Preconceitos, preconceitos e preconceitos…

Já repararam que esse é o tema do ano? (Depois das eleições e da política monetária, claro…)

Preconceitos e intolerância tem de todos os tipos para todos os lados.

Em relação a profissões (médicos, militares, advogados), a gêneros, a posturas (feminismo, punks, ecologistas, vegetarianos), a posições políticas, a religiões ou não-religiões (ateísmo, espiritismo, etc), a idéias ou a vícios, ao que for. Infelizmente generalizações são um comportamento relativamente comum.

Alguém entre na relação de matérias da semana no blog e poderá constatar facilmente como os preconceitos são uma questão mal-resolvida na sociedade brasileira (e, de resto, na mundial.) Uns 20% dos posts são sobre isso, ou não?

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/posts-mais-recentes

Sempre aparece alguém clamando contra a “ditadura do politicamente correto”. Mas.. Que utilidade haveria em um discurso “incorreto”? Para que reconhecer o “direito de se falar mal”? Só se for uma necessidade de diminuir para si mesmo o próprio preconceito que alguém reconhece em si. São horríveis aquelas frase que começam assim : “eu não sou preconceituoso mas…” É claro que é, apenas não se quer sair da zona de conforto de ver suas convicções contraditadas. E, se não violar nenhuma lei dos homens, não há nada dramático nisso, mas as dificuldades de lidar com o diferente, o que geralmente significa lidar com o futuro, permanecem.

Há exageros em algumas posições “politicamente corretas”? Possivelmente sim, quando são muito dogmáticas ou não enxergam o mundo de um modo holístico, mas geralmente não, prevalece o princípio de “onde há fumaça há fogo”. Se há alguma denúncia, deve ser dada atenção e crédito, antes de se descartar como vitimização.

Quanto a sexualidade, por exemplo, posso falar o seguinte : é mais comum do que se pensa uma pessoa se imaginar “progressista-por que-votei-em-Dilma” e não pensar duas vezes antes de escrever bobagem em posts sobre homofobia. Nem o programa de Penélope Nova resolveria…

Há muito preconceito cruzado, também. Alguém pode ser reacionário em política social, mas pode ser moderno em comportamento individual. Uma pessoa machista, que pode ser tanto homem como mulher, pode ser tanto religiosa como não-religiosa. Pessoas vítimas potenciais de uma discriminação podem estar discriminando outras. Ou a si mesmas, às vezes.

Acho que só há um caminho para se acertar quando o tema for preconceito ou intolerância : diga sempre NÃO AO PRECONCEITO, pois não há preconceito racional, todos são de algum modo manipulação de medos ou de fobias sociais com algum propósito.

Uma generalização é legal : toda pessoa é boa e/ou digna até prova cabal a respeito e que todos os lados sejam ouvidos. Evite-se ao máximo o prejulgamento.

Já as questões de como descobrir a quem interessam os preconceitos e de como lidar com eles, isso sim é que pode levar a bons debates.

Acaba de sair na Vida Simples uma matéria a respeito:

http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/099/grandes_temas/preconceito-eu-609350.shtml

Luis Nassif

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