Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados.

Redação

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  1. André Ruschi –  Estação

    André Ruschi –  Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi – Aracruz, Santa Cruz, ES

    “Vocês não fazem ideia.
    O fluxo de nutrientes de toda a cadeia alimentar de 1/3 da região sudeste e o eixo de ½ do Oceano Atlântico Sul está comprometido e pouco funcional por no mínimo 100 anos.

    Conclusão: esta empresa tem que fechar.
    Além de pagar pelo assassinato da 5ª maior bacia hidrográfica brasileira.

    Esta sopa de lama tóxica que desce no rio Doce e descerá por alguns anos toda vez que houver chuvas fortes e irá para a região litorânea do ES, espalhando-se por uns 3.000 km2 no litoral norte e uns 7000 km2 no litoral ao sul, atingindo três UCs marinhas – Comboios, APA Costa das Algas e RVS de Santa Cruz, que juntos somam uns 200.000 ha no mar.

    Os minerais mais tóxicos e que estão em pequenas quantidades na massa total da lama, aparecerão concentrados na cadeia alimentar por muitos anos, talvez uns 100 anos.

    RVS de Santa Cruz é um dos mais importantes criadouros marinhos do Oceano Atlântico.

    1 hectare de criadouro marinho equivale a 100 ha de floresta tropical primária.
    Isto significa que o impacto no mar equivale a uma descarga tóxica que contaminaria uma área terrestre de de 20.000.000 de hectares ou 200.000 km2 de floresta tropical primária.
    E a mata ciliar também tem valor em dobro. 
    Considerando as duas margens são 1.500 km lineares x 2 = 3.000 km2 ou 300.000 ha de floresta tropical primária.

    Como não fechar? Representam perigo para a segurança da nação!

    O que restava de biodiversidade castigada pela seca agora terminou de ir.

    Quem sobreviverá?
    Quais espécies de peixes, anfíbios, moluscos, anelídeos, insetos aquáticos jamais serão vistas novamente?

    A lista de espécies desaparecidas foram quantas?

    Barragens e lagoas de contenção de dejetos necessitam ter barragens de emergência e plano de contingência.
    Como licenciar o projeto sem estes quesitos cumpridos?
    Qual a legalidade da licença para operação sem a garantia de segurança para a sociedade e o meio ambiente?

    Sendo Rio Federal a jurisdição é do governo federal portanto os encaminhamentos devem serem feitos ao MPF.

    PS – Água coletada do rio Doce, em Governador Valadares para análise, apresentou alta quantidade de ferro, o que inviabiliza o tratamento e uma grande quantidade de mercúrio, que é altamente tóxico.

  2. Homo: retrato de família

    Do blog Informação Incorrecta

     

     E que tal mudar de assunto e falar de mortos?
    Não mortos frescos, mas de muito, muito tempo atrás.

    Os mortos em questão são os nossos antepassados e a razão da curiosidade provém das algumas recentes descobertas que já obrigaram a Ciência a reescrever alguns capítulos.

    Capítulos em nada secundários mas bem importantes: fala-se aqui dos nossos antepassados mais directos, os que deram origem a actual espécie humana.

    Vamos ver qual a razão. 

    Um e dois, os velhos conhecidos
    Até poucos anos atrás, havia um esquema que parecia de confiança. Neste esquema era possível encontrar o Homo heidelbergensis (vivido entre 600 000 e 100 000 anos atrás), seguidos pelo Homo de Neanderthal (entre 250.000 e 30.000 anos atrás) e, por fim o Homo sapiens, que somos nós (aparecido há 200 mil anos).

    Ainda antes havia quem pensasse que o Homo de Neanderthal fosse o nosso antecessor, só em tempos mais recentes foi assumido o facto desta espécie ter vivido paralelamente à nossa. Todavia, dada a distância entre os respectivos habitat (o Homo sapiens supostamente saiu de África há 75/65.000 anos, o Neanderthal viva maioritariamente na zona europeia), pensava-se que não tivesse havido promiscuidade entre as duas espécies: a História teria sido escrita pelosapiens depois deste ter aniquilado o neanderthaliano, mais primitivo.

    Homo neanderthalensisEsta visão tem vindo a mudar de forma radical.
    As pesquisas sobre o genoma humano têm evidenciado que as duas espécies trocaram os genes: isso é, houve a tal promiscuidade, e isso abre um novo cenário acerca do desaparecimento do H. de Neanderthal.

    Uma teoria mais em linha com os achados, afirma que o H. sapiens não exterminou o “rival”, simplesmente este último (que afinal tão primitivo não era) foi absorvido pelos nossos progenitores.

    A conclusão parece ser feita mesmo para eliminar o sentido de culpa dos ombros da nossa espécie, mas na verdade há mais do que isso. Há uma série de achados importantes que demonstram a convivência entre as duas espécies e, sobretudo, há os genes que não são tão poucos assim: os restos do Neanderthal no nosso genoma são mais do que o fruto dum relacionamento ocasional. Até 4% do genoma do H. sapiens é de origem neanderthaliana.

    Pelo que, a nossa árvore genealógica tem que ser reescrita: antes o Homo heidelbergensis (entre 600 000 e 100 000 anos atrás), depois o Neanderthal e o sapiens (nós!) que coexistiram e se misturaram ao longo largas dezenas de milhares de anos.

