Mantega e a guerra cambial

Da Folha

Mantega culpa Estados Unidos por “guerra cambial”

DE BRASÍLIA

Em mais um capítulo da “guerra cambial”, o ministro Guido Mantega (Fazenda) minimizou a responsabilidade da China na disputa e disse que a maior parte da culpa pelos desequilíbrios observados câmbio é da política em relação ao dólar adotada pelos Estados Unidos.

Por esse motivo, disse Mantega, depende principalmente dos americanos, e não dos chineses, uma solução para o problema. “Se fica só com a pressão em cima dos chineses, é mais difícil [solucionar o problema], porque você desvaloriza o dólar e quer que os chineses valorizem o yuan”, afirmou.

NanoNa noite de quarta-feira, Mantega falou por telefone com o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, e disse ter obtido do americano o compromisso de não adotar políticas que levem à desvalorização do dólar.

“Ele [Geithner] declarou que não pretende permitir a desvalorização do dólar. Para mim, o que mais desestabiliza o câmbio mundial é a desvalorização do dólar, até mais do que a desvalorização chinesa”, disse Mantega.

Nessa disputa sobre o câmbio, os emergentes acusam economias mais desenvolvidas de desvalorizar suas moedas como uma maneira de tentar impulsionar a recuperação econômica, o que, por sua vez, acabaria prejudicando os demais países.

Segundo o ministro, o governo brasileiro vai defender que, na próxima reunião de cúpula do G20 (grupo que reúne, além da União Europeia, as 19 maiores economias do mundo), marcada para o mês que vem, seja negociado um acordo conjunto entre os países para que se chegue a uma solução para a questão do câmbio. 

Luis Nassif

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