Fora de Pauta

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Redação

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  1. Shutdown em Pindorama; Brasil executa procedimento comum nos EUA

    ELUCIDANDO O DECRETO DE PARALISAÇÃO – O governo federal editou ontem o Decreto 8.580, que contingencia R$ 11,2 bilhões de despesas discricionárias do orçamento do Poder Executivo. Deste valor, R$ 0,5 bilhão é de emendas impositivas e R$ 10,7 bilhões das demais programações.

    Pelo que se lê aqui e alhures, principalmente na mídia marrom, o cenário do decreto de contingenciamento, feito em função da não aprovação da nova meta fiscal pelo Congresso Nacional, se aproxima de algo entre o purgatório e o inferno. Nada mais falso.

    A paralisação do governo federal a partir de hoje, 1º de dezembro, até que se modifique a meta fiscal do ano de 2015 – enviada pela União em agosto – é algo que acontece regularmente, por exemplo, nos Estados Unidos.

    O “government shutdown in the United States” (paralisação do governo nos Estados Unidos) ocorre sempre que o limite da dívida extrapola o teto votado e aprovado naquele país. Quando isso sucede o parlamento precisa validar um aumento no limite de endividamento.

    Enquanto o Congresso não subscreve este novo limite entra em vigor o government shutdown, obrigando o presidente da república a contingenciar gastos por tempo indeterminado. De 1976 para cá a situação já se passou 18 vezes na terra do Tio Sam.

    A maior paralisação do governo dos EUA durou 21 dias, entre dezembro de 1995 e janeiro de 1996, no primeiro mandato de Bill Clinton (no total, em duas oportunidades, houve 26 dias de paralisação no primeiro mandato de Bill Clinton).

    No governo de Ronald Reagan, recordista na matéria, houve 08 paralisações que somaram 14 dias. No primeiro e único mandato do ex presidente Jimmy Carter houve 05 paralisações que totalizaram 57 dias (recorde em número de dias de paralisação).

    A última paralisação do governo dos EUA é bem recente. Teve lugar no segundo mandato de Barack Obama e persistiu por 16 dias em outubro de 2013.

    A paralisação governamental que iniciará hoje não é novidade nenhuma em termos de administração pública. Pode ser para nós, evidentemente. Mas não é em outros países, com especial destaque, como vimos, para os Estados Unidos da América.

    O que se vê presentemente é uma disputa ferrenha pelo controle dos fundos públicos no Congresso Nacional. Cedo ou tarde os parlamentares terão de aprovar a matéria e, como diz o outro, ‘segue o baile’.

    Não resta a menor dúvida de que a “grande mídia” e a oposição, entre golpista e fracassada, tentarão criar um clima de fim de mundo em função deste tema. É até normal e bem previsível. Mas é, a bem da verdade, tudo uma grandiosíssima bobagem ou, se preferirem, uma burlesca encenação.

    Os oposicionistas farão de tudo para paralisar o governo federal pelo maior tempo possível e se possível bloqueando a mudança da meta fiscal. Não é crível que consigam bloqueá-la, em que pese o fato de que talvez consigam adiar por alguns dias a sua aprovação.

    1. O mais infernal disso tudo é

      O mais infernal disso tudo é que, se o governo não decreta isso, é pedalada; se decreta, é o armagedon. 

      Desde criança que ouço falar na proximidade do fim do mundo (vim de família evangélica). Hoje eu digo: por que o mundo não acabou ainda? Tá esperando o quê?

  2.      
    Brasil é o 6º país que

         

    Brasil é o 6º país que mais atrai investimento estrangeiro

     

    O Brasil é o sexto país que mais atrai investimento estrangeiro produtivo. Com isso, encerrará 2015 com cerca de US$ 65 bilhões provenientes do mercado internacional. É o que mostram as projeções feitas pelo Banco Central, divulgadas pelo Portal Brasil.

    Os países que mais investem no Brasil atualmente são Estados Unidos, China, Japão, França, Espanha e Itália.

    O País perde apenas para China, a cidade Estado de Hong Kong, os Estados Unidos, Reino Unido e Cingapura. A listadas economias mais atraentes ao investimento é feita pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), e inclui também a Rússia, Canadá e Austrália.