    Três: Desinova
    As escavações em DesinovaAcabou? Nem pensar. Em 2010 eis que aparece uma nova espécie.

    Numa caverna dos Montes Altai, na Sibéria, são descobertos os restos do Homo de Denisova (esta é a localidade onde fica a caverna): viveu entre 70 mil e 40 mil anos atrás, numa zona já ocupada pelo Neanderthal (cujos restos são encontrados na mesma caverna) e pelo sapiens (mesma coisa).

    Quase nada se sabe acerca do Homo de Denisova, difícil até reconstruir o aspecto: de certo há que existiu e que os seus genes estão presentes no nosso genoma.

    O Instituto Max Planck de Lipsia (Alemanha) efectuou as análises do DNA: como vimos, até 4% do nosso genoma tem restos do Homo de Neanderthal, mas agora fica claro também que entre 4 e 6% dos genes do povo Han (o maior grupo étnico da China) tem origem no Homo de Denisova, pelo que houve uma hibridação entre este último e os sapiens também.

    Fica claro que ao longo dum passado remoto (entre 70 mil e 40 mil anos talvez) havia não uma mas três espécies de Homo que deambulavam alegremente no continente euro-asiático; e que estivessem alegres não há dúvida, dada a facilidade com a qual se misturavam.

    Mas eram mesmo três? Se calhar não…

    Quatro: o Hobbit
    Em 2003, na ilha de Flores, na Indonésia, uma equipa de antropólogos procurava provas da migração do Homo sapiens para a Austrália, via Ásia. Na caverna conhecida como Liang Bua encontraram algo bem diferente: aquela que parecia ser uma nova espécie.

    Fêmea de Homo floresiensisNos primeiro tempos as ideias ficaram confusas: os restos tinham traços de Homo sapiens mas a altura não ultrapassava o metro.

    O traço mais surpreendente era a dimensão do crânio, com um cérebro de apenas 380 cm³ (no Homo sapiens é de 500 cm³, apesar de muitas vezes estar vazio…). Pelo que alguns cientistas pensaram num grupo de indivíduos anormais, nomeadamente microcéfalos.

    Todavia, sucessivas análises demonstraram como o cérebro do Homo floresiensis (este o nome) era perfeitamente funcional, apesar da dimensões: o Hobbit (como também foi baptizado) era uma nova espécie.

    Mas quando viveu? Os pesquisadores falam do provável aparecimento perto de 94 mil anos atrás, mas é difícil ser mais precisos porque as condições climatéricas da zona não permitiram uma boa preservação do DNA e os restos são escassos. O desaparecimento pode ter acontecido entre 15 mil e 13 mil anos atrás, isso enquanto os primeiros Homo sapiens tinham chegado no local há 35 mil anos: por isso, as duas espécies coexistiram ao longo de milhares de anos.

    Resumindo:
    Homo de Neanderthal: entre 200.000 e 40.000 anos atrásHomo de Denisova: entre 70.000 e 40.000 anos atrásHomo de Flores: entre 94 mil e 15-13 mil anos atrásHomo sapiens: entre 200.000 até hoje.
    Todas estas espécies faziam parte do género Homo. Mas isso significa que entre 70 mil anos atrás (data máxima estabelecida pelo Homem de Denisova) e 40 mil anos atrás (data limite da extinção do Homo neanderthaliensis e do Homem de Denisova) viviam no planeta bem 4 espécies de humanos. E consideradas as últimas descobertas (de achados e genéticas), estas espécies entraram em contacto entre elas, em alguns casos (Neanderthal, Denisova e sapiens) chegando a misturar-se.

    E não é tudo.

    Cinco: X
    Já em 2013 as pesquisas acerca do genoma humano tinham fornecido uma pista interessante. Na reunião da Royal Society em Londres, os resultados foram discutidos e deixaram claro que o nosso genoma é o fruto de cruzamentos acontecidos na Europa e na Ásia há uns 30 mil anos, mais ou menos.

    Os cruzamentos interessaram quatro espécies: o Homo sapiens (nós), o Homo de neanderthal, o Homo de Desinova e… outro. O Homo da Ilha de Flores? Não, este último viveu numa zona bem delimitada e as pistas indicam uma espécie nova, mais parecida com um antigo predecessor, o Homo heidelbergensis (que deixou a África há 500 mil anos atrás e que, presume-se, gerou o Homo de Neanderthal).

    O problema é que, apesar de ter deixado a sua assinatura no nosso DNA, ninguém tem a mínima ideia do que poderia ser esta espécie, totalmente desconhecida. Todavia, o debate está iniciado assim como as pesquisas para encontrar este novo parente extinto. A nossa espécie, longe de ser a perfeita criação do Antigo Testamento, é cada vez mais parecida com um mosaico. 

    Naledi, o recém chegado
    Homo naledi

    Em poucos anos os nossos conhecimentos acerca da recente pré-história tal como era imaginada 
    foram revolucionados.

    Já não há uma sequência de “evoluções ” distintas (e suspeitas, diga-se) mas espécies que circulam, estabelecem contactos, cruzam-se. Algo tipo o café de Guerras das Estrelas, cujo produto último somos nós.

    E a história ainda está longe de ter acabado, por isso melhor não “fossilizar-se” sobre os actuais resultados. É do último Setembro a notícia da descoberta duma nova espécie numa gruta da África do Sul: o Homo naledi.

