo e ex-secretário estadual de Esportes e Turismo

    Nizan Guanaes – Empresário e publicitário

    Paulo Chapchap – Superintendente corporativo do Hospital Sírio-Libanês

    Rubens Belfort – Oftalmologista da Unifesp e ex-diretor geral da OS SPDM

     

     

    http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2013/12/alckmin-nomeia-empresarios-de-sucesso-para-gerir-saude-publica-5031.htm
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  15. Sobre o sumiço de bilhão de reais do Igeprev-TO
    Meio bilhão de reais somem do Instittuto de Gestão Previdenciária do Tocantins?Em que vai dar estes sistemas próprios de previdência cuja grana vira pó:  O Tesouro Nacioanal cobre o rombo e fica por isso mesmo, que beleza, heimAh, o Joaquim Barbosa recebeu dossiê sobre o caso mas o governador é tucano, vai encarar Deu no jornal Opção, de GO: En­tre­vis­ta|Cleiton Pinheiro“PF terá dificuldade para localizar os ex-gestores do Igeprev”Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins diz que o governo Siqueira Campos sabia das irregularidades no instituto, por ter sido devidamente informado pelo Ministério da Previdência Social 

    Ruy Bucar

    Ele diz que não há como o governo Siqueira Cam­pos(PSDB-TO) se eximir da responsabilidade no caso do desaparecimento de recursos do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev) por má gestão do fundo. O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sisepe), Cleiton Pinheiro, explica que os relatórios apontam que o dinheiro do instituto sumiu em 2013, portanto durante o governo atual, e teve o aceite do secretário de Relações Insti­tucionais, Eduardo Siqueira Cam­pos, que presidiu o conselho administrativo que autorizava as aplicações que resultaram em prejuízo comprovado de R$ 290 milhões, conforme dados do Ministério da Previdência Social.

    “Um dinheiro que foi mal aplicado e com a liquidação de algumas instituições, de alguns fundos (de pensão), isso realmente gerou prejuízo porque na liquidação a cota se tornou cota zero e cota zero não tem para onde ir”, explica o presidente, afirmando que o governador Siqueira Campos (PSDB) sabia dos problemas de gestão do órgão, pois foi devidamente informado pelo Ministério da Previdência Social. Para o dirigente sindical é inaceitável a falta de atitude do governo diante do alerta de possibilidade de prejuízos em função das aplicações que vinham sendo feitas. Pinheiro afirma que cabia ao governador tomar medidas para impedir os riscos, pois foi quem indicou os gestores do Igeprev.

    Cleiton Pinheiro revela que já acionou a Polícia Federal, Minis­tério Público Estadual, Ministério Público Federal, Tribunal de Contas do Estado para apurar o pa­radeiro desses recursos. “Pre­cisamos de duas ações nesse caso. Uma para estancar essa sangria que está acontecendo com o Igeprev nessa questão dos títulos (podres) na aplicação, e outra para responsabilizar os responsáveis por essas fraudes, por essas aplicações malfeitas, e assim impedir que daqui para frente se aplique novamente em fundos que tenham problemas com o Banco Central”, recomenda o presidente.

    Foto: Agência Câmara

    Nesta entrevista exclusiva ao Jornal Opção o presidente fala ainda sobre a audiência pública na Comissão de Assuntos Econô­micos do Senado que vai convocar o secretário Eduardo Siqueira Campos e que pode terminar em CPI dos fundos previdenciários, o que para ele seria muito bom para esclarecer a dúvidas sobre o escândalo do Igeprev.    

    Como o sr. avalia o suposto desaparecimento de recursos do Igeprev?
    O Sisepe, com todos os sindicatos que representam servidores públicos, está acompanhando a questão, porque nós somos servidores, representamos a categoria e como contribuímos mensalmente para poder ter uma aposentadoria garantida, o sumiço desses valores constatados já através de relatórios, já não é suposto, é sumiço mesmo. E isso nos preocupa muito, muito mesmo.

    Que informações o sr. dispõe sobre o desaparecimento dos recursos do instituto e quanto foi confirmado?
    Um dinheiro que foi mal aplicado e com a liquidação de algumas instituições, de alguns fundos, isso realmente gerou prejuízo, porque na liquidação a cota se tornou cota zero e não tem para onde ir. Isso nos traz uma preocupação muito grande por quê? Porque nós temos dois pontos, a questão de o Fundo não suportar o pagamento da aposentadoria do servidor no futuro. Temos hoje o atuário de 2012 que já é preocupante e demonstra que em 2019 nós teríamos um déficit atuarial de R$ 27 milhões e viria crescendo, e quando o servidor tiver a sua aposentadoria o Igeprev estará com problemas para saldar todos os pagamentos dessas aposentadorias. Por outro lado a legislação garante que quando há situação de prejuízo num regime de previdência, o Es­ta­do tem que arcar com a reposição, ou seja, o Tesouro Estadual. Só que nós temos que avaliar por outro la­do também, porque uma vez saindo re­cursos do Tesouro Estadual vai trazer uma série de consequências tanto para o servidor público como para a população. Tirar do tesouro es­tadual é tirar recursos que poderiam estar sendo investidos na saúde, na educação, na agricultura, sem falar na própria carreira dos servidores ativos. Então há uma sé­rie de consequências e nós não queremos que isso venha a acontecer.

    O que o Sisepe está fazendo para reaver estes recursos?
    Estamos trabalhando uma série de medidas, já procuramos a Polícia Federal, o Ministério Público Es­tadual, o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas do Estado, para que esses órgãos fiscalizadores possam atuar definitivamente na questão do Igeprev. Nós precisamos de duas ações nesse caso: uma para estancar a sangria que está acontecendo com o Igeprev nessa questão dos títulos (podres) na aplicação, e outra para responsabilizar os responsáveis por essas fraudes, por essas aplicações malfeitas, no sentido de impedir que daqui pra frente se aplique novamente em fundos que tenham problemas com o Banco Central e para que possam vir a ter liquidez. E o segundo momento é buscar esses recursos através desses responsáveis. Também, imagino que nós precisamos responsabilizar o governo do Estado, que nomeou os gestores do Igeprev. O governador tem o ato discricionário hoje para nomear esse gestor. Se o governador nomeou quem praticou um ato de gestão temerária nós precisamos buscar essa responsabilização do governo, até para que não venha a acontecer mais. E sem falar na própria alteração da legislação, que é fundamental para que nós possamos realmente gerir o instituto.

    O que muda ter um servidor efetivo no comando do instituto?
    Quem deve gerir esse instituto é o servidor de carreira porque se ele aprontar é aqui que nós vamos localizá-lo. E hoje eu acredito que a Polícia Federal e o Ministério Público vão ter problema para localizar os ex-gestores do Igeprev, que passaram durante esses três anos de mandato.

    Como os recursos desapareceram, foi má-fé, desconhecimento ou ingerência política?
    O desaparecimento desse di­nheiro se deu primeiro pela aplicação em fundos que não eram confiáveis. Esse é o grande problema. Primeiro escolheram planos que não eram confiáveis e fundos que estavam passando por um processo de liquidação pelo Banco Central. Com relação ao montante desses recursos, nós só podemos falar hoje daquilo que temos comprovadamente, mais de R$ 153 milhões que já foram liquidados, isso foi dado pelo Ministério da Previdência Social como dinheiro irrecuperável em razão dos fundos BVA e Banco Rural, que tiveram a sua liquidação. Isso gerou o montante de R$ 153 milhões. Ocorre que de acordo com o próprio Igeprev, e já foi um anúncio do presidente, que o valor pode chegar a R$ 280 milhões, porque tem outros fundos que também estão correndo risco de prejuízo. Quando se fala que se pode chegar a aproximadamente R$ 500 milhões é porque existe a renda variável e a renda fixa, e dentro da renda variável pode ter sim uma grande parte de títulos podres, onde está o prejuízo. Desconfiamos que dentro dessa renda variável pode ter vários títulos podres e talvez venha trazer mais prejuízo ainda para o instituto, para o regime, para o servidor. Isso não quer dizer que está tudo perdido, mas nós temos que ficar atentos, de olhos abertos acompanhando tudo isso. É possível resgatar esse dinheiro todo? É, mas aí teremos uma multa, o que vai nos dar outro prejuízo, se tem uma multa de resgate antecipado nós vamos ter problemas novamente de atuário e a garantia do pagamento lá na frente, porque o instituto vai ter que desembolsar recursos. A aplicação malfeita e temerária significa isso.

