Os enganos da crítica bairrista a São Paulo

Por O Observador

Mineiro Nassif, a crônica do gaúcho Ênio Squeff que marca mais um aniversário de São Paulo desperta mais uma vez um rancor mouco não contra a extrema direita econômico-financeira que modela a corrupção que permeia os três poderes que governam a Nação, mas, sim, contra o seu laboratório por excelência, São Paulo.

Ao invés de responsabilizar a elite econômica pelos males que nos assolam, é cada vez maior o número de pessoas que preferem achincalhar, debochar e xingar o epicentro das transformações econômico-financeiras do país, convertendo seu povo em uma maldita Geni da canção buarquiana. Esse povo oriundo de todos os estados e países do mundo ainda está aprendendo a votar, vítima de um bombardeio midiático que torrou nas redações o dinheiro que deveria ter sido gasto desassoreando e limpando os rios do mega-acampamento que constitui nossa Região Metropolitana, incluindo-se aí o ABC aonde mora e vota o grande artífice da vitória de Dilma e da desconcentração industrial em curso, Lula.

O fato do Rio de Janeiro ter sido capital da monarquia e da República até o mineiro JK transferi-la para o sertão goiano não elimina o fato de SP ser e ter sido a locomotiva do desenvolvimento brasileiro desde o final do século retrasado.

Uma locomotiva caindo aos pedaços, repleta de Cubatões minando a saúde pública ao derredor para seus produtos e matérias-primas serem consumidos do Oiapoque ao Chuí; uma locomotiva que teve em nosso maior jurista (Ruy Barbosa) e em nosso maior arquiteto (Niemayer) alguns dos oriundis que a fazem e fizeram ser o que é, não o centro do mundo, mas um acampamento da obra de edificação da Nação, com os delírios da Revolução Constitucionalista e até os Chirico Serra que aqui aportaram.

Enquanto o bairrismo xenófobo que campeia enxergar em SP e seu povo o inimigo, este último continuará usufruindo o melhor do esforço brasileiro com seus cofres nos paraísos fiscais e impunidade garantida por um Judiciário propinado.

Os fatos estão aí e o cronista e artista plástico Squeff sintetiza em Mário de Andrade versus Prestes Maia toda a luta que assola os pagos paulistas, tornando-os a maior capital nordestina, mineira, gaúcha e matogrossense, uma vez que é aqui que todo esse povo trabalha e vive, sonhando com o dia em que poderá caminhar pela correnteza de um Tietê finalmente rio de verdade e, não, esgoto da produção da riqueza nacional.

Luis Nassif

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