    Ainda pouco se sabe acerca deste Homo: sem dúvida viveu muito antes do que as espécies acima citadas, algo não longe de 3 milhões de anos atrás. Mas há um pormenor extremamente interessante: segundo a equipa que efectuou a descoberta, os esqueletos encontrados faziam parte dum verdadeiro cemitério. O Homo naledi enterrava os seus mortos?

    Até hoje esta prática era considerada uma exclusiva do homem moderno, iniciada há 200 mil anos atrás: isso porque a sepultura implica uma capacidade de abstração (a vida além da morte) não indiferente. A possibilidade do Homo naledi ter também praticado a sepultura dos seus mortos, se confirmada, obrigará a rever muitas das ideias também nesta área.

    Ipse dixit.

    Fontes: no texto.

     

    http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2015/11/homo-retrato-de-familia.html#sthash.ntGaXVLn.dpuf

     

  3. Portugal: caiu o governo

    Por Informação Incorreta

     

     Caiu o governo de Portugal.
    Ainda bem.

    Após ter vendido o País todo, feito disparar o desemprego, cortado reformas e ordenados, aprofundado as divergências entre os cidadãos, dizimado a já escassa classe empreendedora, tudo em nome duma austeridade exigida por Bruxelas (lê-se “Alemanha”), Pedro Passos Coelho caiu logo à primeira, com uma moção de censura.

    Algumas notas.
    O que se passou em Portugal é a Democracia que funciona. No Parlamento há uma maioria absoluta, indigitada pelos eleitores, formada pelos partidos da oposição; e esta maioria votou contra a minoria que constituía o governo. Tudo segundo os ditames da Constituição. Qualquer outra interpretação é fruto de alucinações. Não há aqui nenhum golpe, nenhuma batota, como grita a Direita. Democraticamente, os votos decidiram o destino do actual governo.

    Infelizmente, a Direita sentia-se na posse dum mandato divino, segundo o qual tinha que governar porque sim. Nesta óptica, a oposição deveria ter evitado fazer oposição e abster-se (ou até apoiar o governo, no caso do Partido Socialista) para deixar que a Direita pudesse funcionar.
    É uma visão muito estranha esta, na qual é possível encontrar velhos tiques salazaristas.
    Não surpreende.

    O que interessa agora é observar o novo executivo em função. É interessante porque nele encontramos dois partidos de Esquerda que agora têm o possibilidade de dizer algo: o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda. Frequentemente acusados de ser bons só para fazer oposição e de carecer de programas realistas, agora entrarão ou apoiarão o governo do partido Socialista, que nas últimas semanas virou decididamente para Esquerda.

    Trata-se, em primeiro lugar, duma data histórica para Portugal: um governo formado (ou directamente apoiado) por uma Esquerda que abandona temporariamente as suas divergências em prol da governação. Algo que muitos cidadãos sentiam como necessário. É óbvio que para isso todos os partidos envolvidos tiveram que fazer concessões: o Partido Comunista e o Bloco, por exemplo, tiveram que abandonar o discurso da saída do Euro. Foi necessário. 

    Mas trata-se também dum teste interessante: conseguirá um executivo que inclui um grupo da Esquerda radical (o Bloco) e um comunista (o PCP) enfrentar os mercados e as exigências da lobby europeísta? E como?

    Pessoalmente acho que não haverá grandes problemas.
    Porque a Zona Euro não quer repetir uma tragédia estilo Grécia; porque Bloco e PCP abdicaram da saída do Euro e da NATO para favorecer a governação; porque um alívio da austeridade segue a linha desejada pelo Fundo Monetário Internacional (coisa que Passos não nunca quis ter em conta para não irritar os donos de Berlim); porque esta é uma ocasião única que tanto o PCP quanto o Bloco têm para demonstrar de ser forças de governo (e ganhar votos).

    O Centro político português fica vazio: o governo caído hoje tinha casado em pleno a causa hiper-liberal, o PS hoje move-se para Esquerda. Talvez haja espaço para um novo partido, alguém que possa ser verdadeiramente social-democrata não apenas no nome. Mas este é o futuro.

    Para já saudamos com prazer o fim do pesadelo hiper-liberal e neoconservador e vamos ver qual a decisão do Presidente da República: o infame Cavaco Silva, que nem quer ouvir falar de Bloco ou de PCP, no último discurso dele (um autêntico descalabro democrático) tinha declarado os dois partidos como estando fora do arco da governação. Não vai ser fácil agora engolir uma maioria com estes mesmos dois partidos no poder, sabendo que não dá para dissolver a Assembleia e convocar novas eleições (não pode pois o seu mandato está no fim).

    Não está excluído um golpe de cauda do infame Presidente, como um governo de gestão (um de iniciativa presidencial seria inútil pois deveria sempre ser aprovado pela Assembleia). Seria um passo no limite da constitucionalidade (talvez já fora dela, considerado que há uma maioria no Parlamento) com consequências que agora não é possível prever e que acho melhor não experimentar (manifestações, desordem social, etc.). Mas acho o infame Cavaco demasiado fraco para tamanha presa de posição.

    Se tudo proceder como previsto, será possível observar em acção um governo socialista apoiado por duas forças de Esquerda, declaradamente anti-Europa e anti-NATO. Algo inédito no País e por isso ainda mais interessante.

