Governo Sírio responde às alegações de uso de armas químicas

Sugerido por Adir Tavares

Do Pravda.ru

Posição do Governo Sírio em resposta às alegações

Posição do governo da República Árabe da Síria sobre as alegações e denúncias ocidentais de uso das armas químicas

Desde o início da crise na Síria, a cerca de dois anos e meio, os Estados Unidos da América e seus aliados ocidentais e regionais, especialmente o Catar, a Turquia e a Arábia Saudita, e seus instrumentos, os grupos terroristas armados e a Organização Al Qaeda, atuam para destruir a Síria e sua infraestrutura e para matar o seu povo. Estes grupos terroristas protagonizaram terríveis massacres contra os cidadãos sírios, tanto civis quanto militares, e os países que os apoiam lhes forneceram o suporte financeiro, militar e logístico, além de fazerem vista grossa aos seus crimes e responsabilizar o governo sírio por tudo o que vem ocorrendo com o seu país e seu povo.

Diante da resistência do nosso povo, do nosso exército e da decisão da liderança síria de proteger os seus cidadãos e diante das vitórias alcançadas, alguns países ocidentais e seus aliados regionais, especialmente a Arábia Saudita, a Turquia e o Catar, passaram a divulgar suposições sobre o uso de armas químicas por parte do governo sírio contra o seu povo desde 2012. Isso nos fez desconfiar de que existia a intenção, por parte dos grupos terroristas, de usar as armas químicas para então acusar o Estado sírio. O Governo da Síria enviou cartas ao Secretário Geral das Nações Unidas e ao Conselho de Segurança para alerta-los de que os países apoiadores dos terroristas estariam fornecendo-lhes armas químicas para atacar a Síria e acusar o governo sírio de ter cometido tais crimes.

Em 19/03/2013, um grupo terrorista armado lançou um foguete com ogivas venenosas contra a cidade de Khan Al Assal, nos arredores de Aleppo, vitimando 25 pessoas e ferindo 110 pessoas, entre civis e militares. Neste mesmo dia, a Síria fez um pedido oficial ao Secretário Geral das Nações Unidas para que enviasse uma delegação imparcial e isenta para averiguar o acontecimento, mas os Estados Unidos, a Grã Bretanha e a França colocaram obstáculos à vinda desta delegação através da apresentação de alegações e suposições sobre o uso de armas químicas por parte do governo sírio em outras regiões, meses após o ocorrido.

Após cinco meses, chegou-se a um acordo entre a República Árabe da Síria e a Secretaria Geral das Nações Unidas para o envio de uma delegação das Nações Unidas para investigar as suposições sobre o uso de armas químicas. Esta delegação iniciou seus trabalhos em 19/08/2013 para investigar o ocorrido em Khan Al Assal e outras localidades no norte da Síria. O Governo da Síria disponibilizou todos os meios de cooperação para que esta delegação chegue à verdade dos fatos.

Em 21/08/2013, durante a presença da delegação em Damasco e enquanto o exército sírio atuava para combater os grupos terroristas que planejavam invadir Damasco e lançavam diariamente e aleatoriamente foguetes e bombas contra os civis em Damasco, dos quais foram vitimas centenas de inocentes, estes grupos terroristas e seus apoiadores entre os países ocidentais e regionais alegaram que o governo da Síria usou armas químicas em algumas regiões de Ghouta, nos arredores de Damasco.

Desde o primeiro momento, os Estados Unidos da América, seus aliados e seus instrumentos na região, especialmente a Arábia Saudita, a Turquia e o Catar, promoveram uma campanha midiática e política através da qual acusaram o governo sírio e inocentaram os grupos terroristas armados e a organização Al Qaeda destes crimes e pularam para os resultados antes mesmo da delegação das Nações Unidas confirmar o uso de tais armas, chegando ao ponto dos Estados Unidos, da Grã Bretanha, da França e seus aliados anunciarem sua intenção de promover uma ação hostil contra a Síria.

