Do Opera Mundi
Dois meses após morte de Chávez, Petrocaribe discute criação de zona econômica especial
Para Nicolás Maduro, iniciativa impulsionaria desenvolvimento da economia e estabilidade da região
O presidente Nicolás Maduro afirmou neste domingo (05/05), ao abrir a 7ª Cúpula da Petrocaribe, que a Venezuela está comprometida com o fortalecimento e a ampliação do acordo de cooperação energética, do qual participam 18 países. Maduro reiterou a proposta, trabalhada desde a gestão do falecido presidente Hugo Chávez, de criar uma zona econômica especial que permita maior articulação para o desenvolvimento da economia e estabilidade energética da região.
“O que queremos é fortalecê-la, ampliá-la, consolidá-la como organismo de cooperação e de construção da verdadeira união econômica, energética, cultural e humana de nossos povos”, afirmou. Segundo ele, se está trabalhando em propostas para a articulação “de uma vigorosa zona econômica que também aponta ao Mercosul [Mercado Comum do Sul]”, bloco ao qual a Venezuela se integrou no ano passado, para um desenvolvimento da economia real dos países caribenhos e centro-americanos.
Maduro explicou que a realização da reunião, pouco mais de duas semanas após o início de seu governo e passados dois meses da morte de Chávez, era necessária para confirmar o comprometimento da Venezuela com a Petrocaribe. Segundo ele, no aniversário de oito anos do acordo energético, em junho, uma Cúpula extraordinária deve ser realizada. “O ideal é que hoje decidamos avançar na zona econômica integral, que nos permita um desenvolvimento conjunto e um desenvolvimento do comércio interno”, sinalizou, ressaltando a necessidade de fortalecer investimentos na região.
Neste sábado, o ministro venezuelano de Petróleo e Mineração, Rafael Ramírez, afirmou que existem condições para que se crie uma zona econômica especial para fortalecer a aliança na região. “Acreditamos que é uma proposta que vai nos permitir continuar fortalecendo a Petrocaribe e ir além do petróleo, para o desenvolvimento econômico, comercial e a troca justa entre nossos países”, expressou. De acordo com ele, a conformação desta zona econômica já estava sendo trabalhada durante a gestão de Chávez.
O mecanismo de integração, aliado à Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) e à Unasul (União de Nações Sul-Americanas), segundo Ramírez, contribuiria para fortalecer a região diante de “um mundo submetido aos embates da crise do capitalismo mundial”. “Na conjuntura atual, na qual a crise econômica está longe de ser resolvida, iniciativas de integração e propostas como a Zona Econômica Petrocaribe serão ferramentas fundamentais para o desenvolvimento sustentável e constante dos povos”, explicou o ministro.
Criada em 2005, a Petrocaribe é um acordo de cooperação energética implementado por Chávez, por meio do qual a Venezuela fornece petróleo a países caribenhos e da América Central, a preços preferenciais, em troca de insumos, como alimentos, comercializados nas redes governamentais de abastecimento e produtos têxteis. Neste domingo, Honduras ingressa como membro pleno do acordo e a Guatemala prevê concretizar sua integração ativa à associação.
Entre os presentes na Cúpula estão o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, o do Haiti, Michel Martelly, o da República Dominica, Danilo Medida e o de Honduras, Porfírio Lobo. O vice-presidente do Conselho de Ministros de Cuba, Ricardo Cabrisas Ruíz, também participa do evento, assim como primeiros-ministros e delegações dos demais países membros: Antigua e Barbuda, Bahamas, Belice, Dominica, Granada, Guatemala, Guiana, Jamaica, São Cristóvão e Neves, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Suriname. Também foram convidados representantes do Brasil, Equador e Bolívia.
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