    Um prejuízo de aproximadamente R$ 500 milhões de um montante de quase R$ 2 bilhões é um rombo significativo?
    Acho que é imensurável, só vamos saber quanto isso representa na nossa aposentadoria, porque esse dinheiro aplicado renderia um bom volume de recursos mensalmente para que daqui a 10, 15 anos tivéssemos realmente recursos suficientes para sustentar nossas aposentadorias e as correções naturais. Considero que é um prejuízo imensurável, porque nós não sabemos realmente a quanto pode chegar esse volume. E há um problema, uma hora o governo fala uma coisa, outra fala outra. Temos os relatórios do Ministério da Previdência Social, uma auditoria recente do Tribunal de Contas. No ano passado ainda, em dezembro, o próprio Tribunal de Contas já vinha relatando os problemas no Igeprev, inclusive essas aplicações temerárias nesses bancos, BVA e Banco Rural e a empresa Diferencial, que foi liquidada. Tudo isso ocorreu durante o exercício de 2013. Então o governo tinha conhecimento de todo esse problema, foi segurando e não “caçou” um meio de resgatar para não ter prejuízo como teve agora.

    Como vai ser o acompanhamento do Sisepe a essa questão grave que beira escândalo político?
    O acompanhamento nós estaremos fazendo constantemente através dos órgãos fiscalizadores, porque é o que podemos fazer na nossa legitimidade para ir atrás, para buscar essas informações e cobrar um posicionamento do Ministério Público, do Tribunal de Contas, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do próprio Ministério da Previdência Social. Cobrar mais atuação do Ministério da Previdên­cia, em cima de auditorias com mais rotina no Estado para inibir esse tipo de aplicação. E quando tiver algum fundo que está desenquadrado já notificar o Estado imediatamente para fazer as correções e adequações que precisam ser feitas. Outro ponto que nós precisamos deixar claro para o servidor é que o sindicato faz tudo o que é possível, mas nós sabemos que o resultado disso foge diretamente do nosso alcance porque nós não somos a Justiça, não somos o Ministério Público. Mas estaremos cobrando atuação firme dos órgãos para que tragam resultado. Se for o caso (vamos pedir) de bloqueio de bens dos responsáveis que praticaram esses atos e o ressarcimento para o tesouro do Igeprev, com isso nós diminuiremos o prejuízo. Essa é a atuação que os sindicatos podem fazer. Vamos continuar vigilantes para evitar que novos escândalos como esse aconteçam no Estado. Temos uma audiência pública marcada pela senadora Kátia Abreu, pré-agendada no Senado para tratar da questão do Igeprev. Fomos convidados para essa audiência e falta apenas confirmar o dia. Eu acredito que essa audiência pode descambar para o caminho de uma CPI, e como é o Congresso Nacional seria dos regimes e previdências no Brasil, o Igeprev estará incluído. Aqui no Estado tem o andamento de uma CPI que pode ser instalada, eu acredito que a partir do ano que vem, em janeiro, ou fevereiro. Aí vamos ouvir as pessoas que estavam à frente do Igeprev para que prestem os esclarecimentos sobre essas aplicações. Houve uma audiência pública na Assembleia Legislativa, infelizmente os sindicatos foram ignorados por parte dos gestores e do governo para levar suas explicações ao servidor, que é o verdadeiro dono desse dinheiro.

    O servidor público tem mais problema, o Plansaúde sofre ameaça grave de não ter continuidade. O  que o Sisepe conseguiu de garantia em relação ao Plansaúde?
    Com relação ao Plansaúde nós temos problemas desde os primeiro dias do governo atual. De que forma? O governo não vem cumprindo com o seu papel, de repassar o dinheiro que é descontado do servidor e a parte patronal para que a operadora possa pagar os profissionais em dia e continue o atendimento aos servidores. O governo foi atrasando três, quatro meses e com isso os prestadores de serviço foram descredenciando do Plansaúde, trazendo insatisfação muito grande por parte do servidor, que continuava pagando rigorosamente as suas mensalidades. Ocorre que em diversas negociações o sindicato, o Ministério Público, a Defensoria Pública acordaram com o governo, que insiste em não cumprir suas obrigações de repassar esse valor, e vem crescendo o descredenciamento dos profissionais do plano. Hoje nós estamos com problemas sérios de atendimento. Eu sofro o problema na pele, faço um tratamento e o profissional não atende mais pelo Plansaúde, porque ele sabe que o servidor criou poder aquisitivo um pouco melhor, então cobra mais barato que o valor da consulta. O resultado é que nós estamos pagando duas vezes, pagamos o valor do Plansaúde, que é a mensalidade, e mais o que o profissional nos cobra para nos atender. Os profissionais não querem retornar o credenciamento ao Plansaúde. Acredito que premeditadamente o governo está querendo acabar com o Plansaúde porque se você paga e não tem atendimento consequentemente você vai se desfiliar do sistema, o que vai inviabilizá-lo porque ele precisa ter receita. Se você tem um grupo grande, um financia o outro pra poder manter o plano, e nós estamos nessa situação há mais de três anos com o governo, e a cada dia piora o atendimento do Plansaúde tanto aqui no Estado quanto em Goiás.

    É mais um caso de má aplicação, de má gestão dos recursos do servidor?
    O governo tem um problema de gestão e tenho falado isso em outras oportunidades. Um problema de gestão quando se trata de cumprir o que ele promete. Quando se trata de gerir dinheiro alheio, porque no caso o dinheiro é do servidor. E mais, o governo não está dando importância para a população, porque o servidor que sai do sistema de atendimento da rede do Plansaúde vai para a rede pública competir com o resto da população. E sem falar que quando o servidor vai para a rede pública, o custo é dez vezes maior do que o do plano. Se o governo mantém o servidor no Plansaúde ele custa, digamos, 200 reais, na rede pública vai custar mil reais, então o governo está desembolsando mais 800 reais, e poderia desembolsar apenas 200. Então é má gestão, não tem como imaginar outro motivo do Plansaúde estar nesse problema hoje.

    É um contrassenso sobrecarregar ainda mais o sistema público, quando deveria buscar alternativas para desonerar a rede pública de saúde?
    É um contrassenso até porque quando o governo constrói o seu orçamento ele já pensa em 92 mil vidas a menos na rede pública, esse é o cenário. Por que quando se coloca num orçamento a verba da assistência básica, a manutenção da rede, ele coloca no orçamento da saúde o orçamento do Plansaúde, que vai  no orçamento geral que é uma verba que vem de outra origem para poder nos apoiar. E nisso há esse contrassenso. Quando ele deixa de dar o atendimento no Plansaúde em razão da falta de gestão o servidor vai para a saúde pública e o orçamento lá não aumenta nada, então a população também está pagando esse preço.

    Outro problema que o servidor tem reclamado é o atraso no pagamento retroativo dos 25%. Por que o governo vem descumprindo este acordo?
    O governo sempre vem deixando a desejar com os acordos, temos uma série deles que não vem sendo cumpridos. Cumpriu alguns, e a gente reconhece, por outro lado deixa de cumprir outros, como nessa questão dos 25%. Temos uma série de reclamações de servidores que chega a atrasar três, quatro parcelas porque não está sendo repassado. O acordo que firmamos com o governo e que vence agora no mês de novembro, dia 25 a 26 seria a data da última parcela, chegando a essa data sem o cumprimento, o servidor pode nos procurar no sindicato para estarmos executando, porque é um acordo extrajudicial. Mas o processo que trata dos 25% continua em trâmite no Tribunal de Justiça, até porque é a nossa garantia, se o governo não cumprir aqui, vai ter que cumprir via judicial. Se o governo quebrar um acordo ele pode ser penalizado. Orientamos o servidor que estiver com parcelas dos 25% em atraso a nos procurar, vamos dar todo apoio jurídico necessário para fazer o governo do Estado cumprir o que ele não vem cumprindo.

