O poder das mulheres

Minha cara, meu medo em relação às feminazis (sempre lembrando que este é apenas e tão somente um termo que ganhou popularidade por sua eficiência em resumir feministas radicais) é justamente pelo fato de elas me verem como um inimigo a ser exterminado, sendo que nada fiz a elas para merecer isso (ainda que elas me achem um estuprador e todo aquele blablablá que conhecemos). Não somente eu, mas qualquer homem é visto por elas como algo a ser exterminado e que só não o fazem porque não lhes foi dado poder substancial para irem adiante em seus propósitos. Talvez me diga que não vivemos um ambiente feminazi, mas nossa capacidade de raciocínio permite projetar o destino que movimentos radicais tomam se lhes for dado espaço, destino esse que acaba apresentando certas invariabilidades em seu fim, por mais diferentes que sejam os extremismos naquilo que defendem. Portanto, se as feminazis são minoria das minorias (em que pese terem atos tresloucados que prejudicam a grupos maiores do que elas), é porque as pessoas são suficientemente safas para saber aonde isso pode chegar sem que precise chegar a tal

Sobre violência, devemos pôr na conta da história também aquela perpetrada pelos governos de gente como Hatshepsut (a Rainha Faraó), a rainha Vitória e outras que, no poder, mostraram não haver diferença substancial entre uma mulher e um homem no poder, seja para o bem ou para o mal. Portanto, é o velho lance de bons governantes serem justos, independente do sexo que tenham. Vide aí o exemplo de Oscar Arias ser sucedido por Laura Chinchilla. Laura já disse claramente que seu plano é de a Costa Rica ser o primeiro país latino-americano de Primeiro Mundo, algo perfeitamente exequível se pensarmos no que é aquele país, sua história e a forma como a coisa pública é lá conduzida. Espero eu que Dilma siga o mesmo caminho, em que pese a primeiro-mundialização do Brasil ser mais difícil que a costa-riquenha (e aqui por coisas que fogem ao controle, como o tal lance de um amplíssimo aparato antiprimeiro-mundializante aqui instalado e que sempre entra em funcionamento quando se tenta fazer daqui algo tão bom quanto lá fora).

Também não me culpe por não achar que toda pancada do mundo vai na lomba das mulheres. Considero essa compartimentação e isolamento de causa impróprio. Nunca esqueçamos que a maioria absoluta da força de trabalho nas profissões mais sujas, mal pagas e perigosas é de homens, homens esses que não vêm tendo a visibilidade merecida para seus dramas. Também não esqueçamos do problema que é a violência sexual que homens sofrem em cadeias, algo tão grande numericamente quanto a violência sexual sofrida pelas mulheres, mas que também não tem a visibilidade que estupros de mulheres ganham. Também lembremos que câncer de próstata mata tanto quanto o de mama, mas recebe menos verbas de pesquisa, por exemplo. Isso pra não falar das mortes em guerras, que majoritariamente são de homens jovens. Portanto, é preciso pensar mais amplo do que segmentar as coisas, em que pese segmentos terem certas especificidades, até por todos estarem em um mesmo barco chamado Terra e fazerem parte de uma mesma espécie. Cheguei inclusive a notar que substancial número de pessoas olha para as questões dos homens, quando estas são expressas abertamente, como se quem dissesse isso tivesse jogado pedra na cruz e pego jacaré com as tábuas dos Dez Mandamentos, como pude notar ao lembrar do Dia do Homem.

Sobre contexto e texto, novamente lembro que entendi perfeitamente o contexto que Dilma usou sobre o apedrejamento, mas não posso deixar de reconhecer que o que ela disse pode dar margem a mal-entendidos ou distorções intencionais. A sugestão é a de que ela também reconheça que os homens são tão vítimas de apedrejamentos no Irã quanto as mulheres, justamente para que se reconheça o todo de uma coisa e evite que alguém diga que ela é algo que não é e nunca foi. Aqui, apenas antevi o que certas pessoas podem fazer com a declaração dela, assim como fizeram muita coisa com declarações de Lula, por exemplo. E, claro, repito: até agora e pelo que vi, nada há em Dilma que possa caracterizá-la como feminazi. Apenas o que notei é que a declaração dela deu margem a que alguns a teçam como tal, sem que haja qualquer coisa que diga isso.

Luis Nassif

1 Comentário

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  1. O poder das mulheres

    Caro André !

    Meu caro, depois desse texto você ja deve ter aprendido o que significa feminazi (levando em conta fatos históricos e o ideal feminista, feminazi seria uma expressão dos conservadores… nada a ver com o feminismo radical).

    Sou feminista e posso falar… As pessoas pensam sim que feminismo é o oposto de machismo, que feminismo quer que as mulheres sejam melhores que os homens mais não… Feminismo prega  a igualdade entre os dois gêneros… Por tanto os direitos que as mulheres não tinham e ainda não tem levando em conta a condição dos homens.

    Mais enfim extremismo pra mim é o machismo (ato tresloucado) com a maldade que se tem nos dados, ainda não vi ninguém sendo massacrado pelo feminismo, ja vi mulheres que sofrem com algum tipo de opressão serem reerguidas, tanto de um assédio, agressão, preconceito… Seja lá o que for. O movimento não é um tipo opressor e sim um movimento pacifista ás pessoas que o seguem…

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