    Lei a íntegra da matéria clicando no link a seguir: http://www.ocafezinho.com/2015/11/30/brasil-e-o-6o-pais-que-mais-atrai-investimento-estrangeiro/

     

  3. Muitos dizem que fazer um

    Muitos dizem que fazer um coração com “< 3” significa, na verdade, que “o amor é menor que 3, que não tem espaço para uma terceira pessoa, apenas 2”.

     Foto de Fatos Desconhecidos.

  4. A mídia errou, Delcídio não

    A mídia errou, Delcídio não foi o primeiro senador da República a ser preso em exercício da sua função, ele é na verdade o nono, antes dele: Amaro Cavalcanti, João Soares Neiva, João de Almeida Barreto, Eduardo Wandenkolk, João Cordeiro, Pinheiro Machado, Manuel Vitorino e Lauro Sodré.

    Portanto, Delcídio não é o primeiro, é na verdade o nono.

     Foto de Fatos Desconhecidos.

  5. A Apple roubou a ideia de uma

    A Apple roubou a ideia de uma interface de computador da empresa Xerox. Depois, quando Steve Jobs acusou Bill Gates de ter roubado a ideia da Apple, Bill Gates respondeu “Bem, Steve, eu acho que é mais como se nós dois tivéssemos um vizinho rico chamado Xerox e eu entrei na cada dele para tentar roubar a TV e descobri que você já havia roubado…”

     Foto de Fatos Desconhecidos.

  6. Quando mandaram o filósofo

    Quando mandaram o filósofo Voltaire renunciar a Satanás, no fim de sua vida, ele simplesmente disse “não é hora de fazer novos inimigos”.

     Foto de Fatos Desconhecidos.

  7. Alguns pergaminhos antigos

    Alguns pergaminhos antigos afirmam que Golias tinha apenas 2 metros de altura, e que Davi acertou a pedra no joelho de Golias, e não em sua cabeça, o que fez com que o “gigante” caísse no chão, e depois ter sua cabeça decapitada.

     Foto de Fatos Desconhecidos.

  8. Você sabia que no Brasil há consultorias parlamentares?

    Se você quiser saber como se faz para que seja criada  uma lei que te propicie (por exemplo) vender algo até agora proibido, contrate uma consultoria. Tais empresas atuam consultando leis tanto do Brasil quanto de outros países, e estuda o perfil dos parlamentares para ver com quais deles uma ideia pode prosperar e se transformar em lei.

    Uma dessas consultorias é a Parlamento Consultoria e Assessoria, que mostra coisas bem interessantes em sua página: por exemplo, você sabe quais as profissões dos senadores? E dos deputados? A consultoria sabe:

    http://www.parlamentoconsultoria.com.br/site/

    1. Antonio Francisco :
        Eu

      Antonio Francisco :

        Eu nunca briguei com vc —e nem pretendo.

        Mas o seu comentário encima do meu é um convite pra desavença.

        Muito desnecessário, diria, A não ser que vc queira me afrontar.

           Por ora, acho que foi um lapso.

              Por ora.

  9. Clarice Lispector tem livro na lista de melhores de 2015 do NYT

    Clarice Lispector tem livro na lista de melhores de 2015 do ‘New York Times’

     

    Coletânea de contos ‘The complete stories’ saiu lá fora neste ano. 
    ‘Voz autêntica da América Latina’, diz jornal, citando ainda Machado de Assis.

    A escritora brasileira Clarice Lispector (Foto: Divulgação/Rocco)

    A escritora brasileira Clarice Lispector (Foto: Divulgação/Rocco)

     

     

    do G1

    Uma coletânea de contos de Clarice Lispector (1920-1977), publicada em julho deste ano nos Estados Unidos com o título “The complete stories”, entrou na lista dos 100 melhores livros de 2015 feita pelo jornal americano “The New York Times”.

    O anúncio foi feito na sexta-feira (27). Quem vota são os editores do suplemento “The New York Times Book Review”. As obras não aparecem em ordem de colocação e se dividem em dois segmentos: Ficção & Poesia e Não Ficção (clique aqui para ver a lista completa).

    A editora Rocco planeja publicar a versão nacional de “The complete stories” em abril de 2016. O título da versão nacional ainda não foi definido. Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnick, na Ucrânia. Seu nome de batismo era Haia. Ela se mudou com a família para o Brasil em 1922 e aqui ganhou o nome de Clarice.