    O concurso público também é outro tema polêmico quando se fala do governo atual. Porque o governo resiste tanto convocar os aprovados em concurso, mesmo sob a pressão do Judiciário? 
    Quando fala assim pode até criar outra situação, mas o concurso virou piada na sociedade, com os servidores, os candidatos, porque o governo já vem fazendo uma série de compromissos com as entidades, com os sindicatos, com os próprios concurseiros, marcando data para convocar os aprovados e não cumpre. É outra preocupação que temos porque o governo não quer desgarrar do contrato e do cargo comissionado. Entendemos que o governo está descumprindo uma decisão do Supremo, e decisão do Supremo quando descumpre cabe até intervenção federal no Estado, e disso o governo tem consciência. Ocorre que estamos tendo dificuldades para pedir agilidade no Supremo (STF) para cobrar essa convocação dos concursados. A Defensoria Pública já entrou com pedido de imiscuir junto ao processo de Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), o Sisepe já ingressou com esse pedido e estamos aguardando o andamento do processo para que a ministra determine de vez um prazo para que governo convoque todos os aprovados para termos no quadro de servidores a maioria de concursados, retirando os contratos temporários e os comissionados.

    Do ponto de vista dos direitos do servidor, como o sr. avalia esse governo?
    Com relação aos direitos dos servidores em geral nós avançamos. Por incrível que pareça, fomos surpreendidos com avanços em negociações com o governo. Infelizmente, o governo tem avançado em uma área e regredido em outra. Por exemplo, avançamos na questão dos planos e carreiras, ao abrir a tabela financeira para que o servidor tenha 35 anos de carreira progredindo. Ocorre que ao mesmo tempo tivemos que abrir mão do porcentual das progressões, numa negociação que não foi fácil. Mas o sindicato avalia que tivemos avanços porque abrimos a tabela. Acho que a gente pode voltar a avançar na questão do porcentual, só que nós temos uma dificuldade muito grande em razão do cumprimento na íntegra de tudo aquilo que foi acordado, como por exemplo, temos as progressões do ano de 2013, do quadro geral que o governo não vem cumprindo desde janeiro. Então temos um acordo que abriria a tabela e todo aquele servidor que tivesse direito a suas progressões iria receber mensalmente para não virar uma bola de neve novamente. Infelizmente, criou-se essa bola de neve e o governo não quer ceder para conceder as progressões agora. Por aí estamos tendo uma dificuldade na negociação novamente. Mas a avaliação é que trouxe uma surpresa, abriu-se o nível de negociação. Avançamos em algumas coisas e perdemos em outras.

     

  16. AMIGO MADIBA

    Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2013

    AMIGO MADIBA (Cláudio José)

    O mundo está mais triste e pobre

    Morreu o grande guerreiro da liberdade

    Morreu o grande amigo Madiba

    Morreu Nelson Mandela

    Entrou para a história do mundo

    Entrou para o céu da humanidade

    Partiu para o infinito e virou uma estrela

    Lutou o bom combate, sem nunca desistir

    Lutou por todos nós amantes da justiça

    Lutou por todos nós amantes da solidariedade

    Mandela filho da África

    Mandela pai da liberdade

    Mandela avó de um mundo de paz e amor

    Nelson nunca vamos te esquecer

    Mandela nunca vamos desistir

    Madiba nunca vamos abandonar

    O seu legado de justiça, paz, amor, e liberdade

    Nunca vamos abandonar a luta por um mundo melhor

    Nunca vamos abandonar o lindo sonho do amigo da liberdade.

    Responder

  17. peguei no blog do Miguel do Rosário,….

     

    Será verdade ?

     

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    Teoria da conspiração: Alemanha contra o Brasil?

    Enviado por  on 05/12/2013 – 7:41 pm3 comentários

    Acabo de receber um email com uma análise bastante paranóica sobre operações de inteligência de EUA, Reino Unido e Alemanha para desestabilizar o Brasil. O texto traz, sobretudo, informações e nomes de pessoas e organizações alemãs que atuariam no Brasil, com vistas a promover interesses europeus e causar distúrbios domésticos. O objetivo seria pôr um fim ao papel geopolítico “independente” desempenhado pelo Brasil nos últimos anos. Ações já estariam sendo organizadas por esse grupos para o ano que vem. 

    O texto fala de infiltração de interesses geopolíticos junto às “manifestações” ocorridas em junho e julho, com existência de esquemas de financiamento externos. E denuncia a associação de representantes de serviços estrangeiros com setores radicais da política brasileira.

    A denúncia está em inglês. Não tenho tempo de traduzir e, evidentemente, espero a opinião de especialistas para averiguarmos se é pura teoria de conspiração ou se existe algum traço de verdade nessa análise.

    Mesmo se for uma conspiração sem pé nem cabeça, a divulgação vale pela ideia mirabolante para um roteiro de um filme do tipo thriller político. Publico para que vocês possam me ajudar a traduzir e entender esse documento.

    *

    GERMAN WAR against BRAZIL 2014

    By Itaia Muxaic de Ricart, Analyst-Investigator, San Juan/Puerto Rico, Nov. 2013.

    Brazilians are entitled to solve their own national problems without interference or interventions from USA, Britain or Germany ! In 2014, Brazil’s geopolitical adversaries in the United States, in Britain and in Germany intend to increase their permanent campaign to destabilize Brazil and to end its “independent” international role.

    During 2014 Brazil will hold national elections and host the World Soccer Championship. Already in 2013 , Brazil’s adversaries in the USA, Britain, and Germany, took advantage of social and political demands by some Brazilians and encouraged “sudden” protests timed to precede the 2013 Soccer Leagues’ Elimination Contests.—–In the United States exist geopolitical, strategic, and economic interests to “curb” Brazil. —– Britain has geostrategic interests : The million square miles of Britain’s maritime economic zones surrounding British bases in the South Atlantic which stretch from the tropics to the Antarctic, between South America and Africa.—–

    Although Germany has no strategic reason to intervene against Brazil, – nevertheless Germany’s Foreign Service (Embassies), CIA-linked Intelligence Agency BND , NATO Military, Propaganda TV&Press Service “Deutsche Welle”, and German party-foundations, especially Konrad Adenauer Foundation, receive geopolitical “guidance” from the U.S. Embassy in Berlin,- although Germany’s Chancellors (Primer Ministers) pretend that they are in complete control.—-

    Hundreds German NGOs, are also intervening in Brazil and although they are primarily financed by Germany’s Federal Government, many German NGOs, like Green Party’s Heinrich Boell Foundation and Left Party’s Rosa Luxemburg Foundation look for their “inspiration” to Britain’s globe-spanning NGOs in London. In complete contrast however Germany’s industry ,with 1,600 branches in Brazil, objects against German geopolitical operations against Brazil, which only favor competing U.S. industrial and agricultural exports. >>>>>>> The following analysis will only focus on one of hundreds German NGOs active against Brazil: The ROSA LUXEMBURG FOUNDATION, a phony “false flag op” operated by opportunistic former East German government “apparatchiks” now turned useful opportunists. It is the “think tank” of the LINKE PARTEI (Left Party) and is financed by German Federal Government, to tacitly play the “red menace” for justifying Right-Wing propaganda against “Socialism”. The ROSA LUXEMBURG FOUNDATION (Hereafter refered as “Rosalux”) has the leading role for the German “False Ultra-Left” operations to destabilize Brazil. “Rosalux” was founded in 2000 in Germany “for political education and social analysis” according to theories of Rosa Luxemburg. The name “foundation” is a deception -because “Rosalux” (as other German party “foundations) is only an “association” controlled by its statutory 100 “members” and is financed by Germany’s Federal Government which paid to “Rosalux” in 2011 close to $ 40 million, of which almost $ 2 million were dedicated for “foreing activities” – such as FUNDACAO ROSA LUXEMBURG in Sao Paulo/Brazil and FUNDACION ROSA LUXEMBURG in Quito/Ecuador and ROSA LUXEMBURG FOUNDATION in New York/USA.