Em 25/08/2013, o Governo da República Árabe da Síria concordou imediatamente com o pedido das Nações Unidas de enviar a delegação para investigar as suposições de uso de armas químicas em Ghouta, ocorrido em menos de 24 horas desde a chegada de Angela Kane, Alta Comissária das Nações Unidas para o Desarmamento, para combinar visitas a quatro locais onde foram solicitadas as investigações. O Governo da Síria agiu com o mais elevado grau de flexibilidade, transparência, compromisso e responsabilidade baseado no princípio de alcançar a verdade. A delegação iniciou seus trabalhos visitando os locais combinados já no segundo dia, em coordenação com o governo sírio. A Síria cumpriu com todos os seus compromissos em termos de ajuda e garantias objetivando o sucesso da missão.

A rejeição dos Estados Unidos da América, de alguns de seus aliados ocidentais, regionais e árabes, à resposta rápida, à flexibilidade e à cooperação oferecidas pela Síria à delegação das Nações Unidas mostra as intenções hostis do ocidente contra a Síria e o medo de que suas mentiras, calúnias e seu papel de dar suporte aos terroristas e à organização Al Qaeda, à exemplo do fornecimento de armas proibidas, sejam descobertos.

O fracasso do plano de destruir o Estado sírio, apesar de todo o suporte ocidental e regional em termos de fornecimento de grandes quantidades de armamentos aos grupos terroristas armados e à organização Al Qaeda, empurrou os americanos e seus aliados para o uso de armas químicas para completar e execução do plano. Não obstante, não há dúvidas de que os americanos e seus aliados atuarão para enganar a opinião pública internacional, fabricando mentiras e argumentos para invadir e ocupar os outros países, fora do contexto do consenso internacional, assim como o fez no Iraque.

O Governo da Síria não usou e não usará armas químicas, se estas existirem, contra o seu povo sob qualquer hipótese, baseado em seus princípios éticos, legais, políticos e humanitários e afirma que a única frente beneficiada pelo uso das armas químicas são os grupos terroristas armados, a organização Al Qaeda e seus apoiadores. A Síria exige a punição dos terroristas e seus apoiadores que usaram tais armas. A Síria exigiu, através de seu Ministro de Relações Exteriores, de quem acusa o exército da Síria pelo uso destas armas antiéticas, que apresente as provas de sua acusação e as mostre à opinião pública.

Este impulso hostil contra a Síria e o aumento do tom de ameaças, protagonizado pelos Estados Unidos da América, Grã Bretanha, França e seus aliados para apressar os julgamentos, lançar as acusações e forjar as provas, apesar de não haver nenhuma prova de que o governo sírio fez uso das armas químicas, tem como objetivo atrapalhar a missão da delegação das Nações Unidas e impedi-la de concluir seus trabalhos, assim como ocorreu com o grupo de observadores árabes e com a missão das Nações Unidas presidida pelo General Mood, para abortar quaisquer esforços internacionais para alcançar uma solução política para a crise e ao mesmo tempo para impedir a derrocada dos grupos terroristas armados e da organização Al Qaeda e melhorar a sua moral, atualmente abalada, e para garantir a segurança de Israel através de ataques contra o arsenal de defesa da Síria. Tudo isso mostra, sem sombra de dúvida, as verdadeiras intenções deste plano hostil dos americanos e do ocidente contra a Síria.

Qualquer hostilidade contra a Síria será um golpe contra as Nações Unidas, sua Carta, sua credibilidade e seu papel de manter a segurança e a paz internacionais. O uso da força contra a Síria por parte dos países ocidentais, através de seus instrumentos regionais, especialmente a Arábia Saudita, a Turquia e o Catar, devolverá ao mundo de hoje a lógica da hegemonia e da colonização, de forma a ameaçar a segurança, a soberania e a independência dos países em desenvolvimento, fato que exige destes países a unificação de suas posições internas e externas para derrotar estes planos hostis do ocidente e seus instrumentos.

Embaixada da Síria no Brasil

Luis Nassif

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