    Em sua lista de melhores do ano, o “New York Times” escreve que “a brasileira foi uma das verdadeiras [vozes] autênticas da literatura latino-americana”. O jornal cita como exemplos desses “inovadores” o argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), o mexicano Juan Rulfo (1917-1986) e o também brasileiro Machado de Assis (1839-1908).

    O trecho está na crítica de Terrence Rafferty publicada em 27 de julho, na época do lançamento de “The complete stories”, que tem tradução de Katrina Dodson e edição de Benjamin Moser, biógrafo de Clarice.

    Na resenha, Rafferty escreve ainda que o livro é “notável” e que “há um sopro de loucura na ficção de Clarice Lispector”.

    “Frase por frase, página por página, Lispector é arrebatadora e sedutoramente estranha, mas as perceções dela surgem tão rápido, trafegando tão selvagemente entre o mundano e o metafísico, que depois de um tempo você não sabe mais onde está, se no livro ou no mundo [externo à obra]”, diz o crítico.

    A escritora brasileira Clarice Lispector (Foto: Divulgação/Rocco)A escritora brasileira Clarice Lispector (Foto: Divulgação/Rocco)  

    1. Que pé no saco ler TODO dia

      Que pé no saco ler TODO dia em blogs,face e o raio que o parta sobre ela.

        Ela foi ótima, como muitas pessoas no planeta.

           Nem brasileira era.

             Chega.! ! ! 

         Mas da brasileiríssima Cecilia Meireles ninguém se lembra.

             E muitas outras.

              Que fetiche essa pessoa tem ,hein ?

    2. Merecidíssima inserção!

      Grato, Gilberto Cruvinel por nos trazer esta bela surpresa em tempos tão conturbados.

      Nossa Clarice Lispector é demais, uma pena não ter ganho o Nobel de Literatura!

      Abração,

      antono francisco

  10. No Alemão, quem ocupa escola

    No Alemão, quem ocupa escola é a UPP

    http://apublica.org/2015/11/no-alemao-quem-ocupa-escola-e-a-upp/

    Através da Lei de Acesso à Informação, Pública confirma que a UPP instalada dentro de um colégio do complexo do Alemão, no Rio, deve permanecer; crianças convivem com medo e tiroteios e dizem ser orientadas a não falar à imprensa

    “O secretário esteve hoje na comunidade de Nova Brasília e esteve na escola Caic Theophilo de Souza Pinto. Ele reafirmou o compromisso em mudar a escola do local”, escreveu, por email, a assessoria de comunicação do secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, em resposta ao pedido da Pública para visitar a UPP Nova Brasília, implantada há três anos no colégio estadual que atende alunos do ensino fundamental e médio. A permissão foi negada: nem a Pública poderia visitar a escola nem seus funcionários poderiam dar entrevistas. A Secretaria de Educação se recusou a informar o número de alunos que frequenta a escola, depois da implantação da UPP.

    Mais difícil de esconder são os buracos de balas nas paredes do prédio branco de três andares que ocupa a Praça do Conhecimento no Complexo do Alemão. São cerca de 70, de acordo com uma rápida contagem feita pela reportagem pelo lado de fora.

    Sobre isso, leia também

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    Há pelo menos dois anos, o Complexo do Alemão é uma das comunidades mais afetadas pelos enfrentamentos entre polícia e criminosos no Rio. A UPP está cravada dentro do colégio, a 20 metros do edifício principal, onde ocorrem as aulas. Todas as manhãs, os alunos têm que passar diante dos policiais armados para entrar e sair das classes. Na hora da saída, é fácil encontrá-los. Muitos falam abertamente sobre a situação. Preferem não dizer seus nomes; “a escola não quer que falemos com jornalistas”, diz um deles. Todos confirmam que os tiros são “muito frequentes”, “sobretudo de manhã”. Duas meninas contam: “A metade dos alunos da nossa classe já não vem às aulas”. Outra diz: “O que mais me dá medo é quando saímos da escola. Pelo menos quando estamos lá dentro, temos o muro para nos proteger”.