    “Rosalux” is a continuation of a post-1989 “think tank” of the PDS , the successor-party of former EAST GERMANY’S “leading” party SED. In 2007 the PDS changed the name to LINKE PARTEI (Left Party) and absorbed the small West German “WASG”. The LINKE PARTEI has 60,000 members: Elderly former East German functionaries and border police. German press reports assert that RUTH KAMPA, one of the LINKE PARTEI leaders, had been an internationally active STASI informant.—- In 2013 the LINKE PARTEI received only 8.3% of German national votes, down from 11% after it had colluded in the “privatization sale” of 65,000 social GSW apartments in Berlin to Goldman-Sachs and other Wall Street “investors”, who eventually made a profit of over $ 800 million dollars! The current Chairperson of the “Rosa Luxemburg Stiftung” in Berlin is DAGMAR ENKELMANN – before 1989 an academic in East Germany’s “Central Committee Academy for Social Sciences”. —–

    FUNDACAO ROSA LUXEMBURG in Sao Paulo was established in 2003: Its methods: 1.) The penetration of the social science departments of Brazil’s universities and providing an “ego” platform for ultra-left (Maoist) academics – who in turn influence their “social science” students who in turn form “resistance” groups. 2.) Linking with ultra-left parties PSOL, PSTU, PCB, who receive about 1.3% of national votes. 3.) To compromise major Left parties of the center-left coalition government, their think tanks and labor unions. 4.) To finance radical organizers of “resistance” and indigenous groups and bring them for propaganda to Europe. 5. ) Stage propaganda campaigns in Europe against Brazil. —-

    The geopolitical agent (“Bueroleiter”) of “Rosalux” in Sao Paulo between 2007 and 20012 was KATHRIN BUHL who had been trained before 1989 as Latin America specialist for East Germany’s foreign operations. After 1989 she was leading in the successor NGO of East Germany’s official foreign solitary organizations, which had inherited $ 20 million of East German funds which remain invested in the NGO Nord-Sued-Bruecken for which KATHRIN BUHL was a leading functionary from 1994 until she was sent by “Rosalux” as political agent to Brazil in 2007 . In 2009 KATHRIN BUHL published a compendium authored by Brazilian ultra-left academics against ‘Brazil’s Imperialism’, especially half-state enterprises which are partially owned by government employees’ pension funds. Title: “Empresas transnacionais brasileiras na America Latina: um debate necessario”. But on 24.12.2012, KATHRIN BUHL suddenly died at age 51 from unpublished ! causes in Sao Paulo. (“Janis Joplin” – her nickname among “resistance” groups because of evident similarities, was praised for having been a generous and unquestioning “donor” of funds, not at all like a Soviet-block “apparatchik” !) —–

    “Rosalux” in Berlin immediately appointed GERHARD DILGER (54) as the new “Bueroleiter” (geopolitical agent) in Sao Paulo. He describes himself as “writer and teacher”, but seems political agent and propagandist for anti-Brazil “false flag NGOs “. Presumably he is Austrian, but very little is known about him until he arrived in Colombia 1992 where he remained until 1999 ” working as journalist”. In 1997-1998 he was sent by EL TIEMPO (Bogota) as correspondent to Germany: EL TIEMPO was then owned by the Santos oligarchy (Juan Manuel Santos, Defense Minister and Francisco Santos Vice-President of Colombia 2003-2010). After 1999 GERHARD DILGER appeared in Brazil and resided 2002-2012 in Porto Alegre – ostensibly as “correspondent” for “Tageszeitung”/Berlin a medium circulation “ultragreen-liteleft” daily, owned by a readers-cooperative. From remote, but geopolitically “interesting” Porto Alegre, GERHARD DILGER flooded the Left, Green and “Neocon-Catholic” media in Germany and Austria with hectic propaganda against the leftist-nationalist presidents in South America: Dilma Rousseff in Brazil, Evo Morales in Bolivia, Rafael Correa in Ecuador, Hugo Chavez in Venezuela, against their national development projects, against all development and commercial agriculture in South America. GERHARD DILGER travelled for the Catholic Church though Argentina 2011, travelled to Ecuador 2008 to support “Germany’s man in Ecuador ” ALBERTO ACOSTA and his “false ultra-left” against President Correa. GERHARD DILGER, a persistent propagandist against Hugo Chavez, travelled to Venezuela in 2010 to support the “false ultra-left” politician M. Lopez Maya against President Chavez. In September 2013 GERHARD DILGER took his anti-Brazil campaign to USA for an event staged by “ROSA LUXEMBURG FOUNDATION /NEW YORK, which since 2012 infiltrates the U.S. Left and protest movements to “set them up” as targets for neocon propaganda as “influenced by East German communists” . GERHARD DILGER brought with him from Brazil: The protest organizers Eloisa Varela C., Cosme Felippsen, Joanna Barras, and Samuel A. Queiroz S., who was touted in 2010 by the British Council at ” young future leader”. — (GERHARD DILGER had in the 1980′s been in Concordia Institute, Benmidji/Minnesota/USA ). —-During GERHARD DILGERS’s 20 years of reporting to Europe about South America, GERHARD DILGER never mentioned Germany’s CIA-affiliate BND (founded after 1945 by Nazi-Germany’s General R.Gehlen) .

    The BND is active in Latin America since the early 1960′s. GERHARD DILGER did mention contacts with the GTZ, the German Government’s “private contractor” for “technical cooperation”. —- GERHARD DILGER in Sao Paulo, now appears to orchestrate the “Rosalux” operations against Brazil 2014, as seems in the document “Im Schatten der Spiele Ln Dossier 9″, together with CHRISTIAN RUSSAU in Berlin, who is coordinator in Germany of the permanent anti-Brazil campaign. CHRISTIAN RUSSAU,( without letter “o”) studied the theories of Hannah Arendt in Freie Universitaet/Berlin until 1995, and acts as general organizer in Germany of the permanent campaign to destabilize Brazil, of the campaign AXIS consisting of: 1. The LINKE Party and its ROSA LUXEMBURG FOUNDATION (in Brazil FUNDACAO ROSA LUXEMBURG-Sao Paulo) . 2. The GRUENE (Green Party) and its HEINRICH BOELL FOUNDATION (in Brazil as FUNDACAO HEINRICH BOELL, RIO), 3. The Neocon Bishops of Germany’s Catholic Church who for geopolitical aims operate CIMI in Brazil as “liberation theology” , to out-maneuver the center left government . 4.) KOOPERATION BRASILIEN, an umbrella NGO manipulated by German academic geopolitical interventionists and some Brazilian ex-pats.—– The strategy conference, to ‘ destabilize Brazil 2014′ was held in Berlin on 31.10.2013 at ROSA LUXEMBURG STIFTUNG in Berlin, with CHRISTIAN RUSSAU the organizer in Germany for anti-Brazil ops; CLAUDIA FAVARO, architect and reportedly anarchist organizer from Brazil; CARLOS VAINER, sociologist of Brazil’s ultra-left PSOL Party (VAINER was on 29.10.2013 in Cologne/Germany were he made a scene shouting at a German academic who had defended the center-left government of Brazil : VAINER shouted:” He belongs to Dilma!”); FELIPE BLEY FOLLY a Brazilian jurist who collaborates with “Rosalux”.——