    Ipse dixit. 

    http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2015/11/portugal-caiu-o-governo.html#sthash.DwwvvBcw.dpuf

  4. Especulação sobre o acidente de Mariana

    Ainda se ignora a causa do rompimento das duas barraagens contíguas em Mariana. Uma, muito maior do que a outra, armazenava 58 milhões de metros cúbicos de lama de rejeito de minério de ferro, volume que equivale ao de um cubo com aresta de 387 metros. As poucas imagens do lago vistas na internet sugerem uma superfície pequena, do que se conclui que o lago teria profundidade enorme. Na verdade, a barragem tem o sugestivo nome de Barragem do Fundão. Surpreendentemente, não vi dados sobre tal profundidade. Como não há explicações sobre a(s) causa(s) do rompimento da barragem, permito-me uma especulação sobre  o assunto. Não vi dados sobre a variação da concentração da lama com a profundidade. Mas é seguro afirmar que a densidade da lama crese muito com a profundidade. Na superfície, temos quase só água, mais embaixo encontramos sílica, cuja densidade é 2,5 vezes a da água, ainda mais embaixo encontramos predominantemente restos de minério de ferro, com densidade umas 6 vezes a da água. O peso total do lago é certamente muito maior do que o de um lago de água com geometria equivalente. Com o envelhecimento do lago, ele se torna mais pesado, pois aumenta a concentração de sílica e de minério. Em um dado momento, esse peso pode esmagar a rocha, possivelmente porosa, do fundo do lago. Ontem houve dois abalos sísmicos com epicentros quase concidentes com lago maior. É muito improvável que eles sejam desconexos do acidente. Muito provavelmente, resultaram de uma acomodação adicional da rocha esmagada.

    Mesmo em barragens de pura água, há de se precaver contra a possibilidade de esmagamento ou desabamento do piso. As eras do gelo, que findaram cerca de 11 mil anos atrás, dexaram incontáveis registros de acidents semelhantes. O peso do gelo acumulado moldou, principalmente na América do Norte, boa parte da topografia, e em vários locais vemos lages imensas de rocha obviamete esmagadas e achatadas pelo peso do gelo.

    Creio que essa teoria especulativa merece um estudo técnico, até porque o fenômeno pode se repetir em outras barragens semelhantes

  5. A Globo é tragada pelas águas do Mar Vermelho

    História: Mar Vermelho afoga a Globo

    Compartilhar no Google+Tweet it!publicado 11/11/2015″Os Dez Mandamentos” chega a 31 pontos em SPos dez mandamentos mar vermelho

    Hebreus passam pelo Mar Vermelho antes que o exército egípcio comece a persegui-los (Reprodução/Record)

    Saiu no Blog do Mauricio Stucer:

    Na abertura do Mar Vermelho, “Os Dez Mandamentos” chega a 31 pontos em SP

    O aguardado capítulo desta terça-feira (10) de “Os Dez Mandamentos” recompensou a Record com um novo recorde de audiência. Segundo dados prévios do Ibope, a novela bíblica bateu a Globo por larga margem, marcando média de 27,8 pontos contra 19,4 da concorrente — uma diferença de 8,4 pontos (cada ponto equivale a 67 mil residências em São Paulo).

    No seu melhor momento, o folhetim teve pico de 31 pontos, um resultado histórico para a emissora. Estes números podem sofrer alteração na manhã de quarta-feira (11), quando o instituto divulgar os dados consolidados.

    No Rio, “Os Dez Mandamentos” teve média de 30,3 contra 19,4 da Globo. No seu melhor momento, a novela bíblica alcançou 34 pontos na cidade. Em Belo Horizonte, a vitória foi de 23,3 a 20,8.

    O capítulo mostrou as cenas de um episódio bíblico de caráter épico, o momento em que o Mar Vermelho se abre, permitindo a fuga dos hebreus. Os soldados egípcios que os perseguem morrem na sequência, quando o mar volta a se fechar, mas esta cena ficou para o próximo capítulo.

    Abusando da câmera de lenta, mas com efeitos de fato impressionantes, a longa sequência foi exibida ao longo de quatro blocos da novela — uma enrolação que se tornou habitual nesta última fase da novela.

    Ela começa com os hebreus nas margens do mar desesperados ao verem a aproximação, inesperada, dos soldados egípcios comandados por Ramsés (Sergio Marone). Moisés (Guilherme Winter) sobe, então, em um monte e pede a ajuda de Deus, que envia bolas de fogo na direção dos egípcios, atrapalhando a marcha dos soldados.

    Em seguida, orientado pela voz divina, Moisés ergue os braços e o mar começa a se abrir, criando o caminho para a fuga. Emocionados, os hebreus caminham e atravessam o mar. O líder vai por último, caminhando lentamente.

    O capítulo também marcou a morte do sacerdote Paser (Giuseppe Oristânio, ótimo no papel) nos braços da filha, a rainha Nefertari (Camila Rodrigues).

    A sequência, que custou à emissora R$ 1 milhão e mais de um ano entre preparação e execução, foi finalizada em um estúdio nos Estados Unidos, especializado em efeitos especiais.

