Hackers e a transparência

Por foo

Do Estadão

Ativistas pela transparência

Grupo de hackers usa dados do governo para ampliar controle do Estado pelos cidadãos

Enquanto o governo federal promovia um seminário sobre formas de abrir seus dados ao público, na última semana, um grupo de hackers passava da teoria à prática e usava a internet para ampliar o controle dos cidadãos sobre o Estado.

Congregados na organização Transparência Hacker, cerca de 20 especialistas – todos voluntários – participaram de uma “maratona” de programação paralela ao seminário Dados Abertos para a Democracia Digital, evento internacional realizado entre quarta e sexta-feira, em Brasília.

Do esforço conjunto saíram iniciativas para facilitar a compreensão e o acompanhamento da tramitação de projetos no Congresso e para expor as relações entre empresas e políticos, entre outras.

“Somos ativistas pela transparência, pelos dados abertos e por novas formas de fazer política”, disse Daniela Silva, uma das coordenadoras da entidade, à qual cerca de 500 pessoas estão ligadas.

Um dos sites que o grupo criou nos últimos dias é o Otoridades – Você sabe com quem está falando?, um veículo para denúncias de abuso de autoridade, que fica no endereçohttp://otoridades.com.br.

Diego Casaes, também militante da organização, enumerou outros projetos em fase de implementação, como o Cheque URL. Trata-se de um sistema no qual podem ser inseridos os links de notícias sobre as 700 maiores empresas do Brasil e verificar para quem elas fizeram doações em campanhas eleitorais.

“Cabeçudos”. Outra iniciativa procura facilitar a visualização dos chamados “cabeças do Congresso” – lista de parlamentares mais influentes elaborada periodicamente pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). A ideia é exibir como mais “cabeçudos” os políticos que aparecem com mais frequência nas relações.

Todos os desdobramentos da tramitação de projetos de lei também poderão ser acompanhados em um site em processo de montagem. Será possível verificar, por exemplo, quais são os “gargalos” nos quais as propostas ficam paradas antes da votação final.

A recente polêmica em torno das diárias de viagem recebidas pela ministra da Cultura, Ana de Hollanda, em seus deslocamentos ao Rio, cidade onde tem casa, inspirou a criação de uma agenda pública que mostre, a cada dia, onde estão os ministros e outros servidores e quanto estão recebendo para viajar. 

Luis Nassif

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