    The contact-agent between the “resistance” groups in Rio de Janeiro and “Rosalux” in Berlin is the German LUCIE MATTING who had been involved since before 2012 in the preparations for the “protests” in June 2013 in Brazil. In 1999 LUCIE MATTING had published in Germany “Grenztruppen der Deutschen Demokratischen Republik” -a nostalgic memorial to the 45,000 para-military border guards of East Germany 1961-1989 . FREDRICKE STRACK is in Rio as “consultant” to “organize” prostitution , which is legal in Brazil and Germany – but subject to restrictions which she campaigns to change in both nations: FREDERICKE STRACK is against governmental curbs against brothels as private businesses and she promotes a “prostitute fashion label” supported by a California NGO with U.S. corporate donors. She attended a conference at George Soros’ fund in New York : U.S.NGOs have donors among big Wall Street names interested in geopolitical influence to subvert nationalist Left movements! Other contributors to “Im Schatten der Spiele Ln Dossier 9″: MARTIN LING, who campaigns against all development in “Neues Deutschland” the daily of the “Linke Partei”, THOMAS FATHEUER formerly political agent and DAWID DANILO BARTELT the current political agent of FUNDACAO HEINRICH BOELL in Rio de Janeiro (German GREEN Party), MALTE DANILJUK co-editor of the blog “amerika21.de” which under the guise of “solidarity”, encourages interventionists and adventurers against the “independent” center-left governments in Latin America, on the grounds that those are not “real socialists” but “deviationists” who collaborate with capitalists that destroy the environment and threaten indigenous and peasant communities. (The convicted German RAF terrorists Lutz Taufer, Eva Haule and Christian Klar, are now “Latin America” analysts for “amerika21.de”: Lutz Taufer was pardoned 1996 in Germany from two life sentences!! – then came to Brazil to organize “resistance” groups in Rio favelas from 1999 to 2011! ), FLORIAN WARWEG, a NGO career-pro who is “advisor” of HEIKE HAENSEL, a former theologian, now the German Left Party’s parliamentarian specialist for Latin America. CLAUDIA FIX – a professional German NGO “activist” .

    The lead articles in the document are authored by JULIO DELMANTO , a radical in Sao Paulo who campaigns for legalization of drugs in Brasil. His master thesis title: “Research of the relation between drugs and parties and movements of the Left in Brazil”. He ridicules Brazil’s largest Left parties – the PT and PCdoB as “pathetic” (Their combined membership is 2.5 million). There is also an interview by LUCIE MATTING of CARLOS VAINER, and an interview by GILKA RESENDE of MARCELO FREIXO (local Rio legislator of the ultra-left PSOL Party).

    GILKA RESENDE “organizes protests” in Rio. Other items are re-publications of reports by local prostest groups who are now nation-wide organized as COMITES POPULARES DA COPA and ARTICULACAO NACIONAL DOS COMITES POPULARES.—- IMPORTANT:The names of local activists in Brazil , whose personal positions were re-published in this “Rosalux” document (“Im Schatten der Spiele Ln Dossier 9″) and their local groups are NOT mentioned HERE in this analysis BECAUSE BRAZILIANS HAVE THE RIGHT TO EXPRESS THEIR OPINIONS AND DEMANDS. But the “partners” of Latin America’s “adversaries” should be exposed internationally! .————

    16jun2013---grupo-fez-uma-manifestacao-em-berlim-na-alemanha-neste-domingo-16-em-solidariedade-aos-protestos-contra-o-aumento-na-tarifa-do-transporte-publico-que-tomaram-as-grandes-cidades-do-brasil-1371414040217_956x50

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    – See more at: http://www.ocafezinho.com/2013/12/05/teoria-da-conspiracao-alemanha-contra-o-brasil/#sthash.1Tn0WDSt.dpuf

     

    http://www.ocafezinho.com/2013/12/05/teoria-da-conspiracao-alemanha-contra-o-brasil/

  18. Papa: ‘Mandela promoveu a

    Papa: ‘Mandela promoveu a dignidade humana de todos os cidadãos do mundo’

    Francisco mostrou sua esperança de que o exemplo do líder sul-africano inspire as novas gerações a pôr justiça acima de aspirações políticas

    EFE

    Vaticano – O papa Francisco destacou nesta sexta-feira o compromisso de Nelson Mandela, que faleceu na noite de quinta-feira aos 95 anos, “na promoção da dignidade humana de todos os cidadãos do mundo”, em um telegrama enviado ao presidente da África do Sul, Jacob Zuma. Na mensagem, Francisco ressaltou como Mandela soube construir uma nova África do Sul “sobre as bases firmes da não violência e da reconciliação e a verdade”.

    O pontífice expressou no texto sua tristeza ao ser informado da morte do ex-presidente sul-africano, e manifestou seu pesar à família de Mandela, ao governo e a todo o povo da África do Sul. O papa mostrou sua esperança de que o exemplo de Mandela “inspire as gerações de sul-africanos a pôr a justiça e o bem comum acima de suas aspirações políticas”

    >>> Líderes manifestam pesar pela morte de Madiba

    >>> Confira o perfil do líder sul-africano

    >>> Confira a galeria com a trajetória de Nelson Mandela

    Klerk e Mandela dividem Prêmio Nobel da Paz por seus esforços em acabar com ApartheitFoto:  Reprodução Internet

    O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela morreu, em decorrência de uma infecção pulmonar, em sua casa, em Johanesburgo. “A nação perdeu seu maior filho”, disse em pronunciamento o presidente do país Jacob Zuma. O admirado líder sul-africano que se tornou símbolo da resistência negra e da luta contra o apartheid (regime de segregação racial). Vários líderes manifestaram a perda de Mandela.

    O líder sul-africano esteve internado desde o dia 8 de junho em um hospital na África do Sul. Desde dezembro passado, ele foi internado em quatro ocasiões, vítima das infecções pulmonares que sofre há anos, provavelmente devido às sequelas da tuberculose contraída na prisão da ilha de Robben, onde passou 18 dos 27 anos de prisão sob o regime racista do apartheid.

    Segundo a “CBS”, o fígado e os rins de Mandela tinham apenas 50% de funcionamento e o ex-presidente “não respondia” e “não abria os olhos”. Em seguida, a presidência sul-africana comunicou que o estado de Mandela era “grave mas estável”. Em Pretória, diante do Mediclinic Heart Hospital, onde Mandela esteve internado, várias pessoas depositavam mensagens, balões e flores.

     

     

  19. O Congresso Nacional pode ser “atropelado” pelo STF – ADI 4650

    Nassif

    Na próxima quarta-feira, dia 11/12/2013, terá início no STF um dos julgamentos que reputo como um dos mais importantes de nossa história recente e que poderá provocar impactos significativos no pleito de 2014. Provocado pelo Conselho Federal da OAB irá a julgamento no Supremo a ADI 4650 que questiona a constitucionalidade do financiamento de campanhas políticas por empresas privadas ponto principal e mais polêmico da Reforma Política que o Congresso Nacional vem se recusando a votar. Em 29/07/2013, a Procuradoria Geral da República (PGR) atendendo ao despacho do relator Ministro Luiz Fux emitiu parecer e opinou de pela procedência do pedido da OAB.

    http://www.stf.jus.br/portal/pauta/verTema.asp?id=74870

    http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=4136819

    “Em linhas gerais, o Requerente alega que o arcabouço normativo impugnado maximiza os vícios da dinâmica do processo eleitoral que, na atual quadra histórica, se caracteriza por uma intolerável dependência da política em relação ao poder econômico. Para o Conselho Federal da OAB, um desenho institucional como o vigente subverte a lógica do processo eleitoral, gerando uma assimetria entre seus participantes, porquanto exclui ipso facto cidadãos que não disponham de recursos para disputar em igualdade de condições com aqueles que injetem em suas campanhas vultosas quantias financeiras, seja por conta própria, seja por captação de doadores. Por outro lado, a proeminência do aspecto econômico, como condicionante do (in)sucesso nas eleições, cria, segundo alega o Requerente, um ambiente vulnerável à formação de pactos pouco republicanos entre candidatos e financiadores de campanha, em especial durante o exercício dos mandatos eletivos, ocasião em que surgiriam atos de corrupção e favorecimentos aos doadores. Outro problema diagnosticado pelo Conselho Federal da OAB reside na débil capacidade dos limites ao financiamento privado de campanhas previsto na legislação pátria atual para impedir essa cooptação, que potencializa esse cenário já conspurcado.”