    “Gosto sempre de pontuar que não é cinema, é uma novela”, disse o diretor Alexandre Avancini, comparando a sequência com a vista no filme “Êxodo: Deuses e Reis” (2014). “O diretor Riddley Scott gastou U$ 8 milhões na sequência. A gente não gastou isso. Particularmente não gosto da cena dele. A nossa cena é melhor que a do Riddley Scott. Em termos de fenômeno da natureza a cena dele não me agradou”, afirmou ao UOL.

     

  6. Lava Jato

    JB denuncia Lava Jato: Brasil – EUA: a submissão, a “cooperação” e a soberania

     

    Em brilhante artigo Mauro Santayana denuncia, no JB, juízes, procuradores e delegados da operação lava Jato: “ (…) A vocação para submissão de parcelas do Judiciário e da área de segurança brasileiras às autoridades norte-americanas é impressionante. (…). Perguntar não ofende. Considerando-se que as áreas de defesa e de relações internacionais são prerrogativa da União, e o fato de a agência norte-americana ser federal e não estadual, não seria o caso desses convênios e acordos passarem antes pelo crivo e aprovação do Itamaraty, do Ministério da Defesa, do Ministério da Justiça e da Comissão de Defesa e Relações Externas da Câmara dos Deputados? Quando é que o Brasil vai começar a impedir ou a controlar as atividades de agentes norte-americanos de inteligência – espiões, leia-se, porque de outra coisa não se trata – em nosso território? (…)”

    A cooperação entre os países é algo importante: por exemplo, na questão das contas do banco HSBC na Suíça, para lavagem de dinheiro; e com a Holanda, no caso da SBM Offshore; também  com a França, no caso do escândalo do metrô de São Paulo, envolvendo a multinacional francesa Alstom.

    Mas no caso da operação Lava Jato , ao convidar os procuradores americanos para investigar a Petrobrás, inclusive para ajudar nos processos que visam multar a Petrobrás, é um “crime lesa pátria”. Até porque o controlador da Petrobrás é a União e o processo visa principalmente punir a Petrobrás pela queda no valor de suas ações, o que teria causado grande prejuízo aos acionistas estrangeiros e também aos brasileiros.    

    Ora, a força tarefa do Lava Jato quer enganar a sociedade quando quer  passar a versão de que a queda do valor ação seja por causa da corrupção. Por que não ouve aqueles que sabem que a queda do preço do barril de petróleo, abaixo dos cem dólares, é armação do governo dos EUA e da maior produtora de petróleo do mundo, a Arábia Saudita, para prejudicar os países produtores de petróleo, como a Rússia, o Irã, a Venezuela e o Brasil? Essa queda do preço do barril do petróleo não foi previsto por nenhum analista da geopolítica do petróleo do mundo! Que tal a operação Lava Jato mandar procuradores brasileiros aos EUA e à Arábia Saudita para apurar essa possível “Sabotagem”?  Sabe quando isso vai acontecer? Nunca! .Até porque eles não iriam deixar!

    Além disso,  alguém precisa informar à força tarefa do Lava Jato que os EUA são os principais suspeitos de estar por trás da PLS do senador tucano José Serra, que visa entregar o pré-sal aos estrangeiros. A saga do PSDB em entregar a Petrobras já era denunciada há algum tempo, inclusive em 2009 pelo Wikeleaks, interceptando documentos trocados entre a executiva da petroleira Americana Chevron e o então candidato a presidência José Serra.

    O que torna mais suspeita essa “colaboração” do Lava Jato com os EUA é que os delegados da Polícia Federal da operação fizeram, através de blog, campanha para o tucano Aécio Neves, mesmo partido de José Serra, e de FHC, todos entreguistas incontestes de nosso petróleo.  

    Percebe-se o partidarismo da operação Lava Jato quando blinda o governo de Fernando Henrique Cardoso e os parlamentares do PSDB, como Aécio Neves e Antonio Anastasia, apesar de várias vezes citados em delação premiada, mesmo agora quando o ex-presidente Fernando Henrique admite em seu próprio livro “Diários da Presidência”  ter sido alertado, em 16 de outubro de 1996, que ocorria um “escândalo” dentro da Petrobras.

    Sá falta a operação lava Jato, com apoio do PSDB e da mídia, lançarem nas ruas a campanha cujo o slogan é do ex genro de FHC, David Zilberstein, primeiro Diretor Geral da Agência Nacional do Petróleo, criada por FHC: O petróleo é Vosso!   

    Fonte: Artigo de Mauro Santayana no JB de 7/11 (Brasil-EUA: a submissão, a “cooperação” e a soberania) http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2015/11/07/brasil-eua-a-submissao-a-cooperacao-e-a-soberania/

     

    Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2015 

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

         

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

    http://emanuelcancella.blogspot.com.

     

     

      

     

  7. O abismo cavado por
    O abismo cavado por Levy

    “Ouça-me bem, amor
    Preste atenção, o mundo é um moinho
    Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos
    Vai reduzir as ilusões a pó

    Preste atenção, querida
    De cada amor tu herdarás só o cinismo
    Quando notares estás à beira do abismo
    Abismo que cavaste com os teus pés”

    Cartola

    Aqueles que viram a contundência de minhas críticas ao fracasso de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda (https://jornalggn.com.br/noticia/joaquim-levy-vale-quanto-pesa) podem ser levados a crer que apoio sua saída. De fato, não foram poucos os fiascos de Levy nesses 10 meses:

    Aumento de mais de 100% no déficit primário;
    5ª maior recessão da história do Brasil;
    Maior inflação desde 2002;
    Perda do “investment grade”;
    Redução dos investimentos empresarias e
    Fracasso em obter apoio político do mercado e da mídia ao governo.