    O que eles fazem em caso de tiros? “Depende da intensidade”, diz um menino de cerca de 14 anos, na quadra de futebol ao lado da escola. “Se são poucos, o professor continua a aula, mas quando são muitos paramos tudo e nos jogamos no chão. Às vezes, ficamos nos corredores. São mais seguros. Mas os tiros perturbam porque, mesmo quando a aula continua, uma parte da sua atenção está lá fora, escutando o que pode acontecer.”

    Se as crianças são bem sinceras, os adultos são os que mais se mostram revoltados com a situação. Ao redor da escola, os comerciantes – que também pediram que não fossem identificados – contam que “toda a comunidade acha que essa situação é absurda e demonstra a falta de respeito das autoridades com a gente”. Um vendedor considera: “Antes, na época do tráfico, eles nunca entravam na escola. Por que os policiais entram?”.

    Em conversa com a reportagem, a mãe de uma aluna reconhece que prefere deixar a filha em casa quando a situação está tensa: “Dizem que a UPP fica na escola porque não encontram um lugar. Mas é como dizer ‘vou invadir a sua casa porque não tenho apartamento’ ou ‘roubo porque não tenho dinheiro’. É esse o discurso da polícia!

    No último dia 4 de maio, pais e professores pediram formalmente a retirada da UPP durante uma audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência contra Jovens Negros e Pobres. Dois dias depois, em um comunicado, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) assegurou em uma nota: “A UPP será desativada e o prédio para onde será transferida a base está em reforma”. Uma campanha da ONG Meu Rio pedindo a saída da UPP teve a adesão de cariocas, que escreveram emails para a CPP e para Beltrame.

    Finalmente, no final de agosto, José Mariano Beltrame visitou a Theophilo de Souza Pinto. Declarou à imprensa que planejava mudar a UPP de lugar. O twitter oficial da Secretaria de Segurança Pública postou uma foto em que ele aparece ao lado da diretora da escola: 

    O tweet da SSP reforçando a promessa de Beltrame

    O tweet da SSP reforçando a promessa de Beltrame

    Porém, em resposta a um pedido feito através da Lei de Acesso à Informação pela Pública, a secretaria deixou claro que nada está sendo feito para que a promessa seja cumprida.

    “Todas as ações e diligências para captação de lotes para implantação da Sede da Nova Brasília foram executadas no exercício de 2012, que culminou com a inauguração da referida UPP na data de 18 abril de 2012”, diz a resposta enviada em 20 de setembro. Sobre o orçamento previsto para a compra ou reforma de uma nova sede, a secretaria escreve: “O plano orçamentário para o exercício 2015 e elaborado no ano de 2014 não prevê orçamento para novas aquisições de lotes nas UPP já contempladas nos exercícios anteriores, dentre as quais a UPP Nova Brasília”. A Pública ligou ainda mais uma vez para a secretaria, perguntando se havia alguma previsão oficial. A resposta foi “ainda não temos uma previsão para a mudança”.

    Enquanto isso, alunos que frequentam a escola para os cursos noturnos relataram à Pública ter sofrido ameaças de perder suas vagas caso continuassem denunciando a situação para a imprensa.

    O que não significa, claro, que a voz da comunidade vai se calar. Apenas alguns minutos antes do fechamento desta reportagem, um jovem de 18 anos, aluno da escola, usava a sua conta pessoal no Facebook para desabafar: “Depois de hoje acho difícil ter algo lá na escola, um evento bacana que foram dias e dias montando, escrevendo, gastando energia de onde não se tinha mais, noites sem dormir selecionando fotos. O evento estava acontecendo com muitas comidas típicas, exposições fotográficas, dança, teatro tivemos que acabar as pressas por conta de um intenso tiroteio que acontecia na parte externa da escola. Muitos alunos e professores passando mal tendo que ser socorridos, nossa tenso demais. Será que isso um dia acaba? Eis a questão”.

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    Fotos do muro da escola. Imagens postadas no Facebook.