    Em resumo a questão central defendida pela OAB é que o financiamento privado das campanhas eleitorais pelos grupos privados desiquilibra o jogo democrático, privilegia o poder econômico em detrimento do cidadão comum que, em geral, somente conta com o seu voto, ou no máximo, com pequenas quantias no financiamento de seu próprio candidato, e isso estaria em desacordo com os princípios de nossa Constituição, entre eles o “Princípio da Igualdade” e com a ideia de “um homem um voto”. Que o STF cumpra o seu papel contramajoritário no caso da ADI 4650 e julgue inconstitucional o financiamento privado de campanhas políticas por empresas e grupos privados!

  20. Parlamentares vão priorizar luta contra a mortalidade materna
    05/12/2013 – 15p9

    Parlamentares latino-americanos vão priorizar luta contra a mortalidade materna

    Agência Câmara 

    Texto final do 1º seminário de parlamentares da América Latina e Caribe para debater a saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil apresenta compromissos para que sejam cumpridos os Objetivos do Milênio, da ONU; deputado João Ananias sugere criação de comissões sobre o tema em cada país.

    A redução da mortalidade materna será questão prioritária no Parlamento Latino-Americano (Parlatino) e no Parlamento do Mercosul (Parlasul). Essa é uma das conclusões do 1º seminário de parlamentares da América Latina e Caribe para debater a saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil, promovido nesta semana pelas comissões de Seguridade Social e Família, e de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

    O documento final do seminário, concluído nesta quinta-feira, lista os compromissos a serem seguidos pelos parlamentares em seus países de origem para reduzir em 75%, até 2015, a mortalidade infantil e materna e cumprir os Objetivos do Milênio, firmados em 2000 pela Organização das Nações Unidas (ONU). O texto destaca que morrem, por ano, mais de nove mil mulheres na região por motivos ligados à maternidade, e entre 70 e 80 mil crianças, nos primeiros 28 dias de vida. Mortes, que segundo os especialistas, poderiam ser evitadas. “Os dados mostram ser pouco viável o cumprimento das metas estabelecidas”, diz a carta.

    O deputado João Ananias (PCdoB-CE), presidente da subcomissão especial destinada a tratar da saúde das mulheres e das crianças, sugeriu que os parlamentares estrangeiros presentes ao evento criem comissões semelhantes em seus países para debater o tema. Ele destacou que o foco do seminário foi a luta para reduzir a mortalidade materna e cumprir os Objetivos do Milênio. “Pouco se fala nesse assunto. Sobre a violência (contra a mulher) se fala todo dia, essa é uma forma de violência e ninguém fala. Pelo menos no Brasil, estamos levantando essa questão, colocando na pauta”, ressaltou.

    O Brasil já conseguiu atingir, cinco anos antes do prazo, o objetivo de reduzir em 75%, até 2015, a mortalidade infantil. O País enfrenta, entretanto, dificuldades para atingir a mesma meta no caso da mortalidade materna. Na América Latina e Caribe, só o Uruguai a cumpriu.

    Zeca Ribeiro / Câmara dos DeputadosAs comissões de Seguridade Social e Família (CSSF) e de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) realizam seminário com parlamentares da América Latina e Caribe para debater a saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil. Dep. dr. Rosinha (PT-PR)Dr. Rosinha acha que está havendo um retrocesso no Brasil em discussões como a do aborto legal e elogiou as ações do Uruguai.

    Para o presidente da Comissão de Seguridade Social, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), esse é um exemplo a ser analisado. “No Brasil, nós temos que debater a questão da saúde reprodutiva da mulher. Está havendo, na minha opinião, um retrocesso no nosso país. Até quando se fala no aborto legal, há um retrocesso daqueles que nem sequer querem permitir isso. Esse é um tema tabu na nossa sociedade. Por que o Uruguai já conseguiu alcançar a meta do milênio com relação a mortalidade da mulher? Porque lá é uma sociedade mais aberta que consegue debater com mais democracia esses temas. Tanto é que aprovou recentemente a legalização do aborto”, afirmou.

    Objetivos assumidos
    Entre os objetivos assumidos pelos parlamentares, está o de exigir dos governos da região o cumprimento dos compromissos assumidos em fóruns internacionais. Os parlamentos devem ainda participar ativamente e dar suporte legislativo a ações que promovam o acesso universal ao serviço de saúde e, em especial, a qualidade da saúde materna e neonatal. Essas ações devem garantir transparência e o acesso da população a informações sobre saúde sexual e reprodutiva; melhoria da cobertura universal e gratuita de saúde para as populações mais vulneráveis; e serviços de saúde de qualidade, incluindo saúde sexual e reprodutiva, atenção à gravidez, parto e pós-parto e ao recém-nascido por pessoal qualificado.

    Por fim, os parlamentares devem, com o apoio técnico de agências internacionais como a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), assim como os parlamentos regionais e a sociedade civil, avançar na agenda de saúde.

    O deputado João Ananias disse que as medidas representam “um cimento que nos una, o que fazer de forma integrada”. Trata-se, segundo ele, de adotar medidas práticas que permitam a continuidade da luta para que as metas do milênio sejam atendidas.

    Repercussão
    Guilhermo Mata Bennett, deputado de El Salvador, considerou positivo que os compromissos assumidos sejam pontuais. Já Juan Carlos Egurén, deputado do Peru, destacou a importância de o documento ser orientado ao trabalho parlamentar.

    A deputada da Nicarágua Argentina Parajón considera a universalização dos serviços de saúde o principal desafio da região. Ela também avalia que só a existência de leis nacionais não será suficiente para o cumprimento das metas do milênio. “Uma fiscalização dos legislativos é essencial, mas não temos mecanismos para esse monitoramento”, reconheceu.

    O deputado Dr. Rosinha disse também que é preciso analisar se faltam recursos nos orçamentos dos países e que essa deve ser uma questão a ser trabalhada internamente.

    Eduardo Maldonado, deputado da Bolívia, apontou os cânceres de mama e uterino como importantes causas de morte de mulheres em seu país e informou que a Opas está trabalhando para auxiliar o governo local. Para ele, é papel dos parlamentares dar sequência a essas ações e fiscalizar as metas assumidas pelos governos executivos.

    O senador Hipólito, do Haiti, saiu do seminário com o compromisso de sensibilizar seus colegas a se dedicarem ao tema. Ele disse que, se o governo não apresentar proposições legislativas necessárias para a solução da mortalidade materna e infantil, ele mesmo o fará.

    Relatório final
    A subcomissão da Câmara dedicada à saúde da mulher deve apresentar relatório final em seis meses. Entre as propostas que serão apresentadas, está a punição dos hospitais que não cumprem a legislação que determina a presença de um acompanhante para as mulheres na hora do parto. Dados obtidos pela subcomissão apontam que só 36% das mulheres têm esse direito garantido hoje.

    Reportagem – Geórgia Moraes
    Edição – Marcos Rossi

     

    http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/458719-PARLAMENTARES-LATINO-AMERICANOS-VAO-PRIORIZAR-LUTA-CONTRA-A-MORTALIDADE-MATERNA.html

  21. A escola resolve o nosso apartheid?

    A escola resolve o nosso apartheid?