    O fato de um ministro ser fraco não é motivo em si para demiti-lo. Nesse sentido, o abismo cavado por Levy e, de certo modo, por Nelson Barbosa e Mercadante ajuda a compreender melhor porque Levy deve ser mantido no cargo.

    Levy foi nomeado Ministro devido ao consenso de seu nome no mercado. PhD pela conservadora Universidade de Chicago e executivo do maior banco privado do Brasil, Levy foi aposta de Dilma em ganhar o apoio do mercado e de parte da mídia, buscando reduzir a polarização política que emergiu das eleições de 2014.

    No entanto, Levy não mostrou a que veio, pois foi incapaz de articular os seus apoiadores do mercado num novo projeto de desenvolvimento. Assim, a simpatia que era recebido no congresso, inclusive por parlamentares da oposição, virou água.

    Hoje resta ao grande nome do mercado, o mimimi contra o congresso e a pose de coitadinho que a mídia lhe impõe, por ser alvejado pelo moribundo PT.

    Engalfinhado em lutas palacianas com outros dois mirins da política (Nelson e Mercadante), Levy entrou num jogo de soma zero por mais cortes orçamentários, num campo que os limites políticos e legais para mais reduções de gastos são claros.

    Não podemos minimizar a miopia política de Nelson Barbosa, que após negociar R$ 500 bilhões em desonerações e ter o PAC e as concessões nas mãos, ainda não conseguiu viabilizar o apoio dos grandes empresários. Quando deixou a secretaria-executiva do MF e foi abdicou do Rio em prol de São Paulo, até sugeriu que poderia se tornar um grande nome da economia. Mas passados 10 meses a frente do Ministério do Planejamento e do PAC, não podemos mais nutrir qualquer ilusão a respeito de suas condições de articular o PIB.

    Assim, após 10 meses de governo, Mercadante foi rebaixado, Barbosa foi reduzido a burocrata e Levy agoniza com sua planilha.

    Por outro lado, temos a volta de profissionais da política. Jaques Wagner e Berzoini formam uma promissora dupla na articulação do governo com a sociedade e com as forças políticas. Se conseguirem não bater cabeça dentro do palácio, podem mudar o jogo da economia e da política.

    Prova da visão promissora de Jaques Wagner é rearticular o Conselhão, abandonado na prática pelas dificuldades de compreensão política de Dilma e Mercadante.

    Desta forma, se desenha um processo onde a grandes decisões econômicas serão tomadas pela Casa Civil, que também poderá arbitrar as disputas entre Fazenda e Planejamento. Mas o mais importante é decidir com quem tem relevância para tal, qual a próxima fronteira da acumulação capitalista no Brasil. Onde se ganhará dinheiro por aqui.

    A mídia de jornalistas amadores e a classe média despolitizada não conseguem discernir a diferença entre cargo e poder e no mercado parece que ainda há apoio a permanência de Levy.

    Nesse modelo, existe nome melhor do que Levy para tomar sermão do William Wack quando perdermos mais um rating? Ou explicar ao mercado por que a meta fiscal não foi atingida mais uma vez?

  8. Presidenciável
    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/204649/José-Simão-diz-que-Aécio-agora-é-Aéreo-Neves.htm

    Colunista afirma, ainda, que “depois de tantos escândalos com avião, o Aéreo Neves não é mais coxinha, é asinha”; Aécio já sofreu constrangimentos pela construção do aeroporto de Cláudio (MG), nas proximidades de sua fazenda, pelo uso de aviões oficiais para suas idas ao Rio e, mais recentemente, pelo empréstimo de aeronaves do estado para amigos, celebridades e barões da mídia.

  9. Escondidinho na Suíça
    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/204222/Zé-Simão-era-melhor-Cunha-ter-dito-que-ganhou-do-Papai-Noel.htm

    Colunista José Simão ironizou a justificativa apresentada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para seus recursos na Suíça; “Carne moída é o que os advogados têm na cabeça pra inventar uma historinha dessa. Diz logo que ganhou a grana do Papai Noel. É mais crível!”, disse ele; segundo Simão, Cunha fez um “escondidinho” na Suíça.

  10. As Veias Abertas da

    As Veias Abertas da Mineração

     http://brasildefato.com.br/node/33406

     

    A única coisa que podemos afirmar é a preocupação, sem saber o que será dos próximos períodos, das famílias e dos trabalhadores desaparecidos ou mortos com a catástrofe ocasionada pela irresponsabilidade da empresa.

    10/11/2015

    Por Jarbas Vieira*

     

    Passados 515 anos da invasão da coroa portuguesa sobre o solo e subsolo brasileiro, ainda não conseguimos nos libertar totalmente das amarras coloniais, impostas através dos estupros de índias e negras, do genocídio ao povo originário, da escravidão, da religião, do extermínio que até hoje o povo preto sofre, entre tantas outras formas de imposição para manter o país subjugado aos interesses das empresas transnacionais, fazendo do Brasil, como dizia Darcy Ribeiro, uma colônia produtiva baseada na pilhagem dos bens naturais e exploração do nosso povo.