     

  11. Governo Alckmin faz manobra

    Governo Alckmin faz manobra estatística em estudo que justifica fechamento de escola

    http://portal.aprendiz.uol.com.br/2015/12/01/governo-alckmin-faz-manobra-estatistica-em-estudo-que-justifica-fechamento-de-escola/

    01/12/2015 
    Coluna Livre

    Desde o dia 9 de novembro de 2015, estudantes secundaristas têm ocupado suas escolas contra a proposta de reorganização do ensino feita pela Secretaria Estadual de Educação de São Paulo – chegando a mais de 200 ocupações em todo estado. Graças à pressão dos estudantes, o debate se ampliou e percebemos, sob a fachada de uma gestão supostamente técnica da educação, que os princípios mais elementares da transparência na administração pública foram escanteados. Como se não bastasse, é a própria qualidade educacional, em nome da qual seria feita a reorganização, que se vê em risco quando a gestão democrática da educação é sacrificada.

    Texto escrito por Rafael Pereira e João Victor Pavesi de Oliveira, professores da rede pública estadual de São Paulo.

     No site da “Reorganização Escolar”, a Secretaria de Educação defende o fechamento de 94 escolas e reestruturação de outras 754, com o intuito de especializa-las em um único ciclo. A justificativa seria dupla: (1) as notas das escolas de ciclo único no Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) de 2014 foram 9,4% acima da média geral; (2) o governo aponta para o crescimento das vagas ociosas devido à redução da população em idade escolar, pois no ano de 1998 havia na rede estadual de ensino 2 milhões de matrículas a mais do que no ano de 2015. Nesse processo, 311 mil estudantes seriam compulsoriamente transferidos para escolas definidas pelo governo.

    Os argumentos oficiais não justificam o custo social e pedagógico que a reorganização acarretará. É razoável que as escolas que alcancem melhores resultados sirvam de inspiração para as reformas educacionais comprometidas com a melhoria da educação. No entanto, certamente este não é o caso da reorganização proposta. Se fosse, não encontraríamos na lista das 94 unidades a serem fechadas 30 escolas com desempenho acima da média no Idesp 2014.

    O governo, que se recusava a apresentar o estudo que fundamenta sua proposta, foi obrigado a fazê-lo, quando o jornal O Estado de São Paulo recorreu à Lei de Acesso à Informação. O governo tinha motivos (inconfessáveis) para ocultá-lo. O “estudo” apresentado somente embasa a reorganização se admitirmos a manipulação de dados e a inépcia metodológica. A divulgação desse documento seria razão suficiente para a queda de um secretário, mas parece que já nos conformamos às manobras estatísticas desse governo.

    Até o momento, 38 escolas estão ocupadas em todo o Estado de São Paulo. Muitas delas promovem atividades culturais abertas para a comunidade.

    Entrada lotada da EE Diadema.

    Reprodução

    Atualmente, as escolas de ciclo único integram um universo de 1436 unidades escolares. A heterogeneidade e complexidade destas escolas de ciclo único foi subestimada. O estudo isola a variável dos ciclos de maneira determinista, como se ele fosse o único fator a definir tal desempenho acima da média. Dessa maneira, são abstraídos fatores como: tamanho da escola, estabilidade da equipe docente e de gestão, proporção entre número de alunos por professor e aspectos socioeconômicos.  Ou seja, o estudo não tem como comprovar que o desempenho em questão é uma consequência (exclusiva) do ciclo único.

    Por vários pontos de vista, o argumento central que justifica a reorganização parece não se sustentar. No universo de escolas a serem fechadas uma em cada três escolas já são de ciclo único (são 28 do total de 93), segundo o Censo Escolar 2014.

    Consideremos outro aspecto, este “acima da média”: 9,4%. Um percentual pequeno, principalmente se lembrarmos que a base do estudo é o desempenho das escolas em apenas uma avaliação, o Idesp de 2014. Para extraírmos as conclusões desejadas pela Secretaria, deveríamos acompanhar a evolução do desempenho a médio e longo prazo, sem abstrair outras variáveis relevantes.

    Se o compromisso é com a melhoria da qualidade da educação, por que não considerar outros fatores de impacto decisivo: como a diminuição de alunos em sala de aula? As salas lotadas fazem parte da rotina da rede estadual. Somente no ano letivo de 2015, mais de 2000 salas foram fechadas, agravando o cenário. O Tribunal de Contas do Estado, ao analisar as contas de 2014, constatou: “Em quase todas as escolas (média de 96% nos três ciclos) há mais alunos nas salas de aulas do que os parâmetros recomendados pelo Conselho Nacional de Educação.”