    A escola pode muito. Mas é questionável que vá salvar a pátria, dizia Antonio Candido ao PT, em 2002. Vale reler em 2014.

    por: Saul Leblon 
     

         A+Arquivo

     

    Quem vai salvar a pátria?

    Um traço constitutivo da agenda conservadora consiste em festejar  as derrotas da sociedade brasileira abstraindo  a dimensão estrutural do problema.

    Ou seja, omitindo sua responsabilidade.

    Espremido o foco, o resto fica  fácil.

    Cria-se uma circularidade; ela confina o debate do futuro no campo da moral.

    E a moral, como se sabe, é o  apanágio da classe dominante.

    Entre nós esse reducionismo determina que o faminto é culpado pela fome. 

    O Estado, carcomido pelo cupim privatista, é o responsável pela indigência pública.

    O lado ‘gobineau’ das  elites –em que a genética define a história–  tem na educação um compêndio ilustrativo de sua versatilidade e dos seus limites.

    Manchetes desta semana esponjaram-se no desempenho sofrível dos estudantes brasileiros no Pisa, edição 2012.

    O  Programa de Avaliação Internacional de Estudantes da OCDE  sabatina alunos de 15 e 16 anos em matemática, leitura e ciências.

    A mensagem subliminar do jornalismo conservador era:  esse, o país dirigido pelo populismo!

    Das 65 nações  incluídas no teste, o Brasil foi a que apresentou a melhor progressão no aprendizado de matemática nos últimos nove anos.

    O fato de persistir no 58º  lugar depois disso (em ciências figura no 59º; em leitura, no 55º, num total de 65)  é sugestivo do ponto de partida pantanoso  sobre o qual a elite ‘esclarecida’ fixou a escola pública brasileira.

     O mais irônico é que a narrativa conservadora  define  a educação como o único canal legítimo de mobilidade  das massas no país.   

    Por trás desse simulacro de meritocracia esconde-se o círculo de ferro de uma das piores estruturas de distribuição de renda do planeta, que se avoca o direito à  eternidade.

    Endinheirados  que se orgulham de patrocinar  ONGs pela redenção educativa, garantem: será assim, através da escola, não  da reforma agrária, a tributária ou a urbana, tampouco através do salário mínimo ‘inflacionário’, que a miséria material e espiritual perderá seu reinado neste lugar.

    A escola pode muito.

    Acertou em cheio o governo ao impor uma regulação soberana sobre a riqueza do pré-sal, que  permitirá transferir múltiplos de bilhões de reais à politica educacional nos próximos anos.

    Mas é questionável que a escola possa tudo o que lhe atribui  a emancipação a frio apregoada pela agenda conservadora.

    Ser uma ilha de excelência, capaz de abrigar e exorcizar o oceano de iniquidades ao seu redor, parece  mais um enredo de aventura nas estrelas do que o horizonte histórico de uma nação.

    Os analistas do Pisa  parecem corroborar essa avaliação.

    Eles afirmam que a metade do ganho brasileiro em matemática, por exemplo, foi uma decorrência de mudanças no entorno social dos alunos.

    Uma parte do noticiário conservador  interpretou esse dado de forma desairosa, como se fora um atestado de fracasso do MEC. Outra,  omitiu-o.

    Compreende-se.

    Investigá-lo talvez levasse à conclusão de que as políticas demonizadas pela mídia – como o Bolsa Família, a valorização do salário mínimo, crédito barato, subsídio à habitação popular etc–  ajudaram o estudante brasileiro a ter maior poder de aprendizado.

    Um exemplo:  estudantes do ensino médio beneficiados pelo Bolsa Família nas regiões Norte e Nordeste têm rendimento melhor do que a média nacional  (82,3% e 82,7%, contra  taxa brasileira de 75,2%).

    Outro:  pesquisa feita na Universidade de Sussex, na Inglaterra, em 2012, revela que quanto maior é o tempo de  participação das famílias no Bolsa Família, maior é o aproveitamento escolar das crianças.  Segundo a pesquisa, a taxa de aprovação dos alunos do 5º ano aumenta 0,6 ponto percentual para cada R$ 1 de aumento no valor médio do benefício per capita pago às famílias.

    A influência da entorno social na escolarização não é privilégio de sociedade pobre.

    Tome-se o caso dos EUA.

    O país  retrocedeu cerca de 20 pontos  na classificação global do Pisa- 2012.

    Em 2009  ocupava a 17ª posição; caiu agora para a 36ª, abaixo da média geral em ciências e matemática.

    O que mudou nos EUA entre 2009 e 2012? 

    A sociedade norte-americana mergulhou na sua maior crise desde a Depressão de 1929.

    Uma em cada cinco crianças norte-americanas vive atualmente em ambiente de pobreza. A renda  média das famílias  com filhos recuou cerca de US$ 6.300 (tomando-se 2001 como base de comparação). Com a implosão da bolha imobiliária, um milhão de estudantes de escolas públicas viram suas famílias serem despejadas .  As taxas de desemprego aberto e oculto hoje superam a faixa dos 13%. O grau de recuperação do mercado de trabalho na presente crise é o mais lento de todas as recessões anteriores.

    A sobrevalorização do papel da escola na agenda conservadora brasileira padece de outros flancos de coerência.

    Há uma distancia robusta entre o que se fala e o que se pratica quando se mede o hiato em moeda sonante.

    O piso salarial do magistério brasileiro hoje, R$ 1560,00,  é um dos mais baixos do mundo. A perspectiva de corrigi-lo para modestos R$ 1.860 reais  em 2014  dispara as sirenes de alerta do jornalismo que promete mostrar o abismo fiscal na próxima edição.

    Segundo o Pisa, o Brasil investe três vezes menos  que a média da OCDE para educar uma criança dos 6 aos 15 anos (R$ 64 mil e R$ 200 mil, respectivamente).

    Em termos de PIB, fica com uma fatia equivalente a 5%.

    O pedaço destinado aos rentistas da dívida pública é maior: 5,7% do PIB.

    O mesmo jogral que atribui à educação poderes sobrenaturais,  martela a necessidade de submeter a economia a uma ação purgativa contundente feita de juros mais altos e cortes no poder de compra da população (em especial, a depreciação real do salário mínimo).

    O conjunto visa, no fundo,  preservar  a regressividade fiscal brasileira, que privilegia ricos e penaliza pobres e remediados, contra eventuais reformas progressistas.

    Nos salões elegantes, os candidatos a candidato do dinheiro grosso em 2014    acenam com a miragem desse país impossível: um Brasil com produtividade chinesa, civilidade suíça, superávit ‘cheio’ e carga fiscal equiparável a de Burkina Faso, onde o índice de alfabetização não ameaça a barreira dos 25%.

    Não é apenas o entorno social do aluno pobre que está ameaçado por esse coquetel ; na verdade, ele rasga a própria  fantasia da prioridade educacional,  reduzindo-a a sua verdadeira essência histórica: uma agenda protelatória.

    Ou seja, um deslocamento espacial e temporal do conflito distributivo, confinado em uma escola e em um aluno, aos quais caberá a exclusiva responsabilidade de erguer a sociedade  pelos próprios cabelos.

    Ou não será assim também com a saúde pública, desafiada a ‘fazer mais com menos’, –com menos ainda  depois  que a coalizão demotucana  subtraiu R$ 40 bilhões por ano do SUS em 2007?

    Um comparativo da OMS mostra o quanto há de perversidade na fotografia que imortalizou esse ato cometido na madrugada de 13 de dezembro de 2007. A imagem mostra a nata do retrocesso político comemorando a extinção da CPMF em alegria obscena. A indecência se  panfletada nas filas do SUS  ainda guarda nitroglicerina para sublevar o país.

    Segundo a OMS, o gasto público mundial per capita com a saúde  chegou a US$ 571 por ano em 2010. Inclua-se nessa média os US$ 6 mil per capita da Noruega e os US$ 4 per capita do Congo; o valor brasileiro é de US$ 466/ano; em 2000, no governo FHC, somava US$ 107 per capita.