    Vivemos a alquimia colonial e neo-colonial, que Galeano escreveu em 1978, onde o ouro se transforma em sucata e os alimentos se convertem em veneno. O Brasil é o campeão em consumo agrotóxicos, cada pessoa consome em média 5,8 litros de agrotóxicos por ano, o setor da mineração é o que mais mata, mutila e enlouquece trabalhador no Brasil, comunidades têm seus direitos violados diariamente e o Estado brasileiro finge que não vê as atrocidades cometidas pelas mineradoras no Brasil.

    Somente para citar alguns casos, temos a exploração da maior mina a céu aberta de ouro do mundo, localizada em Paracatu (MG). Segundo estudos do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) de 2014, comprovam a contaminação com níveis elevados de arsênio, um metal pesado e que causa diversos tipos de câncer. Trabalhadores da empresa estão com 25 vezes mais do que o mínimo suportável de arsênio no corpo e a população de 5 a 10 vezes mais do que o tolerável.

    Como não falar da cidade de Niquelândia, no estado de Goiás, onde possui mais de quatrocentas contaminações de trabalhadores pela amônia? E pasmem, moradores da cidade suspeitam de contaminação das águas. Como o Estado brasileiro não toma uma atitude mais incisiva na cidade de Minaçu, também no estado de Goiás, sobre a exploração do amianto, que causa mesotelioma (câncer nas camadas mesoteliais da pleurapericárdioperitônio e da túnica vaginal do testículo) e câncer de pulmão, sendo que estudos internacionais comprovam que não existe nível de exposição tolerável à saúde humana.

    No campo econômico, existem diversos casos de irregularidades cometidas pelas mineradoras, relacionados a evasão de divisas, sonegação de impostos, falta de informações sobre produtos e quantidades que estão sendo extraídas e comercializadas no mercado internacional. Esses crimes ao estado brasileiro são cometidos mesmo o setor recebendo incentivos fiscais para novos empreendimentos e isenção de fiscal para commodities exportadas – minérios.

    Terras raras

    O Brasil possui ainda uma das maiores reservas de terras raras do mundo (são 17 elementos químicos, utilizados na produção de altas tecnologias), cerca de 40 mil toneladas cúbicas, porém não existe legislação específica para a exploração desse conjunto de minerais. Mas, como eles estão acoplados a outros minerais, o estado brasileiro não tem controle do que se está sendo exportado. Só sabemos que importamos produtos de alta tecnologia.

    Isso nos mostra o quanto a União e os estados brasileiros estão subordinados aos interesses das mineradoras, com o discurso de superávit primário e balança comercial positiva, já que este setor tem dado um salto significativo na receita nacional.

    Código da Mineração

    Nos dois últimos anos, está em tramitação na Câmara dos Deputados, numa comissão especial para discussão e apresentação de proposta, o Novo Marco Regulatório da Mineração, sob a relatoria do Leonardo Quintão (PMDB-MG) e Gabriel Guimarães (PT-MG) na presidência.

    O que percebemos no último relatório apresentado, é que existe uma posição bem definida a favor das empresas, em aumentar drasticamente a exploração mineral no Brasil e o discurso que prevaleceu nas audiências é a necessidade de aumentar a arrecadação pelo fato do setor está perdendo com a não aprovação da nova lei.

    São evidentes os interesses das mineradoras na proposta do último texto do Novo Marco Regulatório, que permite a exploração mineral em áreas de conservação, retirada da responsabilidade da empresa sobre os danos à água, ar, proteção e conservação as fontes de água (que estão previstos no atual), a prioridade de utilização do subsolo sobre qualquer atividade no solo e, por fim, dentre tantas outras polêmicas dentro do texto, a proposta de proteção da atividade mineral sobre qualquer embaraço e perturbação (trabalhadores e comunidades atingidas), percebe-se o objetivo da proposta de nova legislação.

    Mariana

    Acabamos de vivenciar uma imensa tragédia, na cidade de Mariana, no estado de Minas Gerais, onde houve o rompimento da barragem de rejeitos que contém produtos químicos e nocivos a saúde humana, porque é inerente a exploração e transformação do mineral a utilização de produtos químicos.

    Existem diversos discursos, por parte da Samarco que é a 10ª maior exportadora do Brasil (50% da VALE e 50% da BHP Billiton), que são no mínimo duvidosos como a garantia que a lama contém apenas barro e restos de minério de ferro, que a causa do rompimento foi o abalo sísmico registrado nos observatórios. Mas se o abalo sísmico foi capaz de mover o suficiente pra fazer a barragem romper, por que não rachou ou derrubou as instalações da empresa? Por que os prédios nas cidades não caíram ou tiveram rachaduras depois do ocorrido?

    A única coisa que podemos afirmar é a preocupação, sem saber o que será dos próximos períodos, das famílias e dos trabalhadores desaparecidos ou mortos com a catástrofe ocasionada pela irresponsabilidade da empresa.

    Até quando iremos manter a lógica destrutiva (de todos os pontos de vistas) para satisfazer os interesses das transnacionais? Serão necessários mais quantos trabalhadores mutilados, enlouquecidos e mortos? Quantos rompimentos de barragens serão necessários? Quantas pessoas serão vitimas de câncer, causadas pela exploração mineral?

     

    *Jarbas Vieira é militante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e membro do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração.

