O governo Dilma não é de continuidade

Comentário ao post “O afastamento do governo Dilma dos movimentos sociais

Lembrando que este comentário não é antigoverno como tentam deixar a pecha, afinal eu apoio a política econômica, social e desenvolvimentista do governo. Apoio mais as políticas monetária e cambial que a quase totalidade dos comentaristas (talvez por compreendê-las.)

Mas acho a parte de relação com minorias um DESASTRE, parece algo meio neoestalinista. Uma tentativa de homogeneizar a sociedade ao gosto de pastores e padres.

Paulo Bernardo e Helena Chagas, criticados por colegas, não afetam minha visão de mundo. Sou favorável à desconcentração de mídia e ao seu controle social, mas não acho um drama como se está.

Enfim, as ações de ministros que me incomodam:

Gleisi: é contra a criminalização da homofobia, é insensível em relação a Povos Indígenas, é conservadora em relação a doentes por adição a drogas

Padilha: editou a MP 577, para cadastramento de grávidas (cadastrar para quê?), é contra campanhas anti-aids que mostrem LGBTs (?!?), é contra educação sexual para o Ensino Médio, é contra permitir autoestima para prostitutas. (Como um ministro da saúde liga com DSTs? Dizendo que todo mundo deve casar virgem e se manter fiel… Simples simples…) 

Regina Miki: uma Secr. Segurança Pública que não consegue conceituar “crimes de ódio” http://blogsdagazetaweb.com.br/diversidade/?p=2998

Cardozo: apesar da bola dentro em relação à maioridade penal, disse que é contra qualquer revisão “antirreligiosa” do Código Penal. Não tem a menor ideia de como modernizar o sistema penal do país e como lidar com drogas.

Mercadante: disse que acha que homofobia não se deve combater em escolas. Como lidar com bullying e ensinar às novas gerações a não serem homofóbicas ele não diz… É claro que isso é para que adolescentes não percebam o conflito de informações que existe entre religião e ciências naturais e sociais.

Gilberto Carvalho: disseminador da tese que ministros não podem desagradar evangélicos http://www1.folha.uol.com.br/poder/1049084-para-acalmar-evangelicos-dilma-diz-que-ministro-nao-tem-posicao-individual.shtml

Mas acho que os mais complicados são Gleisi e Padilha mesmo, provavelmente por serem pré-candidatos.

A quem estamos tentando iludir? É evidente que este governo não é de continuidade. No ministério anterior (Lula) não havia nada disso.

Está claro que o governo precisa de sustentação no discurso moralista-conservador, afinal a maior parte do eleitorado é pobre e com pouca instrução, não tem discernimento para perceber que isso tudo é uma intermediação de poder, uma espécie de recurso ao voto de cabresto proporcionado por pastores midiáticos.

O PT deveria ser mais transparente, reconhecer que desistiu do voto da classe média secularista e que daqui pra frente será sempre assim: recorrer à ignorância das massas.

Luis Nassif

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