    Os mesmos que gargalhavam na madrugada de 13 de dezembro de 2007 fuzilariam o ‘Mais Médicos’ seis anos depois. E não por acaso são as mesmas bocas de onde ecoa a cínica profissão de fé em uma escola  capaz de corrigir aquilo que suas madrugadas políticas cuidam de perpetuar.

     Os resultados do Pisa deveriam servir de combustível para um aggiornamento do debate brasileiro  que de forma preguiçosa adotou o cacoete de terceirizar à educação tarefas que só uma repactuação do desenvolvimento pode honrar.

    Na ante-sala do debate eleitoral de 2014  seria oportuno, por vezes,  inverter os termos da equação. E arguir o que o projeto mercadista pretende fazer em benefício da pobreza e da desigualdade hoje para que elas possam mudar a escola pública  amanhã.

    Vale retornar às origens e reler um trecho inspirador de uma entrevista concedida pelo professor, crítico literário e cientista social Antonio Candido de Mello e Souza, à campanha de Lula, em 2002, sobre o assunto.

    Como ele, as palavras aqui emitem uma luminosidade clássica:

    “Temos  uma crise de civilização (…) Talvez seja um mal que deriva de um bem. 
     
    O esforço para tornar os níveis de ensino acessíveis a todos força diminuir o nível. Então, você fica num dilema perverso: elitizo ou democratizo e abdico de qualidade?  A saída está numa sociedade igualitária, onde todos tenham acesso à cultura e à educação de qualidade. Foi o que eu vi em Cuba. Instrução pública e gratuita em todos os níveis. E de muito boa qualidade. A chave é a transformação da sociedade, na qual as pessoas se apresentam para a educação em pé de igualdade. 
     
    Quem acha que um bom sistema educacional salva a pátria está redondamente enganado. A participação nesse sistema será sempre restrita. Por isso você tem que, primeiro, fazer mudanças estruturais; depois, terá um boa educação. Os liberais pensam: eu tendo uma população instruída, terei uma sociedade melhor. 
     
    Errado. Tendo a sociedade melhor, terei uma população instruída. Só assim você supera essa contradição aparente entre elitização e democratização. Continuo achando que a forma republicana do ensino público e gratuito é o grande modelo 
     
    (…)  Numa sociedade em que as diferenças de classes ficam muito reduzidas, haverá um desaparecimento da cultura erudita e da popular. E surgirá uma nova cultura. Isso é possível. A função do Estado é fazer um grande esforço econômico e social para que no plano cultural o hiato diminua. De tal maneira que, no fim de certo tempo, o popular se torna erudito e o erudito se torna popular.  
     
    (…) Sempre tivemos uma República de elite. Um presidente da República era eleito com 200 mil votos – e votos descobertos. Em 1930, eu assisti na minha cidade, em Cássia, Minas Gerais, à última eleição a descoberto. O eleitor chegava e o coronel, ao lado, fiscalizando. Depois de Getúlio, com a emergência das massas operárias, das massas urbanas, não foi mais possível manter esse estreitamento. O Getúlio era um caudilho esperto. Para manter as elites sob controle, abriu as porteiras e deixou o povo entrar, mas patrocinado por ele. Todavia, abriu a porteira.  E ela está aberta até hoje” (Antonio Candido; site da Campanha Lula Presidente; 2002)

     

  22. Projeto resgata obra do

    Projeto resgata obra do maestro Tonheca Dantas

      

    Por Rafael Zanvettor
    Caros Amigos

     

    TonhãoO maestro potiguar Antônio Pedro Dantas, conhecido como Tonheca Dantas (1871–1940), tem sua obra resgatada e divulgada em dois CDs, acompanhados de encarte. O projeto é de iniciativa de um empresário que cresceu ouvindo sua mais famosa composição, Royal Cinema. Conhecida mundialmente, Royal Cinema é uma das mais de mil peças de Tonheca.

    Treze de suas composições foram gravadas pela Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte (OSRN) para o projeto Tonheca Dantas: o Maestro dos Sertões, cujo lançamento conta com um concerto especial da OSRN, sob a regência do maestro Linus Lerner, na quarta-feira (11), no Teatro Riachuelo.

     

    O material será distribuído gratuitamente entre orquestras, bandas de música, escolas e bibliotecas de todo o país e terá seu conteúdo disponibilizado de forma gratuita pela internet neste site.

    Eduardo Vila, empresário que deu início ao projeto de resgate cultural, conta que o principal motivo que o levou a promover o resgate da obra de Tonheca foi a beleza musical de suas composições. “Tonheca Dantas é um músico e um conterrâneo ilustre e tem uma história muito interessante. Tive a ideia de resgatar a obra dele e assim perpetuar sua música e história. Temos a certeza que deixaremos esse legado gravado em grande estilo pela Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte”, afirma.

    Tonheca

    Tonheca Dantas nasceu em Carnaúba dos Dantas, no interior do Rio Grande do Norte, filho de João José Dantas e da escrava alforriada Vicência Maria do Espírito Santo. Foi músico, compositor e maestro. Ainda na infância se tornou um multi-instrumentista tocando flauta, trompete, saxofone, clarinete, seu instrumento preferido.

    Autodidata e sem nenhuma formação musical, Tonheca foi maestro da Banda de Música da Polícia Militar do Rio Grande do Norte e da Banda de Música do Corpo de Bombeiros de Belém do Pará, além de ser maestro também das bandas de música das cidades de Alagoa Grande e Alagoa Nova, no interior da Paraíba.

    Eduardo Vila, empresário do ramo funerário, afirmou que a ideia veio inusitadamente do trabalho. “Desde criança eu escuto Royal Cinema dele, mas geralmente não se dava o crédito ao maestro. Certo dia, um cidadão, falecido, havia dito para a família que no seu velório tocasse exaustivamente o Cinema Royal, que era a música que eu escutava desde criança nas rádios de Natal, e fui pesquisar e tive vontade de fazer este projeto”.

    Royal cinema

    Tonheca Dantas tem entre suas obras-primas a valsa Royal Cinema, encomendada em 1913 para a abertura das sessões de um cinema de mesmo nome na cidade do Natal. A valsa, com sua melodia cativante, se tornou conhecida e passou a ser presença constante nas bandas de música do Rio Grande do Norte e vários estados do País. Royal Cinema também ultrapassou as fronteiras do Brasil, ao ser tocada diversas vezes pela Orquestra da Rádio BBC de Londres, durante a Segunda Guerra Mundial, executada sempre com informação de que era uma valiosa produção de um compositor brasileiro. 

    Suas composições eram principalmente valsas, mas existem em sua obra dobrados, maxixes, hinos, xotes, polcas, marchas e outros gêneros musicais orquestrados. São obras famosas também a Valsa Delírio, a suíteMelodia do Bosque, valsa A Desfolhar Saudades, a marcha solene Republicana e o dobrado Tenente José Paulino.

    O ex-prefeito de Natal, Djalma Maranhão (mandato entre 1956 e 59) , costumava chamar Tonheca Dantas de Strauss Papa-Jerimum. Para homenagear e lembrar o legado do maestro, uma das salas do Teatro Alberto Maranhão, o mais antigo de Natal, leva o nome do maestro potiguar.

    http://www.carosamigos.com.br/index.php/cultura/noticias/3748-rn-projeto-resgata-obra-musical-do-maestro-autodidata-tonheca-dantas

     

    OUÇA ROYAL CINEMA:

    https://soundcloud.com/tonheca-dantas/royal-cinema

     

    OS TRÊS CORCOVADOS

    https://soundcloud.com/tonheca-dantas/os-tres-corcovados

     

    VALSA CECÍLIA MEDEIROS

    https://soundcloud.com/tonheca-dantas/valsa-cecilia-medeiros

     

    Projeto Tonheca Dantas: o maestro dos sertões

    http://www.tonhecadantas.com.br/#!100-anos-royal-cinema

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