O caso da compra de 30% das ações da Abril

Em 2007 Renan Calheiros(PMDB), presidente do Senado, em discurso sem apartes, denunciou a compra de 30% das ações da Editora Abril por empresas laranjas. O que o Cachoeira tem a ver com isso? Não estou denunciando, só estou perguntando, já que esse assunto, depois de 4 anos, até hoje não foi notícia no JN. Rupert Murdoch, digo Civita,  tem mil motivos para não comparecer à CPI do Cachoeira:

“(….) No início de agosto denunciei aqui o pantanoso negócio da Editora Abril, que publica a revista Veja, que já ficou conhecida como VILEJA, pela vileza de seu jornalismo desonesto, persecutório, panfletário e torpe. A tentativa de fraudar a lei brasileira, desrespeitar a concorrência, agredir os interesses nacionais e ludibriar o País transferindo o controle societária da TVA e outras duas operadoras para um grupo estrangeiro por quase 1 bilhão de reais, soube agora, não é a primeira vez. Não foi um acaso, um desvio jurídico da Editora Abril. Trata-se de um vício, um hábito deliquente. O hábito de desrespeitar nossas leis, ferir nossos interesses para ocultar suas operações clandestinas, ilegais e imorais enquanto, cinicamente, se auto-proclama defensora de interesses nacionais.

A revista Veja que diz que “apura e denuncia tudo que prejudica o Brasil e os brasileiros”, precisa urgentemente publicar a venda das ações da Editora Abril para empresa sul-africana Nasper, conglomerado de comunicação racista que sustentou o “apartheid” na África do Sul e que cedeu três de seus diretores para dirigir a África do Sul segregacionista. Mas este é o aspecto imoral e repulsivo da questão. O mais grave é o caráter marginal montado na operação que já foi denunciada em diversas reportagens da Rede Bandeirantes de Televisão e da Revista Caros Amigos. É uma montagem fraudulenta com empresas fantasmas, laranjas e lavanderias para concretizar um negócio pantanoso, asqueroso.

A Naspers tem aqui dentro, apenas no papel, uma empresa chamada MIH Brasil Participações, que funciona na Holanda. O CNPJ da MIH Brasil, vou ler devagar para aqueles que se interessam por “tudo que prejudica o Brasil e os Brasileiros”; o CNPJ da MIH é 72.091.963/0001-77. Só que a MIH é uma empresa fantasma, isso mesmo, fantasma. O endereço declarado é fictício e este CNPJ pertence à Curundéia Participações Limitada. A Curundéia também não tem sede, não tem funcionários e os endereços e telefones apresentados pela Curundéia são de outras pessoas ou estão em endereços inexistentes. A Curundéia é virtual, não existe, só existe no papel.

Agora pasmem Senhoras e Senhores:

Foi este laranjal de empresas inexistentes, com CNPJ duplicados, com endereços fictícios, sem sede, sem funcionários, que adquiriu 30% da Editora Abril. Um negócio que movimentou em torno de 900 milhões de reais. A MIH Brasil Participações não existe, o que existe, e só no papel é a Curundéia e esta desembolsou R$ 380 milhões de reais para comprar 30% da Editora Abril.

O capital social da Curundéia é de apenas 878 mil reais. Isso significa que para concretizar o malcheiroso negócio, a Curundéia gastou 430 vezes mais do que seu capital Social na compra sorrateira de 30% da patriótica editora Abril. Mas por qual motivo recorrer a tantos “laranjas”, tantos porões infectos, tantos negócios furtivos? Simples. Sendo a Curundéia uma empresa nacional, mesmo só no papel, pode comprar além dos 30% das ações permitidas pela Lei brasileira.

Veja só, Veja quem planta laranjas, Veja quem lida com fantasmas, Veja quem convive com a clandestinidade! Veja esta reportagem da TV Bandeirantes sobre o escândalo Naspers – esse sim um verdadeiro escândalo. É a velha Veja de sempre: Já agreguei esta denúncia ao Procurador-Geral da República e estarei encaminhando novos expedientes à Receita Federal, ao CADE, à Advocacia Geral da União e à Polícia Federal a fim de que a ganância desmedida e impatriótica deste pasquim semanal não arranhe os interesses do Brasil. Vou repassar também cópias das reportagens para a CPI criada na Câmara dos Deputados que visa apurar os negócios furtivos da Editora Abril. Tenho certeza que nossas instituições saberão reagir de maneira enérgica.

Espero que cobiça e falta de respeito às nossas leis não se tornem prática como a Editora Abril vem fazendo despudoradamente enquanto desenvolve campanhas de linchamento – sem provas – contra os homens públicos e nossas instituições, como fez recentemente com um falso escândalo de grampos no Supremo Tribunal Federal, no qual procurou enlamear a Polícia Federal. Esse é o propósito desta Revista, suas infâmias e pseudo-escândalos.

Esgueira-se, sorrateiramente, entre os veículos de comunicação, ampara-se nesta vital instituição e lá faz suas transações subterrâneas e antiéticas. Ali homiziada, dispara enxovalhamentos contra todos, mistura liberdade de imprensa com libertinagem de imprensa e dessa forma tentar criar um ambiente putrefato com o qual está acostumada, envenenando a democracia, corroendo nossas instituições, espalhando dossiês sem provas e distribuindo sentenças morais. Jornalismo como este, como instrumento de propaganda e amparado na força da repetição mentira, é fascismo, é nazismo. Agora que as velhas denúncias vão ficando frágeis, que as falsas imputações vão se esboroando, corroídas pela força irrefreável da verdade, tratam de buscar outras mentiras para sustentar sua campanha persecutória.(…)”

Luis Nassif

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