     

  11. A santa ironia de cada dia, sem a qual não se vive

    Do jornalista João Franzin (amigo e vizinho), em seu facebook:

    MARINA ME COMOVE
    Sua atuação (com lama até o pescoço), ajudando os flagelados de Mariana, chega a me comover. Também aplaudo, com entusiasmo, sua corajosa tomada de posição contra a Samarco, cujo acidente matou gente, poluiu rios e devastou o meio ambiente. Rede – ainda acabo assinando a ficha, Marcos Perioto….

  12. Lama contaminada tem

    Lama contaminada tem concentração de metais até 1.300.000%  acima do normal 

    Quantidade alta de manganês pode provocar danos graves à saúde, alerta infectologista da USP

    http://noticias.r7.com/minas-gerais/lama-contaminada-tem-concentracao-de-metais-ate-1300000-acima-do-normal-11112015

    Enzo Menezes, do R7, em Belo Horizonte

    Veja a galeria completaAmostra coletada 300 km depois de barragem detalha tragédia ambiental de mineradoras; Rio Doce foi severamente atingido Prefeitura de Rio Doce / DivulgaçãoEstudo preliminar indica concentração de metais no rio Doce em Valadares; seis dias depois da tragédia, mineradoras não divulgaram qualquer estudo sobre qualidade da água Prefeitura de Governador Valadares / Reprodução

    O rompimento de duas barragens da Samarco em Mariana, na região central de Minas, começa a ganhar números que dão a dimensão da catástrofe ambiental. Amostras da enxurrada de lama que foram coletadas cerca de 300 km depois do distrito de Bento Rodrigues apontam concentrações absurdas de metais como ferro, manganês e alumínio.

    A água coletada pelo SAAE (Serviço de Água e Esgoto) de Valadares aponta um índice de ferro 1.366.666% acima do tolerável para tratamento – um milhão e trezentos mil por cento além do recomendado, segundo relatório enviado à reportagem do R7. Os níveis de manganês, metal tóxico, superam o tolerável em 118.000%, enquanto o alumínio estava presente com concentração 645.000% maior do que o possível para tratamento e distribuição aos moradores. As alterações foram sentidas a partir de 8h, enquanto o pico de lama tóxica ocorreu às 14h no rio Doce. 

    Servidores da prefeitura esclarecem que não têm condições técnicas de verificar a ocorrência de materiais pesados (como arsênio, antimônio e chumbo, normalmente presentes em rejeitos que contêm ferro), e por isso aguardam análises da Copasa e de dois laboratórios para detalhar a situação.

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    A quantidade de manganês presente na água em quantidade adequada para tratamento é – 0,1 mg, mas os técnicos encontraram 29,3 mg pela manhã e 118 mg (1.180 vezes acima) durante a cheia da tarde. O alumínio aparece com 0,1 mg, mas estava disponível em 13,7 mg e 64,5 mg, respectivamente (6.450 vezes superior). A concentração tolerada de ferro é 0,03 mg, mas as amostras continham 133 mg e 410 mg. O nível de turbidez regular é 1000 uT, mas chegou a 80 mil uT na passagem da enchente. 

    Manganês traz riscos

    Segundo o chefe do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da USP, Anthony Wong, a concentração mais preocupante é do manganês.

    — É um metal tóxico que, por ser mais pesado, devia estar depositado no fundo. Pode provocar alterações nas contrações musculares, problemas ósseos, intestinais e agravar distúrbios cardíacos. O alumínio não traz riscos para a população em geral, mas nestas quantidades pode trazer riscos para diabéticos, pessoas com tumores ou problemas renais crônicos. O organismo mais ácido absorve mais alumínio. Já o ferro não é considerado tóxico.

    O infectologista destaca que a Samarco já deveria ter tornado públicas as análises de qualidade da água, principalmente em relação aos metais pesados, que podem trazer consequências mais graves – já se passaram seis dias do desastre enquanto Vale e Samarco não apresentaram nenhum estudo das amostras coletadas.

    — Dentro de 48 horas já deveriam ter divulgado, as equipes de socorro e sobreviventes tiveram contato [com essa água]. Metais pesados como chumbo, arsênio e antimônio costumam acompanhar o ferro, mais raramente o níquel.

    A preocupação com os riscos de elementos pesados é compartilhada por Ricardo Valory, diretor geral do IBIO-AGB Doce (Instituto Bioatlântica).

    — A dúvida é sobre a composição real da lama, se tem metal pesado. A Samarco afirma que não, mas de qualquer maneira temos que aguardar os laudos oficiais.

    Samarco ainda não respondeu

    A reportagem do R7 questionou a Samarco diversas vezes na segunda (9) e terça (10) sobre os estudos das amostras coletadas pela própria empresa e sobre os resultados do SAAE, mas ainda não obteve respostas. Em comunicados no site e em entrevistas de executivos desde o dia do rompimento, a mineradora, que é controlada pela Vale e pela BHP, reforçou que a enchente de lama não continha rejeitos tóxicos para seres humanos, apenas material inerte em compostos de areia. 

    Por causa destes níveis de contaminação, o tratamento de água foi suspenso em Governador Valadares há três dias e a partir de hoje pode faltar água para 800 mil habitantes em nove cidades em Minas e no Espírito Santo. A prefeitura decretou situação de calamidade pública.

     

     

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