    Analisando os dados do Idesp de 2013, por exemplo, observa-se que as escolas de ensino médio com superlotação têm nota 22% menor que a média do Estado, que já é baixa. Em reportagem do Estado de São Paulo, “Estudo da professora Cristine Pinto, da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EESP), aponta que uma redução de 30% no tamanho da turma aumenta a proficiência dos alunos em 44%. Os resultados são obtidos caso a redução seja aplicada em turmas com mais de 30 alunos para o caso do ensino fundamental.”

    Até o momento, 38 escolas estão ocupadas em todo o Estado de São Paulo. Muitas delas promovem atividades culturais abertas para a comunidade.

    Cadeados fecham as portas da EE Godofredo Furtado, em Pinheiros.

    Reprodução

    Enquanto isso, a secretaria insiste em colocar o maior número possível de alunos nas escolas, podendo ter um aumento caso considerarmos o possível fluxo de estudantes que migrarão da rede privada para a pública devido o contexto de crise econômica em que o país se encontra.

    O governo afirma ter discutido sua proposta da reorganização amplamente com dirigentes de ensino e educadores, sugerindo uma ideia de conduta democrática e participativa. No entanto, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9.394/1996) preconiza que a educação deve ser ministrada pelo princípio da gestão democrática, isto é, deve-se considerar a opinião de toda comunidade escolar (pais, estudantes, professores e funcionários) às definições educacionais. Não houve, da parte do governo estadual, nenhum fórum de debate público sobre a reorganização e muito menos a apresentação do projeto com transparência, uma vez que apenas uma reunião foi feita (no dia 14/11/2015) para esclarecer dúvidas referente às transferências dos estudantes.

    A questão é no mínimo desrespeitosa com funcionários, professores, pais e alunos das escolas públicas que terão suas rotinas alteradas imperativamente, sem direito à discussão. Com isto, a manifestação dos alunos destaca esta negligência à sua participação no cotidiano das escolas. Estes jovens querem ser ouvidos! Estão buscando o reconhecimento da condição de serem sujeitos de direito, protagonistas políticos e não meros objetos do mundo dos adultos. As ocupações de escolas estão questionando a compreensão de “qualidade de ensino” estabelecida pelo governo, apontando a necessidade de revermos coletivamente quais serão os critérios para garantir uma formação de qualidade aos estudantes. A atitude apressada por parte do governo estadual em implementar tais mudanças demonstra que sua preocupação está voltada somente para eficiência econômica, configurando a proposta da Secretaria como sendo prematura e despreocupada com a qualidade da formação de crianças e adolescentes.

  12. Impeachement

    Eduardo Cunha tem que sair preso do Congresso Nacional

    A aceitação do pedido de impeachment da presidente Dilma pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, nos leva a algumas reflexões. A primeira é de que, para serem coerentes, nossas instituições depois de prender empresários poderosos, banqueiro e senador têm que prender Eduardo Cunha. Aliás, a atitude de Cunha é fundamentalmente por retaliação!

    Os motivos de impedimento da presidente, as pedaladas, caem por terra quando o Congresso Nacional aprova, em Comissão Mista, a meta fiscal do governo por 314 a 99. E o PT vai recorrer ao STF que já rejeitou anteriormente as regras para tramitação do pedido de impeachment de Dilma.

    Cunha age monitorado pela oposição, principalmente de Aécio Neves, do PSDB, candidato derrotado por Dilma no voto, envolvido em vários escândalos e que já declarou apoio à decisão de Eduardo Cunha. Qual foi a promessa da oposição a Cunha para que ele tomasse essa atitude?

    Dilma falou à sociedade com muita tranqüilidade apelando para os mecanismos democráticos para barrar esse golpe contra nossa Constituição Federal, que respaldou a eleição e posse da presidente.

    Os partidos democráticos, as centrais sindicais, os movimentos sociais e o movimento estudantil todos estão aguardando uma resposta a essa tentativa espúria de um deputado envolvido comprovadamente em vários crimes e de uma oposição que quer chegar ao poder através de golpe, não tendo se conformado até agora pela derrota nas urnas. Este é um teste importante de nossa recente democracia! Com certeza, o Brasil é muito maior que Cunha e esses golpistas!    

    Rio de Janeiro, 02 de dezembro de 2015 

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

    http://emanuelcancella.blogspot.com.

     

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