Por ArthurTaguti
Comentário ao post “Os caminhos de Dilma para a governabilidade“
O interessante da discussão sobre as planilhas dos ônibus é que se tocou na ferida do nosso capitalismo. Este capitalismo tão dependente do Estado como o nosso.
O grande empresariado brasileiro não teria muito fôlego sem a ajuda do Estado não. Exploração de serviços e administração de bens que competem basicamente ao Estado, com taxas de retorno altíssimas, tudo muitas vezes financiado pelo Bndes.
Por isto que o governo federal não pode dar de ombros e pensar que a discussão do MPL não tem relação nenhuma com este novo pacote de concessões.
Em curto prazo pode até trazer crescimento econômico imediato (com as óbvias recompensas eleitorais), mas e a longo prazo? A população vai segurar outro abacaxi, como ocorre com os pedágios das rodovias federais e estaduais, com os serviços de Telecom e o transporte público municipal?
O exemplo dos serviços de telefonia móvel e internet nos mostra que as agências reguladoras não estão conseguindo impedir que concessionárias tenham margens de lucros altíssimas às custas do usuário.
As manifestações de junho mostraram que a população está fatigada com a entrega de serviços públicos essenciais a empresários, promovendo concessões lesivas a economia e ao interesse nacional. Está na hora do Estado retomar estes investimentos em infraestrutura, e livrar o usuário destas tarifas abusivas que pesam, e muito, no seu bolso.
Não dá pra aguentar mais esse empresariado que vive de Bndes e concessões públicas. Eles que aprendam um pouco o que é capitalismo e o que é risco do negócio.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.